quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Évora Perdida no Tempo - Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro


Cerimónia de recepção ao Arcebispo Dom Manuel Trindade Salgueiro, no largo da Sé.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955-10-16 -
Legenda Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro
Cota DFT3157 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aqui há Baile, entre 29/9 a 01/10

Em Portugal, os séc. XIX e XX trouxeram o "progresso": os grandes e rápidos meios de comunicação, e um lugar na chamada aldeia global. Concomitantes com as alterações sociais, foram-se perdendo as funcionalidades de actividades lúdicas como as danças. No "Aqui há baile", propõe-se um novo contexto para a continuidade de algumas danças. Com ênfase no Alentejo, mas sempre em confronto com outras práticas, neste caso, que nos chegam da Galiza.
O programa conta com oficinas de dança do alentejo, o baile dos corpos extraordinários, espectáculo com a Cia. Nova Galega da Dança, oficinas de dança para crianças.
Pretende-se criar um espaço para a divulgação e salvaguarda do património tocado e dançado português, num contexto de desenvolvimento integrado de regiões deprimidas mas com elevado potencial de vida própria.
A apreciação das danças portuguesas e das formas renovadas de as contextualizar nos nossos dias terá tanto mais relevância quanto mais se confrontar com o panorama internacional que trabalha estas mesmas danças de raiz popular. Assim, o carácter internacional mantém-se presente neste evento, tal como em outros eventos da PédeXumbo.
Apesar do devir dos tempos, existe cada vez mais um público interessado em conhecer os repertórios da nossa dança e música tradicionais, bailadores e tocadores, muitos deles bastante jovens, que insistem em não deixar desaparecer nem “museificar” as danças e músicas regionais. Para além destes, professores, animadores culturais, membros de grupos etnográficos, e enfim, curiosos da dança e música em geral, poderão encontrar no Aqui Há Baile um espaço privilegiado de partilha de saberes e experiências, onde poderão variar ou complementar a sua formação.
Do livro Campo Maior, Cantar e bailar as saias de Francisco Galego. O texto aqui mencionado é de José da Silva Picão, lavrador de profissão e natural de Santa Eulália, aldeia do concelho de Elvas.
“Os Bailes - Os genuinamente populares, conhecidos por balhos de candeia e de porta aberta, consistem em diversos bailados ao som do cante dos rapazes e raparigas, com acompanhamento do indispensável pandeiro e das castanholas, em certos casos. Para variar, também dançam polcas, mazurcas, valsas e contradanças, ao toque de guitarra ou de harmónio, o que depende se apareça tocador que se ofereça, ou se preste a tocar mediante pedido e oferta de beberetes, em advertimentos vulgares de gente pobre, que se remedeia e até prefere, a cantoria ao toque.
Figurando no balho pessoal sabedor, entra-se por tudo o que se conhece de antigo e moderno, desde os fandangos e a pombinha branca ai Dom Solidom, até à contradança marcada .... à francesa, em termos estropiados.
Mas o que toma mais tempo são as “saias”, com as voltas correspondentes, ao som de cantigas e do pandeiro, acompanhadas por estalos sonoros dos bailadores, com os dedos polegares e os máximos, das mãos.
As “saias” nada têm de gracioso nem difícil, mas agradam de preferência por ser o género que melhor se quadra às cantorias de predilecção popular. É aí que os cantadores afamados exibem as suas faculdades vocais e poéticas, que embasbacam os ouvintes apreciadores. Ao mesmo tempo, a simplicidade do bailado permite o acesso dos menos entendidos, dando lugar a que se divirtam, saibam ou não”.
Porque a dança pertence ao terreiro, porque hoje em dia novas vivências voltaram a dar espaço nas nossas vidas a esses repertórios quase esquecidos (saias, contradanças, mazurcas e fandangos), este projecto pretende criar condições para o encontro informal entre quem dança e quem está desejoso de dançar. Deste contacto espera-se uma renovação e um novo estímulo para os saberes, tanto de quem toca, como de quem dança. Em Portugal existem velhos e novos bailadores e tocadores de instrumentos tradicionais, possuidores de um vasto repertório de músicas tradicionais para dança, mas que, fora do contexto dos ranchos folclóricos, têm alguma dificuldade em arranjar enquadramento para esse saber. No Aqui Há Baile esses saberes poderão ganhar renovada vida.


PROGRAMA

QUINTA-FEIRA, 29 SETEMBRO
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21.30h // Baile dos CORPOS EXTRAORDINARIOS
Teatro Garcia de Resende

23.00h // Caderno de Danças do Alentejo Sergio Cobos & Convidados
Espaço Celeiros


SEXTA-FEIRA, 30 SETEMBRO
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10.00h // Formação “Animação com Dança Tradicional”. Formador: Mercedes Prieto
Espaço Celeiros

16.00h // Visita guiada por Évora. Tema: Évora Medieval
Ponto de encontro no posto de Turismo.
A visita finalizará no espaço dos Celeiros para iniciar a aula de danças do alentejo.

17.30h // Lengas-Lengas Dançadas, orientado por Grupo Coral Feminino de Viana do Alentejo
Espaço Celeiros

19.00h // Danças do Chipre, orientado por Panayiotis Theodorou
Espaço Celeiros [a confirmar]

21.30h // TRADICCIÓN _ Nova Galega De Dança
Teatro Garcia de Resende

23.00h // EXPERIMENTAR NA M'INCOMODA
Espaço Celeiros


SÁBADO, 1 OUTUBRO
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10.00h // Formação “Animação de Bailes”. Formador: Mercedes Prieto
Espaço Celeiros

11.00h // Oficina de Danças Portuguesas para Familias, orientado por Ana Silvestre
(espaço por confirmar)

16.00h // Oficina de Danças Portuguesas, orientado por Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, GEFAC
Espaço Celeiros

18.00h // Oficina de Danças do Alentejo – Demonstração do Varapau, orientado por Rancho Folclórico do Cano - Sousel
Espaço Celeiros

21.30h // VOCÊ ESTÁ AQUI _ GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra)
Teatro Garcia de Resende

23.00h // ENCONTROS DE MÚSICA E DANÇA (aberto à improvisação, convite a todos os músicos e dançadores)
Espaço Celeiros

Évora Perdida no Tempo - Claustro do Convento de S. Bento de Cástris

Autor David Freitas
Data Fotografia 1957 - 1970
Legenda Claustro do Convento de S. Bento de Cástris
Cota DFT335 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 25 de setembro de 2011

Colocador de Vidros - Évora

Adecco Recursos Humanos, líder mundial em Recursos Humanos recruta para prestigiada empresa sua cliente:

COLOCADOR DE VIDROS - ÉVORA

Requisitos:

- Imagem cuidada;

- 9º Ano de escolaridade;

- Elevado sentido de responsabilidade e comunicação;

- Gosto pelo trabalho em equipa;

- Disponibilidade imediata;

- Carta de condução - FACTOR ELIMINATÓRIO.


Caso esteja interessado(a) nesta oferta de emprego, envie-nos o seu CV actualizado, indicando no assunto o título do anúncio em questão, para claudia.alegria@adecco.com .

Apenas serão consideradas válidas as candidaturas que correspondam ao perfil pretendido.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Personalidades Eborenses - Estevão Augusto da Cunha Pimentel,

Primeiro governador civil republicano do concelho, é uma personagem cujo percurso de vida é de difícil reconstituição. Ignora-se quando e onde nasceu, sabendo- se contudo que descendia de uma família abastada e nos estudos chegou ao bacharelato.

A sua presença na vida pública eborense é detectada em 1906, quando o seu nome aparece ligado ao processo de instalação da Central Eléctrica e da rede de distribuição em Évora. Para desgosto da família adere à Causa Republicana e estimula a entrada de militares no núcleo de Évora da Carbonária, no que é auxiliado por Felício Caeiro e pelo sargento Andrade, e que discretamente financia.

Em 1909 é nomeado director da “Voz Pública”. No dia 5 de Outubro de 1910 está em Lisboa no palco revolucionário, garantindo a circulação de informações entre os vários focos de sublevação. De regresso ao Quartel do Carmo passa a ser o telegrafista de serviço.

Ainda nesse dia é nomeado governador civil de Évora, cargo que mantém até 16 de Agosto de 1911. É então eleito Presidente da Assembleia Geral do Centro Republicano Democrático Liberdade. Continuará a dirigir a “Voz Pública” até ao princípio de 1912, altura em que, manifestando-se desgostoso com a cisão ocorrida no partido, escreve uma carta ao proprietário José Bento Rosado renunciando ao cargo devido ao facto de partir para prolongada estada em Paris. Volta em 1913 e ingressa no Partido Evolucionista. Só em 12 de Outubro de 1918 se torna a falar dele, quando se envolve numa revolta falhada em Évora contra a ditadura de Sidónio Pais, que aliás eclodiu igualmente em Lisboa, Porto e Coimbra. 

Ainda discursará em apoio de José Relvas no Coliseu dos Recreios a 10 de Fevereiro de 1919 e integrará o núcleo duro do Partido Republicano Popular, sucedâneo do Partido Evolucionista, que se desmembra em 1921. A partir desse momento nada mais se sabe sobre a sua vida.


Texto: José Frota

Évora Perdida no Tempo - Feira de gado


Feira de gado, durante a Feira de São João (entre a linha de caminho de ferro e o Rossio de São Brás)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1968 -
Legenda Feira de gado
Cota DFT2166 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A história da imprensa escrita na cidade de Évora



A implantação da República veio a implicar uma grande remodelação do projecto do “Notícias d’Évora”, diário fundado em 8 de Setembro por iniciativa do cónego Alfredo César de Oliveira e do notável filantropo Francisco Eduardo Barahona. Este morreu em 1908 e os seus herdeiros, tal como o cónego, renunciaram à sua propriedade, que passou para o padre João Germano da Rosa, vindo a partir desse momento a assumir-se como diário regenerador-liberal.

Em 8 Agosto de 1909 o advogado Armando Cordeiro Ramos entrega em Maio do ano seguinte a administração do jornal a Carlos Pedrosa que nele começara a trabalhar como tipógrafo.


A 5 de Outubro de 1910 a publicação suspende a sua saída para regressar como propriedade da empresa Carlos Pedrosa e Cª no dia 8 do mesmo mês, assumindo este as funções de administrador e editor enquanto
Joaquim da Motta Capitão, boticário da Farmácia Motta, aparecia como redactor- chefe. As mudanças ocorridas são explicadas, desta forma, nesse número de reaparecimento, pelo próprio Carlos Pedrosa: «A antiga empresa “Notícias d’ Évora”, constituída por elementos do antigo partido regenerador - liberal de Évora, fez constar, sábado à noite, quando mandou pagar integralmente a todo o seu pessoal que – considerando-se para todos os efeitos, dissolvido o Partido Regenerador – Liberal de Évora – não lhe era possível nem convinha a essa empresa manter por mais um dia que fosse este jornal»

Ia assim para o despedimento todo o pessoal das oficinas do diário, cujo trabalho quotidiano era a única fonte de rendimento do agregado familiar. Para evitar esta situação, Carlos Pedrosa e os tipógrafos reuniram esforços e resolveram parte do problema com os seus próprios recursos. «Careciam, porém, de uma pena, de um cérebro que os acompanhasse nos vai-vens da sorte» – prossegue Pedrosa, que revela terem encontrado essa pessoa na figura de Motta Capitão. E a concluir deixa bem vincada a opção tomada quanto à orientação futura do periódico: «(...) Por nossa parte, sem que com isso queiramos dizer – e não queremos – que aderimos à República, cumpre-nos aqui declarar que reconhecemos a nova forma de governo instituída em Portugal. (...) A política deste diário será pois a de pugnar em comum, pelo bem da pátria e muito especialmente pelos interesses da região alentejana, podendo o povo honesto, o povo trabalhador contar com o nosso apoio sempre que dele careça».


Duas semanas mais tarde, com a entrada do redactor agrícola Santos Garcia, o jornal apresenta-se como diário independente, agrícola e de informação. Mas a vida do jornal vai transformar-se num inferno nos tempos seguintes, devido ao pendor fortemente anti-republicano de Motta Capitão, que se revela não só nos textos como na sua vida de cidadão, envolvendo-se em conspirações com o novo regime. O farmacêutico viu-se condenado a três meses por abuso de liberdade de imprensa com o fundamento de ter ofendido na sua qualidade de redactor – chefe do “Notícias d’Évora” a Comissão Concelhia de Administração de Bens do Estado. Foi debaixo de escolta que saiu da prisão do Limoeiro para vir responder ao Tribunal de Évora. Cumpria então uma pena de prisão por ter participado na conjura monárquica de 1912.

Amnistiado por um decreto de Fevereiro de 1914 de Bernardino Machado, o qual abrangeu 1.200 monárquicos, Capitão é libertado e depois de um breve passagem por Espanha regressa a Évora, à política e ao “Notícias d’Évora”. A 10 de Julho depois de negociar com Carlos Pedrosa fica com a exploração do jornal assumindo os cargos de director e editor. Nesse mesmo dia, Santos Garcia, que havia aguentado a redacção durante o seu impedimento, sai por desconfiar das suas edições. Os acontecimentos posteriores haveriam de lhe dar razão.

Em pouco mais de três meses, na prosseguimento das suas ideias, entra em quezílias várias com as autoridades e escaramuças várias com a população. É assim que a 22 de Outubro, na sequência de uma manifestação de apoio ao regime, as instalações do “Notícias d’ Évora” são atacadas, destruídas e incendiadas. Só regressará ao convívio com os seus leitores a 21 de Fevereiro de 1915 sob o comando único de Carlos Pedrosa, com este a este pedir desculpas e a verberar duramente todo o comportamento de Joaquim da Motta Capitão, que quase lhe arruinou a vida. Manteve porém o seu cariz conservador e de distanciamento em relação ao regime.

Dos jornais existentes em 1910 também a “Voz Pública”, que como aqui vimos foi o órgão oficial do Partido Republicano, sobreviveria nos anos posteriores ainda que sem a anterior importância, consequência da sua adesão ao Partido Evolucionista que depois de inicialmente ter contado com o apoio dos mais destacados republicanos sofreu enorme derrota nas eleições de Outubro de 1913. A cisão obrigara entretanto o jornal a voltar à sua primeira sede na Rua de Serpa Pinto, 63.

O seu declínio acentuou-se com a saída de Estevam Pimentel e Júlio Patrocínio Martins. Em 1915 registou a entrada para editor do muito respeitado João José de Oliveira numa tentativa derradeira de recuperação, não bem sucedida. Este abandonou em Outubro de 1919 e “A Voz Pública” desapareceu da circulação seis meses depois.

O primeiro dos novos títulos lançados em Évora após a Revolução de 5 de Outubro foi “O Carbonário”, semanário Republicano Radical, como se intitulava. Tinha por director o ajudante de finanças e antigo correspondente do jornal “O Mundo” Leonel Augusto Rosado de Sousa . Logo no número inicial advertia para o facto de «não ter qualquer relação com a Carbonária Portuguesa, associação secreta que tão relevantes serviços prestou à obra da República». Mas uma análise à sua lista de colaboradores revela não ser ter sido bem assim; para além de nela figurarem os nomes bem conhecidos de José Augusto do Rosário, Agripino de Oliveira e José do Vale, também na mesma se encontram uma série de pseudónimos com que muitos encobrem a sua identidade. Atente-se nalguns a título de exemplo: Zig-Zag, Vagabundo, Mesmer, Mágico, Ego, Marius, Newton, El Leon, Alpha, Coxo, Ximenes, Z., Ragi, Sila, Zero, Repinto, Remígio ou Zigomar.

A partir de 24 de Março de 1912 passa a identificar-se com o Partido Republicano Democrático de Afonso
Costa e muda de director, dado que Leonel de Sousa é colocado em Lisboa. Sucede-lhe Pedro de Aguilar, funcionário da Agência de Portugal, que exactamente um ano mais tarde é transferido em missão de serviço para Leiria para chefiar a respectiva Agência. Pouco dias decorridos a administração informa que «passando este jornal para uma nova empresa, por meio de acções, resolveu a redacção suspender a sua publicação até quedefinitivamente esteja constituída a respectiva empresa, o que será dentro de pouco tempo». “O Carbonário” não voltará a ver a luz do dia. A nova empresa denominada de “Sul Democrático”, assume a sua continuidade garantindo que será um órgão de apoio ao Centro Republicano Democrático Liberdade mas muda-lhe o título para o nome da empresa. 

Assim começa a publicar-se a 13 de Abril de 1913, o “Sul Democrático”, sob a direcção de Francisco Alberto da Costa Cabral, professor liceal e governador civil, sendo Jaime Pinto Bastos o administrador e Francisco Gomes Calado o secretário. A mudança não feliz até porque Costa Cabral pouco tempo
após é nomeado para o governo civil da Guarda. O esperado encerramento do jornal verificou-se a 21 de Junho de 1914. Vida mais curta teve “A Rotunda” que surgiu a 15 de Fevereiro de 1911 e acabou a 30 de Dezembro do mesmo ano. Declarando-se semanário republicano intransigente, fiel ao ideário de Machado dos Santos, tirou 47 números. Começou por ser dirigido por Manuel António Braz – mais conhecido por Braz Alfaiate dado ser essa a sua profissão – que devido a questões de natureza pessoal aceita ser substituído pelo sargento Silvério David Agria. 

Este abandonará o cargo ao nº. 37 de 2 de Agosto, voltando o alfaiate à sua direcção quando a administração informa que “A Rotunda” «que até aqui se tem conservado no posto de combate para que foi fundada, adere desde já , como não podia deixar de ser à obra da União Nacional Republicana». A mudança de orientação na bússola de “A Rotunda” poderá ter-lhe abreviado a existência pois só se aguentaria mais quatro meses. Agastado com o rumo pelo qual “A Rotunda” enveredara, Silvério Agria lança a 6 de Agosto o “Avalanche”, uma semanário que diz não aceitar «a traição» e se declara fiel à linha intransigente que se propõe seguir. Ao princípio da tarde desse mesmo dia o acaso faz com que Braz e Agria se encontrem em plena Praça de Giraldo. O confronto tornou-se inevitável.

O alfaiate agrediu o sargento «à vergalhada» e foi detido por um polícia a quem o agredido reclamou a sua captura. Tanto quanto se sabe o “Avalanche só fez publicar mais um número. Falhada a experiência de “A Rotunda”, a União Republicana reincidiu em Évora com um novo órgão: “O Alentejo” (segundo de série). Exibindo artístico e vistoso cabeçalho, a saída do número inaugural é desde logo marcada pelo falecimento do seu director, Raul W. Baptista de Carvalho, médico veterinário, vitimado pelo agravamento súbito de febres palustres. O infausto acontecimento obrigou a mexidas inesperadas na estrutura do jornal. Sócio da empresa proprietária, o lavrador José Calhau viu-se na contingência de acumular os cargos de director e de editor (que já era) mantendo-se Higino Barrão como administrador. 

Daqui resultou um produto híbrido, incaracterístico e pouco atractivo, que a nomeação ao nº. 27 para director, do médico Agostinho Felício Caeiro, tentou solver mas em vão. “O Alentejo” esteve activo entre 7 de Maio de 1914 e 13 de Maio de 1915. Não teve também existência muito prolongada ainda que surgido a 23 de Agosto de 1911, o semanário republicano “O Cidadão” de que era proprietário, administrador e editor Pedro Antunes Paiva. O redactor principal era Evaristo Cutileiro a quem deviam ser dirigidos todos os assuntos referente à redacção. Após o falecimento deste teve um percurso acidentado, sincopado, terminando a 26 de Abril de 1915. 

A posse efectiva de um órgão devotado ao registo do discurso oficial do Partido Republicano Democrático só seria conseguido com a transferência para Évora do diário “Democracia do Sul”, que se publicava em Montemor-o-Novo desde 1900. Tal só veio contudo a concretizar-se a partir de Agosto de 1917.

Texto: José Frota 

Évora Perdida no Tempo - Mocidade Portuguesa na Praça do Giraldo


Desfile da Mocidade Portuguesa na Praça do Giraldo

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950-12-01 -
Legenda Mocidade Portuguesa na Praça do Giraldo
Cota DFT74 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Terças Musicais 2011

Clique para aceder a informação complementar

A partir de 20 de Setembro a Escola de Artes inaugura o ciclo "Terças Musicais". Todas as terças-feiras, às 18:30, no Auditório Mateus de Aranda, a música faz-se ouvir pelos alunos e docentes do Departamento de Música da Universidade de Évora. A programação é da responsabilidade de Ana Telles, pianista e docente no Departamento de Música da Universidade de Évora.


Évora Perdida no Tempo - Aspecto interior da Fábrica dos Leões


Aspecto interior da Fábrica dos Leões, em Évora: fabrico de esparguete.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 dep. - 1970 ant.
Legenda Aspecto interior da Fábrica dos Leões
Cota DFT5125.1 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME