terça-feira, 17 de julho de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Convento do Espinheiro
De acordo com a lenda que envolve a fundação do mosteiro, Nossa Senhora terá aparecido sobre um espinheiro em chamas a um pastor.
Em 1458, dada a importância do local como destino de peregrinações, foi fundada uma igreja e posteriormente um mosteiro, que recebeu as atenções de diversos soberanos ao longo de sua história.
Quando da expedição de Afonso V de Portugal a Arzila (1471) este soberano formulou uma promessa à Senhora do Espinheiro para que ajudasse as armas portuguesas naquela campanha. Caso saíssem vitoriosas, oferecer-lhe-ia uma estátua de prata, em que estaria representado a cavalo e vestido com uma armadura branca. Conquistada a praça, o soberano cumpriu o voto.
Com o falecimento de D. Afonso V, o seu filho e herdeiro, João II de Portugal, fez reunir, nas dependências deste convento as Cortes de Évora de 1481.
Posteriormente, tendo herdado de seu pai a devoção pela Senhora do Espinheiro, quando estava com a Corte em Évora, ia com frequência ao convento, chegando a pernoitar na hospedaria que mandou erguer junto à igreja, e onde tinha para si uma tribuna. Afirma-se que, quando aí pernoitava, solicitava ao sacristão que lhe levasse um pequeno cofre com cilícios e livros espirituais, do qual só ele possuía a chave. Fechava-se então na igreja, passando a noite em vigília diante da Senhora, penitenciando-se.
Numa noite de calor, enquanto o monarca se entregava a essa prática, o sacristão terá subido a um dos terraços para tomar um pouco de fresco, quando ouviu vozes no claustro. Surpreso, prestou atenção a elas, inteirando-se de uma conspiração para atentar contra a vida do rei, a quem, no dia seguinte, relatou o sucedido. De acordo com a narrativa do padre António Franco, a conspiração era liderada por D. Fernando de Meneses, tendo como cúmplices D. Fernando da Silveira, Álvaro de Ataíde, Guterres Coutinho, Pedro de Ataíde, Pedro de Albuquerque e D. Garcia de Meneses.
Entre março e junho de 1490, reuniram-se novas Cortes em Évora, visando organizar o casamento do príncipe D. Afonso com a princesa D. Isabel, filha dos Reis Católicos, que teve lugar em novembro desse mesmo ano, nessa cidade, tendo o convento do Espinheiro hospedado a princesa na ocasião.
Manuel I de Portugal também foi presença marcante no Espinheiro, tendo-lhe feito valiosas ofertas. Ainda de acordo com o padre Manuel Franco, foi neste convento que o soberano recebeu a notícia da descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, o que não se pode ter como certo. De qualquer modo, princesa D. Maria, sua filha, está aqui sepultada, o mesmo ocorrendo com a Infanta D. Beatriz e o príncipe D. Manuel, filhos de João III de Portugal e de D. Catarina de Áustria. Os restos mortais destes últimos foram trasladados para o Mosteiro de Belém em 1582, por ordem de Filipe II de Espanha.
Sebastião de Portugal também visitava o Espinheiro, tendo mandado erguer uma pequena ermida junto da capela-mor, onde se recolhia em oração. O monarca apreciava tanto o convento que mandou erguer ali uma praça de touros, onde se faziam corridas, indo o próprio monarca algumas vezes tourear. A estas festas nunca deixavam de assistir os frades e muitas vezes o Cardeal-Arcebispo D. Henrique, por especial convite. A capela de Garcia de Resende, que se encontra na cerca, era rodeada por um belo jardim que se prolongava até à pequena capela de São Jerónimo; também ali se confessava D. Sebastião frequentemente.
O primeiro arcebispo de Évora – o Cardeal D. Henrique, celebrou a sua Missa Nova no convento e ofereceu os preciosos paramentos, que nesse dia solene usou, a Nossa Senhora.
A Duquesa de Borgonha, D. Isabel, que apesar de viver na Flandres, para onde partiu em 1429 e onde faleceu em 1472, remeteu por diversas vezes esmolas ao Convento, que rezava em sua intenção uma missa todos os anos em acção de graças.
Filipe II de Espanha, ao tornar-se rei de Portugal, foi este o primeiro convento da Ordem de São Jerónimo que visitou no país, e onde se hospedou.
Em 1663 D. João de Áustria tendo desistido de tomar Estremoz, dirigiu-se para Évora, escolhendo para seu quartel-general, o Convento de Nossa Senhora do Espinheiro.
João V de Portugal visitou este convento numa sexta-feira de 1729, tendo ouvido missa; e no dia seguinte também aí se deslocou a rainha D. Maria Ana de Áustria.
Aqui foi sepultado D. Vasco Perdigão, bispo da diocese de Évora, fundador dos conventos de Santa Clara e Nossa Senhora do Espinheiro, que não querendo receber neste último o título de padroeiro, foi sepultado fora da capela-mor, deixando o padroado a quem oferecesse grandes rendas ao mosteiro. Encontram-se ainda aqui os restos mortais dos condes de Basto, D. Diogo de Castro e sua esposa D. Maria de Távora, D. Lourenço Pires de Castro e D. Violante de Lencastre, entre outras personalidades.
Dentre todos estes nomes ilustres destaca-se a sepultura do cronista Garcia de Resende, que mandou construir uma bela capela na cerca, dedicada a Santa Maria de Agosto. A capela está profanada desde o século XVIII, chegando mesmo nessa altura a ser transformada pelos frades em pocilga de porcos. A pedra tumular de Garcia de Resende, e em que já se pode observar o alvorecer da Renascença, foi em tempos vendida por 4$800 réis para servir de mesa de cozinha. Alguns anos mais tarde voltou ao seu antigo lugar. Os ossos do cronista foram recolhidos em 1865 pelo professor de latim do Liceu de Évora, Manuel Martiniano Marrecos, e depositados na Biblioteca Pública de Évora onde, entretanto, vieram a perder-se.
Com a extinção das ordens religiosas masculinas (1834), o convento foi desocupado, passando à posse do Estado Português, até ser vendido a particulares por quantia insignificante. Nesse período, o conjunto entrou em decadência, até que foi adquirido por Manuel Gabriel Lopes, que o fez restaurar na sua quase totalidade, tornando-o outra vez habitável. A capela de Garcia de Resende também passou a ser suportada por personalidades locais que ali celebravam festas religiosas.
Atualmente requalificado como um hotel de cinco estrelas, o conjunto mantém a mesma traça arquitetónica. A antiga adega deu lugar a um restaurante "gourmet"", a cozinha dos monges foi transformada em piano-bar e a cisterna gótica adaptada a espaço para provas de vinhos e produtos regionais.
domingo, 15 de julho de 2012
sábado, 14 de julho de 2012
Comerciais Porta-a-Porta (m/f) - Évora
A Vertente Humana recruta para seu cliente na área das telecomunicações:
Comerciais D2D (m/f)
Descrição da Função:
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sexta-feira, 13 de julho de 2012
Ciclo Sexualidades: Arte e Sexo
Trata-se, nesta etapa do ciclo que dedicamos ao tema, de pensar criações servidas por discursividades desviantes ou por narrativas perturbadoras (entre Warhol, Larry Clark e Mathew Barney) e de nos confrontarmos com os excessos (como na performance feminista e lésbica de Super 8 girls ou nas criações apresentadas em Destricted) ou com a reciclagem de imagens a partir da memória do cinema (como em Dietmar Brehm).
Um conjunto de filmes que equacionam as representações da sexualidade cruzando o espaço cinematográfico com a o da criação artística, emoldurado por duas sessões de curtas de animação e encerrada com filmes de Krut Kren que colocam a questão da documentação e da sexualidade performativa. A sexualidade como uma das belas-artes, portanto?
PROGRAMA:
13 de Julho
18h00
Animação Sexualidade e desejo I
- La Basse Cour (Michèle Cournoyer, Canadá)
- Forever & Forever (Michaela Pavlatova, Rep. Checa)
- What She Wants (Ruth Lingford, Reino Unido)
- The Stain (Marjut Rimminen & Christine Roche, Reino Unido)
- Un Jour (Marie Paccou, France)
- The Secret Joy of Falling Angels (Simon Pummel, Reino Unido)
- Milch (Igor Kovalyov, EUA/Rússia)
- Ring of Fire (Andreas Hykade, Alemanha)
- Sucré (Gael Brisou, França)
- Second Class Mail (Alison Snowden, Reino Unido)
21h30
Black Garden (Dietmar Brehm)
24h00
Destricted
7 filmes sobre sexo e pornografia por vários realizadores.
14 de Julho
18h00
Animação Sexualidade e desejo II
- Hysteria (Alys Hawkins, Reino Unido)
- We Lived in Grass (Andreas Hykade, Alemanha)
- Crying & Wanking (Alys Hawkins, Reino Unido)
- How Wings are Attached to the Backs of Angels (Craig Welch, Canadá)
- Bird in the Window (Igor Kovalyov, EUA/Rússia)
- Le Chapeau (Michèle Cournoyer, Canadá)
- Never Like the First Time (Jonas Odell, Suécia)
- Reci Reci Reci (Michaela Pavlatova, Rep. Checa)
- Repete (Michaela Pavlatova, Rep. Checa)
- His Passionate Bride (Monika Forsberg, Reino Unido)
21h30
Super 8 girls (Pürrer / Scheirl)
24h00
I a man (Andy Warhol)
15 de Julho
18h00
Curtas documentais de Kurt Kren, ou a documentação da performance.
Apoio: Cineclube da Universidade de Évora/ SOIR Joaquim António de Aguiar | ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual | Secretaria de Estado da Cultura | Rede Alternativa de Exibição
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Moinho da Esparragosa
O Moinho da Esparragosa encontra-se a Sudoeste da cidade, perto da estrada nacional Nº 380 que liga a cidade de Évora à vila das Alcáçovas. Encontra-se numa pequena elevação com a cota 271. É uma construção em alvenaria de dois pisos sem cobertura e com uma parte da parede desmoronada. É uma construção já com uma deterioração muito avançada.
Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net
Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net
XIII Ciclo de Música nos Claustros: Concerto pelo Ensemble D. João V
Composição: Sandra Medeiros (soprano), Tera Mary Shimizu (violino), Denys Stetsenko (violino), Duncan Fox (violone) e Cândida Matos (cravo). Obras de G. F. Haendel.
Data: 14 de julho
Local: Claustros do Convento dos Remédios
Horário: 21:30
O Ensemble D. João V foi formado como resultado do trabalho em grupo realizado pelos seus membros durante o Curso Internacional de Música Antiga, no Convento de Cristo em Tomar, em 2007, organizado pela Academia de Música Antiga de Lisboa. O Ensemble é constituído por um grupo de músicos com larga experiência que se dedica a interpretar e a divulgar a música do Período Barroco utilizando instrumentos de época.
Organização: Associação Eborae Musica (estrutura financiada pela Secretaria de Estado da Cultura: Direcção Regional da Cultura do Alentejo e Direcção Geral das Artes)
Apoios: Câmara Municipal de Évora | QREN - Inalentejo
Contacto: 266 746 750 | eboraemusica@mail.evora.net
Web page: http://www.eborae-musica.org
quarta-feira, 11 de julho de 2012
"África Move" no Largo de São Vicente
O Festival Escrita na Paisagem chega à 9ª edição com o tema cosmopolíticas. Tema complexo e de extrema actualidade, permite situar a criação artística contemporânea entre o Alentejo e o mundo, entre a condição local e o apelo global.
As relações entre as culturas portuguesa e africana ganharam forma e centralidade inequívocas, atravessadas pela inquirição sobre as identidades e as diferenças, sobre os processos de cruzamento e miscigenação, sobre, enfim, uma história que se partilha e anda mal resolvida nos planos ideológico e político, mas cujos frutos no campo artístico, e sobretudo no campo musical, são inquestionáveis: a música de raiz africana respira nas várias gerações de criadores musicais dos séculos XX e XXI em Portugal, seja pela circulação de protagonistas, seja pela indústria discográfica e da difusão musical, seja pelas profundas influências que as relações históricas potenciaram (entre os limites do período colonial, a circulação que as independências geraram e as contaminações que o mundo global continuamente (re)faz).
A abrir um espaço à ‘transnacionalização’ o Escrita na Paisagem, em parceria com Mural Sonoro, apresenta África Move, o programa de todas as quartas-feiras, dedicadas à música, no Largo de São Vicente, em Évora. Nove quartas-feiras e onze concertos a não perder!
Dia 11 de Julho vamos ouvir Bilan. Filho de uma família de músicos cabo-verdianos reconhecidos, o contacto com a cidade e uma certa saudade das ilhas da Morabeza, passam para a sua estética e execução sonora/musical. Segundo Bilan, a sua música “reforça uma miscigenação de estilos e influências mostrando, dentro da música urbana, um outro lado de viagem e de diáspora, banhado pela língua crioula e os contornos da ’sabura’ “.
Múcio Sá e Francesco Valente tocam no dia 18 de Julho. Nascido no Brasil (Bahia) Múcio é um músico/instrumentista, que manuseia instrumentos como Mandolim, Ukelele, banjo, baixo, guitarra portuguesa. Francesco Valente, de conjuntos como os Terrakota ou Orquestra Todos, é também um multi-instrumentista, embora frequentemente o ouçamos e vejamos mais ligado ao contrabaixo.
O Dj Leo Leonel, chega ao Largo de São Vicente no dia 25 de Julho. Nascido no Rio de Janeiro, é um apaixonado da música e trará a sua visão ao festival Escrita na Paisagem, num set preparado para o efeito, onde cruzará de forma natural a ‘lusofonia’ com a ‘cultura pop global’. Da ‘tradição à modernidade’, expressões dele.
No 1º dia de Agosto, o festival recebe Cacique 97, o colectivo luso-moçambicano que dispensa apresentações e já marcou presença em prestigiados festivais. Há na sua música uma influência evidente do universo das percussões tradicionais/típicas da região em que assenta a música que produzem. Como os ‘yoruba’, ou estilos locais, como o ‘highlife’ e ‘juju’. Há as mesmas influências que se juntaram ao ‘afro-beat’ de uma época, como o ‘reggae’, o ‘jazz’, a ‘soul’ e ‘funk’.
Dia para ouvir ainda Selma Uamusse, a voz de Gospel Collective, Movimento, Wraygunn e solista nas suas interpretações em tributos, como o recentemente feito a Nina Simone que irá apresentar em Évora.
No dia 8 de Agosto vamos ouvir o grupo brasileiro em digressão por Portugal, Bemba Trio com um conjunto de músicas originais.
E no dia 15 de Agosto o duo Irmãos Makossa, composto por Nélson e Paolo, o italiano e o angolano que encerraram o Festival Músicas do Mundo do ano que passou num ambiente contagiante. A cruzar raízes como poucos, os Irmãos Makossa são uma espécie de ‘autodidactas da procura de raridades’.
A noite de 22 de Agosto é para ouvir o set do Dj Tiago Angelino, com sons que vão da ‘África Portuguesa’ (Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe) à ‘África Negra’ (como o Mali).
Dia 29 de Agosto marca a última quarta-feira de 'África Move' no festival Escrita na Paisagem, com o percussionista Marco Fernandes introduzido pelo músico e compositor Jaime Reis, na apresentação da obra percussion and tape commissioned by Frankfurt Ballet, dance entitled “Walking Music”, para dois percussionistas. Noite em que vamos poder voltar a ouvir mais o Dj Tiago Angelino, a encerrar com o imperativo: dançar!
terça-feira, 10 de julho de 2012
Nancy Vieira (Cabo Verde) em Évora
12 de julho - Nancy Vieira (No Amá) Cabo Verde
Fórum Eugénio de Almeida | 19h00
Nancy Vieira mostra o lado mais tradicional da música cabo-verdiana e mergulha nas raízes da Morna, cruzando os sons do arquipélago com as influências que diretamente lhes estão ligadas. No Amá é o seu mais recente trabalho discográfico e reúne composições de clássicos como BLeza, Eugénio Tavares e Amândio Cabral, dos consagrados Teófilo Chantre e Mário Lúcio e de jovens autores como Rolando Semedo, Tó Alves ou Tutin d’Giralda.
Nancy Vieira - voz
Vaiss - guitarra
Miroca Paris - percussão
Entrada: 6,00€ | Bilhetes à venda no Fórum Eugénio de Almeida
Fórum Eugénio de Almeida
Rua Vasco da Gama, nº 13
7000-941 Évora
Tel. 266 748 350 Fax 266 737 145
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