sábado, 6 de novembro de 2010

Bebé levada à faca de hospital retirada aos pais

A recém-nascida que o pai levou do Hospital de Évora, após cortar a pulseira eletrónica com uma faca, foi localizada e retirada sexta-feira aos pais, pela GNR, e devolvida à maternidade, por ordem judicial.

Fonte da GNR explicou à Agência Lusa que a bebé foi localizada na casa dos pais em Vendas Novas, no distrito de Évora, tendo os militares, na posse de um mandado de busca, retirado a criança à família, ao final da tarde de sexta-feira.

Depois da operação, relatou a mesma fonte, a GNR solicitou a colaboração de assistentes sociais e dos bombeiros, que transportaram a bebé numa ambulância para o Hospital de Évora, por ordem do Tribunal de Montemor-o-Novo.

A menina, nascida na segunda-feira, estava internada com a mãe na maternidade do Hospital de Évora, mas foi levada no dia seguinte pelo pai, que, acompanhado por quatro homens empunhando armas brancas, cortou a sua pulseira electrónica e fugiu.

O director do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital, Vítor Caeiro, explicou que, ao cortar a pulseira da bebé, o pai «activou o alarme» e o «encerramento da porta da maternidade», mas teve tempo para «sair a correr» com a criança «ao colo».

Enquanto o pai do bebé actuava, os outros homens, «armados com facas, terão ameaçado os vários seguranças do hospital» para que não interferissem, disse.

Este acto «menos ortodoxo», afirmou Vítor Caeiro, terá sido motivado pelo receio de que a filha fosse para adopção, depois de a mãe ser informada que «o bebé não iria ter alta, devido a um processo de averiguações, no sentido de, eventualmente, a assistência social tomar conta da criança».

A Segurança Social já tinha comunicado ao Tribunal de Montemor-o-Novo que o pai levara a filha recém-nascida do Hospital de Évora, considerando que se trata de uma criança «em risco», no âmbito do «processo de promoção e protecção que decorre» nessa instância judicial
«É uma criança em risco, mas estávamos a desenvolver os procedimentos necessários, em articulação com o tribunal, para que fosse protegida», disse na altura à agência Lusa o director distrital de Évora da Segurança Social, José Oliveira.

O responsável da Segurança Social sublinhou que os serviços já estavam a «acompanhar a situação desta família», anteriormente alvo de «um processo de promoção e protecção», que resultou na «retirada de outras quatro crianças».

A Segurança Social deverá agora fazer uma análise da situação e decidir, a partir daí, qual a melhor solução, sendo que «um processo de adopção ou um processo de retirada simples» fazem parte das hipóteses.

1 comentário:

Kruzes Kanhoto disse...

Esta malta tem uma maneira muito peculiar de resolver as coisas...