Primeiro governador civil republicano do concelho, é uma personagem cujo percurso de vida é de difícil reconstituição. Ignora-se quando e onde nasceu, sabendo- se contudo que descendia de uma família abastada e nos estudos chegou ao bacharelato.
A sua presença na vida pública eborense é detectada em 1906, quando o seu nome aparece ligado ao processo de instalação da Central Eléctrica e da rede de distribuição em Évora. Para desgosto da família adere à Causa Republicana e estimula a entrada de militares no núcleo de Évora da Carbonária, no que é auxiliado por Felício Caeiro e pelo sargento Andrade, e que discretamente financia.
Em 1909 é nomeado director da “Voz Pública”. No dia 5 de Outubro de 1910 está em Lisboa no palco revolucionário, garantindo a circulação de informações entre os vários focos de sublevação. De regresso ao Quartel do Carmo passa a ser o telegrafista de serviço.
Ainda nesse dia é nomeado governador civil de Évora, cargo que mantém até 16 de Agosto de 1911. É então eleito Presidente da Assembleia Geral do Centro Republicano Democrático Liberdade. Continuará a dirigir a “Voz Pública” até ao princípio de 1912, altura em que, manifestando-se desgostoso com a cisão ocorrida no partido, escreve uma carta ao proprietário José Bento Rosado renunciando ao cargo devido ao facto de partir para prolongada estada em Paris. Volta em 1913 e ingressa no Partido Evolucionista. Só em 12 de Outubro de 1918 se torna a falar dele, quando se envolve numa revolta falhada em Évora contra a ditadura de Sidónio Pais, que aliás eclodiu igualmente em Lisboa, Porto e Coimbra.
Ainda discursará em apoio de José Relvas no Coliseu dos Recreios a 10 de Fevereiro de 1919 e integrará o núcleo duro do Partido Republicano Popular, sucedâneo do Partido Evolucionista, que se desmembra em 1921. A partir desse momento nada mais se sabe sobre a sua vida.
Texto: José Frota
Texto: José Frota
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