domingo, 26 de março de 2017

Capela de S.José de Peramanca


Esta situada na berma da Est. Nac. 114, a c.ª de 5 km. da cidade. Não é anterior ao 1.° quartel do séc. XVII e foi construída em terras realengas onde, durante centúrias se havia experimentado, com frutos celebrizados o vinho de Peramanca, que é citado nas crónicas quinhentistas e se exportava, largamente, nas esquadras portuguesas em demanda das terras ultramarinas. No reinado de D. João V, a quinta de S. José era habitada por uma família nobre de Évora, os Abemos, aos quais se podem com verosimilhança atribuir a reconstrução da actual casa solarenga, feita no espírito da arquitectura civil barroca, onde existem influências comuns ao estilo do Norte do País, pelo menos na abundância e ornamentação das cantarias. 

O paço rural, embora de grande comodidade, pouco conserva de mérito arqueológico, abstraindo o conjunto exterior, com seu portado de fogaréus estilizados, modernos, e contíguo poço de velha armação de ferro forjado, em silhueta muito pitoresca, além de uma bela fonte de mármore, situada no centro do pátio, constituída por taça de desenho rombóide, de nítidos contornos barrocos, centrada por quatro golfinhos entrelaçados. É obra dos meados do séc. XVIII. A capela, que está voltada ao lado norte, é antecedida por escadório e adro de pilastras defendidos com pináculos alongados, de granito escuro. De severa frontaria, reformada no ano de 1876, de interessante, embora rude perspectiva, ostenta na empena opulenta pedra de armas, marmórea, da arte rococó, contendo seis quartéis, dos Meneses, Marqueses de Marialva e dos Neivas - Ribeiros, naturalmente últimos donatários titulares da propriedade. 

O campanário, de granito e com frontão de enrolamento, ladeia o beiral. Toda esta frente foi beneficiada, em grande escala, no período correspondente àquela data. Compõe-se o templete de nave e capela-mor, de planta rectangular, cobertas por tectos de arcos semicirculares, de alvenaria, sendo esta revestida de caixotões geométricos, em relevo, policromos, de bom desenho e aquela com os frescos da Exaltação da Igreja, em pujante alegoria novecentista. O retábulo, que atinge a sanca, é concebido no estilo clássico-barroco de transição dos princípios do séc. XVII e está revestido de colunata coríntia e frontão de volutas de enrolamento, de talhas douradas. No corpo central, aberto em pórtico, venera-se a imagem do padroeiro, de madeira estofada, coeva da reformação da capela (séc. XVIII) e, na mesa, existem duas curiosas esculturas populares, Santo António e o Senhor da Cana Verde, esta de terracota colorida. Cinco pequenas pinturas sobre tela, de execução medíocre, compõem o altar e representam: N.ª S.ª do Carmo, S. Miguel, S. Francisco de Assis e Santa Teresa de Ávila. (?) 

BIBL. Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 65-66. 

sexta-feira, 24 de março de 2017

Camoeira


O solar, sito na herdade do mesmo nome, em vínculo que nos começos do actual século ainda estava na casa dos Noronhas Camões de Albuquerque Moniz e Sousa, Condes de Angeja e agora pertence ao dr. Caetano Macedo, foi instituído como cabeça de morgadio rural nos princípios do séc. XV, por Gonçalo Vaz de Camões, fidalgo eborense, e sua esposa D. Constança Fonseca, na pessoa do filho primogénito António Vaz de Camões, tio-avô do imortal épico Luís de Camões. 

Desconhece-se a época exacta da fundação da casa de campo, que exame de arquitectura denuncia primórdios da época manuelina, devendo a sua responsabilidade cair na pessoa do III morgado, António Vaz de Camões, matrimoniado com D. Isabel de Castro. Fica o paço situado a cerca de 15 quilómetros da cidade, na margem direita do rio Xarrama, muito próximo da antiga via militar romana que de Évora seguia para Beja, segundo o itinerário do Imperador Antonino Pio, e a sua comunicação faz-se pela Estrada Nacional 254 (troço Évora-Aguiar). 

O edifício, levantado num cômoro de pouca elevação, pelado de arvoredo, sofreu muito com o ciclone de Fevereiro de 1941 e foi reparado sem afectamento da sua estrutura original. É constituído por duas partes perfeitamente distintas que se completam; torre velha, manuelina, com dois andares e terraço que podia ter sido cortinado de ameias; e o corpo térreo, contrafortado e de meias torres quadradas, saliente, que abraça os lados ocidental e sul da construção. 

Aquela, que possui aberturas rectangulares apenas nas faces principal e no extradorso, para os destruídos jardins e cerca murada, é rematada por friso emoldurado, com chaminé, balcão de três modilhões de matacães, já renascentista e torrinha cilíndrica de coruchéu cónico, que remata o eirado da escada helicoidal constituída por 54 degraus de granito. A primitiva portada de acesso, em calcário, fica ao lado de fresta cruciforme, elemento que, com a máscara antropomórfica, de pedra, servindo de mísula da mesma escadaria, constituem fragmentos ornamentais remotos e do espírito gótico. 

De interesse construtivo, no mesmo corpo, apenas subsiste o salão nobre, com abóbada de dois tramos artesonados, de alvenaria e de aresta viva; as dependências superiores foram restauradas depois de 1904, pois as coberturas encontravam-se completamente destruídas naquele ano. De elegante desenho é a janela de mármore, de molduras clássicas, chanfradas, que ilumina a fachada axial. A outra parte do solar, que tem algumas frestas e varanda corrida, de tijoleiras, para a qual se comunica por escada cocleada, parece ser posterior mas ainda do reinado de D. João III. 

Compõe-se, apenas, de duas vastas salas de três tramos com abóbada de nervuras apoiadas em represas de granito, decoradas por vieiras e outros atributos artísticos. O salão de entrada (lado oeste), o mais cuidado como obra de arquitectura, mede de comp. 11,20 e de larg. 4.45 m. Altura e largura da torre manuelina: 11,80 x 11,15 m, respectivamente. 

No leito do Xarrama, c.ª de 800 metros a montante da desaparecida ponte do Porto da Calçadinha e a 1,5 km da torre, noutro porto denominado da Camoeira (que serve o caminho de Aguiar-Torre da Comoeira) existe, por terra, inamovível uma monumental coluna de granito para ali conduzida na intenção de servir de poldra. 

Admite-se que pertenceu à estrada legionária Imperial, de Adriano (117-138 da era de Cristo), chamada dos Diabos e tem, de comprimento, solidária com a base, 2,40 m. Conserva inscrição na face voltada ao solo que dificilmente se lê: V / VSO / FEL / XIV/PP / FEC / Na área existem fragmentos de outros fustes miliários romanos.

BIBL. António F. Barata, Évora e seus Arredores 1904; Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 142-143; Mário Saa, As grandes vias da Lusitânia, 1963, t. IV, (L. XII), págs. 338-340. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Biblioteca Pública (Antigo Colégio dos Meninos do Coro da Sé e Celeiro dos Bispos)


Neste sítio funcionou, em tempos remotos e com função sagrada a Catedral, enquanto duraram as obras deste monumento e, mais tarde, de licença episcopal os Paços do Concelho, com casa própria de audiências, alpendre e crasta, dos fins do séc. XIV ao ano de 1517, data de inauguração no novo edifício municipal da Praça do Geraldo, levantado com subsídios do rei D. Manuel. Após esta mudança, ainda se utilizaram dele o Tribunal da Relação, no governo do prelado D. Afonso de Portugal e o Colégio dos Moços do Coro da Sé, em tempos do cardeal-infante D. Henrique, até ruína total do corpo nobre que se refez, somente, a instâncias do Governador do Arcebispado, D. fr. Luís de Sousa, bispo eleito do Porto, em 1656. Todavia, no piso térreo da banda meridional funcionou, até meados do séc. XIX, o Celeiro dos Arcebispos, vasta dependência que, acrescida de outras mais modernas serviu, algumas décadas, de Secção Arqueológica, núcleo reunido pelo dr. Augusto Filipe Simões e transferido em 1940 para o Museu Regional. 

A Biblioteca Pública de Évora, das mais notáveis do país, foi fundada no ano de 1805 pelo eminente arcebispo D. fr. Manuel do Cenáculo Vilas Boas. Possui para cima de 500 000 mss., 250 000 volumes impressos, dos quais 8 000 reservados e 500 incunábulos, com obras raríssimas e únicas no Mundo, além de 7 000 espécies de títulos de revistas, boletins e jornais antigos e modernos. O aspecto exterior do edifício é mantido pelas linhas gerais da reconstrução seiscentista de D. Fr. Luís de Sousa, com pavilhão rectangular de fachada voltada ao ocidente, aberta em janelas graníticas, de vergas direitas, certamente modificadas, sobretudo as do rés-do-chão. A cobertura, de quatro águas e de vertente muito acentuadas foi, infelizmente, rematada com telha de marselha em épocas recentes, o que descaracteriza a silhueta do imóvel. Os cunhais, são de granito aparelhado, em blocos irregulares e friso de beiral ornamentado com triglifos e métopas, de estuque, copiado do vizinho Convento de S. João Evangelista. As janelas, com cimalhas e frontões duplos, sem retorno, são defendidas por grades de ferro forjado, em desenho de liras estilizadas terminadas com granadas, ainda dentro do espírito da arte rococó, segundo arranjo da época de D. Fr. Manuel do Cenáculo (c.ª de 1805). 

O passadiço que fecha o ângulo recto do edifício e comunicava com o Paço Arquiepiscopal foi começado em Dezembro de 1666 por empreitada de mestre Paulo Rodrigues. É aberto em arco ligeiramente abatido, de aduelas de pedra e está, no corpo interno, decorado por composições pintadas a óleo, representando figuras doutoras da Igreja, autenticadas pelo brasão do fundador da Biblioteca. O átrio, salas Cenáculo e Botelho de Lima e escadaria, de mármore branco, foram remodelados estruturalmente durante a direcção operosa do Bibliotecário dr. Filipe Simões, com remate no ano de 1877, que, também, beneficiou o andar nobre, cuja sala maior, a da Leitura Geral, conserva a estrutura arquitectónica que lhe imprimiu o antístite fundador. 

É coberta com tecto de meio canhão, onde existiram pinturas murais, que se perderam: as paredes estão completamente rodeadas de estantes de madeira, de alto a baixo, com preciosas obras impressas, dos sécs. XVII-XVIII. Ambos os topos estão compostos por telas pintadas a óleos, emolduradas em talha dourada e envolvidas com ornatos vegetalistas e de óvulos, sendo a mais antiga, com armorial da Casa Real Portuguesa, uma cópia de quadro italiano de Trevisani, representando o busto da Virgem, feito pela princesa D. Maria Benedita de Bragança, filha de D. Maria I e fundadora do Hospital Militar de Runa. Está sobrepujada pela legenda latina: SEDES SAPIENTIAE. No extradorso, em vestíbulo adornado pelas figuras parietais dos quatro Evangelistas, de grandes proporções feitas em 1805 pelo pintor Matias José de Castro (tapados por estantes e livros), existe um portal apilastrado, ao gosto neoclássico, de madeira guarnecida e tímpano de inscrição comemorativa, em latim, que diz: JESV. CHRISTO.FILIO.DEI VIVI LVMINI.INDEFICIENTI. AD.MENTEM.BENE.COLLOCANDAM RELIGIONEM.ASSERENDAM DOMVM.LITERARIAM CVM.VOTO.PERENNITATIS FR.EMM.ARCH.EBOREN OCT.KAL.APRIL.AN.DOM.MDCCCV. 

No topo norte da Sala de Leitura, em tamanho natural, vê-se o retrato do eminente Cenáculo, do pintor português Isaías Newton, executado em 1872 segundo o original da Galeria da Catedral. Todos estes trabalhos de pintura, de execução inferior, têm pouco interesse artístico. Mais curioso e certamente coetâneo é o quadro de busto do mesmo prelado, atribuído a António Joaquim Padrão, que se guarda na Sala Cenáculo. Mede: Alt. 0,65 x larg. 0,48 m. 

Na Sala Nova existem, ainda, os seguintes retratos pintados a óleo, que são apenas documentos para uma iconografia da Casa Real Portuguesa da Dinastia de Bragança: D. Luís (1896) e D. Carlos (1899), de Marini; D. Luís Filipe e D. Manuel II, de Júlio A. César da Silva (1908). Do edifício primitivo apenas subsistiu o portal de arco quebrado em cantaria aparelhada, da Domus Municipalis, sito no corpo térreo e assente em degraus de pedra, composto de meias colunas com capitéis de ornamentos florais e de ábacos emoldurados, onde repousam três arquivoltas de perfis salientes e reentrantes. Bom exemplar do estilo gótico, de características medievais, está sobrepujado pelo escudo marmóreo, de armas do reino, da época de D. Afonso V ou de D. João II, formado por cinco escudetes postos em cruz, com bordadura carregada de dez castelos. O celeiro propriamente dito no seu aspecto actual, é salão muito posterior, de planta rectangular, com três naves e quatro tramos de pilares de secção poligonal, decorados por capitéis de granito, lisos. A abóbada é de barrete de clérigo dividida em arcos redondos, de alvenaria. 

Informação retirada daqui

segunda-feira, 20 de março de 2017

Aqueduto da Água de Prata


A gloriosa obra deveu-se ao rei D. João III e teve começo pouco depois de 1531, ano em que a côrte do Piedoso se fixou na capital do Alentejo com demora de quase urna década. Dirigiu os estudos técnicos, seu levantamento em planta e construção definitiva, segundo Regimento aprovado ulteriormente na regência da Rainha D. Catarina de Áustria, o arquitecto-mor da Comarca Francisco de Arruda, que provara a sua alta competência ao erguer o famoso Cano da Amoreira, em Eivas, em concorrência com os maiores mestres de pedraria do País, como se conclui da lição do escritor coetâneo João de Barres, que diz na Gramática da Língua Portuguesa, publicada em 1540: El-Rei (D. João III) mandou buscar os melhores officiaes de pedraria, que havia no reino.

A nobreza portuguesa avaliando a excepcional importância do melhoramento público desejou, unanimemente, cooperar nele e, em finta ou renuncia dos assentamentos e tenças outorgados pelo erário régio, consentiu no desconto dos réditos do ano de 1534, que atingiu a vultuosíssima soma de 691 640 reais, importância que foi entregue a Duarte Moniz, recebedor da obra do aqueduto, segundo diploma da chancelaria datado de 12 de Julho de 1535. A inauguração do aqueduto teve efeito na tarde de 28 de Março de 1537, com lançamento das primeiras águas através das bocas dos leões de mármore, do primitivo chafariz da Praça do Geraldo, que ficava sotoposto ao arco triunfal romano e se perdeu, comumente à célebre obra do período clássico, que o arquitecto Afonso Álvares destruiu em 1570 obedecendo a ordens do cardeal-infante D. Henrique.

Assistiu à cerimónia, que foi esplendorosa, em tribuna expressamente armada no local, o rei e a rainha de Portugal, o Senado e toda a corte. O acto terminou, no sítio, com uma movimentada corrida de toiros promovida pelos mercadores do povo. Nos assédios de 1663 o imóvel foi atingido gravemente pela artilharia na sua estrutura na confluência do Forte de St.º António e a consolidação morosa, sob assistência do provedor João da Cunha, teve fim no ano de 1670, cuja data existe sotoposta a cruz gravada no reboco de arco mestre, junto do parapeito leste da mesma obra militar. Vultuosa reconstrução e limpeza, sob assistência do eng. Adriano da Silva Monteiro e cooperação financeira da Câmara e Direcção das Obras Públicas, se efectuou entre 1873-79, no montante de 24 630$75, na zona compreendida entre Metrogos e as caixas de água do sopé de S. Bento, que cobria a extensão de 17 002 m, 952 mm. A obra teve como empreiteiro-construtor José da Rosa e capataz-pedreiro Manuel de Melo.

Na década de 1890, sendo presidente do Município o Dr. Francisco Barahona Fragoso, o cano sofreu notável melhoria e foi coberto na sua quase totalidade. Nos últimos tempos tem sido, periodicamente, beneficiado pelos Serviços Municipalizados da Câmara de Évora. Principia o aqueduto nas nascentes ou minas da Graça do Divor, a 18 310 metros de distância dos muros quatrocentistas da cidade e a sua condução, que se faz por gravidade em tubagem subterrânea, ultimamente melhorada, é assinalada, poço a poço, na região original e em grande parte do percurso, por torrinhas de alvenaria de secção circular, que imprimem à zona quase peneplana particular curiosidade. A obra de arquitectura, desenhada com certa negligência e nalguns pontos por terminar, sem material aparelhado mas robusto, rompe em arcaria na lombada ocidental de S. Bento de Cástris, a cerca de 2 quilómetros da cidade e adquire, pelos volumes e silhueta, da Torralva às Portas da Lagoa, verdadeira monumentalidade.

Fora da muralha existem alguns trechos artísticos importantes, que assinalamos: pormenor da arcada na passagem da Estrada Nacional 370, entre a Quinta da Torralva e o extinto Convento da Cartuxa, composto de três torrinhas ornamentais do estilo da Renascença, dos primeiros anos do 2.° terço do séc. XVI, sendo a central mais nobremente executada, aberta em pórtico de colunata dórica, de canduras em dois andares e nichos presentemente despidos de escultura. Vultuosos remates de planta ovóide, cupulados, com gomos revestidos nos extremos e no fecho por pináculos miniaturais, de idêntico desenho, como coroas imperiais, completam a interessante obra. Este acabamento é seguramente da 1.ª fase da construção e foi esquissado pelo responsável empreiteiro Francisco de Arruda, artista de grande pureza clássica.

Na frente oriente do pilar central, aberta em mármore, está uma lápida comemorativa da fundação, com erros de cronologia, que a persistência do escritor António Francisco Barata, então Vereador do Pelouro de Instrução da Câmara determinou, no ano de 1904. O trecho mais imponente e alteroso situa-se na Estrada de Circunvalação, ao atingir e ultrapassar a muralha medieval e no prolongamento da Rua do Cano, estando nestes pontos fortemente reforçado por botaréus de andares de aparelho fruste e irregular, mas de nítida robustez. (Alt. máx. neste ponto: 25,93 m). A fonte do Chão das Covas não é muito antiga e foi aberta em 1701, com licença do rei D. Pedro II, cuja data existe esgrafitada na empena posterior. Sofreu restauro hodierno determinado pelo Município, que lhe modificou estruturalmente o depósito de mármore, sem atingir os volumes da caixa de água, também do séc. XVIII. A fachada principal ostenta, ao nível do cano, em retábulo sotoposto a coroamento de discos e cruz de alvenaria, as armas reais de Portugal ladeadas pela esfera armilar e cruz da Ordem de Cristo encerrada num círculo relevado.

Na Rua de Pedro Simões o aqueduto readquire volumes de arquitectura, embora amalgamado e absorvido por casario populista, prosseguindo com acentuado pitoresco, tipismo e sinuosidade pela travessa das Nunes, Porta Nova, Rua do Salvador e Rua Nova, artéria onde Francisco de Arruda construiu c.ª de 1536 a mais formosa arca de água distribuidora do cano real. Ê esta levantada em granito da região no mais puro classicismo, na ordem dórica. De planta rectangular, ergue-se numa base pouco pronunciada, donde rompe o corpo nobre em colunata toscana, com depósito fechado no entrecolúnio. Rompente da arquitrave, em delicado lavor carcomida pelos séculos, o terraço ou açoteia tanto da predilecção dos habitantes do Sul, vigia o velho aqueduto sacrificado na sua integridade pelas necessidades do povo que, através dos tempos, nos seus vãos construiu lojas e casario utilitário.

A mais importante e notável obra de arte que rematava o cano, feita do mesmo modo no espírito da Renascença, sob patrocínio de D. João III na década de 1530-40, situada na confluência do Paço Real e pórtico da Igreja de S. Francisco, foi barbaramente demolida no ano de 1873. Compunha-se de um torreão de planta octogonal decorado por meias colunas toscanas e nichos emoldurados, de vieiras nos arcos de meio ponto, tendo um corpo superior com lanternim de aberturas do mesmo estilo, envolvido, na base, por umas piriformes. Toda a obra era feita de alvenaria ricamente acabada, com excepção da bacia ou taça interior, donde nasciam as bicas distribuidoras da água para o Paço Real e seus Jardins, Conventos de S. Francisco e N.ª S.ª da Graça, a qual é de mármore branco e está guardada nos depósitos do Museu Regional. 

Informação retirada daqui

terça-feira, 14 de março de 2017

Residentes em Trânsito



Horário: Terça a domingo das 10h00 às 18h00
Inicio do Evento: 08 março
Fim do Evento: 23 abril
Localização: Forum Eugénio de Almeida

​A inter.meada r.a., parceira dos Estudos Gerais de Alvito e cúmplice da coleção MG de Arte Contemporânea, afirma-se como uma plataforma de acolhimento de artistas e de apresentação, discussão e exposição de projetos realizados na sequência das residências artísticas promovidas pela associação, no Alvito. O conjunto dos trabalhos aqui apresentados pode ser lido como uma maneira de contar a história dos encontros, distintos e singulares e dos desencontros que resultaram das vivências dos artistas no lugar. Outras tantas histórias ficam por contar. Destaca-se a multiplicidade das propostas artísticas, reveladoras de exercícios de experimentação e também de uma profunda relação com o Alvito onde os artistas, residentes em trânsito, são convidados a pousar o seu olhar, o seu pensamento e a sua criatividade e, através das suas obras, a redescobrir e a reinventar o local.​​

Informações Adicionais
Org: Fundação Eugénio de Almeida
PREÇO: Bilhete único para todas as exposições: 4,00€ | Entrada livre ao domingo

Informação retirada daqui

quarta-feira, 8 de março de 2017

Wild Cats Hate Wi-Fi


Sim gostamos de espectáculos diferentes!
Sim apostamos em propostas arrojadas!
Mas só o fazemos porque o nosso publico está preparado para elas...sim nós temos um grande publico!
Este Sábado a proposta junta as artes circenses com a musica...
Posso garantir-vos que vai ser uma noite de boa musica mas vamos poder rir muito também!
Este é um espectaculo para todos! 
Eu se fosse a vocês não perdia! 

WILD CATS HATE Wi-Fi
Miss E@sy, criada por Detlef Schafft (enfant terrible da Companhia Marimbondo), apresenta o seu novo concerto de palco. Esqueça tudo o que já ouviu, prepare-se para uma experiência única e irreverente. E lembre-se: “Do not Panic!”
Músicas e letras de Detlef Schafft

Évora perdida no Tempo - Sé de Évora - Braço norte do cruzeiro, torres e capela do Esporão


domingo, 5 de março de 2017

Comemorações do Dia da Mulher em Évora


Um debate intitulado "Direitos das Mulheres: Luzes e Sombras" abre as comemorações do Dia da Mulher no dia 8 de Março, a partir das 14:30 horas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Évora.

As oradoras serão Teresa Fonseca (historiadora) que fará um "Enquadramento histórico sobre a história das mulheres até à Constituição"; Aurora Rodrigues (representante da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas e magistrada do Ministério Público no DIAP de Évora) que falará sobre "O Código Civil e a posição da Mulher no Código Penal: antes e depois. Exemplos atuais: violência doméstica, violência sobre as mulheres, assédio moral e sexual, discriminação da mulher na família, na sociedade e no trabalho"; e Regina Marques (representante da Direção do Movimento Democrático das Mulheres) que abordará "A importância da Constituição e as lutas das mulheres".

O debate é moderado por Élia Mira ( Vice-Presidente da Câmara Municipal de Évora) e as inscrições para participação podem ser feitas para mariahelenalacerda@cm-evora.pt ou 266777000 - Helena Lacerda ou Sofia Sousa).

A inauguração da exposição de fotografia "Cante no Feminino" tem lugar pelas 17 horas, na Black Box dos Paços do Concelho e uma Serenata à Mulher pela Associação Académica da Universidade de Évora realiza-se às 18 horas, na Praça do Giraldo.

Um jantar comemorativo do Dia da Mulher do MDM e União dos Sindicatos decorre pelas 20 horas, no Monte Alentejano/Rossio de S. Brás, devendo as inscrições ser feitas para mdmevora@hotmail.com ou 967840360)

De salientar ainda que no dia 11 de Março, a partir das 14:30 horas, haverá uma manifestação do Dia da Mulher em Lisboa, devendo as pessoas interessadas em participar  inscrever-se em mdmevora@hotmail.com ou 967840360)

No dia 12 de Março, entre as  9:30 e as 13:30  horas, haverá um Circuito Desportivo no Feminino que inclui caminhada, mega aula de zumba e de hidroginástica na Praça do Giraldo, Complexo Desportivo e Piscinas Municipais, devendo as inscrições ser feitas para hugo.matias@cm-evora.pt ou 266777000 - Hugo Matias).

Um espetáculo de teatro denominado "Onde estás tu Catarina?" está agendado para 22 de Março, às 21 horas, na Sociedade Joaquim António D'Aguiar.

Estas iniciativas são organizadas pela Câmara Municipal de Évora, Movimento Democrático das Mulheres (MDM), União das Freguesias de Évora, União das Freguesias de Malagueira e Horta das Figueiras e União das Freguesias de Bacelo e Senhora da Saúde, com o apoio da Rádio Diana.

Informação retirada daqui

sábado, 4 de março de 2017

Exposição «A minha escola, Arquivo de 1910 a 1974»


Horário: Das 09h às 12h30 e das 14h às 17h
Evento: até 09 março
Localização: Arquivo Municipal
​​
«A minha escola, Arquivo de 1910 a 1974» é o título de uma exposição composta com elementos dos acervos da Dgest-Direção de Serviços da Região Alentejo do Arquivo Distrital de Évora e do Município Eborense.
Esta exposição é composta por cerca de trinta documentos, através dos quais é possível compreender parte da História da Educação no Alentejo. Trata-se de um conjunto de elementos de forte relevância, quer no respetivo valor intrínseco, quer no contributo que podem ter nos novos caminhos da investigação, dando a conhecer os fenómenos educativos no processo de socialização das gerações mais jovens ao longo do período em referência.
Estes documentos são peças incontornáveis para a construção da memória coletiva respeitante à História da Educação no Alentejo, designadamente, na recuperação das memórias das então Direções Escolares e das escolas. 
Figuram aqui exemplares originais que, enriquecendo todo o conjunto, facilitam a compreensão da cultura escolar da época, bem como dos comportamentos dos entes envolvidos.

Org: Dgest-Direção de Serviços da Região Alentejo | Arquivo Distrital de Évora | CME

Informação retirada daqui

Évora perdida no Tempo - Sé de Évora - Torre sineira e fachada ocidental do claustro


sexta-feira, 3 de março de 2017

Rodrigo Lino QUARTETO


Horário: 22h 
Evento: 04 março
Localização: Armazém 8

​Rodrigo Lino junta um grupo de amigos em redor do Funk e do Jazz. Nasceu em Évora a 3 de Fevereiro de 1984. Começou a tocar saxofone com apenas 12 anos de idade, como autodidata. Depois disso, participou em alguns projetos​ musicais nas áreas do rock, fusão, big band e orquestras. Uma busca incessante sobre os músicos e os temas clássicos para saxofone levaram o musico até ao jazz. Hoje, a sua carreira é alimentada pelas influencias dos grandes mestres do jazz, blues e funk. Rodrigo Lino “arrisca”, ainda, a composição e prova que o seu talento está em crescendo. Os seus temas originais são já reconhecidos e o seu estilo começa a revelar-se um “caso sério”, a ter em conta no panorama nacional e nos circuitos jazzísticos.​​

Org.  Associ'Arte
Contactos:Telef. 933326005 | E-mail: associarte.aca@gmail.com​ | site: http://armazem8.associarte.pt
Apoios: CME; União de Freguesias Bacelo/  Srª da Saúde; União de Freguesias Malagueira/ Horta das Figueiras; Diário do Sul; Radio Telefonia; Agenda Global; Viral Agenda

quinta-feira, 2 de março de 2017

"Toni Erdmann" de Maren Ade


Horário: 18h e 21h30
Evento: 08 março
Localização: Auditório Soror Mariana

​​Inês​ é uma mulher de negócios de uma grande empresa alemã sediada em Bucareste. Quando o pai lhe aparece inesperadamente, Inês não consegue esconder a sua contrariedade. Embora leve uma vida perfeitamente organizada sem qualquer solavanco, quando o pai lhe pergunta: "És feliz?", a sua incapacidade em responder desencadeia uma perturbação profunda. Este pai irritante – do qual ela se envergonha – faz tudo para a ajudar a encontrar um sentido para a vida, recorrendo à invenção dum personagem: o engraçado Toni Erdmann...

Org: Núcleo de Cinema da SOIR – Joaquim António d’Aguiar
Contacto: soir_jaa@hotmail.com | Sociedade Operária de Instrução e Recreio (SOIR) Joaquim António d’Aguiar | Fundada em 8 de Dezembro de 1900 – Pessoa Coletiva de Utilidade Pública| Páteo do Salema , 7-A, 7000 – 818 Évora
Apoios: ICA/MC - Rede Alternativa de Exibição Cinematográfica, Universidade de Évora, Câmara Municipal de Évora, Direção Regional de Cultural do Alentejo e Associação Académica da Universidade de Évora.
Maiores de 12 anos

As Criadas, de Jean Genet


Horário: 21h30
Inicio do Evento: 02 março
Fim do Evento: 03 março
Localização: Teatro Garcia de Resende

​​Em “As Criadas” discute-se a existência e a natureza do mal. A perversidade natural, essa força primitiva e irresistível, que faz que estas criadas sejam ao mesmo tempo homicidas e suicidas, criminosas e carrascos. Um espetáculo​ que se pretende totalmente despido de preconceitos, em que cada personagem se eleva aos limites do impossível, quanto aos comportamentos humanos, na solidão da Casa
Org: Cendrev - Centro Dramático de Évora
Contactos: 266703112 | geral@cendrev.com | www.cendrev.com
Apoios: Câmara Municipal de Évora | Jornal Diário do Sul | Rádio Telefonia | Jornal Registo
Preço normal: 6 € Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS): 4€ Descontos 50%: Cartão Estudante, + 65 anos, Reformados/Pensionistas; Funcionários da C. M. Évora, Crianças até aos 12 anos: 3 Euros Preço para Grupos Escolares e outros (para mais de 12 pessoas): 3 Euros Cartão PassaporTeatro (estudante): 3 Euros Cartão Passaporteatro Sénior: (Assinatura Anual) 

Informação retirada daqui

Rui Sinel de Cordes


Horário: 21h30 
Inicio do Evento: 02 março
Fim do Evento: 03 março
Localização: Armazém 8

​Rui Sinel de Cordes nasceu em Lisboa, a 13 de Fevereiro de 1980. Vem de uma família tradicional portuguesa: os pais são divorciados. É solteiro e prometeu a si mesmo que casar, só por dinheiro. Na escola, nunca chumbou um ano e os professores adoravam-no – valeu a pena ter fingido ser autista até aos 16. No entanto, sempre teve muitas dificuldades a Matemática, Ciências e Religião e Moral. Viveu durante muitos anos na Amadora. Hoje mora numa zona onde ser branco, não chega para ter status. É ateu e monárquico. Para os leigos, quer dizer que não acredita nem em Deus, nem no Sócrates. Antes de se dedicar ao humor, trabalhou com crianças com idades dos 8 aos 15 anos e gaba-se de nenhuma delas nunca o ter visto nu. Ainda dentro da sua vida profissional, embora a mãe nunca o considerasse, trabalhou como barman. O álcool, era considerado um inimigo. Assim, Rui seguiu uma velha máxima: “conserva os teus amigos perto e os teus inimigos ainda mais perto”. Quando pensa que a sua vida está a entrar nos eixos, surge a stand-up comedy. Aprendeu aquela técnica de imaginar o público nu à sua frente para se sentir mais calmo, mas da primeira vez que atua está tão bêbado que não é capaz de ver ninguém. Com o passar dos anos, conseguiu então ver duas coisas: o público e um estilo de humor que não predomina em Portugal – O humor negro. Servindo-se dele como tela e usando o microfone como pincel, Rui Sinel de Cordes cria diariamente diversas tonalidades. Por vezes irónico e corrosivo, outras, apenas cínico e ofensivo. ​

Informação retirada daqui

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