sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Farmácia Motta - O último reduto dos monárquicos eborenses



No comércio local existem lojas com mais de um século de existência. Do passado de algumas constam episódios que foram relevantes na história recente da cidade, ainda que o rolar dos tempos os tenha remetido para o baú do esquecimento. Importa por isso recordá-los, contribuindo para um melhor conhecimento do passado próximo da cidade, e também para se entender e compreender o seu presente. Isto porque a história de uma loja não se reduz à actividade a que se dedica nem ao espaço físico que ocupa, mas passa igualmente pelo percurso de vida dos respectivos proprietários e dos caminhos que imprimiram aos seus estabelecimentos. 

 É o caso da Farmácia Motta, situada em plena Praça de Giraldo, a qual foi palco de acontecimentos de natureza política de que muitos dos actuais eborenses não suspeitam mas que se vieram a inscrever nos registos oficiais da cidade e do país. O grande responsável por tais factos foi o seu proprietário, Joaquim Lopes da Motta Capitão, monárquico convicto e posteriormente nacional-sindicalista, de carácter inflamado e sempre pronto a usar da palavra ou da pistola para defender os seus ideais. Nascido no Tramagal em 1885, Motta Capitão, que foi um dos principais protagonistas políticos da cidade entre os anos de 1910 e 1933, veio muito novo para Évora a fim de ajudar seu tio na Farmácia Motta, que este fundara e tornara a mais conceituada do distrito. Inteligente, tirou com bastante facilidade o curso de Farmácia. Apaixonado e temperamental, casou cedo com Ana Fernandes Soares, filha única do poderoso proprietário e banqueiro Conselheiro José António d’Oliveira Soares. 

Gozando de excelente situação financeira, Motta Capitão evitou o encerramento do jornal “Notícias d’ Évora” nos dias seguintes à implantação da República, dado que este, como folha apoiante do dissolvido Partido Regenerador–Liberal, não tinha condições para continuar. Foram os operários despedidos a encontrar na pessoa do boticário da Praça de Giraldo a pessoa e a bolsa certa para o que o jornal não morresse. E, logo que reapareceu, o diário, pela pena do seu administrador Carlos Pedrosa, entendeu esclarecer que «reconhecendo a nova forma de governo instituída agora em Portugal, não queremos com isto dizer que aderimos à República». 

Investido por si próprio na função de redactor-chefe, passou usar o jornal como tribuna de ataque ao regime republicano. Enquanto cidadão, envolveu-se na conjura monárquica de 1912, pela que veio a ser condenado a 20 meses de cadeia na prisão do Limoeiro. Foi já na qualidade de director do “Notícias d’Évora”, e debaixo de forte escolta policial, que saiu do calabouço para vir responder ao Tribunal de Évora por abuso de liberdade de imprensa, com o fundamento de ter ofendido a Colomissão Concelhia de Administração dos Bens do Estado. 

Durante a sua reclusão foi o redactor agrícola Santos Garcia que assegurou a continuidade do jornal. Amnistiado por um decreto de Fevereiro de 1914, de Bernardino Machado, que abrangeu cerca de 1200 monárquicos, Motta Capitão é libertado e exila-se em Espanha. A morte do tio, que lhe deixa em herança a farmácia, obriga-o a regressar para ficar à testa do negócio. E volta de novo à política e ao jornal, ao qual torna a imprimir um cunho fortemente anti-republicano, envolvendo-se em várias quezílias com as autoridades. É assim que, na sequência de nova insurreição monárquica, os republicanos eborenses saem à rua para festejarem o seu insucesso e aclamarem a República, mostrando a sua firme disposição de a defenderem intransigentemente.

Em ambiente de grande exaltação, a enorme massa de manifestantes passa junto da Farmácia Motta e  segundo o Jornal “Voz Pública” – depois de alguns gritos de «abaixo os traidores» ouviram-se tiros, sendo voz corrente que partiram da farmácia, onde se encontravam os empregados e o proprietário, Joaquim da Motta Capitão. Prossegue o periódico: «Os vidros da farmácia voaram à pedrada, havendo mais tiros, um dos quais deu morte instantânea ao ajudante Jacinto Parreira, de 18 anos, ex-aluno da Casa Pia, de nada lhe valendo os prontos socorros da Cruz Vermelha que sem demora o conduziram ao hospital, já cadáver. Motta Capitão fora também atingido por dois tiros, um dos quais nenhum mal lhe produzira, por dar em uma caneta de tinta permanente que tinha no bolso do colete, sendo ferido pelo outro na mão direita, sem gravidade.

Chegadas ao local, as autoridades evitaram que a multidão invadisse a farmácia e linchasse o Capitão, o que por mais de uma vez esteve iminente. Conquanto os ferimentos o não tornassem necessário, foi metido numa maca e conduzido, sob escolta, ao Hospital, onde ficou detido. Pouco depois o povo, refluindo para a Praça de Giraldo, assaltou o “Notícias de Évora”, inutilizando as máquinas e queimando o mobiliário na praça em fogueira ateada para efeito (...). Jornal e farmácia foram encerrados e selados. Motta Capitão foi depois liberto com a promessa de não voltar à política e ao jornalismo.» Mas em 1925, com o recrudescimento do nacionalismo, regressou como presidente das Juventudes Monárquicas de Évora. Com o triunfo do General Gomes da Costa, aderiu à Liga 28 de Maio, organização de apoio à Ditadura criada em finais de 1926 mas só apresentada em Janeiro de 1928. Dado, porém, que a União Nacional demorava a implantar- se no terreno, a Liga 28 de Maio decidiu tomar a dianteira e aparecer como sua concorrente. Em Évora a farmácia tornou-se o principal local de reunião do grupo.

Com Joaquim Silva Dias (advogado e antigo secretário de Gomes da Costa) e António Cary Potes Cordovil (grande proprietário), Motta Capitão refundou o jornal “Manuelinho de Évora” e transformou-o em órgão local do grupo. O caldo entornou-se em 13 de Dezembro de 1931, quando dirigentes nacionais da Liga vieram a Évora inaugurar a sede distrital. Já no regresso, a caminho da Estação de Caminho de Ferro, estes viram-se cercados por republicanos que os apuparam e invectivaram. Na Avenida de Dr. Barahona houve agressões graves, gritaria infernal e tiros, daí resultando vários feridos de maior ou menor gravidade e a morte do carpinteiro Manuel dos Santos, apoiante da República.

A retaliação aconteceu na manhã seguinte. Às onze horas, quando Rolão Preto, o chefe dos nacionalistas radicais, se encontrava perto da Farmácia Motta, dentro do seu automóvel, em conversa com Silva Dias, este foi baleado mortalmente à queima roupa por alguém que se conseguira aproximar de uma portinhola do carro. Desvairado com o atentado, Motta Capitão passou meses nas páginas do jornal clamando vingança e a prisão de elementos da Maçonaria local sobre quem fazia recair as suspeitas do crime. O inquérito veio a dar como autor do disparo José Joaquim Coelho, um antigo cabo de polícia, expulso por envolvimento no golpe republicano de 3 de Fevereiro de 1927. Entretanto a Liga 28 de Maio transforma-se no Partido Nacional/Sindicalista. Motta Capitão, que se tornara ferrenho adepto do fascismo e possuía em cima da secretária, no seu gabinete de trabalho, uma fotografia de Benito Mussolini, adere entusiasticamente. A 28 de Junho de 1932, só por um erro no seu reconhecimento, por parte de um carbonário que tencionava assassiná-lo, não foi abatido à porta da farmácia de que era dono. Foi porém a ilegalização do Partido Nacional/Sindicalista que acabou por afastá-lo do jornalismo e da política. Tinha então 47 anos e os dias de paz na Farmácia voltaram aos tempos do seu tio e fundador.

Autor: José Frota

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Okupa.te - Jogar no Natal


Évora Perdida no Tempo - Copa da antiga sede da SHE



Sala da copa das antigas instalações da SHE, ornamentada por ocasião das Bodas d'Ouro da Sociedade. " Logo a seguir encontrava-se a casa da copa […]. Admirava-se alli de tudo […] Um escudo enorme com os emblemas da sociedade, representando um bilhar feito em bolacha, tendo por bolas pequenas batatas. As tabellas, egualmente de bolacha, tinham por marca passas de Alicante. No mesmo escudo, via-se o emblema do Grupo Cyclista e que era representado por uma bycicleta feita de linguiça delgadinha sendo os respectivos raios formados por espargos finissimos […]." Acta Descriptiva das Bodas d'Ouro da SHE.

Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1899 -
Legenda Copa da antiga sede da SHE
Cota SHE89.3 - Propriedade Sociedade Harmonia Eborense

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Jardim Público - o “pulmão verde” da cidade


Lamentavelmente, poucos são os eborenses que se apercebem da beleza calma e tranquila do Jardim Público da sua cidade. Quase só o procuram turistas, estudantes e velhos à espera do passaporte para o outro mundo. É verdade que muitos outros, a maioria, naturais ou habitantes do burgo, o cruzam em passada acelerada para encurtar distâncias entre oblíquos destinos já definidos. Atravessam- no absortos, alheados e indiferentes à presença do grande pulmão verde da urbe, herdeiro do Passeio Público que, como raros outros no país, marcou arquitectónica e paisagisticamente o romantismo do fim do século XIX. O Passeio Público foi um elemento caracterizador da sociedade portuguesa do tempo, altura em que a burguesia urbana, principalmente a feminina, se atreveu a sair do enclausuramento medieval para conviver e saber novidades, enquanto ouvia tocar música, tomava o seu sorvete, assistia a representações teatrais e, em datas festivas, ao lançamento de fogo de artifício.

O Passeio ou Jardim Público surgiu em Portugal a partir do conhecimento do denominado Jardim à Inglesa, que começara a ser implantado em Londres quase uma centúria antes. Obedecia à ideia romântica de valorização da paisagem associada ao pitoresco (jardins com falsas ruínas, pavilhões, pontes, lagos, coretos e quiosques) e à utilização do ferro fundido como novo material de construção. Foi sob estes pressupostos estéticos que foram concebidos estes espaços de devaneio e diversão. O planeamento do Passeio Público de Évora coube ao arquitecto e cenógrafo italiano José Cinatti (1808-1879), que, tendo estudado em Milão, fugiu para Portugal em 1839 devido a razões de natureza política. Acolhido e protegido em Lisboa, onde existia um importante colónia de conterrâneos seus, que o apresentaram aos influentes pares do reino e burgueses endinheirados, depressa ganhou notoriedade pública graças à qualidade dos seus trabalhos, passando a ser o arquitecto e cenógrafo da moda.

Foi na capital que o abastado lavrador José Maria Ramalho Perdigão (1830-1884) o descobriu e contratou para projectar, em espaço que lhe pertencia, e se situava numa das modernas portas da cidade, um palácio sumptuoso digno da sua opulência e fortuna que viria a ser conhecido pelo nome de Palácio Barahona. Entretanto, Ramalho Perdigão tinha doado ao município os terrenos que haviam constituído a antiga horta real do palácio de D. Manuel (apenas restou a Galeria das Damas) e do Convento de S. Francisco e outros, à época afectos ao exército, numa extensão de 3,3 hectares. E foi a expensas suas que José Cinatti dirigiu, entre 1863 e 1867, os trabalhos de arqueologia e jardinagem do Passeio Público. Curiosamente, foi por alturas da Feira de S. João de 1867 que o escritor Eça de Queiroz abandonou Évora. Pouco antes, escrevera nas páginas do “Distrito de Évora”, pouco entusiasmado com o que vira: «uns minguapasseio dos tapetinhos de verdura, as árvores raras e despidas das galas da folhagem, as placas nuas, sem elegância».

A verdade é que só meses depois vieram a ser colocados os lagos com cisnes e terminada a instalação das Ruínas Fingidas, de estilo gótico, compostas por ameias de inspiração árabe, janelas geminadas com arcos em ferradura, pórticos e torre, retiradas de vários monumentos civis e religiosos da cidade, nomeadamente do Palácio do Vimioso. Enquanto isto as árvores exóticas, de crescimento rápido, rompiam em todo o seu esplendor. Magnólias, cedros, plátanos, begónias, castanheiros da Índia e outras espalhavam não apenas o seu perfume pela vasta área como igualmente projectavam a sombra refrigerante que os calmosos dias de Verão reclamavam. Cinatti morreu em 1879, e uma comissão de eborenses ilustres decidiu homenageá-lo, perpetuando-lhe a memória no espaço que tão habilmente pensara e gizara.

Um busto seu, da autoria do escultor Simões de Almeida, ali veio a ser colocado em 4 de Maio de 1884. Mas o embelezamento do Passeio Público prosseguiria com a inauguração do coreto, em 20 de Maio de 1888. À beleza naturalista do espaço acrescentava-se agora uma nova funcionalidade de ordem cultural. Criava-se desta forma um local especialmente destinado à realização de Fotografias de Carlos Neves passeio Jardim Público o “pulmão verde” da cidade concertos e outros espectáculos de matriz similar, muito apetecidos entre as elites e classes em ascensão, onde era fino ser melómano. Por seu turno, actuar no coreto «diante de gente tão selecta e distinta» constituía uma honra para as bandas filarmónicas. A sua frequência não era acessível a todos, dado que a entrada no recinto era paga.

O Passeio Público de Évora ganhou então fama em todo o país. As ditas melhores famílias da cidade, ou de fora mas cumprindo vilegiaturas em casa de parentes e amigos, acorriam à sua fruição com assiduidade inesperada, deleitando-se com a beleza e a civilidade do local. Até que, em 1910, o movimento republicano democratizou o espaço e mudoulhe o nome para Jardim Público. O escol social citadino passou a desprezá- lo gradualmente e “o charme discreto da burguesia” deixou de se sentir por ali. Mas continuou a ser frequentado, especialmente aos domingos e dias de festas, agora por pessoal menos snobe e afectado. No dia 14 de Julho de 1919 recebeu uma Oliveira da Paz, comemorando o final da I Guerra Mundial.

A instalação, nas imediações, das estações rodoviárias, a partir dos anos 40, fez do Jardim Público um bom lugar de espera para os forasteiros que tinham de aguardar pelo transporte de regresso. Com a oposição da Igreja, acolheu em 1949 o busto de Florbela Espanca, que tanto o frequentou e por ali namorou e poetou. Entre os anos 50 e meados dos anos 60 foi literalmente invadido, três a quatro vezes por temporada, por milhares e milhares de adeptos de futebol, nos domingos em que milhares e milhares de adeptos de futebol se deslocavam a Évora para aplaudirem os clubes da sua predilecção, em compita com o Lusitano, nos tempos áureos da permanência deste na I Divisão Nacional.

Noutro âmbito, a presença dos pavões, aliada à dos cisnes nos lagos, ou a cantoria desenfreada de pássaros faziam dele o encanto da criançada que pais e avós ali levavam a passear. Depois, com a Revolução de Abril, muita coisa se alterou. Perante a passividade das autoridades, o Jardim passou a dar guarida a toda a casta de marginais, que conspurcavam o ambiente e cujo comportamento atemorizava os mais afoitos. A permissão da montagem de um quiosque, servido por uma esplanada, a maior utilização da Galeria das Damas como cenário de eventos culturais e a aquisição do antigo Regimento de Artilharia 3 pela Universidade de Évora, que ali instalou o seu Departamento de Ciências Exactas, acabaram por banir dali os indesejáveis. Hoje transita-se no Jardim como a mesma tranquilidade de outrora. Voltou a ser um excelente espaço para passear, correr, descansar, ler, estudar, reflectir ou apenas oxigenar os pulmões, ainda que necessite, como é óbvio, de passar por um urgente programa de recuperação e requalificação.

Textos: José Frota

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Monumentos - Sé Catedral



Edifício que remonta ao séc. XII, mas que sofreu grandes alterações no séc. XIII. Com claras semelhanças com a catedral de Lisboa, a sua linguagem arquitectónica denota uma harmoniosa composição dos estilos românico e gótico. A cabeceira da igreja foi reconstruída no séc. XVIII, ao estilo do barroco, pela mão do famoso arquitecto do Convento de Mafra, João Frederico Ludovice. No seu interior destacam-se, entre outros elementos, o altar de Nossa Senhora do Ó, (uma das imagens mais veneradas pelas parturientes e alvo duma antiga tradição eborense, segundo a qual se devia tocar o sino sempre que uma mulher desse à luz uma criança), a capela de Nossa Senhora da Piedade ou do Esporão, situada no topo do braço norte do transepto, com um interessante portal renascentista, em mármore da Estremoz, o coro-alto do séc. XVI, erguido no séc. XVI, sob o patrocínio do Arcebispo D. Afonso de Portugal, com o seu cadeiral maneirista (da época do Cardeal D. Henrique) e, finalmente, o orgão de tubos de madeira de carvalho do séc. XVII, designado de Ibérico e mandado construir durante o arcebispado de D. Teotónio Pereira (1578-1602)

Évora Perdida no Tempo - Mirante da Casa Cordovil


Mirante da Casa Cordovil , no Largo da Porta de Moura. Do lado direito é visível, ainda, o antigo Palácio do Farrobo.

Autor Mário Gama Freixo
Data Fotografia 1914 - 1920
Legenda Mirante da Casa Cordovil
Cota GPE0007 - Propriedade Grupo Pró-Évora

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Teatro: Cendrev reduz preço dos bilhetes em 50%


Como não é possível fazer teatro sem público e porque sabemos que o público quer continuar a ir ao teatro, decidimos fazer alguma coisa para contrariar os efeitos da crise que continua a atingir os bolsos da maioria dos portugueses.

 Entendemos, assim, operar a redução de 50% no preço dos bilhetes, cujo valor por ingresso deixa de ser 8 euros para passar a ser de 4 euros nos espectáculos da companhia e nos que são organizados e programados pelo Cendrev, redução esta que vai, por certo, facilitar e reanimar a ida do público ao teatro. Entretanto, anulámos os acordos que tínhamos com diversas instituições, uma vez que esta alteração salvaguarda todas as condições previstas nesses acordos e mantemos apenas a assinatura do PASSAPORTEATRO e a sua versão para o público jovem, bem como o preço para grupos organizados.

 Queremos salvaguardar a importante função de serviço público que temos desenvolvido na cidade e no concelho mas também na região e no país, contribuindo activamente para a preservação do nosso património artístico e para a renovação e formação de novos públicos.

 Não sendo o teatro responsável pela crise que está a paralisar o país, não podemos deixar de reafirmar que os cortes feitos nos já reduzidos valores atribuídos à cultura, não tendo qualquer impacto no combate aos défices, comprometem irreversivelmente o tecido cultural do país. Isto só acontece, por os nossos governantes acharem que a cultura é um custo em vez de um investimento. E quando assim é, são os direitos dos cidadãos que vão sendo paulatinamente afectados.

PassaporTeatro Estudante:
Para os Estudantes que querem aceder mais facilmente ao Teatro

PassaporTeatro:
Faça a sua assinatura do PASSAPORTEATRO e beneficie de condições especiais de acesso aos espectáculos produzidos e organizados pelo Cendrev (incluindo os da Bienal de Marionetas e do Encontro de Teatro Ibérico).

Bilheteira:
De 2ª a 6ª das 09h30/12h30 e das 14h30/18h30 
Em dias de espectáculo, a bilheteira só encerra durante a hora de almoço, encerrando 30 minutos após o seu início.
Em espectáculos a realizar aos Sábados, Domingos e Feriados, a bilheteira abre três horas e meia antes do espectáculo, encerrando 30 minutos após o seu início
  
Preços:
Novo Preço: 4 €
Preço de Grupos Organizados ou Grupos Escolares (para mais de 12 pessoas): 3 €

Reservas:
Reservas efectuadas por telefone, fax e email 

Condições de Acesso:
Não é permitida a entrada na sala após o início do espectáculo.
O bilhete deverá ser conservado até ao final do espectáculo.
É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar, assim como fumar, consumir alimentos ou bebidas.
À entrada, os espectadores devem desligar os telemóveis ou outras fontes de sinal sonoro.

Deficientes:
Rampa para acesso de deficientes motores

Espaços Públicos:
Foyer e Bar, abertos em horário de espectáculos

Visitas guiadas gratuitas:
De 2ª a 6ª feira, segundo marcação prévia 
  
E-mail alternativo: cendrev@mail.evora.net

“Cante ao Menino” - dia 16 de Dezembro



“Cante ao Menino”, pelo Coral de S. Domingos

O concerto inicia-se na Rua São João de Deus, seguindo para a Praça do Sertório, Igreja da Sé, terminando com uma atuação na Praça do Giraldo, pelas 19:00.

Data: 16 de dezembro
Local: Centro Histórico
Horário: 17:00
Organização: Fundação INATEL Agência Évora
Contacto: 266 730 520 | ag.evora@inatel.pt


domingo, 25 de novembro de 2012

Comercial Telecomunicações (m/f) - Zona Évora


A Kelly Services, empresa líder em Gestão de Recursos Humanos, oferece os seus serviços em todo o mundo e coloca mais de 530 000 pessoas a trabalhar anualmente. 

Estamos neste momento a recrutar um Comercial para o sector das Telecomunicações (m/f) , para a zona de Évora. 


Função: 
Prospecção e Angariação de Clientes para a venda de produtos e serviços na área das Telecomunicações. 


Requisitos: 
- Ter o 9º ano de escolaridade (requisito obrigatório) 
- Aptidão para o trabalho em equipa; 
- Gosto pelo contacto com o público; 
- Orientação para objectivos e resultados; 
- Boa capacidade de comunicação; 
- Apresentação cuidada e formal; 
- Disponibilidade imediata. 



Condições da Oferta: 
- Contrato de Formação remunerado; 
- Contrato de Trabalho; 
- Disponibilidade entre as 14h e as 22h, com folgas ao fim de semana; 
- Salário Base + Subsídios + Prémios de Produtividade + Comissões BASTANTE aliciantes; 
- Integração em Equipa Comercial com possibilidades de progressão de carreira. 



Se é ambicioso agarre esta oportunidade! 

Se considerar preencher todos os requisitos envie o seu cv para


colocando no assunto:Comercial(m/f)Évora 

Procuramos Consultores Concelho de Evora


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Perfil 
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Agente comercial para Évora (M/F)


A Vertente Humana encontra-se a recrutar para empresa cliente: 

Gestor Comercial - Évora (M/F) 

Neste serviço, o comercial tem como objetivo a divulgação e venda presencial de soluções individuais. 

Local de trabalho: 
Évora 

Horário: 
14h às 22h, com folgas ao Fim-de-Semana 

- Escolaridade mínima: 9º ano; 
- Excelente apresentação; 
- Gosto pelo trabalho em equipa; 
- Gosto pelo trabalho por objetivos; 
- Elevada capacidade de persuasão e motivação. 

Condições apelativas e acima da média: 
- Vencimento fixo; 
- Comissões muito atrativas; 
- Contrato de trabalho; 
- Deslocações pagas pela empresa; 
- Possibilidade de progressão de carreira; 
- Integração em empresa multinacional. 

Venha trabalhar numa equipa dinâmica, jovem e em crescimento. Venha trabalhar numa empresa sólida e de renome em Portugal! 

Se reúne os requisitos pretendidos envie o seu CV, acompanhado por foto, para

sábado, 24 de novembro de 2012

Lendas sobre Geraldo sem Pavor - Parte 4



LENDA DE GERALDO SEM PAVOR SEGUNDO O MESTRE ANDRÉ DE RESENDE 
Geraldo sem Pavor, afirma o mestre André de Resende, foi nobre cavalheiro em tempo de El-Rei D. Afonso Henrique, e por seus desregramentos, caiu no desagrado de Afonso, e se retirou para o Alentejo, e se alistou no serviço de Ismor, rei infiel, que o ocupou em chefe de ladrões. Este ofício, como diz um compilador, inteiramente degradante, não podia convir por longo tempo á um homem, que na sua mocidade tinha possuído os sentimentos de honra. Geraldo, desejava entrar debaixo das leis do seu legítimo soberano; mas conhecia, que para obter o seu perdão necessitava fazer um importante serviço a ocasião se lhe apresentou e ele a não desprezou.
Évora se achava em poder dos infiéis, e Geraldo começou por ajuntar-se com os seus companheiro», ao fim da largarem tal meio de vida, e entrarem no caminho de honra, e obedecerem ao legítimo rei. Perto da cidade, estava uma antiga torre, quo servia para a vigia dos Mouros, e onde permanecia um, com sua filha, a fim de observarem as correrias dos cristãos. Geraldo foi-se esconder na vizinhança um certo numero de seus companheiros, os quais deviam rapidamente unir-se a um sinal convencionado. Logo que escureceu, ele se encaminhou para a torre, envolto em folhas para não ser percebido, e foi cravando ferros na parede da torre, por onde mansamente foi subindo, até que ganhou a janela. O Mouro naquela noite, tinha encarregado a filha da vigia mas, descuidada, foi surpreendida pelo sono.
Geraldo dentro da torre deita a moça pela janela; vai ao Mouro que dormia, corta-lhe a cabeça e apodera-se das chaves. Descendo e encontrando a Moura ainda viva, corta-lhe também a cabeça, e aparece no meio dos seus companheiros, com as cabeças das vítimas na mão. Vendo que os seus estavam satisfeitos com semelhante evento, lhes comunicou os seus projectos, e os levou para a torre. Acendendo o fogo, segundo costume das sentinelas mouriscas; e a direcção que se lhe deu em o mais alto da torre foi a que servia para indicar o lado em que os cristãos acometiam. Geraldo, dirigindo-se logo o Espinheiro, para onde mandou alguns camaradas, com ordem de não poupar ninguém, viram-se logo a braços com os Mouros que saíram da cidade, e certos do pequeno número de cristãos, os perseguiram em grande corrida. Geraldo apenas viu que os Mouros tinham saído, penetrou por um lado da praça, e degola as guardas e leva a perturbação e o terror á toda a cidade de Évora.
Os Mouros, que partiram pela parte do Espinheiro, certos deste sucesso, voltam á socorrer os seus, acham as portas tomadas e guardadas pelos cristãos; e aqueles que os atraíram á planície executando fielmente as ordens de Geraldo, os atacaram pela retaguarda e os dispersaram. Desesperados os Mouros, e por todos os lados combatidos, abandonam a cidade aos vencedores. Restabelecido o sossego, Geraldo permitiu aos Mouros, que sobreviveram á carnificina, de ficar debaixo de certas condições na cidade, ou de se retirarem,
Informando logo depois a Afonso I o serviço que acabava de fazer, obteve o perdão para si, e para seus companheiros, e Afonso para bem justificar o mérito dos seus serviços, entregou-lhe o governo e guarda da cidade de Évora, até que morreu. Desde o instante em que Geraldo julgou deixar a vida inculta e má, até que expirou, ninguém foi mais fiel e honrado que ele.
        
Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Tráfico Desumano ... até 30 de Novembro


Évora recebe o 2º encontro da Federação Portuguesa de Associações, Centros e Clubes UNESCO




Nos dias 23, 24 e 25 de novembro, Évora irá receber membros de Associações, Centros e Clubes UNESCO das várias regiões do país no decorrer do 2º encontro da Federação Portuguesa de Associações, Centros e Clubes UNESCO, organizado em parceria com o Centro UNESCO Aldeia das Ciências de Évora. O encontro tem como tema a “Cooperação, Partilha e Solidariedade”, o seu principal objetivo é fomentar a colaboração entre as Associações, Centros e Clubes UNESCO e criar uma rede de partilha de informação e experiências.

Na altura em que Évora encerra as comemorações do 25º aniversário como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, recebe este Encontro que conta com as presenças do Presidente da Federação Portuguesa de Associações, Centros e Clubes UNESCO, Jorge Oliveira, a Secretária Executiva da Comissão Nacional da UNESCO, Manuela Galhardo, e o Presidente da Federação Mundial de Associações, Centros e Clubes UNESCO, George Chistophides, na sua primeira vinda a Portugal.

O encontro terá início com uma sessão inaugural, no dia 23, no Palácio D. Manuel, pelas 17 horas, e prosseguirá durante todo o fim-de-semana. Do programa destaca-se a conferência inaugural proferida por George Chistophides, Presidente da Federação Mundial de Associações, Centros e Clubes UNESCO, e o Workshop Cooperação e Dinâmicas entre Organizações numa perspetiva Transfronteiriça dinamizado pela Escuela de Formación de Educadores Carioca e que conta com o patrocínio do EUROACE – Alentejo Centro Extremadura – Juntos construímos o futuro.

Este Encontro conta com a parceria da Comissão Nacional da UNESCO e o apoio dos Municípios de Évora, Portel e Viana do Alentejo bem como de várias empresas da região. 

O Centro UNESCO Aldeia das Ciências promove a educação para as temáticas da água, ambiente e desenvolvimento sustentável e esta é uma boa oportunidade para praticar a coesão e entreajuda entre as Associações Centros e Clubes UNESCO, visto que cada um tem um contexto próprio e uma história diferente. Esta é a ocasião para a partilha de conhecimentos num ambiente dinâmico e interativo.

Parque de Ciência e Tecnologia de Évora ganha verbas




O Presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto D’Oliveira, assistiu ontem à cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento de projetos integrados no Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT), que decorreu na Universidade.

Através de um consórcio com 21 parceiros, o SRTT prevê um investimento total 26,1 milhões de euros no Alentejo e na Lezíria do Tejo, contando com apoios comunitários de 18,8 milhões de euros, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). 

A criação do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo, a localizar em Évora, é uma das vertentes mais importantes do projeto, que engloba também a criação de incubadoras de empresas e a transferência de conhecimento e tecnologia para empresas. A cerimónia contou com a presença do secretário de Estado adjunto da Economia e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

“O Moinho e a Cruz” no Auditório Soror Mariana




“O Moinho e a Cruz”, Lech Majewski
2011 | Suécia/Polónia | 92 min. | M/12 | Drama. 
 Rutger Hauer, Michael York e Charlotte Rampling.
28 de novembro
Auditório Soror Mariana (Rua Diogo Cão, 8)
Sessões às 18:00 e 21:30
 
Em 1564, Peter Bruegel (1525-1569) pintou "Subida ao Calvário", uma representação a óleo em tela com mais de 500 personagens, sob o tema da crucificação de Jesus e as perseguições religiosas em Flandres. Em 1996, mais de 400 anos depois, esse quadro deu origem à monografia "The Mill and the Cross", uma análise exaustiva à obra de Bruegel pelo reconhecido crítico de arte Michael Francis Gibson. Em 2011, o cineasta polaco Lech Majewski, inspirado por ambas as obras e utilizando cenários pintados conjuntamente com as mais recentes técnicas digitais, transporta para o grande ecrã a história de 12 daqueles personagens, num ambiente estilizado como se de um quadro a óleo se tratasse.

Organização do Cineclube da Universidade de Évora | Pátio do Cinema - SOIR Joaquim António d’Aguiar
Apoios: Câmara Municipal de Évora | Universidade de Évora | INATEL | ICA-Instituto do Cinema e do Audiovisual | Secretaria de Estado da Cultura | Federação Portuguesa de Cineclubes | Associação Académica da Universidade de Évora | Rede Alternativa de Exibição Cinematográfica

Évora Perdida no Tempo - Barraca junto à Horta das Laranjeiras


Barraca junto à Horta das Laranjeiras (Rossio de São Brás), por altura da Feira de São João. Esta imagem pertence à colecção do Grupo Pró-Évora, colocada em depósito no Arquivo Fotográfico da CME.


Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1890 dep. -
Legenda Barraca junto à Horta das Laranjeiras
Cota GPE0331 - Propriedade Grupo Pró-Évora

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que andas a fazer? ... em Évora

S. Sebastião da Giesteira “mostra a sua alma”




As boas gentes de S. Sebastião da Giesteira arregaçaram as mangas e no passado fim-de-semana organizaram uma mostra do melhor que se faz nesta freguesia do concelho de Évora, com a gastronomia a ter um papel relevante nestes dois dias denominados “e S. Sebastião da Giesteira aqui tão perto…”

Com o intuito de promover as qualidades artísticas de uns e as potencialidades económicas de outros, o certame tinha como principal objectivo desafiar os forasteiros a “perderem-se” pelas ruas da freguesia e, ao sabor do vento, encontrar uma casa de pasto e aí provar alguns dos mais típicos petiscos regionais ou então cruzar-se com uma padaria e comprar o famoso pão alentejano.

Antes, porém, teve lugar no salão polivalente um Mercado de Aldeia com os giesteirenses a promoverem uma espécie de “feira de actividades económicas” tal era a diversidade da oferta. Do simples artesão de cortiça, aos produtores de vinho, passando pelos doces regionais ou obras de “cake design”, sem esquecer espirituosos licores tudo era possível comprar, incluindo produtos hortícolas.

Mas a iniciativa, promovida pela edilidade juntamente com a junta de freguesia e outros parceiros locais, previu ainda uma visita guiada à Adega da Herdade das Cortiçadas e a alguns monumentos e sítios da região.

Neste aspecto, destaque natural para a ermida consagrada ao santo mártir S. Sebastião. Trata-se, segundo Francisco Bilou, que apresentou de uma forma sucinta a história deste espaço de culto, “de uma igreja simples sem revestimentos de azulejos ou pintura mural, mas com tudo o que é preciso para o culto dos seus paroquianos”.

No exterior, destaque para a presença de um velho zambujeiro que deve ter mais de cinco séculos e que merece uma classificação como monumento natural. Os cerca de 15 visitantes que no sábado aceitaram o desafio e vieram conhecer S. Sebastião da Giesteira tiveram ainda a oportunidade de perceber que esta é a única aldeia de onde é possível ver a Sé Catedral de Évora, apesar da distância.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

CDI e EUROMEDIC promovem convívio científico para uma melhor saúde

Évora Perdida no Tempo - Sala de jogo na antiga sede (?) da SHE


Sala de jogo na antiga sede (?) da SHE, ornamentada por ocasião das Bodas d'Ouro da Sociedade. " entrava-se na sala dos espelhos, que servia de sala de jogo. Pelas paredes e dispostos com muito bom gosto, viam-se dominós, baralhos de cartas, sacos de bichar […], um conjunto difficil em extremo de ruir mas muito bem approveitado." Acta Descriptiva das Bodas d'Ouro da SHE.


Autor Desconhecido/ não identificado
Data 1899 -
Legenda Sala de jogo na antiga sede (?) da SHE
Cota SHE92.2 - Propriedade Sociedade Harmonia Eborense

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Imagens da cidade de Évora

Comemoração do 23º Aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança





Programa

20 de Novembro
Praça do Giraldo

15h – Sessão de Abertura
15h15 – Eborae Mvsica - Coro dos alunos do 6º ano turma F, do ensino articulado da música da Escola da Malagueira, dirigido pelo Professor Pedro Nascimento
15h45 – Artisport, Fundação Salesianos – Aikido, Muay Thai, Hip Hop
16h30 – Associação Pédexumbo – Oficina de Dança

Exposição de trabalhos escolares da EB-2/3 de Santa Clara e jogo alusivo aos direitos da criança dinamizado por formandos do 3º Ano do Curso Profissional de Animador Sociocultural da Escola Secundária Severim de Faria

19 e 20 de Novembro
Loja Ponto Já (IPDJ)

Sessões de sensibilização sobre a Linha Ajuda Internet Segura
Hora: 14h00/18h00
Destinatários: crianças e jovens
Local: Loja Ponto Já (IPDJ), Rua da República 119, Évora
Organização: CPCJ
Apoio: Câmara Municipal de Évora
Parceiros: Agrupamento de Escolas da Malagueira, Agrupamento de Escolas de Santa Clara, Associação Pédexumbo, Direção Regional do Instituto Português do Desporto e Juventude, Eboare Mvsica, Escola Salesiana de Évora, Escola Secundária André de Gouveia, Escola Secundária Severim de Faria


domingo, 18 de novembro de 2012

Ainda a greve em Évora ...

Precisa-se Técnico de Ar Condicionado (M/F) para Évora


A Projesado Dois, Empresa de Trabalho Temporário, Lda, encontra-se a recrutar 

Técnicos de Ar Condicionado, para trabalho na zona de Évora. 


Procuramos Profissionais com o seguinte perfil: 
- Experiência na Função; 
- Com conhecimentos na área de AVAC; 
- Sentido de Responsabilidade; 
- Residência na zona de Évora; 
- Assiduidade. 



Resposta com curriculum vitae para:


ou dirija-se ao nosso escritório para formalizar a sua candidatura: 

R. Mouzinho de Albuquerque nº 3 – Loja 10 (Monte Belo Norte) 
2910-719 Setúbal 

sábado, 17 de novembro de 2012

Lendas sobre Geraldo sem Pavor - Parte 3



LENDA DE GERALDO SEM PAVOR SEGUNDO O FRADE BENTO
    Frade Bento diz que Geraldo era natural da vila de Ferreiros de Tendais ou do concelho e de uma família distinta de apelido Pestana. Jovem bravo e aventureiro, reuniu uns 100 homens, seus conterrâneos e apresentou-se com eles a D. Afonso Henriques e obrou prodígios de valor com a sua gente, pelo que era muito estimado do Rei, que lhe chamava o sem pavor. Porém, matando em desafio, um fidalgo de nome D. Nuno, grande valido de D. Afonso Henriques e temendo a cólera deste, fugiu com a sua gente.
    Como antes de ser um grande soldado, tinha sido um caçador intrépido, sabia que sobre a margem direita do Rio Festança (6 km a ESE do Douro), havia no alto de um monte, um sítio agreste e escabroso, formado um planalto quase inacessível, por estar cercada de altas penedias, tendo no centro um alcantilado rochedo. Sobre ele edificou Geraldo e os seus, um robusto castelo, tão inexpugnável por arte, como terrífico por natureza, e aqui fez o centro das suas operações, que eram, diga-se a verdade, roubar indistintamente, mouros, é cristãos, sendo o terror dos povos da província.                   
    A fama das grandes presas que jazia, atraiu tantos bandidos à sua bandeira, que chegou a ter 526 soldados de cavalaria e grande número de peões, de maneira que fazia a guerra como conquistador e não como salteador. Quem queria estar a salvo das suas rapinas, pagava-lhe anualmente um tributo estipulado. Mas Geraldo era um nobre cavaleiro, não se conformava com esta vida de rapinas e depravações e queria, a todo o custa, obter o perdão do Rei, que temia. Deixou os seus companheiros no castelo e foi só com 5 à cidade de Évora. Aí, falando com o alcaide-mor, disse muito mal de D. Afonso Henriques e prometeu ajudar os mouros a derrotá-lo.
 O alcaide ficou muito satisfeito e convidou Geraldo a passar dois dias consigo, o que este aproveitou para examinar a fortaleza e fazer namoro a filha do alcaide.
    Voltando ao seu castelo, disse aos seus soldados que se preparassem para uma grande façanha, ao serviço do Rei, de Deus e da Pátria, mas sem lhes dizer qual. Prometeu-lhes o perdão do Rei e ainda honras e terras.
 Todos concordaram e ele mandou armar e prover de mantimentos para vários dias.
    Ao anoitecer saíram do castelo, seguindo viagem a caminho de Évora.
    Caminhavam de noite e escondiam-se de dia. A dois quilómetros de Évora mandou cortar trancas, revelando-lhes então o seu intento.
    Dirigiu-se só à cidade, coberto de ramos verdes para não ser visto e assim se aproximou da Torre de Atalaia, onde estava de sentinela um mouro e sua filha.
    Como não tinha escada para subir, foi espetando ferros e lanças nas juntas das pedras, subiu até à janela onde estava a moura e lançou-a abaixo da torre, degolando em seguida o mouro que ainda dormia. Levou as cabeças dos dois vigias aos seus soldados em sinal de bom anúncio. Voltou depois com os seus homens a investir contra a cidade, lançou fogo à Torre de Atalaia, para atrair aí as forças mouriscas, que, na precipitação, deixaram as portas da cidade abertas.
    Geraldo entrou nelas com os seus homens e trancou as portas com as trancas que mandara cortar, tomando assim a cidade em seu poder.

Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Cinema no Auditório Soror Mariana



“4:44 Último Dia na Terra”, de Abel Ferrara
2011 | Suíça/EUA/França | | 85 min. | M/16 | Drama/Ficção Científica. Com: Willem Dafoe, Shanyn Leigh e Natasha Lyonne
21 de novembro
Auditório Soror Mariana (Rua Diogo Cão, 8)
Sessões às 18:00 e 21:30
 
Cisco e Skye são um apaixonado casal nova-iorquino, com mil e um projetos pela frente. Hoje vivem ambos o penúltimo dia das suas vidas, pois às 4h44 da próxima madrugada todo o planeta Terra vai colapsar. O que eles - e os outros sete mil milhões de seres humanos - estão à espera durante as próximas horas é a extinção total da vida no planeta. Com o peso desta informação e conscientes de que nada há que possam fazer para o evitar, terão de viver o pouco tempo que lhes resta e encontrar uma maneira de lidar com o significado de tudo isso...

Organização: Cineclube da Universidade de Évora | Pátio do Cinema - SOIR Joaquim António d’Aguiar
Apoios: Câmara Municipal de Évora | Universidade de Évora | INATEL | ICA-Instituto do Cinema e do Audiovisual | Secretaria de Estado da Cultura | Federação Portuguesa de Cineclubes | Associação Académica da Universidade de Évora | Rede Alternativa de Exibição Cinematográfica

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Évora Perdida no Tempo - Igreja de São Francisco


Igreja de São Francisco, vendo-se, ainda, parte do antigo convento (em demolição)

Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1895 dep. - 1940 ant.
Legenda Igreja de São Francisco
Cota CME0277 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Crónicas reunidas em Livro - The New York Times “visita” Évora



Crónicas reunidas em Livro
The New York Times “visita” Évora


Alguns dos mais emblemáticos locais históricos de Évora bem como unidades hoteleiras, de restauração ou comerciais, foram alvo da visita do “The New York Times” que através de uma coluna publicada semanalmente e que visa dar a conhecer locais do mundo de visita obrigatória, promove a nossa cidade bem como empresas, instituições e/ou estabelecimentos.

No artigo sobre Évora, da autoria de Andrew Ferren, para além de uma superficial apresentação histórica da cidade, o articulista faz referências à Tasquinha D’Oliveira, D. Joaquim, Adega da Cartuxa, Herdade Coelheiros, Mont’sobro, Loja Atelier 73 Évora INN – Chiado Design e Convento do Espinheiro.

A proposta de visita a Évora, que pode ser lida neste endereço da internet http://travel.nytimes.com/2011/06/26/travel/from-lisbon-a-visit-to-evora-overnighter.html?pagewanted=all&_r=1& faz, entretanto, parte do livro “36 Hours – 125 Weekends in Europe”, que convida à descoberta de uma nova Europa, destacando a cultura, história, gastronomia, arte, estilo e arquitetura de cada local, editado pela TASCHEN. O livro foi posto á venda no passado dia 1 de Novembro.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Évora Perdida no Tempo - Claustro do Seminário Maior


Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1940 - 1960
Legenda Claustro do Seminário Maior
Cota CME0007 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

"Os Caricas" na Arena d'Évora




És fã da Clarinha, da Pipa, do Matias e do Pedro? Então, não vais querer faltar ao espetáculo "Panda e os Caricas, o Musical".
Vamos desvendar um pouco o que se vai passar. Em palco, será recriado o Bairro do Panda - um espaço incrível onde tudo acontece e onde as histórias serão contadas através de canções coloridas, mágicas e divertidas. Só há uma palavra de ordem no Bairro do Panda. Consegues adivinhar qual é? Brincar!

Da "Dança do Arco" ao "Baile Olímpico", imitar a "Taça" ou saltar com o "Elefante", tudo é possível no Bairro do Panda".

Évora: 22 de dezembro - 11:00 e 15:00
Os bilhetes já estão à venda nos locais habituais. 

Vou ou não vou esta noite ao Teatro?



A dramaturgia de Karl Valentin integrou um movimento anti-racional claramente contra a guerra e os padrões estabelecidos para a sua época.
 Um teatro que se opõe a qualquer tipo de equilíbrio que combina o pessimismo irónico e a ingenuidade radical. Um teatro que enfatiza o ilógico e o absurdo e que apesar da sua aparente falta de sentido tem como estratégia principal denunciar e escandalizar.
 Uma aposta numa dramaturgia que continua a fazer todo o sentido nesta Europa, também hoje caótica, em que a insistência na falta de lógica e na gratuitidade dos acontecimentos deixa de ser um absurdo e passa a funcionar como um espelho crítico de uma realidade incomoda.
 Um jogo em redor das palavras com um humor verdadeiramente desconcertante.  
  
Autor: Karl Valentin
Encenação: José Russo
Cenografia e Figurinos: Inês de Carvalho assistida por Helena Calvet
Interpretação: José Russo, Maria Marrafa e Rui Nuno
Música: André Penas
Desenho de Luz e Direcção Técnica: António Rebocho
Construção e Montagem de Cenário: Tomé Baixinho, Tomé Antas e Paulo Carocho
Confecção de Guarda-Roupa: Vicência Moreira
Produção: Miguel Cintra
Secretariado: Ana Dominguinhos
Fotografia: Paulo Nuno Silva
Design Gráfico: Milideias Comunicação Visual Ldª

Estreia em Évora, dia 15 de Novembro, no Teatro Garcia de Resende
Em cena até 9 de Dezembro, de quarta a sábado às 21h30, domingo às 16h00




domingo, 11 de novembro de 2012

Precisa-se Professor(a) Para Explicolândia Évora


O Centro de Estudos A EXPLICOLANDIA está a recrutar colaboradores para o seu serviço de Apoio Pedagógico para o ano lectivo 2012/2013. 

Area de Ensino: 
- Inglês (Nível B1) 

Local de Trabalho 
- Évora (Explicolândia - Centro de Estudos) 

Perfil do candidato: 
- Professores ou licenciados na área 
- Forte sentido de responsabilidade 
- Capacidade de comunicação e motivação dos alunos 
- Conhecimento dos actuais programas escolares 
- Acompanhamento dos alunos até final do ano lectivo 
- Regime de prestação de serviços 

Inicio: 
- Novembro de 2012 

Oferecemos: 
- Colaboração num projecto educativo ambicioso e em expansão contínua 
- Remuneração de acordo com a experiência e objectivos alcançados 
- Excelente ambiente de trabalho 

Os candidatos deverão enviar o Currículo Vitae (com foto) e Carta de Apresentação para o email


 indicando: 
- Local de Trabalho 
- Disponibilidade de horário 
- Preço/hora 

Oferecemos: 
- Colaboração num projecto educativo ambicioso e em expansão 
- Remuneração de acordo com a experiência e grau de profissionalismo 

Para mais informações poderá consultar o site em www.explicolandia.com 

Procura-se formador com especialização em Igualdade de Género


Procura-se formador com experiência (factor preferencial) em formação em Igualdade de Género. 

A formação será no distrito de Évora. 

As candidaturas deverão ser acompanhadas de C.V., digitalização do Cartão do Cidadão/BI, certificado de habilitações e do curso especialização em Igualdade de Género. 

Preferencialmente por via electrónica para o email

bruno.castela@partnerhotel.net

sábado, 10 de novembro de 2012

Lendas sobre Geraldo sem Pavor - Parte 2



A CONQUISTA DE ÉVORA 
   Geraldo Sem Pavor escolheu cinco dos seus companheiros mais íntimos e mais fiéis, e com eles partiu para Évora, que, nessa data, se encontrava bem segura nas mãos dos Mouros.
   Apresentando-se às portas da cidade e revelando provavelmente quem era, Sem Pavor declarou precisar de falar em particular com o alcaide mouro. Passo temerário o seu, porque Geraldes, se era execrado pêlos cristãos, vítimas das suas tropelias sangrentas e das suas pilhagens audaciosas não o era menos pelos Sarracenos, em quem as suas investidas de surpresa, os seus saques vorazes e as suas cruentas chacinas haviam criado uma ânsia de represália que nunca puderam saciar-se, porque ele forte e matreiro, sempre pudera repelir ou furtar-se aos seus golpes vingadores. Óptimo ensejo aquele o que se oferecia ao alcaide islamita para se desforrar de tão odiado inimigo, cortando-lhe cerce a cabeça.
E Geraldo Geraldes bem sabia o risco que corria mas não o receava, justificando bem o seu apodo de Sem Pavor.
   Homem prudente e não menos ardiloso, o alcaide teria pensado que, antes de aprisioná-lo e provavelmente matá-lo, conviria ouvi-lo. Recebeu-o com a peculiar cortesia árabe, à qual a cortesia europeia muito ma ficar devendo. Geraldes apresentava-se como amigo, e como amigo o acolheu o chefe sarraceno. Em jeito de confidência, queixou-se o Português amargamente das arrelias e transtornos que lhe causava o ódio de Ibn-Errik, o monarca lusitano, que não desejava senão prende-lo e puni-lo com a morte; enumerou-lhe as forças que dispunha, talvez exagerando-as, e acenou-lhe com a possibilidade de essas forças entrarem como aliadas ao serviço dos Sarracenos, se ele, alcaide, o ajudasse a vigar-se do odioso rei Cristão. Geraldo afirmou, sem que o Mouro o duvidasse, que só poderia viver tranquilo depois de D. Afonso ter desaparecido deste Mundo.
       O muçulmano arrebitou a orelha muito interessado. A declaração parecia-lhe aliciante e convincente. Ele não ignorava que a numerosa tropa do proscrito fazia falta a Afonso Henriques para guerrear os muçulmanos. Poderia aprisionar o chefe que tão imprudente viera se meter na boca do lobo; mas, que proveito iria tirar dessa traiçãozinha? Pouco ou nenhum. Lá longe, no seu castelo, ficara um aguerrido exército de desesperados que matavam e pilhavam para sobreviver. Se lhes matasse o chefe, esses homens só teriam dois caminhos a seguir: ou nomear novo cabecilha e prosseguir em seus desmanchos ou submeter-se ao rei, que lhes concedia magnânimo perdão e com eles engrossaria as suas fileiras já tão poderosas. De qualquer das formas, o prejuízo seria dos Mouros. Não, a politica inteligente era captar as simpatias de Geraldo, tão temido como admirado entre os povos árabes, e, robustecido com esse valioso reforço, atacar e talvez exterminar o rei Afonso.
       Cercado de todas as honras, alvo das maiores deferências, Geraldo Sem Pavor permaneceu dois dias em Évora, como hóspede do alcaide. Percorrendo a cidade e o castelo na amável companhia do anfitrião árabe, o manhoso cavaleiro não deixou de observar minuciosamente as obras de defesa da robusta praça. Não lhe custou muito convencer o Mouro de, com o seu auxílio, atrair Afonso Henriques a uma cilada e mata-lo. Os olhos do alcaide luziram ante o sedutor projecto, que não lhe parecia inviável, se fosse executado por aquele aventureiro tão poderoso que ate lograra construir um castelo e manter a sua independência no território de um rei tão sanhudo e aguerrido que conseguira arremessar os Mouros para alem o Tejo e já ameaçava vastas regiões do sul.
      Ao cabo de dois dias de conversações, os planos achavam-se concluídos e firmado um pacto entre o cristão e o maometano. Ia dar-se começo à execução desses grandes projectos. Geraldo Geraldes retirava-se como importante potentado, solenemente acompanhado pelo alcaide ate fora das portas da cidade. O Mouro já antegozava o dia em que pudesse haver às mãos Ibn- Errik, o monarca português. Ala era grande, Maomé o seu profeta e ele, alcaide, servindo-os com tanta argúcia, bem podia ir contando com um lugar privilegiado nos deliciosos jardins do Paraíso muçulmano, onde não lhe faltariam odaliscas Formosas, tangendo brandamente seus pandeiros de ouro.
      Geraldo Sem Pavor regressou ao seu castelo e falou de novo à sua tropa. Reprimindo o seu contentamento, revelou, insistindo, que iam entrar numa acção tão grandiosa que o soberano não hesitaria em conceder-lhes generoso perdão, cumulando-os de honrarias e doando-lhes terras.
      Com seu intrépido chefe na vanguarda, armados e municiados para dois dias, saíram os réprobos do castelo, ao cair das primeiras sombras nocturnas. Era em fins de Novembro de 1166. Caminharam à socapa durante toda a noite; ocultaram-se, ao amanhecer, para prosseguirem na noite imediata. E só se detiveram, em plena escuridão, a uns dois quilómetros de Évora.
      Depois de lhes revelar as suas intenções, aí os deixou Geraldes dissimulados nas treva, recomendando-lhes o máximo silêncio. E dirigindo-se sozinho para a cidade. Pelo trajecto. Colheu uns ramos de árvore, com os quais se encobriu, e foi avançando cautelosamente, para que as sentinelas sarracenas não se apercebessem da sua aproximação. Era, porém, escusada tanta prudência, porque os vigias, iludidos por uma aparente e ociosa paz, dormiam a sono solto. Assim, pôde Geraldo abeirar-se da torre da atalaia, sem ser pressentido.
      Mas essa torre era construída de maneira muito especial, que tornava por assim dizer impossível a sua tomada. Não possuía porta; apenas lá no alto se abria uma janela, que constituía simultaneamente a entrada e o mirante, de onde se podia esquadrinhar com o olhar toda a planura em redor. Subia-se a essa alta entrada por uma escada de corda, que se recolhia, logo que a sentinela se instalava, cortando a ligação com o exterior.
      A falta da porta não representava dificuldade insuperável para Geraldo Geraldes. Contara com ela e estudara a maneira de vencê-la. Usou então o expediente de entalar o couto da sua lança e um ramo de árvore nos interstícios do muro, formando assim degraus, que ia retirando e colocando mais altos, consoante acabava de os utilizar. Trepou sorrateira e lentamente, até atingir a janela de acesso ao aposento do guarda.
      Apenas se encontravam ali o soldado mouro e uma sua filha, que dormiam regaladamente. Deslizando sem rumor, Geraldes agarrou a rapariga e, antes que ela tivesse tempo de soltar um ai, arremessou-a pela janela, vindo o frágil corpo despedaçar-se em baixo, no duro lajedo. E, com rapidez fulminante, decepou a cabeça da sentinela. Sempre silencioso, desceu pelo mesmo processo por que subira e foi juntar-se aos companheiros, levando-lhes, como troféu, a cabeça das suas vítimas. Aqueles sinistros despojos provavam com terrível eloquência que o caminho estava desimpedido. Évora dormia sem cuidados e sem sentinelas. Mas ainda havia as sólidas portas bem fechadas e trancadas. Era preciso abri-las.
     Então, dentre a sua gente, escolheu Sem Pavor cento e vinte cavaleiros e mandou-os esperar no local onde hoje se encontra o convento do Espinheiro com ordem de por ali se conservarem até ouvirem alvoroço e gritos na cidade. E, desta vez mais afoito de novo subiu o audaz cavaleiro à torre da fortificação, onde acendeu uma fogueira, que ele sabia ser o sinal convencionado pelos Árabes para os advertir de que os cristãos estavam a atacar a cidade naquele ponto. Antes, porém, de o alarme se generalizar entre os habitantes, já o aventureiro se tinha retirado apressadamente da torre e ocultado nas vizinhanças, protegido pela noite.
      Caindo na esparrela e reunindo precipitadamente todos os homens de armas disponíveis, saiu o alcaide em ruidoso tropel da cidade, dirigindo-se a galope para a torre da atalaia que supunha atacada. Na sua boa fé nem sequer achou necessário fechar as portas à sua retaguarda. Foi então que Geraldo Geraldes à frente do seu bando e protegido pelas trevas, entrou de escantilhão pela cidade, matou quantos ainda tiveram a veleidade de se lhes opor e trancou logo as portas deixando fora das muralhas o alcaide mouro e os seus homens desamparados, burlados, depois de perderem infantilmente a grande fortaleza que barrava aos Portugueses o caminho do sul.
    Senhor da cidade, bem protegido pêlos altos muros Sem Pavor concedeu logo aos seus companheiros, em adiantamento dos chorudos prémios prometidos a liberdade de saque. A cidade era uma das mais ricas da Península. Nunca aqueles homens rudes tiveram ao seu alcance povoação tão vasta e bem abastecida para e bem abastecida para pilhar. Caíram sobre as riquezas como bando de vorazes gafanhotos sobre uma seara e limparam tudo.
     Sempre habilidoso, Sem Pavor, uma vez de posse do formidável ponto estratégico há tanto tempo cobiçado pelo monarca, remetia-lhe humildemente um quinto do valor do saque, como era de uso naqueles tempos, seus homens, e suplicando-lhe que mandasse ocupar a cidade que conquistara para oferecer.
      Facilmente se calcula a satisfação do soberano. Perdoou de boa mente a Geraldo Sem Pavor e aos proscritos que fielmente o acompanhavam. Fez-lhe muitas mercês e nomeou-o alcaide-mor de Évora, porque ninguém melhor do que o aventureiro, que tão ardilosamente a tomara, a poderia agora defender, em nome de el-rei de Portugal.
       O facto teve grande importância, porque permitiu ao rei de Portugal lançar-se mais afoitamente para o sul, alargando os seus domínios, como tanto ambicionava. E as circunstancias da política interna de Marrocos também lhe favoreceram os intentos. Abd-el-Mumen o terrível emir, que lhe infligira a mais pesada derrota da sua fulgurante carreira de batalhador, falecera em Salé, em 1163. Como de costume em regimes feudais tanto entre muçulmanos como entre cristãos, sempre que um monarca desaparecia, as paixões e rivalidades latentes reacendiam-se entre os pretendentes ao mando supremo. Iussof-Abu-Iacub, que sucedera a Abd-el-Mumen, encontrando-se na Península, teve de partir a toda a pressa para a África, a fim de reprimir violentas revoltas dos irmãos e outros magnatas que lhe queriam ocupar o trono. Excelente oportunidade essa para D. Afonso Henriques se desforrar dos desaires sofridos e levar o seu domínio o mais longe possível.
       Com o ímpeto e a rapidez peculiares dos seus movimentos guerreiros, o monarca penetrou com suas poderosas hostes mais profundamente no território sarraceno. Ainda em 1166, Moura, Serpa e Alconchel como castelos de cartas sob um brusco sopro, caíram em seu poder e, posteriormente, Truxilo e Cáceres sofrem o mesmo destino. Em dois anos o rei de Portugal apodera-se do melhor bocado do Al-Gharb muçulmano. O império islamita do ocidente da Península desmoronava-se irresistivelmente. A gente de Mafoma sentia-se incapaz de deter o avanço português.
     Embriagado por estas vitórias, D. Afonso já não pode dominar a força cega das suas ambições e quis também apoderar-se de Badajoz, cidade que, pela sua riqueza, o fascinava tanto como o seduzira Évora anteriormente. Cometeu então um erro político que por pouco, lhe não foi fatal. Mas, esse passo precipitado que, visto na perspectiva do tempo, nos mostra o remate da sua carreira de guerreiro extraordinário marca simultaneamente o início da última fase da sua existência que merece ser detidamente narrada.

Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net

Évora Perdida no Tempo - Fachada da Igreja da Cartuxa


Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1910 - 1940
Legenda Fachada da Igreja da Cartuxa
Cota CME0297 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME