quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CEMITÉRIO DE N.ª S.ª DOS REMÉDIOS

O Cemitério de N.ª Sr.ª dos Remédios foi inaugurado a 10 de Julho de 1840, em terrenos que anteriormente constituíam a cerca do convento com o mesmo nome.
Tendo ficado devoluto com a saída dos frades carmelitas descalços, aquando da extinção das ordens religiosas, a Igreja e a Cerca do extinto Convento passaram para a posse da Câmara Municipal, por carta de lei, datada de 30 de Julho de 1839, assinada pela Rainha D. Maria II, com a obrigatoriedade de ali se estabelecer o cemitério público.
Esta medida vinha ao encontro das novas correntes relativas à higiene e saúde públicas, em desenvolvimento na época, bem como à necessidade de se encontrar um local para instalação de um novo cemitério, em alternativa ao que se encontrava em funcionamento e que, por falta de condições, já não dava resposta conveniente.
Este cemitério, composto por avenidas e praças, sepulturas e jazigos em vários estilos, é um típico cemitério oitocentista. Enriquecido com estatuária, ferros, mármores e outros materiais, característicos destas “segundas cidades”, nele encontramos as principais famílias da cidade em lugares de destaque. Estas recorreram a oficinas de Évora e de outras partes do país para a execução dos seus jazigos e mausoléus, conforme podemos observar pelas inscrições impressas em alguns deles.
Muitas das valiosas peças presentes no cemitério vieram de outros conventos, que na época eram objecto de demolição ou já se encontravam extintos. O imponente portal renascentista do Convento de S. Domingos, atribuído a Nicolau Chanterene, e várias imagens de santos católicos que, ao serem colocadas nos diversos quarteirões acabaram por lhes dar o seu nome, como foi o caso de N.ª S.ª dos Remédios, S. Bruno ou N.ª S.ª do Leite são algumas dessas peças.
A estrutura do Cemitério e a ornamentação atravessaram os tempos quase intactos, tendo-lhes no entanto sido introduzidas algumas inovações, algumas já na actualidade, como a criação do talhão colectivo da Liga dos Combatentes, de um mausoléu dos Bombeiros Voluntários e já este ano, com a trasladação dos restos mortais de António Francisco Barata o “Quarteirão dos Historiadores”.

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