terça-feira, 17 de novembro de 2009

Grupo Solo Brasil amanhã (18/11/2009) na Arena d'Évora




É certo que a música popular brasileira vem alcançando crescente sucesso em todo o mundo. Mas é certo também que, ao lado desse êxito, observa-se um inegável desconhecimento, por parte dos admiradores estrangeiros, de sua extraordinária riqueza melódica, rítmica e harmônica, bem como de sua evolução histórica.

Foi com o objetivo de procurar reduzir o nível desse desconhecimento, desfazendo assim conceitos limitantes que reduzem nossa música a alguns poucos gêneros temporariamente em voga, que decidimos, na qualidade então de Diretor Geral do Departamento de Cultura do Itamaraty, propor e incentivar a criação de um agrupamento musical, formado por artistas altamente qualificados, para apresentar no exterior um espetáculo que havíamos especialmente concebido para tal fim, intitulado UMA VIAGEM ATRAVÉS DA MÚSICA DO BRASIL. Este conjunto musical, cuja criação foi também apoiada com entusiasmo pelo Ministério da Cultura, recebeu o nome de SOLO BRASIL, e está composto de seis instrumentistas, uma cantora e um narrador, procedentes de Goiânia, Brasília e Rio de Janeiro.

O espetáculo, destinado sobretudo - mas não apenas - a platéias estrangeiras, traça um panorama da música popular brasileira ao longo do século XX, de Chiquinha Gonzaga a nossos dias. Esse período de cem anos está didaticamente dividido em blocos cronológicos, antecedidos de breves comentários a cargo de um narrador e constituídos de músicas altamente representativas de cada uma dessas etapas.

Auspiciado por um programa conjunto Itamaraty/Ministério da Cultura de divulgação cultural no exterior, o Grupo SOLO BRASIL iniciou suas apresentações em dezembro de 1999, com uma vitoriosa turnê por Buenos Aires, Montevidéu e Assunção. Em seguida, voltou a lograr memorável êxito de crítica e público em diversas apresentações em Cuba, Venezuela, México, Jamaica, Bahamas e, com o apoio da EMBRATUR representou o Brasil no âmbito da Exposição Universal Hannover 2000.

Com igual êxito, o Grupo, através do SESC, apresentou-se em diversas cidades brasileiras, tais como Brasília, Goiânia, Ribeirão Preto, São Carlos, Piracicaba, Araraquara, Taubaté, Bauru, São Paulo e Rio. Com o patrocínio da PETROBRAS, o Grupo Solo Brasil gravou um álbum duplo de CDs contendo a íntegra do show UMA VIAGEM ATRAVÉS DA MÚSICA DO BRASIL, cujo lançamento oficial se realizou através de uma longa e exitosa turnê por algumas Capitais brasileiras. O álbum se encontra a disposição dos interessados nas lojas de discos de Brasília e de outras capitais do país.

Depois de um imenso sucesso obtido em uma turnê pelo Marrocos em 2002, a convite do Festival Internacional de Artes de Rabat e incluindo também as cidades de Mèknes e Casablanca, o GRUPO SOLO BRASIL voltou a se apresentar em Brasília, nos anos 2004, 2005 e 2006, em espetáculos especialmente contratados pela UNESCO e pela OIT (no âmbito de encontros internacionais realizados por esses organismos) e em curtas temporadas, sobretudo no Teatro Nacional Cláudio Santoro e no Conjunto Cultural da CAIXA, trazendo às platéias brasilienses o que tem procurado levar sempre às platéias de tantos países e de outros tantos Estados brasileiros, ou seja, alguns dos melhores momentos da riquíssima música popular brasileira.


Ademais de suas atividades profissionais de diplomata de Carreira, o Embaixador Lauro Moreira esteve sempre voltado para a cultura e as artes, especialmente as artes cênicas - e isso desde seu tempo de adolescente no Rio de Janeiro. Após atuar em vários espetáculos de teatro de colégio e freqüentar dois cursos de arte dramática (1955-57), foi convidado para dirigir o Teatro da Juventude, à frente do qual permaneceu por quase três anos, e onde montou perto de dez peças.

Em 1958, ingressando na Faculdade de Direito, funda o TEPUC (Teatro Experimental da PUC), um dos grupos amadores mais ativos do Rio de Janeiro daquela época. Aí monta inúmeras peças, atuando como diretor e ator. Autores como Molière - ("A Escola de Maridos"), Tchecov ("Um pedido de casamento") e Tenessee Williams (´´A margem da vida") foram, entre vários outros, encenados com grande êxito. Em 1959 é eleito "Estudante do Ano", no setor da Artes, sendo-lhe conferida medalha comemorativa pelo jornal "Diário de Notícias": Participa de festivais nacionais de teatro amador em Santos e Belo Horizonte (1959), onde recebe vários prêmios de direção e atuação. Ainda nessa época, concebe e interpreta o espetáculo individual Ai de ti, Copacabana, reunindo textos de grandes poetas e prosadores brasileiros, de Gonçalves Dias a Carlos Drummond de Andrade.

Funda, em 1960, com Léo Gibson Ribeiro, a Equipe de Teatro do Rio de Janeiro, estreando como protagonista de A Volta do Marido Pródigo, dramatização de um conto de Guimarães Rosa, no Teatro da Maison de France. Em seguida, funda o Teatro da Cidade, onde participa de seus dois últimos trabalhos em teatro: Inocêncio quer Girafa (Luiz Carlos Saroldi) e "O enterro de Carolina"(Wanda Fabian).

Lauro Moreira dedicou-se também ao cinema, sempre como amador, tendo realizado uma longa série de ensaios e documentários (México 70, Duas Cidades, Pela Fronteira, Fervor de Buenos Aires, Genebra Opus 4, Imagens da Grécia, O Vértice do Triângulo, Mudéjares e Moçárabes, etc.).

Na área de fotografia, que também cultiva, foi vencedor, em 1979, do concurso "Brasília Cidade Viva", promovido pela Embaixada do Canadá no Brasil e Departamento de Cultura do DF. O prêmio recebido - uma viagem ao Canadá - permitiu-lhe fazer um trabalho de fotografia sobre aquele país, que se transformou em uma exposição contendo 75 posters, tendo por tema o outono canadense.

Essa exposição itinerante, hoje pertencente ao acervo da Embaixada do Canadá, abriu-se em Brasília em 1980, havendo percorrido inúmeras capitais brasileiras, inclusive Rio de Janeiro, onde foi apresentada, durante um mês, no Museu Nacional de Belas Artes.

Na chefia da Divisão de Difusão Cultural do Itamaraty (1987-1989), Lauro Moreira criou o espetáculo Verão Brasil - uma visão do país através de sua música - dirigido pelo musicólogo Ricardo Cravo Albin, que alcançou êxito memorável em longa turnê pela África (Marrocos, Tunísia, Argélia, Costa do Marfim, Angola), Europa (Espanha) e América Latina (Venezuela).

No inicio dos anos noventa, como Cônsul-Geral do Brasil em Barcelona, Lauro Moreira criou e dirigiu o Clube da Música Brasileira naquela cidade, reunindo um expressivo grupo de membros da comunidade catalã em torno da música e da cultura brasileira em geral. Nessa época, reúne também um grupo de músicos brasileiros ali radicados e forma o conjunto Som Brasil (o que em idioma catalão significa, para apresentar um espetáculo que escreve e dirige, intitulado Uma Viagem Através da Música do Brasil. Este show, que percorreu 21 cidades da Espanha com enorme sucesso, constituía uma tentativa de mostrar didaticamente a platéias estrangeiras um panorama da melhor música feita no Brasil, ao longo de um século. E foi justamente este projeto que, anos mais tarde, ou seja, a partir de outubro de 1999, foi aperfeiçoado e retomado pelo Embaixador Lauro Moreira, já agora na qualidade de Diretor-Geral do Departamento Cultural do Itamaraty formando para isso o conjunto SOLO BRASIL, com a participação especial do músico Luiz Chaffin e da cantora Maria Eugênia. Êxito absoluto em 12 países e em mais de 40 cidades brasileiras, incluindo Rio, São Paulo e Brasília, o conjunto continua atuando regularmente, havendo lançado em 2002 um álbum duplo contendo a gravação do espetáculo na íntegra.

Por todos os Postos onde serviu - Buenos Aires, Genebra, Washington, Barcelona e, mais recentemente, como Embaixador do Brasil no Marrocos - Lauro Moreira tem-se igualmente dedicado à divulgação da literatura brasileira, sobretudo da poesia em língua portuguesa, proferindo palestras e organizando recitais bilíngües. Culminando toda essa trajetória de contato estreito com a literatura, gravou em 1999 o álbum duplo de CDs intitulado MÃOS DADAS, no qual interpreta 85 poemas, de 28 poetas dos sete países de Língua portuguesa. O disco foi lançado em recitais realizados pelo autor em Lisboa, Santarém, Bucareste e, no Brasil, no Rio (na Academia Brasileira de Letras), em São Paulo, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Ribeirão Preto Porto Alegre, etc.

Retornando ao Brasil em dezembro de 2003, Lauro Moreira passou a ocupar o cargo de Diretor-Geral da Agência Brasileira de Cooperação, órgão do Ministério das Relações Exteriores.

Em 2005, lança o CD Manuel Bandeira: o Poeta em Botafogo, contendo 26 poemas na voz do próprio autor, resultado de uma gravação doméstica realizada por Lauro Moreira em sua residência, em 1967. O disco, contendo ainda outros poemas de Bandeira, lidos por Lauro Moreira e intercalados pela música de Camargo Guarnieri, constitui um extraordinário resgate cultural e tem obtido grande sucesso de público e de crítica, desde o momento de seu lançamento, em recital realizado na Academia Brasileira de Letras, em setembro de 2005. A partir de então, o referido recital tem sido apresentado em várias cidades do Brasil, incluindo Brasília, Goiânia e São Paulo.

Em março de 2006, Lauro Moreira foi nomeado Embaixador do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com sede em Lisboa.



Sem comentários: