sexta-feira, 2 de março de 2012

Évora Perdida no Tempo - Capela de St. António (Ig. S. Francisco de Évora)


Capela de Santo António (capela lateral do lado da Epístola) da Igreja de São Francisco de Évora.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 ant. -
Legenda Capela de St. António (Ig. S. Francisco de Évora)
Cota DFT4044 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 1 de março de 2012

Memória histórica sobre a fundação da Sé de Évora e suas antiguidades



Évora Perdida no Tempo - Largo dos Colegiais antes da intervenção


Aspecto do Largo dos Colegiais antes da intervenção. Em Novembro de 1953 a Casa Cadaval doou ao município o terreno adjacente ao Buraco dos Colegiais para arranjo e ajardinamento, reservando essa passagem a peões, obra que ficou pronta em 1955.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1953 -
Legenda Largo dos Colegiais antes da intervenção
Cota DFT6325 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Casa Bacharel / Drogaria Azul - 116 anos de existência

A “Casa Bacharel”, também conhecida por “Drogaria Azul” e sediada na Rua Elias Garcia nos nºs. 11,12 e 13, rivaliza com a Papelaria Nazareth na compita pelo estatuto de mais antiga loja da cidade. Nenhuma delas começou com a denominação actual e, se é possível precisar a data do início do funcionamento da drogaria, o mesmo não acontece com a papelaria, que teve por primeiro proprietário o comerciante Eduardo de Souza e abriu portas por volta da mesma altura, mas em ano e data desconhecidos. Mas que ambas são os estabelecimentos comerciais mais antigos de Évora, disso não sobejam dúvidas.

Posto este intróito, é tempo de nos reportarmos à história da loja, que iniciou a sua actividade em 1896 sob a designação de Casa Bacharel & Cª, sociedade por quotas, com o capital inicial de 8 contos de réis, sendo sócios os Senhores Bacharel e Cutileiro, este em posição minoritária. Em 1904, porém, já Cutileiro tinha deixado a sociedade e a firma passado à designação única de Casa Bacharel. Pelo menos disso nos dá conta a publicidade que Bacharel fazia inserir regularmente no jornal “A Voz Pública”, primeiro órgão oficioso e, depois, oficial do Partido Republicano em Évora. Nesses anúncios proclamava a Casa Bacharel ser a grande referência local em termos do comércio misto de ferragens, drogas, tintas, produtos químicos e farmacêuticos, óculos, binóculos, artigos eléctricos e fotográficos e uma quantidade inesgotável de instrumentos para o lar.

Com efeito, a localização do estabelecimento em plena Praça Luís de Camões, zona nevrálgica do comércio local desse tempo, a filiação republicana do proprietário e a qualidade da mercadoria em oferta fizeram da Casa Bacharel um estabelecimento de grande procura. Quando Bacharel se retirou a loja passou para as mãos de Jaime Teodorico da Silva Alberto, o seu único empregado desde início, que em 1938 a trespassou a António Peixoto da Silva. Pouco hábil para a função, este não soube lidar com as dificuldades advenientes da II Guerra Mundial e deixou que a loja entrasse em declínio. Por esse tempo já passara a ser mais conhecida por “Drogaria Azul”, atendendo ao facto de ser essa a sua cor nas ombreiras, nas portas, paredes exteriores e rodapés. Dez anos mais tarde, em 1948, trespassa-a a José Cid da Silva, um comerciante do ramo, natural de Alvito e que na freguesia de Vila Alva, logo após a conclusão da escola primária, se empregara numa drogaria, prosseguindo a sua carreira em Alverca. A vida levou-o posteriormente até Angola, de onde veio regressar a Vila Alva, ao que constou na altura por inadaptação ao clima. Pessoa muito dinâmica e profundamente conhecedora do ofício, Cid da Silva mudou a residência para Évora, dedicou-se de alma e coração ao negócio e, passados quatro anos, tinha revitalizado a drogaria, recuperado antigos clientes, conquistado novos e pusera o estabelecimento a dar lucros.

Mercê da sua afabilidade, simpatia e permanente disponibilidade, Cid da Silva tornou-se uma pessoa benquista na cidade. Para não ser prejudicado, nunca tomou posições políticas públicas, embora os amigos mais chegados soubessem da sua aversão ao salazarismo e à guerra colonial. Agiu neste campo sempre de forma discreta, por não querer comprometer o futuro da loja e o dos filhos. Em 1984 entendeu que chegara a hora de gozar a sua reforma. Também ele optou por fazer o trespasse da drogaria a um seu empregado, Leonardo da Silva, o qual lhe pagou uma verba à volta dos 1200 contos. Leonardo da Silva começou a trabalhar na Drogaria Azul a 1 de Setembro de 1956, depois de ter andado a guardar gado antes e depois de fazer a 4ª. classe. Era o filho mais velho de um trabalhador rural. Seu pai soube por um amigo que Cid da Silva procurava um empregado e foi lá conversar com ele, acabando o rapaz por ficar com o lugar. Mas em 1966 veio a incorporação no serviço militar, a ida para as colónias e só em 1969 o regresso.

Convicto de que em Lisboa outras perspectivas mais risonhas e atraentes se lhe abririam, decidiu ficar pela capital, encontrando trabalho numa firma que era fornecedora da drogaria eborense. No ano seguinte Cid da Silva acenoulhe com a hipótese do regresso, oferecendo-lhe três contos e quinhentos por mês. O facto de a namorada de então e actual mulher ser de Évora decidiu-o a regressar, assentando aqui arraiais. Catorze anos depois, tomava de trespasse – como já se disse – a loja ao seu patrão. O seu desejo foi manter a loja tal como a recebera, tradicional e com muita clientela. 

Em 1990 a Câmara emitiu uma postura na qual avisava que as lojas, nas suas portas e rodapés, só poderiam estar pintadas de amarelo torrado ou de cinzento. Leonardo da Silva solicitou à edilidade autorização para continuar de azul, dada que essa era a sua tonalidade emblemática e servia de referência a toda a população.

O município deferiu o pedido, atendendo à longevidade. De resto a Casa Bacharel/Drogaria Azul continua a
vender praticamente o mesmo que antes, apenas com ligeiras alterações, ditadas pela evolução dos tempos. E o maior anseio de Leonardo da Silva é, agora, que o tempo começa a deixar visíveis os sinais da sua passagem, que os filhos prossigam o negócio.


Texto: José Frota

Évora Perdida no Tempo - Vista parcial de Évora


Vista parcial de Évora. À esquerda vê-se a Rua Estevão Cordovil, um dos corpo da Universidade de Évora, o Seminário, a torre e parte do Convento dos Lóios e a Sé Catedral; à direita vê-se o que resta do antigo Convento de Santa Mónica, parte do Paço dos Duques de Cadaval e a Torre das 5 Quinas.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1970
Legenda Vista parcial de Évora
Cota DFT7618 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Percursos Ambientais em Évora - Aqueduto da Água da Prata

O Aqueduto da Água da Prata foi durante muitos anos a principal fonte de abastecimento de água à Cidade. Hoje a sua importância é menor, mas não deixa de constituir uma alternativa e reforço do abastecimento. Apesar de estarem em curso obras de restauro do Aqueduto, o caminho encontra-se limpo, em grande parte da sua extensão, pelo que o percurso pode começar a ser utilizado.
Brevemente serão melhorados os caminhos, será colocada sinalização, algumas vedações e serão melhorados os acessos, para que as pessoas possam percorrer o Aqueduto entre Évora e a Graça do Divor. O percurso pode ser utilizado por caminheiros ou ciclistas


Évora Perdida no Tempo - Secção de embalagem da Fábrica dos Leões


Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 dep. - 1970 ant.
Legenda Secção de embalagem da Fábrica dos Leões
Cota DFT5103.1 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Personalidades Eborenses - António Ribeiro Chiado


António Ribeiro, conhecido por "O Chiado" ou "O Poeta Chiado" (Évora, 1520 - Lisboa, 1591). Foi um poeta jocoso e satírico do século XVI, contemporâneo de Luís Vaz de Camões. Era conhecido como Chiado (o poeta) por ter morado muitos anos no Chiado, em Lisboa, na rua assim chamada já naquele século, que no século XIX mudaria para Rua Almeida Garrett, nome que conserva até hoje.

Nasceu em Évora, num meio humilde. Professou na Ordem dos Franciscanos, na sua cidade natal, até ter optado por abandonar a vida de clausura. De Évora parte para Lisboa, onde o seu talento com as palavras o torna conhecido na zona lisboeta do Chiado. Segundo as descrições, seguiu uma vida de celibato, vestindo-se sempre com um hábito clerical.

Durante a sua vida gozou de grande popularidade não só por ser poeta mas também por ser um exímio improvisador e imitador das vozes e de gestos de figuras conhecidas dessa época, sempre junto aos seus hábitos. Faleceu em Lisboa, em 1591.

Não se têm dados exactos de todas as publicações de Chiado. Sabe-se que deixou muitos manuscritos como os seguintes:
- Autos (segundo o estilo de Gil Vicente, há menção a edições publicadas ainda em vida mas sem registos)
- Auto de Gonçalo Chambão;
- Auto da Natural Invenção.

Os seguintes autos foram encontrados juntos, num livro de miscelâneas:
- Pratica de oyto feguras, Faria & Payua moços, Ambrosio da gama, Lopo da silueira, Gomez da Rocha fidalgos, Negro capelã, Ayres galuam;
- Auto das regateyras per Antonio Ribeyro. Pratica de treze figuras, Velha, Briatiz, Negra, Comadre, Pero Vaz, Noyuo, May, Ioã Duarte, Afonso Tome, Frenã Dãdrade, Gomez Godinho, Brimanesa;
- Pratica dos compadres, Fernam dorta, Brasia machada, Isabel, Vasco Lourenço, o compadre, Siluestra, Moço, namorado, a comadre, caualeyro Esteuam : auto terceiro.

Outras obras:
- Philomena dos Louvores dos Santos com Outros Cantos Devotos;
- Letreyros muyto sentenciosos, os quaes se acharam em certas sepulturas de Espanha;
- Letreyros muyto sentenciosos… e hua regra spiritual que elle fez ao Geral de S. Francisco, e assi hua petiçam… ao Commissayro, e a resposta do Geral, feita por Affonso Alveres (Uma regra espiritual que fez ao Geral de S. Francisco, uma petição que fez ao Comissário, e a reposta do Geral, feita por Afonso Alvares).

O seu génio como poeta é mencionado por Camões, num dos versos do Auto de El Rei Seleuco.

No coração da Baixa de Lisboa, junto ao Bairro Alto, encontra-se a zona do Chiado. Nela está a estátua do poeta homónimo, inaugurada a 18 de Dezembro de 1925, por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, para homenageá-lo. A estátua, de bronze, é da autoria de Costa Mota (tio) e a base, em pedra de lioz, de José Alexandre Soares. Nela se vê a representação do poeta sentado num pequeno banco, envergando um hábito de monge, sorrindo com escárnio, numa posição arqueada, de convite.

Está situada entre as estátuas de nomes grandiosos da literatura portuguesa (Fernando Pessoa, Eça de Queiróz e Camões), num largo rodeado de igrejas, teatros e livrarias, facto que levou alguns intelectuais da época a oporem-se veementemente à localização escolhida.

Évora Perdida no Tempo - Sala de leitura da Biblioteca Pública


Autor David Freitas
Data Fotografia 1953-12-16 
Legenda Sala de leitura da Biblioteca Pública
Cota DFT7185 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Precisa-se de Trabalhador de Limpeza - Évora (Urgente)

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Brincas de Carnaval animaram Évora

A Praça de Sertório foi  o cenário escolhido por um Grupo de Brincas de Carnaval para apresentar o fundamento “A Namoradeira” que, com a sua animação e bom humor, contagiou mais uma vez os transeuntes.
“A Namoradeira” relata a trágica história de Pimpinela, uma moça rejeitada pelos pretendentes devido à sua personalidade e mostra as suas desventuras ao longo dos tempos. O humor também foi parte integrante desta animação com uma cena dedicada à fotografia, onde dois palhaços cativaram todas as atenções tirando retratos “incríveis”.
Diversos populares assistiram com agrado a estas representações, onde não faltou música e alegria, nesta que é uma das mais genuínas tradições seculares de Évora.
Esta manifestação artística de cariz popular é constituída por um grupo trajado a rigor que toca e representa. Vem sempre acompanhado de uma trupe de palhaços que fazem rir todos com as suas brincadeiras e, inclusive, críticas sociais.
O Grupo deste ano é constituído por elementos das Brincas de Carnaval do Bairro de Almeirim e do Rancho Folclórico “Flor do Alentejo”. Nos últimos dias apresentaram o seu talento em diversos locais da cidade e freguesias, prosseguindo com toda esta animação ainda durante hoje e amanhã.
O Presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto d’ Oliveira, assistiu com manifesta simpatia a esta representação carnavalesca, expressando o seu agrado quanto a esta tradição.
“Assistimos uma vez mais a esta demonstração brincalhona de caraterísticas muito populares de genuína tradição que é o verdadeiro Carnaval de Évora desde há muitos anos e nós ficámos satisfeitos por ver esta revitalização da nossa tradição e da nossa identidade”, afirmou o autarca, salientando a sua importância para o concelho e deixando claro que a autarquia continuará a manifestar o seu apoio a esta forma de arte para que ela não se perca e ganhe cada vez força e adesão.






Interior da Sé de Évora

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

"Nhabruxa" no Espaço Celeiros

Percursos Ambientais em Évora - Sítio de Monfurado


Rede de Percursos Ambientais, traçada sobre caminhos públicos rurais ou municipais, para utilização a pé ou com meios de transporte não poluentes.
Esta rede interliga as povoações rurais do concelho e permite o acesso aos monumentos megalíticos e outros desta área.
Através destes caminhos atravessam-se diferentes paisagens de Évora, algumas das quais integradas no Sítio de Monfurado, classificado pela União Europeia como área pertencente à Rede Natura 2000, devido aos habitats e espécies de interesse comunitário que aí ocorrem.


Localização: entre Évora e o Sitio de Monfurado, no limite oeste do concelho.

Comprimento: 88 km

Utilização: pedonal, bicicleta, meios de transporte não motorizados

Infra-estruturas: sinalização direccional, pontos de informação e parques de merenda nas povoações.

Pavimento: saibro nos caminhos rurais e betuminoso nos caminhos municipais

Meio Natural: Sitio de Monfurado, inserido na Rede Natura 2000. Área dominada por importantes montados de sobro e azinho, bastante bem conservados, numa região tipicamente mediterrânica. É uma zona de grande importância para a conservação de diversas espécies de morcegos

Património cultural: Conjuntos urbanos de Évora, Valverde, Guadalupe, Boa Fé e S. Sebastião da Giesteira.

Património histórico: na beira dos percursos, encontram-se muitas construções de variadas idades, desde o Neolítico até à actualidade.

Nível de dificuldade: variável, com as maiores inclinações nos troços entre as Ribeiras de S. Brissos e de Valverde, em especial entre Valverde e os Almendres.

Ligações: a rede de Percursos de Monfurado estende-se pelo Concelho de Montemor-o-Novo. Em Évora, tem proximidade a outros Percursos Ambientais.

Cartografia: Cartas Militares 1:25.000 n.ºs 447, 448, 458, 459, 460 do Instituto Geográfico do Exército.

Com cerca de 24.000ha, o Sítio de Monfurado alberga um conjunto importante de habitats e espécies. Esta enorme biodiversidade resulta das condições do clima mediterrâneo, com influências atlânticas e continentais.

O Sítio de Monfurado situa-se entre os montados do Alto Alentejo – um sistema agro-silvo-pastoril único, de paisagens e valores naturais excepcionais – e a estepe cerealífera do sul.

O Sítio é dominado pelos montados, maioritariamente de sobro (Quercus suber), mas também de azinho (Quercus rotudinfolia), ou mistos. Encontram-se ainda alguns bosques de sobreiro de pequena dimensão e montados mistos de sobreiro e carvalho-negral (Quercus pyrenaica), uma espécie que tem aqui o limite sul da sua área de distribuição.

Neste Sítio ocorrem também os melhores exemplos de espinhais de tojo (Calicotome villosa), matagais densos que em Portugal são exclusivos da região de Évora. Com excelente representatividade no Sítio, encontram-se ainda os importantes arrelvados de uma pequena gramínea denominada Poa bulbosa, que integram um habitat prioritário para a conservação. São prados formados por pequenas plantas prostradas, muitas vezes associados aos montados e cuja persistência depende da manutenção do pastoreio extensivo.

A vegetação ribeirinha inclui amiais e salgueirais, em razoável estado de conservação, e diversas comunidades flutuantes (ranúnculos, Potamogeton e macroalgas).

Em termos faunísticos, o Sítio de Monfurado é de grande importância para algumas colónias de morcegos, sendo de salientar o morcego-rato-grande (Myotis myotis) e o morcego-de-ferradura-mourisca (Rhinolophus mehelyi). A área de montado assume um papel importante como zona de alimentação destas espécies, assim como para as colónias do rato-de-cabrera (Microtus cabrerae).

Este Sítio tem as características de habitat adequadas para a ocorrência do lince-ibérico (Lynx pardinus) ou permitir a sua reintrodução.

Nalgumas linhas de água ocorre a boga-portuguesa (Chondrostoma lusitanicum), espécie que só existe em Portugal e que está criticamente em perigo.

Link: Sítio de Monfurado