segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Exposição de pintura "Partilhar o Jazz"


Horário: 18h
Evento: 04 novembro
Localização: Hotel Mar D'Ar Aqueduto

​​​Os Hotéis M'AR De AR e o pintor XicoFran, em colaboração com a Yori By Sónia Soares e a Capote’s Emotion, têm o prazer de o convidar a estar presente na inauguração da Exposição de Pintura "Partilhar o Jazz", que decorrerá no dia 4 de Novembro de 2017, pelas 18h, na Galeria do Hotel M'AR De AR AQUEDUTO. Neste evento será apresentada a linha de roupa feminina da marca Yori, baseada nos padrões das obras do pintor, assim como os Capotes Emotion que se associaram a este projeto. Iremos também poder assistir a uma intervenção do reconhecido artista Fernando Pereira, “Lord of the Voices”, e a interpretação de um solo de jazz pela Daniela Casimiro, intérprete de Dança Contemporânea.​

Org: M'AR De AR Aqueduto
Contactos: 266740700 | geral@mardearhotels.com​ | http://www.mardearhotels.com/noticias/inauguracao-da-exposicao-partilhar-o-jazz/​
APOIOS: Camara Municipal de Évora
Entrada livre

Informação retirada daqui

Nathalie - Fado


Horário: 21h30
Evento: 04 novembro
Localização: Teatro Garcia de Resende

​​​Nathalie não é estilismo ou arremedo globalizante: a fadista vive nos Estados Unidos e foi lá que o fado a apanhou, quando contava apenas 13 anos, prova de que há de facto uma razão para que este património tenha sido distinguido pela UNESCO - é que a sua dimensão é de facto universal. Carlos do Carmo, um dos grandes impulsionadores deste reconhecimento internacional do fado, aliás, viu também algo de especial em Nathalie, voz que tem feito questão de ter ao seu lado em vários concertos.

Org: UGURU | Câmara Municipal de Évora
Contactos: www.uguru.net

Informação retirada daqui

4º Festival de Música 2017 | Escola de Artes da Universidade de Évora


Horário: 21h30
Inicio do Evento: 30 outubro
Fim do Evento: 03 novembro 
Localização: Auditórios dos Colégios Mateus d'Aranda e Espírito Santo e Teatro Garcia de Resende

​​No dia 30 de Outubro tem início a 4ª edição do Festival de Música 2017 do Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora. Esta iniciativa visa, em primeiro lugar, partilhar com a comunidade envolvente o trabalho artístico desenvolvido no Departamento de Música; por outro lado, contribui para potenciar intercâmbios, com entidades externas e proporcionar aos estudantes envolvidos oportunidades para se apresentarem em público. A presente edição foca particularmente as formações de conjunto alargado do Departamento de Música: Orquestra clássica, Orquestra de jazz, Orquestra de sopros e Coro, sob a orientação dos docentes Kodo Yamagishi, Claus Nymark e Yan Mikirtumov. Inclui, igualmente, obras em estreia; a primeira, Quatro Poemas de Christopher Bochmann, sobre textos de José Alberto Machado, consubstancia uma frutífera colaboração artística entre docentes de diferentes unidades orgânicas da Universidade de Évora; e de salientar, neste contexto, a participação da soprano Lara Rainho, ex-aluna do Departamento de Música. A segunda, Missa de Alcaçus, de Danilo Guanais, traduz-se num intercâmbio internacional efetivo​ entre a nossa Universidade, as Universidades Federais de Campina Grande e Rio Grande do Norte (Brasil) e ainda o Coro Loiret's Singers (França). A organização do festival é do Departamento de Música da Escola de Artes da Universidade de Évora, sob a coordenação da docente Liliana Bizineche. ​

Org: Departamento de Música da Escola de Artes da UÉ
APOIOS: CME | CENDREV
Contactos: 266760260 | mbcorr@uevora.pt | www.eartes.uevora.pt
Entrada livre na UÉ e bilhetes à venda no local para o Teatro Garcia de Resende

Informação retirada daqui

Concerto “Missa de Alcaçus”


Integrado no Festival de Música 2017 da Escola de Artes da Universidade de Évora Concert - Integrated into the Music Festival 2017 - School of Arts, University of Évora

Horário: 21h30
Evento: 03 novembro
Localização: Teatro Garcia de Resende
​​​
Estreia em Portugal a Missa de Alcaçus (1996,revisada em 2016) do compositor brasileiro Danilo Guanais que será apresentada em Évora numa versão para solistas, coro, percussão e piano. Em Maio deste ano foi ouvida pela primeira vez em Nova York na famosa sala de concertos de Carneggie Hall na direção do Maestro Vladimir Silva.
A Missa inaugura o seu atual estilo de composição, que ele próprio defina como uma renovação da estética Armorial que propõe a criação de uma arte erudita com base na Cultura Popular do Nordeste brasileiro. É este o objetivo do compositor brasileiro que sonha realizar obras que expressam musicalmente as suas convicções sobre a presença do homem como parte de uma comunidade que crê e que professa a sua fé coletiva​.
A Missa faz parte de um conjunto de obras entre os quais Sinfonia nº1, Paixão segundo Alcaçus e concluirá com a Stabat Mater prevista a estrear este ano.
O concerto tem como protagonistas internacionais o Maestro Vladimir Silva, solistas, pianista e o coro Loiret’s Singers da França que vai juntar-se ao coro dos alunos e de percussão do Departamento de Música da Escola de Artes.
Uma obra a não perder nos 45 minutos de música a encher o palco do Teatro eborense. 
Os bilhetes à venda no local.​​

Participantes:
Maestro Vladimir Silva (Brasil)
Julie Cássia Cavalcante  (soprano)
Luís Carlos Figueiras  barítono (Portugal)
Regiane Yamaguchi  piano (Brasil)
Bruno Domingos, David William e Rodrigo Oliveira  percussão
Coro Loiret’s Singers (França) Elodie Bigé, Marie-Lou Vinchon, Emmanuelle Bardet, Laure Crotte e Patricia Felix (sopranos); Alice Legroux, Chérryl Nagot, Danièle Rossi et Annie Delbecq (altos); Eric Flandry, Mahmoud Idir, Steeve Place, Alexis Marie (Tenors) e Gérad Barbier,Yannick Nagot et Nicolas Vicquenault (baritono-baixos) e Maria das Graças Medina Arrais (Brasil)
Maestro: Yan Mikirtumov 

Org: Universidade de Évora - Departamento de Música
Parceria: CENDREV
Apoio: Câmara Municipal de Évora
Preços: Normal: 6 € Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS): 4€ Descontos 50%: Cartão Estudante, + 65 anos, Reformados/Pensionistas; Funcionários da C. M. Évora, Crianças até aos 12 anos: 3 Euros Preço para Grupos Escolares e outros (para mais de 12 pessoas): 3 Euros
Cartão PassaporTeatro (estudante): 3 Euros
Cartão Passaporteatro Sénior: (Assinatura Anual)

Informação retirada daqui

18º Encontro Internacional de Arte Jovem - Évora 2017


Fim do Evento: 01 novembro
Localização: Paços do Concelho | Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo | Igreja do Salvador | INATEL | Teoartis galeria
​​​​​Exposição das obras do 18º Encontro Internacional de arte Jovem - ÉVORA 2017 - fase de concurso. Exposições individuais de participantes premiados. 3ª Exposição Internacional de Artistas e Professores de Arte.

18th International Youth Arts Meeting. E​​xhibition of works - contest.  
Individual exhibitions of award-winning participants. 3rd International Exhibition of Artists and Art Teachers.​

Org: Teoartis galeria
Contactos: 266702736 | teoartis.galeria@gmail.com
Parceria e apoio: Câm​ara Municipal de Évora, apoio Fundação Eugénio de Almeida, Direcão Regional de Cultura do Alentejo, Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo​

Postais Antigos - Portas de Moura e Catedral


domingo, 29 de outubro de 2017

Antigo Palácio dos Condes de Sortelha (Atual Câmara Municipal)


Do primitivo edifício, cujos fundamentos vêem do tempo de D. Afonso V com outorga de parte do castelo velho ao seu escrivão de puridade Nuno Martins de Silveira, em Setembro de 1450, pouquíssimo escapou ao camartelo urbanístico dos finais do séc. XIX, quando da adaptação da casa a Paços do Concelho, segundo compra determinada em 1881 pelo então presidente do Município, Conselheiro José Carlos Gouveia. O descendente do donatário, D. Luís da Silveira, 1.° Conde de Sortelha (1481-1534), foi guarda-mor de D. João III, diplomata e guerreiro consumado nos lugares de África, em Tânger, Arzila e Azamor, além de poeta do Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende. Em 1606, no tempo do 3.° e último conde D. Luís da Silveira, guarda-mor de Filipe II, de Portugal, parte da moradia situada na banda Norte alienada, deu lugar ao Convento de S. Salvador, ficando, todavia, o edifício ainda com proporções majestosas. Nele continuaram a viver descendentes deste titular, como sua filha segundogénita D. Madalena de Lencastre, senhora de Sortelha, do condado de Vila Nova de Portimão e 2.ª Condessa de Figueiró, e o célebre arcebispo Primaz de Braga cardeal D. Veríssimo de Lencastre. 

De merecimento arqueológico subsiste, no imóvel, uma bela sala térrea, servindo de Arquivo Municipal, de planta circular, com abóbada nervurada, em ogivas enlaçadas por bocetes de intenção geométrica ou naturalista, de alvenaria. Os artezões, de aresta viva, emoldurados, rompem de friso misulado, com volutas de enrolamento. É obra da Renascença Clássica, de c.ª 1560. Na mesma sala existem, também, dois portados de cantaria, do estilo gótico, lanceolados e constituídos por três meias canas rompentes da soleira. São restos arcaicos do tempo de D. Afonso V ou de D. João II. Sobrepujantes, em relevo, urnas e vasos engrinaldados, da época da cobertura. A dependência anexa, rectangular, tem tecto de barrete de clérigo centrado por chave brasonada com as três faixas (?) dos Silveiras. Do recheio antigo da Municipalidade, poucos objectos artísticos subsistiram às contingências e evoluções dos tempos e dos gostos humanos. Apontam-se os seguintes: BANDEIRA - Tecida sobre damasco vermelho, com a efígie de Geraldo Sem Pavor e uma cabeça de mouro por terra, de seda pintada e bordada a matiz, ouro, prata e lantejoulas. 

A figura equestre, de armadura e espada erguida, é recorte de pano antigo, com características dos fins do séc. XVI. Em bordadura inferior, a legenda bordada e dourada: PERPETUAE + LAVDIS + DAT + MONVMENTA + TIBI + . Na outra face, também aplicado, o escudo da Casa Real Portuguesa. BATALHA DO SALADO - Tábua de madeira de carvalho, representando os reis D. Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Castela, com suas comitivas lutando contra os exércitos mouriscos em 30 de Outubro de 1340. Pintura do período maneirista de c.ª 1600, de autor eborense anónimo, que pertenceu ao altar de N.ª S.ª da Vitória, erecto na Igreja de S. Vicente, do padroado do Município Eborense. Alt. 1,10 x larg. 1,22 m (1). Existem três núcleos de cadeiras de merecimento, a saber: Grupo de cinco cadeiras de castanho, costas altas de couro repuxado, com predomínio de albarradas e anjos floreiros. Pregaria de latão, e tabelas axiais de vieiras frontais. Peças do estilo barroco. Séc. XVII. Foram restauradas recentemente. Alt. 120 x larg. 0,53 m. (Gabinete do Presidente). Seis cadeiras de nogueira, com braços e espaldar esculpidos por palmetas, ornatos e vieiras estilizadas. Pernas recurvas e pés de garra. Costas e fundos estofados. Uma delas tem variantes na obra de talha e conserva pregaria aguda no espaldar. Estilo D. João V (meados do séc. XVIII). Alt. 1,26 x larg. máx. do assento, 0,63 m. (2). 32 cadeirões de braços e costas altas, de madeira de nogueira esculpida, com predomínio de elementos florais e marinhos - crisântemos, palmetas e conchas estilizadas. Tabelas encruzadas. Fundos modernos de veludo escarlate. Este conjunto, de que fazem parte dois bancos de três assentos, foi feito no séc. XIX, na imitação do estilo rocócó bastardo. Dimensões das cadeiras: Alt. 1,38 x larg. do assento, 0,66 m. Bancos: Alt. 1,16 x comp. 1,86 m. TREMÓ - De madeira de casquinha dourada e marmoreada. O alçado, com espelho e pintura campestre no tímpano, é peça portuguesa do estilo rocócó (2.ª metade do setecentismo) e a mesa é do estilo Luís XVI. 

Foi adquirido na década de 1950 aos herdeiros do Comendador António Coelho Vilas Boas, em proveniência do palácio dos Morgados da Mesquita. Alt. total 4,10 x larg. 1,32 m. Peças de prata. SALVA - De prata branca, lisa, de pé alto e moldura lobulada. Armas de Portugal no centro, tendo como timbre o conquistador da cidade - Geraldo Sempavor. Na base a inscrição: HE DA CAMARA DE EVORA Punções de Évora. Marca do prateiro Luís Nunes, 1738. Diâmetro, 0,29 m. ESCRIVANINHA - De prata branca, composta por quatro peças: prato, de secção oval (diâm. máx. 0,26 m.), tinteiro, poeira e campainha. Ornatos de caneluras e tabelas discóides encerrando a efígie de Geraldo Sempavor. Figurinha esculpida, servindo de pega, simbolizando Sertório. Marca do prateiro eborense Alexandre Nunes, 1738. PAR DE CASTIÇAIS - De prata branca, lisa, com base quadrada e hastes cilíndricas, aneladas. Geraldo Sempavor gravado em tabela ovóide. Sem marcas. Séc. XVIII. Alt. 0,12 x 0,12 m. COLECÇÃO METROLÓGICA - A Câmara conserva em seu poder, felizmente, os jogos de aferição dos secos e líquidos da reforma de D. Sebastião, e o marco-padrão de pesos de D. Manuel, de bronze, fundido em Lisboa no ano de 1499, com a marca da cidade de Lisboa - nau e dois corvos - e a legenda de caracteres góticos dispostos em duas linhas concêntricas: O MVITO ALTO + E + EIXELENTISSIMO + REI + DOM + EMANVEL + OPRIMRO + DE + POR TVGAL + ME + MANDOV + FAZER + ANO + DONCMTO + DE + NOSO + SNÕR + IHV + XPO + D + 1499 + Existe outra caixa de pesos de bronze de menores dimensões coetânea, com esta inscrição: ME + MANDO + FAZERE + DOM + EMANVEL + REI + DE + PORTVGAL + ANO + D. + 1499 + Tampa adornada de escudos de Portugal com bordadura de nove castelos: tabela losângica, em pala, das iniciais TR (monograma). Punções de Lisboa: galeão com dois corvos e marca Y coroada. As medidas padrões da reforma de D. Sebastião, moldados no tipo original da Câmara de Lisboa, foram fundidos nesta cidade nos alvores de 1576 dando cumprimento à lei do ano anterior, corroborada pela chancelaria, segundo alvará de 3 de Janeiro assinada por Martim Gonçalves da Câmara. 

As duas séries, completas, compõem-se de 12 peças de bronze campanil, constituídas desde o meio quartilho, canadas e almudes aos alqueires e meio-selamim. Estão todas armorejadas com o escudo de Portugal sobrepujados por coroas reais fechadas numa face e na outra por tabelas barrocas de letreiros em baixo-relevo, que dizem: R / SEBAS / TIANVS / I L/V ou apenas em abreviaturas: R / SBTÃ /I L/V 1575 Têm punções de Lisboa e a marca do fundidor; A. S. (3). No murete moderno do varandim do edifício municipal, com face para a Rua de Olivença, a edilidade de 1950 ordenou a reposição do nicho do Senhor Jesus da Consolação, que existia num alçado da cerca do destruído Convento do Salvador do Mundo e que olhava à Carreirinha do Menino Jesus. O antigo, com obra de talha dourada do estilo rocócó de D. João V, metido em lâminas de ardósia, perdeu-se durante a construção do actual edifício dos C. T. T., exceptuando a imagem de madeira populista, do Crucificado, que é a subsistente, no novo lugar. (1) O painel voltou para o seu lugar em 1966. (2) Esta última cadeira, depois de estar largos anos servindo de assento de magistrados do Tribunal da Comarca, foi cedida, em Agosto de 1964, para a capela-mor da ermida municipal de N.ª S.ª de Guadalupe, destinada aos prelados nas cerimónias solenes. (3) As três séries encontram-se, presentemente, expostas nas salas da Comissão Municipal de Turismo, na Praça do Geraldo. 

Informação retirada daqui

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Postais Antigos - Pórtico dos Lóios


Puccini - Árias de Ópera


Horário: 18h
Evento: 29 outubro
Localização: Teatro Garcia de Resende

Org: Câmara Municipal de Évora e CENDREV
Produção: Pedro Pinto
Entradas: 5€​

Informação retirada daqui

Raízes


Horário: 21h30
Evento: 28 outubro
Localização: Teatro Garcia de Resende

​​“Raízes” é um espetáculo de caráter pluridisciplinar que promove o cruzamento de diferentes territórios de expressão (tradicional e contemporâneo), na relação com a comunidade e na redescoberta das memórias do património. 

Interpretação: GUILHERME LEAL, FÁBIO BLANCO, NÉLIA PINHEIRO, MARGARIDA BELO COSTA, RANCHO FLOR DO ALTO ALENTEJO
Ficha Artística: Direção | Coreografia NÉLIA PINHEIRO
Bailarinos GUILHERME LEAL, FÁBIO BLANCO, NÉLIA PINHEIRO, MARGARIDA BELO COSTA.
Música - Composição Musical GONÇALO ANDRADE, NÉLIA PINHEIRO
Montagem da Banda Sonora GONÇALO ANDRADE
Figurinos JOSÉ ANTÓNIO TENENTE
Desenho de Luz RAFAEL LEITÃO
Participação especial RANCHO FLOR DO ALTO ALENTEJO
Técnica PEDRO BILOU, FERNANDO DIAS
Fotografias de Cena TELMO ROCHA
Direção de Produção RAFAEL LEITÃO

"Raízes", is a multidisciplinary performance that promotes the intersection between different territories of expression (traditional and contemporary), in the relation with the community and the rediscovery of heritage memories.​
Org: COMPANHIA DE DANÇA CONTEMPORANEA DE ÉVORA
Contactos: 266743492 | office@cdce.pt​ | www.cdce.pt​
Produção: CDCE 2017 
Coprodução CDCE, CINETEATRO DE ESTARREJA E CENTRO CULTURAL DE ILHAVO
A CDCE é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura | Direção Geral das Artes 
A CDCE tem o apoio da Câmara Municipal de Évora
Entradas: 8€ (5€ para jovens e seniores)

Informação retirada daqui

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

'Our Way - Making The Perfect Day' - 14 de Novembro




"O Gajo" no Armazém 8


O Gajo, é a proposta que temos para  Sábado dia 28 de Outubro às 22h 
Um espectáculo de homenagem ao fado, à musica Tradicional e à viola Campaniça mas...de forma completamente diferente...
As composições do GAJO podem soar a fado, mas não são fado,
podem soar a música tradicional, mas não são música tradicional, são um híbrido disso tudo e muito mais.
O GAJO toca música do mundo.Depois de 6 meses a tocar por todo o país, 2017 chega com agravação do primeiro disco. que conta com o apoio e financiamento da Fundação GDA e a edição da Rastilho Records. O passo seguinte tem sido levar a Campaniça a todos os cantos do país e mostrar que as nossas raízes ainda podem dar muito fruto.

Postais Antigos - Teatro Garcia de Resende


domingo, 22 de outubro de 2017

Convento e Forte de Santo António da Piedade


Foi fundado pelo cardeal-infante D. Henrique segundo licença aprovada no capítulo geral da Ordem Capucha, em 1576. A obra, que prosseguiu lentamente durante a ocupação do trono português por este príncipe, deu-se como pronta por volta do ano de 1581 sob patrocínio do seu sucessor na mitra eborense, o arcebispo D. Teotónio de Bragança, que na igreja velha se desejou sepultar, facto que teve efeito em 16 de Agosto de 1602, depois da trasladação de Valhadolid, cidade castelhana onde se finara ao serviço da Igreja. Durante as campanhas da Restauração, c.ª de 1650, determinou o Conselho de Guerra de D. João IV, dentro dos princípios defensivos de Évora, então em estudo e planificação, o levantamento de um baluarte protector dos mosteiros de Santo António e do Carmo (1), em forma de leque ou peitoral do sistema militar adoptado na época. 

Foi traçado, segundo se crê, pelo engenheiro francês Nicolau de Langres, mas estava, porém, muito atrasado em Maio de 1663 e sem guarnição regular, motivo porque sofreu ocupação quase sem luta pelas forças do príncipe invasor D. João de Áustria. Durante o cerco de reconquista da cidade, no mês seguinte, dirigido pelo Conde de Vila Ror, na madrugada do dia 22, o presídio sofreu inesperado assalto de uma coluna mista de 400 homens escolhidos dos regimentos inglês e português comandados pelos capitães de terços D. Diogo Aspley e D. Luís de Azambuja, que aprisionaram na totalidade a guarnição. O plano actual pertence ao general de artilharia Agostinho de Andrade Freire, que o reformou na totalidade depois de 1665 e se deu como pronto na década seguinte sob assistência do cosmógrafo-mor Luís Serrão Pimentel. O forte, erguido na cota 298, a nor-noroeste da cidade, preconizado e construído nos moldes da engenharia do tipo Vauban, compõe-se de um quadrado de quatro baluartes com magistral muito reforçada, servido apenas por uma porta de campanha. Conserva várias guaritas, nos ângulos, de alvenaria, circulares ou poligonais, e outras obras militares coevas, incluindo os fossos, actualmente cultivados. 

O convento, secularizado em Maio de 1834, serviu de cemitério público, provisoriamente, pouco depois da Guerra da Patuleia e foi adquirido, mais tarde, pelo Morgado Casco e Solis, que o adaptou a vivenda burguesa. Datam de então os maiores atropelos anti-arqueológicos do velho edifício fradesco, que sofreu tantas mutilações quantas a ignorância artística da época considerava benefício civilizador. Pertence, actualmente, ao arcebispado de Évora, que nele instalou o "Colégio Nuno Álvares", externato de formação religiosa. Do templo de Santo António saíram, em Dezembro de 1938, por almoeda pública, além de outros móveis antigos, uma preciosa tábua da Escola de Pintura Portuguesa de c.ª 1550, representando a Adoração aos Pastores e atribuída ao pintor régio Gregório Lopes, que foi adquirida pelo antiquário Luís Sangreman Proença, a cujos herdeiros pertence. O acesso do ex-convento faz-se pela rampa do revelim do lado norte, defendido pelos flancos abaluartados e portão de alvenaria rematado nos acrotérios por urnas que centram registo de azulejos representando a Senhora da Piedade, dos princípios do séc. XIX. 

Da igreja primitiva, voltada ao nascente, subsiste a estructura geral, de planta rectangular, de linhas muito severas e pobres de arquitectura, reforçada por pilastras de granito, sobrepujadas por frontão de enrolamento, com pináculos ornamentais e nicho da imagem do padroeiro. A abóbada da nave, de volta inteira, é aberta em caixotões geométricos, de secção quadrangular. Durante o governo diocesano de D. Fr. Miguel de Távora, em 1747, a igreja sofreu uma profunda transformação que lhe alterou estruturalmente as proporções originais. Fez-se nova capela-mor, de planta semicircular coberta por tecto desenhado em vieira ao gosto rocócó, iluminada por tabelas e portais de molduras sóbrias, do mesmo estilo. O rodapé, de azulejos decorados por rosetões e estrelas, é obra avançada da centúria de oitocentos. O altar-mor, de talha dourada, em colunata salomónica, ainda dentro do espírito barroco, coeva da reformação do templo, é exemplar de certo merecimento; possui, no trono, sob baldaquino de entalhados rocócó, boa imagem do orago, de estofamento seiscentista. Em represas laterais veneram-se S. Francisco de Assis, fundador da Ordem, e S. Domingos de Gusmão, esculturas dos sécs. XVII e XVIII, respectivamente. 

O amplo arco cruzeiro, de volta plena, está recoberto de talha aplicada, polícroma, modelada no estilo neoclássico da época de D. Maria I e no cruzeiro, fechado por elegantes cancelos de balaústres torsos terminados em fogaréus e pináculos de madeira brasileira, existem dois pequenos altares laterais, dedicados a S. José e a Nossa Senhora da Conceição, os quais são constituídos por retábulos dum barroquismo tardio, de talha dourada e colunas do tipo berniniano, traçados no 2.° quartel do séc. XVIII. Os padroeiros, em madeira de vulto, policromados, são esculturas coetâneas, vulgares na execução. O portado da igreja, voltado à banda norte, tem curiosa porta de almofadas bem salientes, de pranchas do Brasil revestidas com interessante pregaria de pingentes de metal amarelo, dos finais do séc. XVII. Da mansão religiosa pouco se salvou das inúmeras obras utilitárias de adaptação civil. 

O claustro, mascarado com vãos envidraçados no piso alto, de pilastras do séc. XVII, conserva, todavia, no piso inferior, a planta original dos fins do quinhentismo, com cinco tramos abertos por arcos plenos apoiados em grossas colunas rústicas, de capitéis frustes e incompletos, de granito. Grande cisterna, apoiada em pilares de cantaria, melhorada no séc. XVII para serventia da guarnição militar, recebe as águas pluviais, actualmente aproveitadas nas regas da horta e pomar anexos. Outra dependência monástica tem interesse arquitectónico: o antigo Refeitório, actual camarata de retiro espiritual do Seminário, sita no corpo ocidente, disposta em traça rectangular, com quatro arcadas redondas nas faces maiores e três nas menores, apoiadas em colunas toscamente esculpidas e pilastras angulares, de pedra. Construída em alvenaria, no espírito da quadra, é coberta por tecto de meio canhão iluminada, no eixo, por lanternim. 

No vasto tanque rectangular da cerca do baluarte subsistem, no topo do lado meridional, sob peanhas de alvenaria, os bustos de três Evangelistas, de barro cozido e tratados à maneira neoclássica dos fins do séc. XVIII. 

BIBL. Pe. Francisco da Fonseca, Évora Gloriosa, 1728; Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 19-21. (1) Este antigo edifício religioso dedicado a N.ª S.ª do Carmo, deveu-se nos fundamentos a D. Jerónimo Limpo, futuro arcebispo de Braga, em 1531, e absorveu parte dos chãos da ermida de S. Tomé e do profanado cemitério dos judeus, situados na baixa dos ferragiais apar do Aqueduto da Água da Prata, chegando o seu casario muito perto da muralha da cerca nova. Foi incendiado durante os assédios da cidade no ano de 1663, e sacrificado totalmente no plano de fortificação proposto pelo Conde de Schomberg e Luís Serrão Pimentel, cosmógrafo-mor do reino. 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Muita Tralha, Pouca Tralha


Horário: 11h
Evento: 21 outubro
Localização: Fórum Eugénio de Almeida

​​Espetáculo para famílias Escolher não é tarefa fácil. Escolher o que se leva para a viagem também não. Há sempre alguma coisa que nos pode fazer falta… Quem nunca teve vontade de levar a casa toda? Pouco habituado a viajar, o casal Querido decide ir ver a sua sobrinha Manuela participar numa corrida de automóveis. Mas antes da viagem é preciso preparar a bagagem. É aqui que os problemas começam. Levam o quê? Pouca tralha? Muita tralha? Apenas o essencial? Estas decisões difíceis podem complicar o início da viagem. Só o início? É o que vamos ver. 

Ficha artística direção artística: Catarina Requeijo
Texto original: Catarina Requeijo e Inês Barahona
Conceção plástica: Maria João Castelo
Interpretação: Catarina Requeijo
Assistência de encenação: Victor Yovani
Coprodução: Formiga Atómica - Associação Cultural, Teatro Maria Matos
Ilustração: Maria Remédio​

Paradigma Dance


Horário: 21h30
Evento: 21 outubro
Localização: Teatro Garcia de Resende
​​
Em Paradigma, criamos um folclore DIY para corpos com identidades esbatidas, através de artefactos, narrativas, danças, rituais e músicas.
Paradigma é uma dança de um exotismo de lado nenhum. Um reclamar ritualista de diferença e cidadania. Uma paisagem criada de um “cadavre esquis” de referências paradoxais vindas dos lugares onde nascemos, dos lugares onde vivemos, de lugares onde nunca estivemos e sobretudo de lugares ficcionais. Tudo isto aglomerado com prática diária.
O Corpo como uma peça mecânica de um corpo orgânico maior - o teatro em si mesmo. Este corpo desenvolve-se uma cerimónia com consequências que nunca são diretas ou evidentes, e é também uma figura laboral vinda de um tempo antes da divisão entre arquiteto e construtor onde se produzem símbolos abstratos com materiais complexos e uma engenharia caseira.
Um corpo que através desta prática entra num processo de abstração tentando escapar ao seu próprio antropomorfismo​.
Ser humano, assim como ser o edifício teatral, distante da busca por uma qualquer essencia (cultural).

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Gabi Buarque no Armazém 8


Tertúlia "Conversas Improváveis"


O Centro Humanitário de Évora da Cruz Vermelha Portuguesa​ encontra-se a desenvolver o projeto "Cuidar da Natureza | Cuidar da Mata", no âmbito da ação de VOLUNTARIADO JOVEM NA FLORESTA – JUVENTUDE ATIVA ​do IPDJ. ​I​remos promover a Tertúlia "Conversas Improváveis", desta vez com o tema "C​uidar da Na​tureza - Menos Ameaças, Mais Futuro, Um olhar sobre o nosso território", no dia 19 de Outubro, pelas 21h30, na "Oficina" (Rua da Moeda). ​Junte-se à conversa!​

Horário: 21h30
Evento: 19 outubro
Localização: Bar Oficina (Rua da Moeda)

SHE convida: The Flamenco Thief


​​Craig Sutton (The Flamenco Thief) toca guitarra acústica espanhola com um pedal Boss RC para misturar ritmos modernos com técnicas de Flamenco.
Os ritmos ocidentais, orientais e africanos permitiram-lhe ligar e construir amizades duradouras com pessoas de todo o mundo. Ele anima multidões em parques turcos, cozinhas alemãs, salas de estar sérvias, hospitais holandeses, capelas francesas e tantos locais maravilhosamente únicos.

Horário: 22h30
Evento: 18 outubro
Localização: Sociedade Harmonia Eborense

Nise – o coração da loucura de Roberto Berliner


O Dia Mundial da Saúde Mental comemora-se em Outubro. A SOIR Joaquim António de Aguiar associou-se à ASTE e à MetAlentejo para exibir 4 filmes em que os heróis são pessoas com doença mental. Porque é urgente destruir tabus e preconceitos. Porque estar doente não tem que significar estar só. Porque é preciso ouvir aqueles que estão na sombra.
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A psiquiatra Nise da Silveira (a atriz Glória Pires), uma das primeiras mulheres que se formaram em medicina no Brasil, concluiu o curso em 1926 numa turma de 147 homens. Em 1944 inconformada com os métodos de tratamento agressivos em uso na época – choques elétricos, lobotomia, insulinoterapia – cria a Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional. Com um método baseado no afeto e na execução de atividades ocupacionais, revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil, sendo responsável pela criação da primeira clínica em regime de externato do país, a Casa das Palmeiras (1956). Foi também pioneira, no Brasil, na utilização de animais no tratamento psiquiátrico. A produção dos ateliês foi tão abundante que deu origem à coleção do Museu de Imagens do Inconsciente, hoje com mais de 370 mil obras.

​País: Brasil, 2015
M/ 16
Trailer: https://youtu.be/UeAUNvcM_xk

Horário: Sessões às 18h e 21h30
Evento: 18 outubro
Localização: Auditório Soror Mariana

"De Seda" pela Companhia de Dança Contemporânea de Évora


Um labirinto invisível habitado por uma bailarina, que gera transformação. 
Fios tecidos para amaciar o ar.
Onde fica a sua origem? Para que ponto se orientam? Que linhas provocam?
Um labirinto invisível habitado por uma bailarina, que gera transformação. Um dispositivo que se molda e afina, permitindo objetificar o espaço, o tempo e o som através da dança. Materializa, assim, o imaterializável.​
É proposto um jogo entre real e virtual, expresso na invisibilidade dos fios de seda e numa coreografia tornada imprevisível pelo próprio espaço. Um caminho de segredos e de magia estética, sonora e abstrata que paira no ar.

Horário: 21h30
Evento: 18 outubro
Localização: Teatro Garcia de Resende

Tango na Sociedade Harmonia Eborense


Estão convidados a assistir e experimentar Tango na Harmonia sob um formato de Classe/Conversa onde se falará da história deste estilo de dança, da sua origem à sua reinvenção com Piazzolla, do passo base, da razão do abraço, dos códigos de classe. Num formato informal orientado por Pablo Carlodalatri, atualmente a residir em Évora, compositor e amante do Tango num encontro com o propósito de criar regularidade no formato de aulas. Para os que quiserem experimentar não se esqueçam que o calçado preferencial tem sola de couro. Ou​ extra lisa para diminuir o atrito.
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Pablo Carlodalatri aprendeu tango em Buenos Aires, é membro da associação Silvia Dopacio, que reúne todos os artistas de tango de Buenos Aires. Escreveu as letras de aproximadamente 40 tangos entre 2003 e 2011, editou um CD, preparou 15 tangos com Gabriel Merlino. Fez vários shows no Café Tortoni e noutros lugares tradicionais da Rua Corrientes, acompanhou como professor de tango, Veronica Paz em Roma e Chieko em Buenos Aires no formato de aulas particulares.

Informação retirada daqui

domingo, 15 de outubro de 2017

Convento de Santa Mónica


Foi a primeira casa religiosa do sexo feminino da Ordem de Santo Agostinho, em Portugal, e teve seus primórdios no reinado de D. Fernando. No ano de 1380 duas virtuosas damas eborenses, Constança Xira e Maria Fernandes, moradoras próximo da igreja paroquial de S. Mamede, instituíram um beatério onde praticavam, juntamente com outras mulheres e donzelas, actos de muita virtude e religião. Construída, mais tarde modesta igrejinha que se dedicou a Santa Mónica e falecidas as fundadoras em cujo chão tiveram jazida, as sucessoras do recolhimento obtiveram no ano de 1421 a obtenção de votos sacros na Ordem de Santo Agostinho, com absoluta sujeição dos superiores da mesma Regra. 

Em 1541, após lamentável incidente com o Provincial Fr. André, provocado por reacções da observância monástica, o Geral da Ordem declinou afiliação da casa, que foi entregue à administração directa da Mitra, que lhe introduziu, pouco depois e sem problemas graves, a clausura determinada pelas actas do Concílio de Trento, em 1564, e em cujo seio se conservou até à extinção das Ordens Religiosas. Em 1571 passou à história com a crismação piedosa de Convento do Menino Jesus, em virtude de certos acontecimentos internos e devotos da Abadessa perpétua, D. Catarina de Sousa, atribuídos à célebre imagem do Deus Menino segurando a esfera celeste, que se conservava em sacrário dourado no coro da igreja. Secularizado no último quartel do séc. XIX breve entrou no abandono e consequente ruína. Todavia, a igreja só foi destruída nos princípios do século actual. 

Era um curioso exemplar de arquitectura manuelina, de fachada amparada por torrinhas cilíndricas rematadas com ameias quinhentistas e coruchéus cónicos, de uma só nave revestida de azulejos policromos, do tipo de tapete, do séc. XVII. Pitoresco pavilhão, de planta quadrangular e telhado de quatro águas, com aberturas de grilhagem mourisca, levantava-se no corpo do coro monástico. Perdido o templo, na derrocada desfez-se, também, o lanço oriental do claustro confiante com a construção. É esta parte do edifício a que oferece maior curiosidade artístico-arqueológica, pois conserva três restantes lanços antigos, embora de valores construtivos desiguais. O mais arcaico, a ocidente, bem contrafortado e de ogivas góticas, tem cinco tramos de arcos redondos apoiados em pilastras e colunas toscanas, de granito. As duas restantes galerias, desiguais e mais pobres de arquitectura, são ligeiramente posteriores. A do lado norte, com seis tramos de arcadas duplas, de volta abatida ou de meio canhão, protegidos por botaréus de alvenaria, é obra nitidamente popular mas muito curiosa. Foi beneficiada no ano de 1630. 

A sua abóbada conserva os artezões estrelados e painéis geométricos de estuque, decorados por cartelas engrinaldadas, laçarias e outros arabescos usados no fim do Renascimento e princípios do Barroco. Observam-se vestígios de pinturas murais, coloridas, nos intervalos das nervuras, que sofreram inúmeras caiações modernas. Neste corpo existe a Sala do Capítulo, nobre e vasta dependência de planta rectangular, dividida em sete tramos, coberta por tecto abatido de aranhiços encadeados, de aresta viva, abraçados por cordão emoldurado, de alvenaria, que envolve toda a construção. A porta de entrada, de jambas de granito, modestíssima tem, na padieira, gravadas as iniciais A. G. L. D. F. E. Toda esta parte da quadra oferece características dos finais do quinhentismo. Ainda, de mencionar, da época das religiosas agostinhas, subsistem algumas salas de abóbadas nervadas, nichos vazios, uma galeria com arcos de volta inteira, a ocidente, sobrepujada recentemente por varandim de arcaria abatida e a Portaria, composta de nobre salão de planta quadrangular, com alto pé direito e tecto apainelado ao gosto barroco, do séc. XVII, de nervuras apoiadas em mísulas de volutas rebocadas. 

No claustro também existiu, de merecimento, a Capela de N.ª S.ª do Rosário, revestida de azulejaria setecentista e de altar de talha dourada, decorado por raríssima série de painelinhos de esmaltes policromos, com cenas sagradas, indevidamente retiradas e hoje inlocalizáveis. Exteriormente, demolido o alpendre de três arcos e cúpula piramidal, do género e estilo do existente na fachada do extinto convento de Nossa Senhora do Carmo, ficou, deslocado do interior da portaria, o portado de mármore branco, com moldura simples e dintel ornamentado por volutas floridas sobrepujado por elegante vieira. Sotoposto tem a data: ANNO 1726. 

A silhueta do edifício, nesta frente principal, com seus gigantes de pedra aparelhada, em dois andares, oferece severo aspecto apenas atenuado pela brancura das empenas, que sofreram grave abalo e ruína durante o sismo de 1926. A cerca conventual, de área murada relativamente pequena, era delimitada ao norte-oriente pela horta dos Duques de Cadaval, e a ocidente com o outeiro público de S. Mamede, onde ficavam as oficinas e a porta da carruagem, zona que sofreu completa amputação, recente, do primitivo casario monástico, onde se incluía a grande Capela do Jordão, datada de 1781, com forro de azulejos barrocos e donde se retirou o conjunto escultórico do Baptismo de Jesus, actualmente reconstituído na igreja de S. Francisco. A parte central esteve ocupada, muitos anos, pela Escola Primária Oficial, Cantina Escolar e Escola do Grupo de Amadores de Música Eborense. 

BIBL. Pe. Manuel Fialho, Évora Ilustrada, ms. da Biblioteca Pública de Évora; Pe. António Franco, Évora Ilustrada, edição Nazareth, 1946, págs. 314-317; Gabriel Pereira, O Convento de Santa Mónica, in O Manuelinho de Évora, 1881. 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Cuca Roseta na Arena d'Évora


Horário: 21h30
Evento: 14 outubro
Localização: Arena D'Évora

​​Cuca Roseta é uma das mais aclamadas e aplaudidas vozes do fado da atualidade. Com uma carreira marcante, tem no seu percurso a produção dos seus trabalhos por alguns dos maiores nomes da história da música, como Gustavo Santaolalla (detentor de vários grammys e óscares) ou Nelson Motta. Com o seu último disco Riû, recebeu as melhores críticas nacionais e internacionais e realizou mais de duas centenas de concertos em Portugal e pelos quatro cantos do mundo, sempre com salas esgotadas.

Cuca Roseta chega finalmente a Évora - uma das cidades que mais queria cantar - e ao palco da Arena dÉvora. Cuca fará um percurso pelos maiores temas da sua carreira, apresentando igualmente alguns dos temas do seu novo disco. Cuca Roseta é sinónimo de modernidade sem nunca esquecer a mais profunda tradição fadista e a sua musicalidade é universal. Um concerto repleto de surpresas que não pode perder. ​

Informações Adicionais
Org: Câmara Municipal de Évora
Produtor: PG Booking - Agenciamento e Produção de Espetáculos, Lda
PREÇOS: 1ª Plateia – 17,50 € | 2ª Plateia – 15,00 € | Bancada – 10,00 €
PONTOS DE VENDA: Posto de Turismo, Teatro Garcia de Resende, Arena D’Évora, FNAC, WORTEN, CTT, El Corte Inglês, Bilheteira Online.

Postais Antigos - Vista da cidade (c. 1923)


domingo, 8 de outubro de 2017

Convento de Santa Maria do Espinheiro


A casa religiosa teve origem em modesto oratório erguido pela piedade e devoção do cónego Luís Gonçalves, tesoureiro-mor da Catedral de Évora, no ano de 1412, nos sítios então ermos e matagosos, após a milagrosa aparição de uma imagem da Virgem em cima de um espinheiro, oratório que muito se aumentou em 1457 devido a dotações de rendas e terras, com vinha e olival, dos esposos João Afonso e Leonor Rodrigues, gente abastada da cidade. No ano seguinte, correndo a fama do eremitério pela constante romagem de peregrinos, o bispo da diocese D. Vasco Perdigão fundou a igreja e pouco depois o mosteiro, que integrou na Ordem de S. Jerónimo e foi regido pelo primeiro prior fr. Fernando de Évora. D. Afonso V protegeu desveladamente a nova corporação monástica e passou a frequentar a casa; seu filho, o Príncipe Perfeito, D. Manuel, D. João III e D. Sebastião continuaram a viver nela e a engrandecê-la. E, assim, o edifício acusa, nos seus membros, da primeira à última fase o eclectismo de arquitectura com que foi construído e ampliado, o gosto das épocas e a abastança da comunidade sob o padroado real. 

No convento se afirma que foram revelados a D. João II os trâmites da conspiração do Duque de Bragança D. Fernando II, em 1484 e se realizaram as Cortes de 1481; no paço se recolheu da jornada de Sevilha a jovem noiva do príncipe herdeiro D. Afonso, a formosa D. Isabel, filha dos Reis Católicos, em 1490. Em Maio de 1663, enquanto durou o cerco da cidade imposto pelo príncipe D. Juan de Áustria, bastardo de Filipe IV, serviu de pousada ao estado maior castelhano. Nele professou, em 1517, o insigne artista Fr. Carlos, uma das mais notáveis figuras da pintura primitiva portuguesa, que no cenóbio realizou as suas principais obras. Após a secularização oficial de 1834, foi transformado em propriedade agrícola e passou por várias enfiteuses. Actualmente, pertence aos herdeiros do dr. Manuel Lopes Marçal, de Évora. Visto exteriormente, o mosteiro oferece massa de volumes assimétricos e atarracados com certo interesse e imponência, cortado na linha de horizonte salpicado de azinheiras e oliveiras, embora a linha original do goticismo quatrocentista fosse totalmente obliterado. Robustos gigantes de andares coroados de bolas ornamentais protegem a imensa nave, que sofreu a primeira importante alteração no ano de 1566 e a última, de verdade a mais grave, dos fins de setecentos a 1801, período de sacrifício dos restos medievais do templo primitivo. Pitoresca torre campanário, de andares, pouco comum em edifícios claustrais, rompe da empena do lado norte e foi construída ou beneficiada em 1669, como se conclui da existência da lápida de mármore branco e inscrição latina, aposta numa face. 

Dois velhos sinos de bronze fundido se dependuram nos olhais: datado e legendado de 1752 o de Nossa Senhora do Espinheiro, e o outro, de cruz e cartela anepígrafa, em baixo-relevo. Todavia, são vestígios da fase inicial do mosteiro, uma estreita escada helicoidal que comunica com o terraço, os dois absidíolos do cruzeiro, levantados em planta poligonal, com esbeltas frestas góticas, de pedra, hoje obstruídas, e friso exterior de secção trilobada, de tijolo, na cornija, de tipo e época dos da igreja de S. João Evangelista (Lóios), que teve seus fundamentos no ano de 1485. Encontram-se ambos recobertos de alvenaria e estuques no corpo interno e compreendem as capelas dos Reis e da Ressurreição. Ligeiramente posterior e do tempo dos reis D. Manuel e D. João III, é a vasta cisterna, de planta rectangular com três naves de cinco tramos divididos por pilastras góticas de meias colunas de bases poligonais, arcos chanfrados e capitéis curvilíneos, rudes, em obra robusta e seca de alvenaria, com os panos fundeiros apoiados em colunas de grossas nervuras de aresta viva. As chaves da abóbada são de granito, circulares, ornatadas e os ábacos curvilíneos, de tijolo. Dim.: comp. 15,35 m; larg. 9,00 m; larg. da nave central, 2,48 m; larg. das colaterais, 2,35 m; alt. 4,20 m. O alçado externo, que deita para o laranjal, está fortemente escorado por seis contrafortes de andares, de granito aparelhado. Mesmo ao lado e apoiada no extradorso do presbitério, existe a capelinha de Nossa Senhora do Espinheiro, venerável relíquia de arquitectura religiosa que consagra, na tradição, o local autêntico de aparecimento da Virgem. De proporções minúsculas, construída de alvenaria, é de planta quadrangular e do tipo clássico, tendo portado apilastrado com remates de urnas e frontão de volutas. A cobertura, hemisférica, sobrepujada por lanternim de seis luzes, é suportada por quatro trompas ornadas de vieiras. Obra seguramente dos meados do séc. XVI, encontra-se ao presente profanada e em franca ruína. 

A actual entrada para o extinto convento faz-se pela porta do carro, aberta em amplo alpendre de túnel de alvenaria, com batentes de madeira almofadada e a data de 1782. Ao lado direito do pátio fica o corpo nobre do edifício, de empena alterosa e fortemente recortada com volutas de enrolamento, onde se abre opulenta janela de sacada de vergas e ombreiras de mármore branco do estilo rocócó, completada com delicada grade de ferro forjado, coetânea. Dela toma-se magnífico panorama para o Alto de S. Bento e quintas envolventes coroadas pelas copas do cerrado e verdejante arvoredo, que compreende o aro produtivo da melhor zona agrícola e frutífera da região. Passos andados, contra vulgar portado da cerca, aplicaram-se duas mísulas encordoadas e uma empresa manuelina da esfera armilar, provenientes de desaparecida cobertura ogival. O amplo terreiro anexo conserva, ainda, vestígios de obras de arquitectura antiga, quinhentista: modilhões do alpendre da cozinha; profanado oratório de galeria obstruída, com cinco tramos de arcos redondos; dois bancos de mármore ornatados com bases de toros nodosos, entrançados, e outras pequenas dependências conventuais aproveitadas para diversos fins. No casario da banda oriental levanta-se a célebre Adega fradesca construída em 1520 pelos arquitectos João Álvares e Álvaro Anes, sobrepujada por pavilhões hodiernos e utilitários, sem carácter, que substituíram o Dormitório fradesco. Compõe-se de comprida sala de três naves e doze tramos de arcadas ogivais apoiadas em abóbadas de aresta viva, com restos de pinturas murais e onde subsistem algumas talhas de barro cozido, para vinho, com diferentes marcas de fabricantes e algumas cronografadas a partir do séc. XVII. 

O corpo superior, para os lados norte-nascente, no primeiro andar, termina em terraço de três arcadas sobrepujado por balcão geminado, de mármore, da renascença, de capitel axial de ornatos naturalistas e chanfros de meias colunas, revestido no silhar por azulejaria polícroma, de tapete e obra de estuque, datada de 1649. Foi arranjado no ano de 1903 e, da altura, é a composição dos balaústres e mesas forradas com painéis cerâmicos, assim como dos bancos apoiados em formosas mísulas manuelinas de pedra, possivelmente trazidas da abóbada gótica da transformada sala capitular. Anexo à adega, na correspondência do corredor para o laranjal e horta, que se atravessa por túnel de arcos emoldurados, existe curioso corpo levantado nas empreitadas manuelinas de 1520-22 e se compõe por nobre dependência de arcada granítica, de volta redonda (construída em época posterior para evitar o desmoronamento das coberturas originais), de dois tramos cobertos por tecto de ogivas ornatadas, de mísulas e chaves de pedra, esculturadas. Na parede do sul abre-se pitoresca fonte de taça marmórea, servida pelas águas da Cisterna, com arco de granito quebrado emoldurado com meias canas de bases flordelizadas e vestígios de pinturas a fresco em composição geral. Na mesma parede, sobrepujante, embora mutilado irreparavelmente, subsiste um baixo-relevo de terracota policroma, ostentando as armas reais de Portugal e o Pelicano do Príncipe Perfeito. 

No alçado do lado ocidente, balcão quinhentista, de granito chanfrado, em plano cruciforme. Subindo estreita escada aberta em arcaria abatida, de quatro tramos de colunelos de mármore e de paredes recobertas por azulejos verdes e brancos, de esmalte muito atingido pela acção do tempo, chega-se ao piso alto do claustro, que é uma obra de arquitectura de grande importância e foi construído por empreitada de 1520-1522, dada pelo rei D. Manuel aos mestres pedreiros irmãos João Álvares e Álvaro Anes e examinado em Março deste ano pelo arquitecto Diogo de Arruda, mestre das obras reais da Comarca do Alentejo. De planta rectangular, construído nos moldes de arquitectura de transição que assinala os últimos anos do governo do Venturoso e primeiros de D. João III, a sua decoração e estrutura são ainda essencialmente do estilo gótico-manuelino: as proporções e interpretação das arcadas redondas ou de volta abatida, anunciam as formas austeras do renascimento popular que fez escola na região. 

Compõe-se de quatro tramos geminados; o piso inferior, de pilastras poligonais e arcos chanfrados, de granito, com abóbada de artezões de aresta viva ornamentada por bocetes e mísulas esculpidos e, no andar nobre, de linha mais elegante, os fustes marmóreos, capitéis e bases, são caprichosamente decorados por motivos heráldicos, zoomórficos e naturalistas. Alentados botaréus com gárgulas de bestiários terminados em pináculos piramidais, de arcobotantes do alçado da igreja, conferem à quadra severa austeridade e robustez, um tanto aumentada pela sombra das ramagens frondosas de duas floridas e imponentes magnólias plantadas que foram, certamente, pelas derradeiras gerações fradescas. Meio esmagado no prospecto do Oriente (corpo inferior), subsiste interessante janela gótica de ogiva mutilada, que parece ter pertencido à primitiva Sala do Capítulo, ornada de meios coluneis graníticos, esculpidos com singela folhagem nos capitéis e que é resto evidente de construção religiosa do último terço do séc. XV. Original é o portado de mármore branco de acesso ao transepto do templo, de arcos geminados, com chanfros e túrgida composição exótica, naturalista, axial. O Refeitório é antecedido pela Casa do Lavabo, com portaria clássica de mármore coberta de opulenta abóbada polinervada, abatida, de artezões revestidos de delicada obra de estuque ornatada por emblemas da Ordem, de relevo escaiolado. Aquela sala, muito ampla e construída pelos mesmos arquitectos da claustra, c.ª de 1525, é de planta rectangular com cinco tramos e de tecto fechado por aranhiços de aresta viva, de alvenaria, mísulas e chaves de pedra, circulares, rebordadas por cordões manuelinos enobrecidos pelas armas de Portugal, esfera armilar e cruz de Cristo. Uma barra alta de azulejos verdes e brancos, losangulares, de fabricação lisbonense dos meados do quinhentismo, reveste parte das paredes e os antigos bancos da comunidade. 

No alçado ocidental existiu, até 1834, magnífico retábulo de Frei Carlos representando Nossa Senhora do Espinheiro ladeada por S. Jerónimo e Santo Agostinho. IGREJA Vultuosas e sucessivas empreitadas em épocas várias modificaram a traça e as proporções originais do templo de tal maneira, que ele chegou ao séc. XIX completamente descaracterizado. Do primitivo estilo gótico subsistem, somente, os absidíolos transeptais, como dissemos. A primitiva cobertura de madeira, fora custeada por esmola da Duquesa de Borgonha D. Isabel. A capela-mor, manuelina, foi radicalmente modificada no derradeiro quartel do séc. XVII e, da obra assinalada em 1566, temos a balaustrada do coro e o belo portado principal exterior, de mármore branco de Estremoz. Exemplar puro da Renascença, de artista anónimo, é ladeado por dois fustes da ordem dórica com remates de esferas cilíndricas levemente revestidas de ornatos esculpidos: tímpano ornado pelos medalhões de baixo-relevo de Nossa Senhora do Espinheiro (axial), S. Jerónimo e S. João Baptista. Sensivelmente coevo é o imenso vão da Portaria e do adro, de arco pleno granítico, apoiado em duas grossas colunas dóricas e fechado por notável grade de ferro batido, de dois batentes, modelada nos princípios clássicos dos fins do quinhentismo. A opulenta ferragem compõe-se, na parte superior, de um grande leque de prumos radiados com volutas e, nas portas, por balaústres rectangulares cravejados de rebites, com ornamentos de medalhões e rosetas. Obra relativamente importante da serralharia portuguesa da época, está autenticada pelos punções do fabricante: escudo de secção ovóide coroado por um S maiúsculo metido em círculo fechado. 

A portaria do mosteiro esteve armada por túrgido e bem recortado portal de mármore branco de volutas e folhagem, em representação de um dos últimos exemplos do estilo rocócó da época de D. José I, que o arquitecto-cenógrafo Cinatti, por volta do ano de 1870 encaixou no palácio do lavrador José Ramalho Dinis Perdigão, edifício da sua responsabilidade e onde se pode admirar, muito bem reconstituído, na fachada axial dos jardins. A imensa nave, de cobertura de meio canhão com apainelados de estuques coloridos, cronografada de 1801, é de planta rectangular e cruz latina, com transepto e altares colaterais e laterais, alguns pouco profundos. Está voltada ao Ocidente, na posição primitiva e a erecção, no século XVI, das capelas da banda da Epístola, hoje obstruídas, modificaram o plano original do corpo da nave, nivelando-as com o cruzeiro. Vasto coro protegido por grade de mármore branco, do Renascimento, com balaústres de secção cilíndrica guarnecidos de discos esculpidos, absorve o primeiro tramo da nave, em arco abatido e pilastras da ordem jónica, e o vão total da Portaria. Conserva o cadeira! de carvalho, sóbrio trabalho de marcenaria artística dos fins do renascimento, de cadeiras singelas de braços de volutas e espaldas apilastradas com friso recticulado, de pérolas, cordões, óvulos e medalhões ornatados com folhas de carvalho. Obra datável de c.ª 1566, está muito arruinado e foram-lhe arrancadas as telas que o guarneciam, em 1836. Nos ângulos subsistem pequenas pinturas em tábua, com paisagens e dísticos latinos. 

No centro, grande estante de pau Brasil, esculpida, da época de D. José. Dez painéis de azulejos historiados, com temas da vida do padroeiro do convento, completados por paisagens e marinhas, de esmalte branco e decoração azul, guarnecem o rodapé da nave, com seu emolduramento policromo, de urnas floridas. Esta série de quadros, do designado tipo rocócó de pilastra, da época e fabricação dos que revestem os silhares marianos da Sacristia e os das capelas dos Reis e da Ressurreição, no cruzeiro, estes também da hagiografia de S. Jerónimo, constituem núcleo lisbonense da Fábrica do Rato e datáveis da década de 1760, na opinião autorizada do historiador da especialidade, eng. João Santos Simões. Legendas dos retábulos cerâmicos: Baptismo de S. Jerónimo S. Jerónimo despedese de seus pais e parte para Roma e seu irmão o acompanha S. Jerónimo Ilustra a rogo de S. Agostinho alguns lugares da Escritura S. Jerónimo chega a casa de seus pais vindo de Roma S, Jerónimo sahindo da pátria dezembarca nas margens do Rheno S. Jerónimo faz penitência tentando-o a lembrança das Matronas de Roma S. Jerónimo tratando no Dezerto com hum Venerável Monge plantando a simenteira do Evangelho S. Jerónimo he tentado e engolfado na lição de Cícero S. Jerónimo é castigado por Deos pela Leitura dos Livros de Cícero S. Jerónimo controverte no Argomento, com o Arriano Actualmente, o corpo da nave tem 11 altares, nove ao culto e dois profanados e obstruídos, dispostos da seguinte maneira: 
Lado do Evangelho 
1 - Altar colateral entre o presbitério e a capela dedicado ao presente a Santa Bárbara. Conserva uma imagem da padroeira, de madeira dourada, antiga mas de tipo corrente, e mesa de mármores embrechados, do género florentino e dos começos do setecentismo. 
2 - Capela dos Reis ou do Fundador, sita no primitivo braço fundeiro do transepto, sofreu pelo menos três grandes alterações: em 1637, 1704 e no séc. XIX, esta de graves consequências estéticas que lhe modificaram estruturalmente a decoração. 

Tem altar de talha dourada, vulgar, do estilo rocócó, com uma boa escultura estofada de Santo Agostinho (?), de factura anterior, e na parede confinante com o claustro o painel de azulejos de S. Jerónimo tratando do leão enfermo, além de dois quadros cerâmicos com medalhões representados pela ampulheta, trombeta e cilícios; e crâneo sobre um livro fechado, com tinteiro e pluma. No alçado do oriente subsiste o túmulo do Bispo de Évora D. Vasco Perdigão, fundador da igreja, metido em edícula revestida de estuques marmoreados, de mau gosto, sobrepujado pela mitra episcopal e de brasão escondido sob grossas camadas de cal. Letreiro: SEPVLTVRA, EM Q. JAZ, O MVI RD.O SENHOR D. VASCO PERDIGÃO. BISPO Q. FOI DE ÉVORA, O QUAL ENT RE OUTRAS NOTAVEIS OBRAS, Q. EM LOVVOR DE DEOS FEZ, EDIFICOV DOIS CONVENTOS, E DOTOV ESTE A HONRA DE N. SNR.A (E DO PADRES) JERONIMO E DEIXANDO DE SI, (SEPITERNA) ME MORIA SE FINOU EM 27 DE FEVEREIRO (DE 1463) REINANDO O SENHOR REX D. AFONSO O V.º No pavimento existe a sepultura marmórea de D. Isabel de Noronha, que foi trasladada, nos fins do séc. XVII, da antiga capela da Anunciação, instituída por esta nobre senhora no local onde se construiu a nova sacristia, e que estivera composta, no altar, pelo retábulo da Anunciação da Virgem, de Fr. Carlos. Escreveu-se na campa: AQVI JAZ DONA ISABEL DE NORONHA MOLHER Q. FOI D. NV NO VAZ D. CASTEL BR.A A QVAL MANDOV FAZ ER ESTA CAPELLA PA RA SI E SEVS HERDEI ROS FALECEO A XXVII DOVTVBRO D. 1563 ANNOS 
3 - Altar hoje dedicado a Santo António, de estuques dos alvores de novecentos, sem interesse artístico. Este altar e o imediato são novos. 
4 - Altar do Senhor Crucificado, composto por dramático Cristo de madeira, dos fins de setecentos. Lado da Epístola 
5 - Altar colateral hoje dedicado a Santa Ana, com imagem de madeira do orago e mesa de mármores polícromos, embutidos (C.ª de 1700). 
6 - Capela da Ressurreição, que conserva, externamente, os prospectos quatrocentistas dos fundamentos. Destinada a jazida dos sobrinhos de D. Vasco Perdigão, foi reformada no ano de 1526 por um seu parente chamado André Godinho, que na capela foi enterrado mas cuja campa se perdeu, assim como o altar gótico e o retábulo da Ressurreição, obra de pintura também atribuída a Fr. Carlos. 

Da infeliz transformação setecentista, com trabalho de estuques escaiolados, apenas tem merecimento o apainelado cerâmico da vida de S. Jerónimo, de provável factura lisbonense do Rato e uma interessante escultura de madeira dourada de Santa Clara (?). No chão, uma pedra tumular de caracteres góticos, de mármore, rebordando escudo carregado de cinco perdigões postos em pala e dispostos em aspa: AQUY.JAZ.LUIS.FREIRE SOBRINHO.DO.BISPO.DOM.VASCO.FUNDADOR. DESTA CASA.CAVALEIRO FIDALGO.DA CASA.DELREY. NOSO.SNÕR.FALECEO --------- 
7 - Capela do Santo Crucifixo ou de D. Joana e, posteriormente, da Ceia do Senhor. Instituída por D. Joana de Vasconcelos, que nela teve sepultura legendada e se perdeu depois de 1645, foi reedificada no ano de 1658 por D. Helena de Castro, Condessa de Vila Pouca de Aguiar, sua neta. Esta senhora, filha do claveiro Álvaro da Silveira, era viúva do Conde D. António Telles de Meneses, restaurador da Bahia e de Angola. Foi, novamente, reedificada nos meados do séc. XVIII, data de montagem do actual altar de opulentos mármores esculpidos e coloridos, do estilo neoclássico. No espaço imediato, preenchido pelo púlpito e sacrificada na centúria setecentista, subsiste completamente desafectada e em ruínas a Capela do Nascimento, que havia sido decorada no ano de 1594 por D. Brites de Távora, viúva de Gonçalo de Sousa da Fonseca, com um painel de pintura do Nascimento de Jesus e nas paredes laterais por dois panos de rás representados pela História de Asuero e Esther. 

É de planta rectangular coberta de tecto de meio canhão ornatado com largos caixotões quadrangulares e conserva, quase completo, o silhar de azulejos verdes e brancos, enxaquetados, da época, além de uma grande lousa de mármore, no pavimento, do irmão da fundadora, o capitão de Diu Rui Pires de Távora, trasladado de Lisboa nos começos do séc. XVII, campa que sofreu mutilação intencional depois do atentado contra o rei D. José, em 1759. SEPVLTVRA.DE RVI PIZ.DE...... E DE SVA.MOLHER DONA PHILIPPA.DE VILHANA. E.SEVS.FOS ERDEIROS 8 - Capela do Sepulcro ou do SENHOR MORTO, fundada no ano de 1463 pelo fidalgo da casa real Afonso de Carvalho e sua esposa D. Brites Álvares Vidal. Adquirida nos fins do séc. XVII pelo cónego André de Sande, foi por ele totalmente reedificada para sua sepultura e de seus sobrinhos. É obra notável pelo revestimento de mosaicos e mármores embutidos, policromos, do estilo italiano e de inspiração barroca, datável dos alvores do setecentismo. 

Retábulo limitado por quatro colunas salomónicas, composto por 16 placas quadrangulares com os símbolos do Martírio de Cristo, em aplicações muito belas e de fino lavramento; remate de empena com luneta sobrepujada por coluneis salomónicos, concêntricos, e dois anjos axiais amparando volumosa tabela barroca da efígie de Jesus. Na banqueta, imponente sarcófago rectilíneo, de mármores embrechados, com remates de pináculos de fogaréus e cena fundeira, bem esculpida, em baixo-relevo, da lamentação de Nossa Senhora, Madalena e S. João Evangelista. A escultura de Cristo Morto, de madeira, coeva, é de singular dramatismo. Interessantes painéis de azulejos monocromos, da História de Jesus, de artista anónimo agrupável ao monogramista P. M. P., mas imitações holandesas de Delft ou Roterdão, forram o panteão. As cenas bíblicas, interpretadas entre majestosas ruínas e paisagens edénicas, são envolvidas por largas faixas barrocas de ornatos, serafins segurando escudetes e anjos estantes empunhando cestas de flores e pisando águias. Obra datável da 1.ª vintena do séc. XVIII, é completada pelas molduras de mármore negro que fecham o santuário e que foram despojadas das pinturas em tela, que o Governo recolheu nas caves do extinto Convento de S. Francisco de Lisboa, no ano de 1836. 

Na mesma altura desguarneceram as paredes da nave de outras preciosas obras pictóricas, entre elas algumas do Fr. Carlos. O inventariante, dr. António Nunes de Carvalho arrolou no Convento do Espinheiro 77 quadros, sendo 31 em tábua e 46 de tela. No corpo térreo, sepultura armorejada com o brasão dos Sandes e a inscrição: ESTA CAPELA MANDOU FAZER O R.O ANDRE DE SANDE CONEGO NA S.TA SSE DE EVORA P.A SEU JAZIGO DE SEVS SO BRINHOS O R.O CONEGO JOÃO DE LANDIM E SANDE SIMÃO DE LAN DIM, E SEOS DESCENDENTES FALECEO EM 16 DE NOVEMBRO DE 1710 Na sequência do alçado desta capela existe outra que teve o onomástico original de S. Jerónimo, depois de Santo Eustáquio (hoje tapada para o corpo da nave), que se encontra adulterada e havia sido instituída segundo escritura de 5 de Abril de 1591, por D. Maria de Castro, viúva do conselheiro de D. Sebastião, D. Garcia de Meneses, que se perdeu com o filho único D. Duarte de Meneses, na Batalha de Alcácer Kibir. Mantém a estrutura primitiva conquanto aos volumes: planta rectangular, cobertura de volta perfeita ornada de apainelados geométricos, de estuque, com tabelas coloridas, e fragmentos, no rodapé, de azulejos verdes e brancos, axadrezados, da época. 

Nela existiram alguns retábulos de Fr. Carlos e ainda, na parede do lado da Epístola se vê a lápida de mármore branco da fundação, com estes dizeres: ESTA.CAPELA.MANDOV.FAZER.E.ORNAR. DONA.MARIA.DE.CASTRO.MOLHER.QVE.FOI.DE. DOM.GARCIA.DE.MENESES.PERA.SEV.ENTERO.E.DE SEVS.FILHOS.AVOS.E.BISAVOS.QVE NO.CRVZEIRO DESTA.IGREIA. ESTAVÃO.SEPVLTADOS.INS TITVIV.HVMA.MISSA.QVOTOTIANA E HVM.OFFICIO DE.NOVE.LICOIS.NO.OITAVA RIO.DOS SANTOS.POR.SVA.ALMA.E DE.SEVS.DEFV- TOS.DOTANDOA.COM.QVARENTA.E.CINCO.MIL RS.DE.RENDA. 40000.DE DOTE E.5.DE.FABRICA. 9 - A derradeira capela da igreja comunica directamente com o sub-coro e teve a crismação primitiva de Santa Catarina, determinada pelos fundadores, o anadel-mor dos besteiros do conto de D. Afonso V e D. João II, Duarte Furtado de Mendonça e sua esposa D. Genevra de Melo, filha do alcaide-mor de Évora Martim Afonso de Melo. 

O contrato, celebrado com a comunidade jerónima, teve efeito no dia 23 de Março de 1493. No último terço do séc. XVI o padre mestre Fr. António de S. José reformou a capela e deu-lhe o título do santo seu onomástico, ordenando a feitura do retábulo de talha dourada, cujos restos ainda existem e as pinturas da abóbada, com laçarias e ornatos, o rodapé de azulejos verdes e brancos, de xadrês, do fabrico nacional que se usou entre nós a partir do reinado de D. João III. A imagem de S. Sebastião, do retábulo, antiga, de madeira, é do tipo corrente. 

Felizmente, as campas dos fundadores, duas formosas pedras de mármore branco, com caracteres góticos muito perfeitos, subsistem lado a lado, com as legendas rebordando os brasões de família: escudo tranchado dos Furtados de Mendonça, o dístico latino AVE MARIA GRACIA, e os besantes dos Melos em dobre-cruz e bordadura: AQUI JAZ:O:MUYTO:HONRADO SENOR:DUARTE:FURTADO:DE MENDOCA DO CÕSELHO DEL REY: E SEU ANADEL MOR DESTES :REINOS: E FINOUSE: A.M.CCCC LRIIIJ. AQUY JAZ: A MUITO: HONRADA; E UJRTUOSA:SENHORA:DONA GINEVORA: DE ME LO:MOLHER:Q:FOJ:DE DUARTE :FURTADO: D:MÊDOCA: Da época da grande reformação setecentista da igreja são os dois púlpitos da boca do cruzeiro, de madeira ornamentada a oiro, e o pomposo órgão de talha polícroma, do estilo rocócó, que preenche um tramo da nave, ao Evangelho. 

Altíssimo merecimento epigráfico, histórico e heráldico tem o transepto do monumento, pois todo ele se encontra pavimentado com vinte e nove lages sepulcrais de mármore, onde se desfizeram as vísceras ferais de grandes nomes da nobreza portuguesa dos séculos XV e XVI, constituindo o panteão mais notável de templos do sul do país. Leitura: AQUI: JAZ: FRANCISCO: DA: SILVEIRA: DO: CONSE- LHO DEL:REI:NOSO:SNOR:COUDEL:MOR:DE SEUS REI- NOS F.o: DE FERNÃ:DA:SIL (VIEIRA OUTROSIM COUDEL MOR REGEDOR) DA: JUSTIÇA DOS DITOS REINOS-.DA SNRA: DONA:ISABEL:A:MRIQUEZ:SUA MO- LHER;FALECEO: A 25 DE NOVEMBRO DE:1534 E TEMBEM:JAZ:AQUI A SNAR::DONA:MARGARIDA DE NORONHA:SUA:MOLHER F.A DE DOM::JOAM DE NORON HA E DA SNAR DONA: JOANA DE CASTR FALECEO A 16 (?) DAV RIL:DE: 1531 ANOS. 

No centro, vestígios das armas dos tumulados. A campa é de caracteres góticos e as palavras entre parênteses estão escondidas debaixo do degrau da capela-mor. AQUI JAZ: O MUYTO HONRADO SNOR FERNÃ DA SILVEIRA DO CÕSELHO DELREI NOSO (SR. COUDEL MOR NESTES REINOS REGEDOR DA CASA DA SUPLICAÇÃO :SR:DE ANSIÃO E DA SOVEREIRA FORMOSA: E A MUITO HON) RADA VIRTUOSA SNRA DONA ISABEL ÃRIQUEZ SUA MOLHER. Caracteres góticos. No eixo, brasão de armas quase ilegível. ESTA:SEPULTURA:HE:DE;JORGE:DA:SILVEIR DO CÕSELHO :DELREI:NOSO:SÕR: E DA M.T VERTUOSA:SR:DONA:MARGARIDA: FURTA (DA DE) MENDOÇA SUA MOLHER QUE DEUS HAJA:FILHA DO MUI HONRADO) SÔR:FERNÃ: DA SILVEIRA: E DA M.T VERTUOSA:SRA;DONA:ISABEL:ÃRIQUEZ: No centro, brasão de armas dos Silveiras e Furtados de Mendonça. Inscrição gótica. ESTA:SE:PULTURA:E DE: V ASCO:DA:SILVEIRA:FILHO:DE:JORGE:DA:SILVEIRA E D:(DONA MAR GARIDA FURTADO DE MENDOÇA E DE SUA) MOLHER :E DONA LIANOR:FILHA;DE GGIA:D:MELO:E DE:DONA:GIOMAR:ÃRIQZ: Letra gótica e escudo axial. AQVI IAZ IOÃ TOVREGAM E SVA MOLHER BRITES MARTINS. Letra romana. AQUI JAZ A MUITO (VIRTUOSA ISABEL) CERVEIRA MOLHER Q. FOJ DE (MARTIM RIBEIRO FIDALGO) DA CASA DO INFANTE DÕ FR.DO E FALECEO A RBI DE IULH (DE 1488). Letra gótica. AQUI JAZ HA MUYTO VIRTU OSA SENHORA DONA YSABEL: D MELLO HE SEU FILHO: GARCIA DE MELLO. Legenda gótica rebordando a lápida. AQVI:IAS:GC.O D E SOVSA: E SVA MOLHER: DONA LIANOR: FAL.O NA ERA 1516. Letra romana e escudo de armas na parte inferior da campa. SEPVLTVRA :DE :DONA :ISA BEL DE BERREDO FILHA.DE FERNÃO.PEREIRA.SNOR. DA.TERRA.DA FEIRA E.DE.SEU.MARIDO.DOM.DIO GO DE CASTRO.SENHOR DAS :TERRAS.DE.LANHOSO. DE.SANTA MARIA.DE RIBA TAMEGA.DE.SINFÃES.DE SINDE.E :AZERE :E.ALCAIDE MOR.DAS.VILAS.DO.SABV GAL.E.ALFAIATES. Esta campa, de inscrição clássica, foi trasladada da capela de S. Jerónimo depois de 1645. D. Isabel morreu no ano de 1484 e o marido na década de 1510. SEPVLTVR A DE GVOMES DE FYGYEREDO. E DE SVA MO LHER DONA LIANOR.DE MELO. Letra romana, séc. XVI. AQUI :JAZ ANTONIO :DA :SILVEIRA :FILHO: DE:GORGE:DA:SILVEIRA:DE:DONA:MARGARIDA:FURTADA:O QUAL FALECEO NA:ERA:DE:1530:ANOS:E SUA: MOLHER :DONA GINEVRA:DE BRITO F.A DE:GORGE:DE:BRITO E DE DONA VIOLÃTE PIREIRA: Inscrição de letra gótica e escudo axial em que as partições são todas feitas por uma corda. Sobrepujante, elmo posto de frente envolvido por rico lambrequim. Armas dos sepultados, Silveiras sobre Furtados de Mendonça e Brites Pereira. Tem legenda latina: AVE MARIA GRATIA PLENA. DONA ANA IOAQUINA IOZEPHA AL EX.A NATURAL DA SID.E DE LX.A Q. FALECEO E- M HEVORA EM.28 DE JULHO DE 1737 E GAS SEM DOMINIO. Inscrição muito sumida, que era esboço da seguinte: S. DE DONA ANNA JO AQUINA JOZEFA ALE XANDRINA NATURAL DA CIDADE DE LIXX.A FALECEO EM EVORA AOS 28 DE JULHO DE 1737 JAS SEM DOMINIO. Caracteres romanos. ESTA.SEPVLTVRA.HE.DE.DI OGVO.DE.SEPVLVEDA.DO.CÕSELHO.DELREI.NOSO SRO Q. ESTEJAZIGO MÃDOV FAZER PERA SI E SEVS.HERDEIROS.FALECEO.A.X.D.MARÇO 1545. A sepultura, aberta em letra romana e ornada com o escudo central esquartelado dos Sepúlvedas e Henriques, foi trasladada do claustro (1). S.D.BERTOLEZA VAS MAE.DO.P.F.THOMAS FRADE.PROFESSO DE STE MOSTEIRO.E.D.S.ER DROS. Caracteres romanos. AQVI.JAZ.DONA.ISABEL. DE NORONHA.F.A DOS.SÕRS.COVDEL.MOR.E.DE DONA MARGARIDA.DE NORONHA.FALECEO.SOLTEIRA.A XXIII.DOITVBRO. DE 1553. E SVA.IRMÃ.DONA CECILIA DE.NORONHA.QVE.SENDO.MUITO BEM DOTADA.FALEC EO.SEM.CAZAR.INSTITVIV HVA MISSA.QVOTIDIANA.POR.SV.ALMA.E.DE.SEVS.DEFVNTOS. Letra romana e escudo central, em lisonja, das tumuladas, que eram ambas filhas do coudel-mor Francisco da Silveira (2). (AQVI ESTÃO OS) OSOS.DE. MANVEL.DA SILVEIRA.FILHO.DE FRÃCISCO.DA SILVEIRA COVDEL.MOR.DESTES.RE REINOS.DE.PORTUGAL.E.DA.SÕRA DONA.MARGARIDA DE NORONHA SVA.MOLHER OS QVAES FORAM MANDADOS TRAZER DE MARROCOS ONDE COMO.CAVALEIRO.COM SEV CAPITÃ.JVTAMENTE FORAM.CATIVOS.E Ê.PODER DO XARIFE.ESTEVE.XIIJ.ANNOS.SOFRÊDO COMO XPÃO.FALECEO.IA RESGATADO.POR.X. MIL CRUZADOS.NA ERA. 1545. Inscrição de letra romana com pedra de armas ao meio. Esquartelado: Silveiras e Noronhas. S.D.AMTONIO DE SÓ SA.FIDALGO.DA.CASA DEL REI.NOSO.SOR.E D.DONA JOANNA D.MACEDO.SVA.MOLHER.FILHA.DÃRI- QVE.DE MACEDO.E A QVI.SE.NÃ.POSA ËTE RAR OVTRA PESOA NE HVA. Caracteres romanos e brasão no centro (séc. XVI). SEPVLTVRA.DE.DOM.GAR CIA.DE MENESES.FILHO.DE DOM.FERNANDO.DE.MENE SES.E.DE.DONA.ISABEL.DE. CASTRO.QVE.FOI.DO.CON SELHO.DELREI.DOM.MANO EL.E.PELEIOV.VALEIROSA MENTE.EM.TANGER.NO REBELIM.COM.ELREI.DE.FEZ. Inscrição de letra romana (Séc. XVI). Sepultura anepígrafa, com brasão de armas esquartelado: Silveiras, Furtados de Mendonça, Cunhas e Fonsecas. Timbre: toiro nascente. Neste lugar, reza a tradição, teve campa D. Filipa de Macedo, mãe do 1.° Conde de Vimioso, filho natural de D. Afonso de Portugal, depois Bispo de Évora. AQVI IAS DONA CN.A PR.A Campa do séc. XVI. SEPVLTVRA DE LOPO DE BAR ROS E DE SEVS HERDEIROS. Inscrição de letra romana encimada por brasão das três barras. Séc. XVI. S.D.LIANOR A NES.MOLHER QVE QVE FOI DE A LVARO DIA S RVIVO Q. VE DÊS AIA E SEVS ERDE IROS. Letra romana, séc. XVI. S.D.FR.CO ALVRZ RVIVO E D.SVA MOLHER.BRA SIA GIL E SEVS HERDEIROS. Letra romana. Séc. XVI. S.DE.BRIATES.DE RESEENDE.F.DE JORGE.DE RESE NDE.QË DÊS AIA. Pedra do séc. XVI encimada por duas cabras sotopostas. AQVI JAZ.DOM.DVARTE.DE. MENESES.FILHO.DE DOM FE RNANDO.DE.MENESES.QVE. DE 14 ANNOS.PASSOV.A TAN GERE.PERA.QVE.POR.SEVS SER VICOS.E.DE.SEVS.AVOS.SE LHE DESSE.O.CONDADO DE LOULE QVE.POR.MORTE.DA.INFANTA DONA GVIOMAR.SVA.PRIMA IRMÃ.CASADA.COM.O.INFAN- TE.DOM.FERNANDO.SE.UNI- A.COROA.REAL. E.SENDO.INVIADO.NO.ÃNO DE.1522.DELREI.DOM.JOÃO 3.° POR.CAPITÃO GOVERNADOR DA MESMA.CIDADE ALCAN SOV.GRANDES.VITORIAS.DOS ALCAIDES.DE XIXVÃO.ALCER QVIBIR.TVÃO.E DELREI.DE.FEZ E.SVA 2.ª MOLHER.DONA. FILIPA DE CASTRO.FILHA.DE.DOM.DIOGO DE CASTRO.SNÕR.DAS TERRAS DE SANTA.MARIA.DE.RIBATA- MEGA.DE.LANHOSO.DE.SINFÃES DE.SINDE.E.AZERE.ALCAIDE MOR.DAS.VILLAS.DO SABVGAL E ALFAITES. Caracteres romanos. (Séc. XVI). SEPVLTVRA. DE.DONA.MARIA.DE CASTRO.FILHA.DE.DOM.AFONSO DE.CASTELOBRANCO.E.DE.SVA PRI MEIRA.MOLHER.DONA.CÕSTANÇA DE.CASTRO.MOLHER.DE.DOM GA RCIA.DE MENESES.SNÕR.DAS.VI LAS.DE.SANTA.CRUZ.DE.RIBATA MEGA.E.DE.SINFÃES.E.DE.LANHO SO.E.DE.SINDE.E.DE.AZERE.ALCAI DE MOR DAS VILAS.DO.SABVG AL.E.ALFAIATES.O.QVAL.MOR REO.NA.BATALHA.EM.SE.PERDEO EL REI.DOM.SEBASTIÃO.ONDE TAMBEM.LHE.MATARAM.DOM DVARTE.DE.MENESESE.SEV FILHO ERDEIRO. E.DE.DOM.FERNANDO.E.DOM AFONSO.SEVS.FILHOS. Sepultura de letra romana trasladada da capela de S. Jerónimo, panteão de D. Maria de Castro. SEPVLTVRA.DE.DOM.FER NANDO.DE.MENESES.FILHO DE.DOM.DVARTE.DE MENESES CONDE.DE.VIANA.AQVEM ELREI.DOM.AFONS0.5.O AR MOV.CAVALEIRO.NOS.CA MPOS.DE ARZILA.E.NOS.DE ALCACER.SENDO.CAPI TÃO.DAQVELLA.VILLA.COM A FAMOSA VITORIA.QVE ALCANSOV.DOS.MOVROS DEV.SEV.NOME.A. VEIGA QVE.DELLE.AINDA.SE.CHA MA.DE.DOM.FERNANDO.E TEVE.GRANDE PARTE.NA ROTA.EM.QVE.SEV.IRMÃO DOM.HENRIQVE.CONDE.DE LOVLE.DESBARATOV.ELREI DE FES. E.DE.SVA MOLHER.DONA ISABEL DE CASTRO, (3) FILHA DE.DOM.DIOGO.DE.CASTRO. PRIMEIRO.CAPITÃO.DA.CI DADE.DEVORA.E.SEVS FILHOS.DOM.DIOGO.CRA VEIRO.DA.ORDEM.DE.XPO E.DE.DOM.PEDRO.GOVER NADOR.DA.JVSTICA. Inscrição quinhentista de letra romana. Este fidalgo foi justiçado em Setúbal no ano de 1484 por conspirar contra D. João II. S.D.INES.D.CVBEL LOS.FREIRA.PROFECA.DE.SANTA CLARA.ACVIA ALMA.DS.PORSV A MISIRICORDIA.D.OSEO.FALECEO.A.6 DAGOSTO DE 1580 BEATIMOR TVI QVI IDO MINO MVRIVNTV R. Inscrição de letra romana rebordando a sepultura. GONCALO.DE.SOV SA.DA.FONSECA FALECEO.A.14.DA GOSTO.DO.ANNO.DE 1587 E SVA MOLHER DONA.BRITES.D. TAVORA O apelido final está raspado, mas ainda se conhece. 

Esta dama foi a reformadora da capela do Nascimento, hoje obstruída, local donde foi trasladada. Finalmente, no pavimento do sub-coro, entre a porta principal e o guarda-vento setecentista, subsistem três sepulturas graníticas, duas das quais ainda conservam as inscrições, a saber: SEPVLTVR.A DE JOANA DYZ ...DE AMBR ZIO LOPEZ FA FRZ ERD OS. O presbitério sofreu, como todo o edifício, alterações substanciais. O original, obra da época manuelina, esteve ornado com um retábulo pintado por Fr. Carlos e nele jazeram os corpos dos infantes meninos D. Maria, filha de D. Manuel e D. Maria de Castela; D. Brites e seu irmão D. Manuel, filhos de D. João III e D. Catarina de Áustria, até serem trasladados em 1582 para o Convento dos Jerónimos, de Belém, a instâncias de Filipe II e em cerimónia presidida pelo arcebispo D. Teotónio de Bragança. D. Maria de Albuquerque, Condessa de Vimioso, nos meados do séc. XVI, fez-lhe grandes obras de beneficiação, mas a actual pertence à empreitada que teve início em 1686, segundo vontade da Condessa de Basto D. Violante de Lencastre, filha dos Duques de Aveiro e viúva do 2.° Conde daquele título D. Lourenço Pires de Castro. A primeira pedra da capela foi benzida pelo arcebispo D. Fr. Domingos de Gusmão e o autor do risco foi o capitão engenheiro Mateus do Couto. Antecedida por ancho arco triunfal de mármore armorejado pelo escudo em pala dos padroeiros, é de planta rectangular, vasta e profunda, coberta por abóbada de berço revestida de pinturas murais ornatadas de temas vegetalistas, polícromos e tendo, no eixo, grande medalhão de exalçamento do orago conventual. 

O retábulo, vultuosa obra de talha dourada, barroco, com duas fieiras de colunas torsas recobertas de uvas e parras que acompanham, concêntricamente, o arco redondo do tímpano, é encimado pelo escudo bipartido das Casas de Aveiro e de Castro. Altar de mármores embrechados e trono de maquineta esculpida, esta sensivelmente posterior e contendo a imagem de roca e vestia bordada de Nossa Senhora do Espinheiro. A escultura de S. Jerónimo, colocada em consola na banda do Evangelho, interessante peça estofada e dourada dos fins do séc. XVI, pertenceu à capela daquele título e veio para aqui em 1719, segundo determinação do Pe. Mestre Fr. Jerónimo de S. José. A imagem mede, de altura, 1,38 m. O sacrário, de talha dourada, igualmente de coluneis salomónicos, barroco e coevo do altar ostenta, na porta, a Ressurreição de Cristo, em baixo-relevo. As paredes do camarim, forradas de entalhamento delicado são, nas outras partes, revestidas de silhares de azulejos monocromos, do tipo de tapete. Os prospectos laterais do santuário estão compostos por painéis de azulejos historiados, da vida mariana, de esmalte anilado e decoração azul, segundo desenho presumível do artista espanhol Gabriel del Barco y Minusca. São datáveis de c.ª 1700 e têm estes assuntos (Evangelho): Apresentação da Virgem no Templo, Presépio, Assunção e Coroação da Virgem. - (Epístola): Anunciação, Visitação de Santa Isabel, Morte da Virgem e Nossa Senhora da Conceição. 

Ao nível do altar-mor, que se atinge subindo alguns degraus, em supedâneo ricamente esculpido com mosaicos embrechados, rasgam-se em arco-sólios de volta inteira os sarcófagos dos condes-padroeiros, feitos de mármores policromos da região e obra construída por determinação de D. Violante de Lencastre, segundo escritura pública celebrada em Lisboa no cartório de Domingos de Bairros, no dia 23 de Agosto de 1683. 

Estão ambos sobrepujados pelos armoriais dos tumulados, a saber: D. Diogo de Castro, Vice-rei de Portugal - escudo das treze arruelas encimado por coroas de três florões (lado do Evangelho). D. Lourenço Pires de Castro e D. Violante de Lencastre - escudo frontal partido, dos treze besantes e as armas do reino com oito castelos na bordadura e um filete em barra sobre o campo das quinas (Lencastres - à Epístola). Leitura das lápidas: SEPVLTVRA DE DOM DIOGO DE CASTRO C.DE DE BASTO QVE FOY REG.ER DAS JVSTICAS PRESIDENTE DO PAÇO, GOVERNADOR DESTE RN.O E VIZO REY DELLE, FALECEO EM 19 DE MAYO DE 1638 E DE SVA MOLHER A C.DA DONNA M.A DE TAVORA, FALECEO A 4 DE OVTVBRO DE 1618 Q. LHES MANDOV FAZER SVA NORA A C.DA DONNA VIOLANTE DE LAMCASTRO F.DOS DVQVES DE AVEIRO SEPVLTVRA DE DOM LOURENÇO PIRES DE CAS- TRO C.DE DE BASTO FALECEO EM 27 DE OVTVBRO DE 1642, E DE SVA M.ER A C.DA DONNA VIOLANTE DE LAMCASTRO F.A DOS DVQVES DE AVEIRO; FALE- CEO EM 28 DE MARÇO DE 1691 FUNDADORA DESTA CAPELLA COM TRÊS MISSAS QVOTEDIANAS E QVATRO OFFICIOS CADA ANNO PELAS ALMAS DOS CONDES SEVS SOGROS, E P.LA SVA, E DO C.DE SEV MARIDO; E CELEBROVSSE A ESCRIPTVRA DESTE CONTRATO O ANNO DE 1683 EM 23 DIAS DO MÊS DE AGOSTO E ESTA NO CARTORIO DE D.OS DE BAIRROS TABALIÃO DE NOTAS DA CI.DE DE LX.A Ao centro do pavimento e na boca do santuário, vê-se enorme e magnífica campa de mármore levemente avermelhado, com as armas axiais das três faixas dos Mascarenhas e os leões afrontados dos Henriques. Sob ela jazem o capitão-mor de ginetes de D. Afonso V e D. João II, D. Fernão Martins de Mascarenhas e sua segunda esposa D. Violante Henriques, filha do regedor das justiças del-rei Fernão da Silveira e de sua mulher D. Isabel Henriques. 

Tem inscrição de letra gótica rebordando a lage: AQVI JAZ HO MAGNIFICO SÑOR DÕ FERNÃ MARTIZ MAZCARENHAS CAPITÃ MOOR DOS GINETES DEL REY DÕ JOHÃ HO SEGUDO E DEL REY DÕ MANUEL HO PRIMEIRO E DO SEU CÕSELHO ALCAIDE MOR DE MÕTE MOR O NOVO DALCACER DO SAL SÕR DO LAVRE E COMËDA- DOR DA CO MEDA MOR DE MERTOLA E ALMUDOVAR VARÃ MUI ESFORÇADO SEUS SERVISOS FORAM DINOS DE GRÃDE MEMORIA FALECEO Ë AL MUDOVAR A 13.D.N.B.C I (13 de Novembro de 1501). A SACRISTIA, espaçosa e alegre dependência de planta rectangular, é dos fins do séc. XVII e sofreu outras importantes beneficiações nos anos de 1755 e 1803 (datas na empena posterior). De 1700 são os caixões de madeira de angelim com fecharia de bronze doirado e o lavabo de mármores regionais, brancos e cor de rosa, de cartelas, volutas e mascarões zoomórficos, barrocos, do período de Fr. José da Natividade. 

Da época de D. José I, são o altar de talhas douradas, do estilo rocócó, muito arruinado, o movel-armário dos cálices e amitos, pintado no corpo interior de vermelho e ouro, e a alegre guarnição cerâmica do tipo de pilastra, policroma, da História de Maria, com os seguintes painéis: Anunciação, Casamento da Virgem, Presépio, Adoração dos Reis e Fuga para o Egipto. A opulenta guarnição de azulejaria, em barra de anjos e ornatos naturalistas, acompanha todo o alizar do paramenteiro. No altar da primitiva dependência existiu, também, um belo quadro da Anunciação, do monge pintor Frei Carlos. Na cerca monástica existe a capela tumular do poeta e cronista eborense Garcia de Resende (Monumento Nacional). Foi fundada em 1520 (4) na dedicação de N.ª S.ª do Egipto e, no ano de 1777, encontrando-se profanada e ao abandono, Inocêncio José de Mendonça e Faria, administrador dos bens e vínculos de Garcia de Resende, em nome de sua mulher D. Maria Rosa Gertrudes de Resende, 10.ª morgada do título, ordenou a sua reedificação e reabertura ao culto, cerimónia que se realizou em 8 de Dezembro de 1778. Nesta data o orago se mudou para N.ª S.ª da Conceição. 

Extinto o convento em 1834, caiu na maior ruína e foi novamente desafectada: a campa, vendida para casa do lavrador José Soares, serviu de mesa de cozinha num monte de lavoura e as ossadas do ilustre escritor, que aí jaziam desde 3 de Fevereiro de 1536, conduzidas piedosamente pelo professor liceal Martiniano Marrecas, em 1865, para a Biblioteca Pública de Évora, voltaram ao seu lugar sagrado em trasladação realizada em Janeiro de 1898. Obra de proporções miniaturais de arquitectura típica do mudejarismo alentejano, compõe-se de três partes distintas: nartex, nave e capela-mor, recobertos no beiral por friso de merlões chanfrados e torrinhas torsas, de alvenaria. 

O primeiro corpo, de três arcos de volta perfeita, tem curiosa bandeira de grilhagem de tijolo de inspiração muçulmana e bancos revestidos de azulejos de ladrilho esmaltado; no pavimento, trasladada da nave da igreja depois de 1645, existe a sepultura marmórea de Jorge de Resende, irmão do instituidor e homem igualmente dedicado às musas, pai do poeta Jorge Falcão de Resende. Leitura da lápida, em letra romana do quinhentismo: SEPVLTVRA. DE GEORGE. DE REESENDE. E DE.SEVS. FILHOS A nave, de abóbada polinervada, de dois tramos, é coberta por formosa cadeia de artezões ornamentados com bocetes e mísulas esculturados; o portal, de cordão torso e de volta redonda, com duplos colunelos de toros e capitéis de folhagem exótica, está sobrepujado pela inscrição de caracteres góticos: ESTA:ERMIDA:E FOMTE MANDOU :FAZER GARCIA DE REESENDE :EM:LOUVOR DE NOSSA :SNRA ANNO: 1520 No chão, que é pavimentado ao gosto hispano-mourisco por azulejos policromos, de relevo, do tipo sevilhano de corda seca, coevos da ermidinha, admira-se o belo mausoléu esculpido, de mármore branco de Estremoz do fundador, pedra talhada no estilo da Renascença com túrgidos medalhões angulares de urnas floridas, rebordados por duplo cordão centrando o escudo das duas cabras passantes envolvido de pomposo paquife com a singela inscrição gótica: SEPULTURA DE CAR CIA DE REESENDE A capela-mor, de planta rectangular, é uma minúscula obra-prima de arquitectura manuelina com o chão totalmente recoberto de azulejaria andaluza do 1.° quartel de quinhentos e de tecto de nervuras toreadas, com chaves naturalistas, de pedra. 

Ao lado do edifício, para a banda meridional, ficam as ruínas de uma fonte e tanque coevos, para serventia do culto. Finalmente, na cerca do lado Sul, em terras sobranceiras à testeira da capela-mor, conserva-se outra obra de pedraria de certo interesse artístico: um poço de blocos de granito aparelhado, pouco profundo e de serventia de contra-mina, com gargalo circular (refeito) e planta quadrada de quatro arcos falsos, redondos, apoiados em trompas de cunha. Parece trabalho de engenharia dos meados do séc. XVI. Dimensões interiores da igreja conventual: Nave: comprimento, 29,40 x largura, 9,65 m. Capela-mor: comp. 7,95 x larg. 6,85 m. Ermida de Garcia de Resende. Nave, comp. 4,00 x larg. 2,90 m. Presbitério: comp. 2,20 x larg. 2,06 m. 

BIBL. Memorial das sepulturas que estão no Convento de Nossa Senhora do Espinheiro da Ordem de S. Hieronymo. Ms. Cód. CX, 1-8-1645 - e Livro das Capelas do Espinheiro. Ms. Cód. CLXVIII, 2-19, da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Évora; Cód. 103 da Liv. da Manisola; Fr. Manuel Baptista de Castro, Chronica do Máximo Doutor e Príncipe dos Patriarcas São Jerónymo particular do Reyno de Portugal. Ms. da Torre do Tombo, tomo II; Gabriel Pereira, Estudos Eborenses - O Mosteiro de N.ª S.ª do Espinheiro, 2.ª edição, vol. 1.°, fase. 1.º, 1947; A. Francisco Barata, Breve Memória Histórica do Mosteiro de Nossa Senhora do Espinheiro, 1900; Anselmo Braamcamp Freire, Sepulturas do Espinheiro, 1901; Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, pp. 76-83. ADENDA A Sala Capitular, manuelina, de planta rectangular, com abóbada de aresta e chaves de pedra, de empresas régias, é coeva da construção do claustro dos mestres João Álvares e Álvaro Anes (1520-22). Muito mutilada para adaptação utilitária da casa de lavoura que substituiu a comunidade religiosa, fica situada na ala setentrional da mesma quadra. Nela teve sepultura D. Maria de Vilhena, mulher de D. Fernando de Castro, capitão-mor de ginetes de Évora, em campa de mármore brasonada com as armas dos Manoeis. 

A chamada Casa do Lavabo, que antecede o desvão do Refeitório, coberta de formoso tecto polinervado e que comunicava com a primitiva Portaria monástica, serviu de capela enquanto se ultimaram as obras da igreja, começada por D. Manuel e terminada em tempos de seu filho D. João III; havia sido fundada pelo cavaleiro da casa real Diogo de Sepúlveda, que no chão teve enterramento em 10 de Março de 1545. Segundo documentos do séc. XVII, a pedra e os ossos, trasladados para a capela-mor, jazigo de seu irmão João de Sepúlveda, transitaram ulteriormente para o chão do cruzeiro, onde se encontram actualmente. ADENDA Na Capela de D. Joana, teve sepultura o claveiro da Ordem de Cristo, Fernão da Silveira, sua esposa D. Joana de Vasconcelos, seu filho, também claveiro da mesma Ordem, D. Álvaro da Silveira (casado com D. Guiomar de Melo) e seu neto Rodrigo da Silveira, deputado do Santo Ofício desta cidade. ADENDA A Capela da Natividade ou de D. Brites, teve, também, a sepultura dos fundadores: D. Brites de Távora, falecida em 24 de Dezembro de 1620 e de seu marido Gonçalo de Sousa da Fonseca f 14-8-1587, além de uma desaparecida lápida brasonada, dos Fonsecas, Távoras e Sousas, estes descendentes de Martim Afonso Chichorro, onde se lia a inscrição: Dona Brites de Távora, molher de Gonçalo de Sousa da Fonseca no anno de 1591, reedificou, ornou e dotou esta capella, para a qual trasladou os ossos de seu marido da sepultura de seus avós, q. está no cruzeiro deste convento. 

Os padres delle se obrigarão a lhe dizerem aqui duas Missas rezadas cada dia, a hum Aniversario cantado de nove lições na oitava de todos os santos por suas almas, e de seus herdeiros defuntos, os quaes se poderão enterrar nesta capella. Para cuja fabrica deixou mais cinco mil reis de renda cada anno; os quaes senão gastarão em outra cousa. Os ossos dos tumulados, subsistentes no chão da capela, vieram trasladados do Convento de S. Francisco de Lisboa, por ordem do filho do casal, Pedro Lourenço de Távora - o de Rui Pires de Távora em 1608 e o de D. Filipa de Vilhena no ano de 1617. ADENDA Na Capela do Sepulcro existiram, na parede, em forma edicular, os sarcófagos dos instituidores - Afonso de Carvalho, conselheiro de D. Afonso V e sua mulher D. Brites Álvares Vidal, com legenda armorejada dos Carvalhos. No solo, onde está a sepultura do cónego André de Sande, de 1710, via-se em 1645 a sepultura brasonada de Francisco Sampaio f 1521. ADENDA A profanada Capela de S. Jerónimo, fundação da piedosa e amargurada D. Maria de Castro, viúva do conselheiro de D. Sebastião, D. Garcia de Meneses, morto com o filho único na desastrosa Batalha de Alcácer Quibir, conservou até o ano de 1617, as cinco sepulturas originais, de mármore, dos ascendentes, todas brasonadas, que o conde meirinho-mor D. Duarte de Castelo Branco, herdeiro da casa mandou apagar, com profundo desgosto dos religiosos e substituir pelas actuais, colocadas no cruzeiro nos fins do séc. XVIII. São os seguintes tumulados: D. Duarte de Meneses, governador de Tânger; D. Garcia de Meneses, governador da casa do Infante D. Henrique; D. Isabel de Berredo; D. Isabel de Castro e seu filho D. Pedro de Meneses; D. Fernando de Meneses e D. Maria de Castro, instituidora. Nesta cerimónia fúnebre os ossos de D. Isabel de Castro, filha do capitão-mor de Évora, D. Diogo de Castro e mulher de D. Fernando de Meneses, foram reunidos aos de seu marido, que era filho do Conde de Viana D. Duarte de Meneses, e ainda aos de seus filhos D. Diogo de Meneses, cavaleiro da Ordem de Cristo e D. Pedro, Governador das Justiças do Reino. 

De duas lápidas existentes no santuário, uma subsiste na parede, cuja leitura se deu no lugar próprio do Inventário, e a outra, também de mármore, desaparecida, dizia: Desta capella he administrador Dom Duarte de Castelo Branco Conde de Sabugal, Sr. da dita villa, da de Lanhoso, Santa Maria de Ribatemega, Cinfães, Sinde e Azere: veador da Fazenda de EI-Rei Dom Henrique, e dos Reis Dom Phelipe 2 e 3.º e do Conselho de Estado: Hum dos cinco governadores que houve depois da hida do Arquiduque Alberto. Na administração, e herança, socederão seus herdeiros por serem das casas, cauções dos ditos seus avós aqui sepultados, assim Menezes como Castros. Também levou descaminho o escudo de armas que existia no arco mestre da mesma capela e tinha a representação heráldica dos Castros: em campo de ouro treze arruelas de azul entre palas. ADENDA D. Genebra de Brito, mulher de António da Silveira, faleceu no Convento da Conceição, de Beja, em 1576, estando de visita a uma filha, monja desta casa religiosa, deixando, em testamento, desejo de ser enterrada com seu marido no jazigo do Espinheiro. A cláusula só teve efeito em 28 de Abril de 1617, segundo determinação de seu neto Fernão Teles de Meneses. ADENDA A campa anepígrafa, do cruzeiro, composta pelo escudo de armas esquartelado dos Silveiras, Cunhas, Coutinhos, Soares, foi destinada ao coudel-mor Vasco da Silveira, intento que não teve efeito por ter falecido violentamente na jornada de África com D. Sebastião e seus restos nunca mais terem recolhido a Portugal, sendo a pedra aqui colocada por ordem do prior do convento Fr. Julião de Faria, em 1639. 

O local de origem era na parede da igreja, junto do altar colateral do Crucifixo, onde fora enterrada D. Filipa de Macedo, mãe do 1.° Conde de Vimioso D. Francisco de Portugal, cujos ossos, com licença do 3.° conde, se recolheram, sem lápida alguma, no chão da nave e sitio da Mesa da Confraria da Nossa Senhora. ADENDA No corpo da nave existiram, até meados do séc. XVII, outras campas de mármore, que as vultuosas obras da centúria seguinte não puderam salvaguardar. Eram estes tumulados: João de Vera, amo do capitão-mor de ginetes dos reis D. Afonso V e D. João II; Fernão Martins Mascarenhas. e sua mulher Margarida Gomes; Jorge Garcez, secretário dos mesmos soberanos e Isabel Fernandes, sua esposa e filho; Rodrigo Afonso, arcediago da Sé de Évora e capelão-mor do Infante D. Pedro f 5-III-1484; Diogo Galvão de Aguiar e sua mulher Maria de Mariz; Cristina Taçalho; Diogo Álvares e esposa Susana Afonso; Sebastião Gomes Fajão e sua mulher Domingas Rodrigues; Jerónimo Ferreira, clérigo de missa. Outra campa se perdeu na mesma altura, da antiga capela da Sacristia, onde jaziam Lopo Vaz de Castelo-Branco e sua esposa D. Guiomar de Melo. O escudo de armas que a encimava era dos Melo Castelo-Branco, Condes de Pombeiro. ADENDA Em 1645 já a capela-mor do convento dos jerónimos estava cedida para panteão da casa dos Condes de Basto. 

Nesta data encontravam-se nela os corpos de D. Diogo de Castro, vice-rei de Portugal e num túmulo provisório forrado de veludo negro, os ossos de D. Filipa de Mendonça, mulher de D. Fernando de Castro, 1.º Conde de Basto que seu filho havia trasladado da sepultura da igreja de S. Francisco de Évora, em 17 de Agosto de 1588 De enterramentos antigos havia no seu pavimento mais as sepulturas: D. Fernão Martins Mascarenhas (subsistente D. Fernando de Meneses e seu neto D. Diogo de Meneses (trasladados depois para a capela tumular de D Maria de Castro); D. Isabel de Sequeira, primeira mulher de Rui de Sousa, senhor de Sagres e Beringel, em lâmina de bronze com a efígie da tumulada; e o conselheiro da casa real João de Sepúlveda f 7-X-1557, com escudo de armas dos Henriques e Alcáçovas, linhagem que transitou para a casa dos Atouguias. (Cód. 103 da Livraria da Manisola). (1) Para sustentação da capela de missas deixou ao convento rendas suficientes na herdade de Vale de Pinta, termo de Vimieiro. (2) D. Isabel legou à comunidade 764 000 rs. sobre a herdade de Aberruxa, nas Oriolas, com obrigação de 96 missas, um ofício e uma lâmpada de prata. (3) A primeira enfermaria monástica foi construída a expensas desta Senhora. (4) O contrato de erecção teve efeito no dia 11 de Janeiro de 1521, sendo atribuída para sua sustentação, por cédula testamentária lavrada em 8 de Setembro de 1533, um padrão de 7 333 rs. anuais descontados nas rendas das herdades da Anta, Castelos e Morenos, de património do fundador.