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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Comemoração do Dia Internacional dos Museus


Horário: 17h
Evento: 18 maio
Localização: Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida
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O tema proposto pelo ICOM para a celebração do Dia​ Internacional dos Museus em 2018 coloca-nos sob o signo da hiperconectividade. Sabendo que vivemos num imenso hipertexto, o que fazemos são permanentes ligações à rede de saberes que ligam tradição, património e criação contemporânea, num diálogo pleno de desafios face aos modos de pensar o passado, equacionar o futuro e viver o presente. São esses os desafios que este programa apresenta:

17h00
VISITA GUIADA à exposição WAH! (We Are Here!)
Com o curador José Alberto Ferreira
Centro de Arte e Cultura
Participação gratuita mediante inscrição prévia*

18h00
CONCERTO com Diana Combo
'Desacordo'
Diana Combo apresenta em estreia uma performance que combina sons gravados, a partir das recolhas existentes, com intervenções ao vivo de percussão e voz. Entre tradição e invenção, um concerto que se inscreve em profundidade nas nossas redes de saberes.
Centro de Arte e Cultura, jardim tardoz
Entrada livre

21h30
VISITA GUIADA ao Paço de São Miguel
Páteo de São Miguel
Participação gratuita mediante inscrição prévia*​

Organização: Fundação Eugénio de Almeida
Contactos para informações e marcações: 266748300/350 | servicoeducativo@fea.pt​

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja no Arquivo Distrital de Évora




O Arquivo Distrital de Évora associa-se ao Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja através da realização de um Dia Aberto no dia 20 de outubro (Dia do Arquivista).

Durante esse dia estará patente uma Mostra Documental sobre arte religiosa (composta essencialmente por contratos de construção de altares e relação de bens de conventos extintos) e terão lugar visitas guiadas a várias áreas funcionais do ADE (serviço de referência e leitura, tratamento documental, unidade de transferência de suporte e depósitos) com uma duração aproximada de uma hora.

Haverá dois horários ao dispor (10h30 e 14h30).

A inscrição é gratuita, mas obrigatória, e o n.º de inscrições aceites é limitado a 20 por sessão.

Inscrição até 18 de outubro, pelo mail@adevr.dglab.gov.pt

sábado, 8 de outubro de 2016

O mundo da metrologia na Casa da Balança


A Casa da Balança, interessante núcleo museológico da cidade inserido em plena zona da Mouraria, no ancestral Largo do Chão das Covas, merece a visita de quem se interessa pela cultura científica e pelo conhecimento de como se fez a história do sistema de medições e da calibração dos respectivos instrumentos, que garante a sua precisão, tão essencial hoje como outrora nos processos produtivos e nos circuitos comerciais. 

Em Portugal foi decisiva a chamada Lei de Almeirim, criada por D. Sebastião em 26 de Janeiro de 1575, na sequência das Cortes do mesmo nome, e que veio a ser conhecida como «de igualamento das medidas dos sólidos e dos líquidos», necessária por haver sido informado «que em uns lugares as medidas são grandes e logo em outros, junto deles, são mais pequenas ou maiores». Com esta reforma fixavam-se as medidas de volume por rasoura, iguais entre si, e proibia-se o cogulo. Paralelamente, criou-se um sistema de medidas para os produtos secos e outro para os produtos líquidos. Podemos acrescentar que as principais unidades de referência para medição passaram a ser a vara, a polegada e o côvado para o comprimento; o arrátel e a onça para o peso; o almude e a canada para os líquidos; e o moio e o alqueire para os secos. 

A lei definia também as tarefas dos Afiladores do Senado e distribuía as competências de fiscalização pelo Almotacé Mor, Corregedores e Ouvidores. Para melhor concretização destas medidas, D. Sebastião mandou que fosse efetuada entrega de cópias dos padrões reais por todos os concelhos. O documento inovador alcançou recetividade geral e perdurou, com ligeiras alterações, até meados do século XIX. Contudo, se a lei regularizava a situação no Reino, ela era praticamente desprovida de eficácia em termos internacionais, dado que, como é óbvio, cada Estado possuía unidades de medição diferentes e sem correspondência entre si, provocando sérios embaraços ao desenvolvimento do comércio mundial. Neste contexto, percebe-se que não foi fácil chegar à organização de um método de padronização de pesos e medidas que satisfizesse a todos. 

A solução veio a ser encontrada no âmbito da Revolução Francesa, quando foi levada à aprovação da Assembleia Nacional uma proposta de renovação metrológica encontrada no estudo aturado da Natureza e dos seus fenómenos. Aprovado em 1799, o novo sistema tomou por base de comprimento o metro, definido como a décima-milionésima parte do quadrante do meridiano terrestre, calculado na medição do respetivo arco compreendido entre Dunquerque e Barcelona. 

Coube à Academia das Ciências de França analisar e afinar o projeto que, em 1799, estabeleceu o Sistema Métrico Decimal. Dois padrões de platina representando o metro e o quilograma foram então depositados nos Arquivos da República para memória das definições encontradas, constituindo desta forma a certificação formal da primeira etapa que levou ao atual Sistema Internacional de Unidades de Medidas. 

Depois de várias tentativas de integração de Portugal no Sistema Métrico Decimal, ele acabou por ser introduzido oficialmente no reino através de um decreto de D. Maria  II de 13 de Dezembro de 1855. A adesão ao Sistema Internacional implicava a observância de um prazo de dez anos para sua consolidação, dispondo ainda Portugal de igual período de tempo para inserção do novo saber nas escolas públicas e particulares. 

Os progressos e as alterações científicas que o desenvolvimento das ciência naturais e a explosão da industrialização vieram a conhecer provocaram atualizações, revisões e modificações das unidades básicas tomadas na padronização e conduziram ao conceito de metrologia, entendido genericamente como o estudo e descrição dos pesos e medidas de todos os povos e épocas. A instalação de um núcleo metrológico em Évora resultou da participação da Câmara Municipal no programa Stratcult, integrado na rede MECINE e criado em 1997. 

Em Junho, a Divisão de Cultura e Desporto da autarquia empenhou-se num trabalho de recolha, estudo e inventariação de material diverso no âmbito da metrologia, o qual veio a constituir o fundo patrimonial do que viria a chamar-se a Casa da Balança, velho edifício que servira de armazém de apoio ao extinto mercado hortícola instalado no Largo do Chão das Covas em 1949. 

As obras de recuperação do imóvel, executadas sob a orientação do arquiteto João Videira e coordenação de vários serviços municipais, decorreram durante todo o ano de 1998, tendo constado da criação de uma área de exposição, uma reserva de espólio e a instalação de uma estrutura sanitária de apoio ao núcleo, após o que o mesmo foi dado como apto para acolher o espólio reunido, cuja origem se encontra entre os séculos XV e XX e é essencialmente proveniente das coleções da própria Câmara Municipal e do Museu de Évora. 

Desde a sua abertura ao público em 1999, com a exposição “ O Mundo do Trabalho e a Oficina de Aferição”, a Casa da Balança tem vindo a integrar outras coleções de entidades públicas, de comerciantes, de industriais, de colecionadores e de particulares. O mais destacado contributo é o de Joaquim Rita Pisco  Martins, aferidor municipal em Estremoz e em Évora, o qual esteve na origem da construção da Casa da Balança, e detentor de uma espantosa coleção de equipamentos de metrologia. Mas também António José Carmelo Aires, Gonçalo de Sousa Cabral, Maria Manuel Ferreira Pessoa da Silva, Mário Ceia Alexandre, Nuno Castel-Branco Cordovil, José Maria da Silva, José António Raimundo, José Maria Palma e Rui Arimateia ali depositaram diversos instrumentos de medição para valorização do respetivo espólio. 

A afluência de público a esta estrutura de inegável valia didática e pedagógica tem crescido ano a ano, sendo nomeadamente procurada por alunos e professores de escolas dos mais diversos graus de ensino. No ano passado as visitas à Casa da Balança ultrapassaram os cinco milhares e meio de pessoas. Nesta altura está a decorrer o “Cabinet 1799”, o novo projeto educativo do núcleo metrológico, que apresenta no seu animatógrafo «o inesperado e nunca visto livro das histórias do sistema métrico com as aventuras e desventuras dos ilustres sábios geodésicos Pierre Méchin e Jean Delambre no meridiano de Paris, no tempo da revolução francesa». Imperdível uma viagem ao mundo da metrologia, para ilustração de miúdos e graúdos.

Texto: José Frota
Évora Mosaico 11

sábado, 5 de julho de 2014

“Curiosidades de D. Frei Manuel do Cenáculo” no Museu de Évora


“Curiosidades de D. Frei Manuel do Cenáculo”
Museu de Évora (Largo Conde de Vila Flor)
aberta de terça-feira a domingo - 10:00-18:00
 

Esta exposição pretende recriar a original sala existente na Biblioteca Pública de Évora que, até 1915, ano da criação do Museu, e reúne peças emblemáticas da coleção de D. Frei Manuel do Cenáculo. Procurando recuperar o espírito oitocentista da coleção é de destacar a diversidade tipológica e de proveniência geográfica das peças apresentadas, que permitem viajar entre a Europa e a Ásia, ou entre África e o continente Americano, comprovando a curiosidade inata de D. Frei Manuel do Cenáculo pelo mundo em que vivia. A exposição dá início às comemorações do centenário do Museu de Évora (1915-2015) e presta uma merecida homenagem a D. Frei Manuel do Cenáculo, um dos seus fundadores, por ocasião do bicentenário da sua morte.

Organização: Direção Regional de Cultura do Alentejo - Museu de Évora
Apoios: Câmara Municipal de Évora | Universidade de Évora | Biblioteca Pública de Évora
Inf. Extra: Preço - 3€ (ingresso de acesso ao Museu)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Passeios de Sábado: Vila de Belmonte


Passeios de Sábado: Vila de Belmonte
30 de novembro - Vila de Belmonte - 6:00 - ponto de encontro: Porta da Lagoa
   
Visita à Vila de Belmonte: Museu dos Descobrimentos, Museu do Azeite, Igreja de Santiago e Centro de Interpretação Caminhos da Fé, Castelo de Belmonte, Museu Judaico e Ecomuseu do Zêzere. No regresso a Évora haverá far-se-á uma pequena paragem na aldeia histórica de Sortelha.

Organização: DRCAlentejo - Museu de Évora
Contacto: 969 053 665 | 266 730 480 | mevora@cultura-alentejo.pt
Web page: http://www.museudevora.imc-ip.pt
Inf. Extra: Bilhetes à venda no Museu de Évora.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Tesouros do Museu de Évora - Curiosidade Natural


Tesouros do Museu de Évora - Curiosidade Natural

Data: Até abril de 2014
Local: Museu de Évora (Largo Conde de Vila Flor)
Horário: terça-feira a domingo | 10:00-18:00
 
Pela primeira vez, o Museu de Évora reúne numa só exposição a sua coleção de História Natural constituída por uma multiplicidade de espécies, das quais se destacam os cristais, os quartzos, as conchas, os fósseis de gastrópodes e os corais. A origem da coleção remonta ao Arcebispo Frei Manuel do Cenáculo, que adquiriu algumas das peças mais curiosas que agora serão exibidas, pretendendo ilustrar o mundo natural e facilitar o seu estudo. Após a sua morte, a coleção continuou a aumentar através de doações particulares de objetos provenientes de todo o mundo como, por exemplo, a imponente cabeça de hipopótamo, proveniente de Moçambique, que estará em exposição.

Organização: Direção Regional de Cultura do Alentejo | Museu de Évora
Contacto: 266 702 604 | mevora@cultura-alentejo.pt
Web page: http://museudevora.imc-ip.pt

sábado, 18 de maio de 2013

Hoje é o Dia Internacional dos Museus



18 de Maio
Tema: “Memória + Criatividade = mudança social”

PROGRAMA:
18 de maio
15:00-17:00
Arqueo–lego no Páteo das romãs, construções em lego inspiradas nos monumentos da cidade - Atividade lúdica interativa no Páteo das romãs/Convento dos Remédios

20 de maio
18:30
Apresentação da vertente multimédia do Roteiro Fotográfico Oitocentista, no Arquivo Fotográfico (Rua Diogo Cão)
Parceria: Câmara Municipal de Évora/Divisão da Cultura/Arquivo Fotográfico | Direção Regional de Cultura do Alentejo

20 a 24 de maio
9:30-12:30 / 14:00-17:00
Como criar um contador de água? Ateliê de construção de maquetas,  Unidade Museológica CEA, Rua do Menino Jesus.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Museu de Évora



Situado na parte mais alta da cidade, entre o Templo Romano e a Sé de Évora, o Museu ocupa hoje o Palácio dos Bispos, cuja fundação remonta à Idade Média. Trabalhos arqueológicos levados a cabo em 1996, revelaram que se encontra sobre o pavimento do Fórum Romano, habitações do período islâmico e algumas sepulturas do séc. XII (hoje expostas sob passadeira de vidro, nos claustros). 

O Museu de Évora é interessante a diversos níveis, mas dois são particularmente importantes: em primeiro lugar, o Museu será fundado sob iniciativa do Arcebispo de Évora, Frei Manuel do Cenáculo (1724-1814), em 1805, isto é 12 anos após a fundação do Museu do Louvre (mas 14 anos após a criação do Museu de Beja, pelo mesmo fundador); e, em segundo lugar, o núcleo inicial das obras do museu eram compostas pelas colecções de Arte, Arqueologia e Naturália do seu fundador. 

O Museu de Évora reabriu em Junho de 2009, após nocessárias obras de renovação segundo o projecto do arquitecto Raúl Hestnes Ferreira. 


Edição: Pensão Policarpo
Revisão: Marta Nunes Ferreira (Historiadora de Arte)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cabinet 1799

Sejam bem-vindos ao Cabinet 1799... o novo projecto educativo da Casa da Balança...



Um Gabinete de Curiosidades dedicado à história do metro e do sistema métrico. Uma colecção única com preciosidades e invulgaridades, veja-se o Livro 1 das histórias do sistema métrico onde se contam as aventuras e desventuras dos ilustres sábios em geodesia Pierre Méchain e Jean Delambre no meridiano de Paris, no tempo da revolução francesa. 1792 e 1799. ed. Casa da Balança, 2011.


E como não poderia deixar de ser, o Livro 1 é apresentado no Animatógrafo na Casa da Balança, num espectáculo único com os ilustres sábios como protagonistas. Sessões de 20 minutos, às Quintas, com marcação prévia.


Ficha Técnica do Livro 1

Entidade: 
Casa da Balança: Unidade Museológica de Metrologia; Tutela: Divisão de Assuntos Culturais – DCHPC - CME

Projecto: 
Cabinet 1799 : gabinete de curiosidades com uma colecção imaginária, dedicada à história do metro e do sistema métrico. Instalado no gabinete da Travessa das Canastras da Casa da Balança.
Livro 1 As Aventuras e Desventuras dos ilustres sábios Pierre Méchain e Jean Delambre no meridiano de Paris, no tempo da revolução francesa, 1792-1799, representado no Animatógrafo da Casa da Balança.
Encenação: Susana Russo. Interpretação: Alexandra Charrua; Cristina Ardisson e Lurdes Júlio.
Textos e legendas : Antonieta Felix; Alexandra Charrua; Cristina Ardisson e Lurdes Júlio.
Imagens - colagens digitais: Alexandra Charrua. Design marionetas: Alexandra Charrua.
Construção de marionetas e acessórios: Alexandra Charrua; António Ferreira; Cristina Ardisson e Lurdes Júlio.

Sonoplastia: 
António Ferreira Banda sonora do domínio público: Música de abertura La Carmagolle com Letra e Música de Byrad, 1792; Marin Maris; sons – cavalos a relinchar; Música para berlindas La Vielle n.º29 de Le triomphe de la République, ou Le camp de Grandpré, divertissement-lyrique en 1 acte, de Marie-Joseph Blaise de Chénier (1764-1811) e François-Joseph Gossec (1734-1829) in http://www.fafich.ufmg.br/luarnaut/cont1.html.; Caixa de música – La Marseillaise, versão para bandas; som mar e disparos canhões – perseguição dos barcos; música – La Marseillaise, interpretada por Mireille Mathieu, Música de Rouget de Lisle; sons do domínio público - sinos;vento forte e chuva; Música final - Cá Irá, Letra: Ladré e Música: Carillon National de Bécourt, 1790, in http://www.fafich.ufmg.br/luarnaut/cont1.html.
Produção: Casa da Balança, 2010-2011. Colaboração: Eborae Mvsica e Cendrev.
Público: Maiores de 6 anos. Duração: 20 minutos.


Copyright|Casa da Balança|2011


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Museu das Carruagens de Évora


Situado atrás da Catedral e afastado dos principais arruamentos da urbe fica o Museu das Carruagens, provavelmente o menos conhecido edifício do género existente na cidade, apesar de ter um número anual de visitantes na ordem das duas dezenas de milhar, normalmente constituído por turistas e grupos de estudantes interessados em conhecer um dos meios de transporte mais característicos dos séculos XVIII e XIX. Instalado nas antigas cavalariças do Palácio de S. Miguel, o Museu foi inaugurado em 1995 por iniciativa do Instituto de Cultura Vasco Vill’Alva (ICVV), pretendendo corresponder à necessidade, então urgente, de preservar este tipo de património cultural.

A colecção de carruagens resultou de um acordo de cooperação celebrado entre o ICVV e vários proprietários das mesmas, que tornou possível reunir uma dezena de exemplares deste meio de transporte que teve como antepassados o coche e a diligência, igualmente puxados por duas parelhas de cavalos e marcas distintivas de nobreza e poder. O coche, especialmente destinado à realização de grandes viagens, aparece no século XIV como marca distintiva de nobreza e poder, oferecendo grande conforto e protecção contra as inclemências do tempo.

A diligência surge um pouco mais tarde e visa já o transporte colectivo e regular de passageiros e mercadorias com estações e locais de paragem definidos, alguns ofertando lugares de pernoita e de descanso.

A introdução do caminho-de-ferro em meados do século XIX e a rápida expansão da respectiva rede fizeram perder importância aos coches e carruagens colectivas enquanto meios de transporte terrestre de longa distância. Passam a predominar as carruagens mais ligeiras e elegantes, destinadas a pequenos passeios de parque, de campo ou de cidade, puxadas apenas por uma parelha de equídeos – e às vezes por um única besta – e utilizadas normalmente por burgueses ricos para as suas deslocações diárias de negócios ou outras em que necessário se tornava fazer gala de riqueza e de diletantismo, frequentando os saraus, a ópera, as “soirées” e os clubes de muita distinção.

No caso vertente, José Maria Eugénio d’Almeida (1811-1872) tinha sido um plebeu que se impôs no mundo dos negócios enquanto comerciante, contratador, especulador, financeiro, industrial e grande proprietário urbano (em Lisboa) e rural (nomeadamente em Évora). Começou por se afirmar como bacharel em Direito e
depois foi consecutivamente à condição de magistrado, deputado, par do Reino e conselheiro de Estado. Quando morreu o seu património estava avaliado em 1700 contos, uma soma impressionante para a época, ao que parece a terceira maior do país. Seu filho Carlos Maria (1846-1914) e posteriormente o neto, herdeiro por inteiro do nome do avô (1873-1937), limitaram-se a gerir a fortuna e a viver à larga, que o dinheiro chegava.

Foi este último José Maria que viu D. Carlos em 1908 atribuir-lhe o título de Conde de Vill’Alva, o qual foi legado por descendência a seu filho Vasco. D. Vasco Maria Eugénio d’Almeida (1913-1975) viria a ligar-se muito a Évora ao recuperar imenso património a ameaçar ruína e mostrar para com a cidade e seu termo uma generosidade sem limites. A sua viúva, Maria Teresa Ortigão Burnay Belo, se ficou devendo a fundação do Instituto de Cultura que reúne agora a bela colecção de viaturas do tempo e que um “Tonneau”, um “Brougham” (vulgo “Coupé”), uma “Victoria” e um “Break” pertenceram à Casa Vill’Alva, e uma “Calèche”, um “Landau”, um “Tillbury” e outro de modelo mais pequeno, uma “Ladies Phaeton” e um “Buggy”, são pertença de outros mas que ali estão ao abrigo do referido acordo. Uma cadeirinha do Século XVIII de um só lugar e transportada por dois a quatro lacaios, utilizada entre nós para transporte de doentes, de damas da corte e eclesiásticos, e uma teliz – peça de pano bordado para cobrir as selas dos cavalos, quando apresentados à mão em cerimónias diversas – da mesma época, completam o acervo


Texto: José Frota


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Últimas Ceias

ÚLTIMAS CEIAS
1 de Julho a 30 de Setembro
Museu de Évora
(10h-18h, Quarta-feira a Domingo / 14h30-18h, Terça-feira)
Encerra à Segunda-feira
Entrada do Museu


A Última Ceia é talvez o tema mais recorrentemente difundido no espaço da cultura religiosa de matriz cristã, mas também um dos mais glosados, citados, re:mediados pela arte do século XX. É um tema re:play por excelência, inscrevendo nos seus próprios termos are:petição do gesto redentor.

No cenário institucional do Museu de Évora, onde se encontram duas belíssimas pinturas quinhentistas representando últimas ceias (uma do Mestre do Retábulo da Sé de Évora, outra de Martin de Vos), o Festival Escrita na Paisagem promove o encontro entre estas peças do acervo patrimonial do Museu e a criação contemporânea, numa instalação plena de registos críticos e discursivos fortemente inscritos na actualidade.

Noémia Cruz, Jorge de Sousa, portugueses, e Marcos López, argentino, são os autores das três peças que instauram o diálogo no Museu com os seus trabalhos de fotografia e escultura em regime de instalação. Noémia Cruz, com o re:play de uma sua escultura de 1979, cuja história se reveste de ressonâncias sexuais e políticas. Inscrevendo o feminino na cena pela transformação do pão em seio, opera uma deslocação que obviamente dá ao gesto da repetição eucarística a ressonância transgressora do seio materno, feminino. Marcos López, fotógrafo argentino, procedeu por seu lado à proletarização do tema, inscrevendo a última ceia num contexto de classe média, uma refeição generosa num cenário idílico, quase arcádico, como que a esvaziar pela serenidade quotidiana o sentimento trágico e redentor do arquétipo, reconhecível na carcaça sacrificial que ocupa o centro da mesa (o anho redentor pobremente materializado e degustado?). Jorge de Sousa, como acontece com Noémia Cruz, evidencia a importância da problematização de género nas re:visitações contemporâneas da última ceia, compondo a cena em busca de uma teatralização das relações (a foto corresponde ao momento em que Cristo anuncia que um de entre eles o trairá e procura captar as reacções dos discípulos). Tatuagens e roupas configuram um espaço de sociabilidade masculina, próxima de estereótipos marginais, a que a própria figura de Cristo não escapa.

Este espaço dialógico poderia completar-se com a re:visitação das inúmeras versões da última ceia que a cultura popular contemporânea pôs a circular de múltiplas formas, do cinema à publicidade, e que podem ver-se em abundância por exemplo no inesgotável youtube e no seu persistente devir…

quinta-feira, 1 de julho de 2010

ROSTOS DE ROMA. RETRATOS ROMANOS DO MUSEU ARQUEOLÓGICO NACIONAL DE ESPANHA



Museu de Évora , Évora
30 de Junho | 3 de Outubro



A inauguração da exposição “Rostos de Roma, Retratos Romanos do Museu Arqueológico Nacional de Espanha” no Museu de Évora é resultado do esforço de cooperação entre a Dirección General de Bellas Artes y Bienes Culturales e o Instituto de Museus e da Conservação. Aliás, essa cooperação internacional já havia motivado, em 2005, a apresentação da exposição “Imagens e Mensagens, a colecção de escultura romana do Museu de Évora” no Museo Nacional de Arte Romano, em Mérida.

As 30 peças escultóricas agora expostas no Museu de Évora demonstram a qualidade dos retratos romanos que outrora fizeram parte tanto da imagem pública das cidades, como da nobre ornamentação das villae, ou também dos monumentos funerários em que se prestava homenagem à memória dos antepassados.
“Rostos de Roma” é, assim, uma exposição em torno da iconografia do poder e da utilização das imagens como meio de propaganda política, exaltando personagens da História, tal como é o caso de Alexandre Magno e, obviamente, dos imperadores que, desde Augusto, estavam conscientes do valor dos símbolos e da importância da colocação das suas imagens em lugares públicos. É também uma demonstração da variedade e importância dos retratos escultóricos na vida social quotidiana com um importante papel no reconhecimento social das elites e que atinge, através da religião, várias camadas da sociedade.
A grande qualidade plástica das obras seleccionadas para essa exposição, comissariada por Paloma Cabrera, Ángeles Castellano e Bruno Ruiz-Nicoli é valorizada por uma cuidada cenografia e pela publicação catálogo em castelhano e português.


Contacto:
Celso Mangucci
Largo Conde de Vila Flor
7000-804
Évora
Telefone:
266 730 489
Fax:
266 708 094
mevora.celsomangucci@imc-ip.pt

sábado, 26 de junho de 2010

Noites de Verão no Museu


O Museu de Évora, todas as quintas-feiras, até 23 de Setembro, mantém-se aberto até às 22 horas, sempre com uma visita guiada ou uma conferência pelas 20 horas. Para animar as conversas, ao cair da noite, servimos um refresco no pátio do Museu. As inscrições são gratuitas, com um limite máximo de 30 participantes, e podem ser feitas por telefone 266 702 604 ou através do e-mail mevora@imc-ip.pt.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Professor universitário António Camões Gouveia é novo director do Museu

O professor da Universidade Nova de Lisboa António Camões Gouveia foi nomeado director do Museu de Évora, substituindo Joaquim Caetano, que se demitiu do cargo, revelou hoje o Instituto dos Museus e da Conservação. António Camões Gouveia tem leccionado cadeiras nas áreas da História da cultura e das ideias nos séculos XV a XVIII, período cronológico de "grande parte das colecções do Museu de Évora", realçou o IMC, em comunicado enviado à agência Lusa. O novo director do Museu de Évora foi também vogal da Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e, desde então, tem "acumulado experiência na área da gestão cultural". Presentemente, de acordo com o IMC, desempenhava as funções de Coordenador do Mestrado em Práticas Culturais para Municípios, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. António Camões Gouveia é ainda membro do Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa.

Diana FM