quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Associações de N.S.Guadalupe

Associação de Idosos de Guadalupe

Largo Abel Augusto, 5
7000 — 222 Guadalupe
Évora
Tel. 266 781 197
Dias de funcionamento Aberto todos os dias
Horário de funcionamento 8h às 20h

A ideia de criar um associação que pudesse atenuar ou minimizar os problemas da terceira idade da freguesia, surgiu no início da década de 90, pela mão do actual presidente, António Barrucho.

Após a nomeação de uma comissão instaladora encarregue da legalização da colectividade e de eleita a direcção, constituída por Albertina Maria Metrogos Passarinho Batalha, Joaquim Feliz Casquinha, Jacinto Jacinto, Adelino António e Bernardino António, propuseram-se à construção de um Centro de Dia para a Terceira Idade, concluído no início de 1998.

Esta obra contou com a preciosa ajuda da Junta, que cedeu o terreno e alguns materiais de construção. E, tem algumas particularidades comparativamente a instituições similares, todas no sentido de melhorar a sua eficácia enquanto centro de apoio. Ou seja, em relação às suas congéneres, sediadas nas freguesias vizinhas, as janelas das cozinhas são maiores, bem como as dos quartos de banho, as portas dos sanitários abrem para fora, como medida de segurança, e foram instalados sistemas, para substituir as convencionais banheiras, facilitando, deste modo, os banhos de pessoas mais pesadas e com dificuldades de locomoção.

A associação tem, presentemente, 270 sócios. António Martinho Borrucho, Maria Custódia Milhano Borrucho Pires, Albertina Maria Metrogos Passarinho Batalha e Francisco José Remanga Estevão, são membros da actual Direcção.



Grupo Desportivo e Recreativo de Guadalupe

7000 Guadalupe
Évora
Tel. 266 781 165

Joaquim Manuel Murteira Grave, Pedro VanZelher Palha Teotónio Pereira e José Luís Barata de Sousa Cabral, foram os fundadores desta associação, que viu a luz do dia no dia 5 de Setembro de 1960.
E, apesar de assinalar mais de 40 anos de existência, só retomou a sua actividade há cerca de 3 anos, depois de um longo período de interregno.

Nos finais de Março de 2001, a associação deu início às obras de construção do seu centro de convívio e da sua sede. Da inteira responsabilidade do Grupo Desportivo, conta com a colaboração da Junta de Freguesia e do município de Évora, que cedeu o terreno e o projecto-tipo. A construir na Praça da aldeia, este novo espaço pretende ser um grande aglutinador de actividades e sinergias.

Um dos objectivos que a colectividade tem em mente e para o qual se encontra a desenvolver um estudo extensivo prende-se com o alargamento e melhoria do campo de futebol, com a criação de valetas e a colocação de cartazes publicitários, cujos lucros reverterão em função de futuros projectos. As obras do polidesportivo e dos balneários, por seu lado, estão já planeadas.

Envolver a sociedade local, bem como as comunidades vizinhas, nas actividades da associação, por meio de intercâmbios de índole desportiva, recreativa e cultural, é outro dos projectos.

O plano de actividades delineado prevê a participação no campeonato sub-15, a realizar entre as freguesias rurais, a realização de jogos de futebol com a equipa sénior e a equipa sub-15 feminina, a que se junta a participação e organização de torneios de sueca, damas, malha, dominó. A direcção propõe-se ainda realizar matinés e serões musicais ao ar livre, a par da festa desportiva anual e das festividades da freguesia, em parceria com outros agentes da comunidade.

Reorganizar e melhorar todos os serviços de secretaria e tesouraria e o acesso à informação relativa à associação, designadamente para os sócios, insere-se nas pretensões da actual direcção.

É ainda intenção da associação solicitar, à Câmara Municipal de Évora, um autocarro que permita a realização de excursões a Fátima, visitas à praia, com o intuito de fomentar a confraternização e, se possível, angariar mais sócios.



Associação de Caçadores e Pescadores de Guadalupe

7000 Guadalupe
Évora
Tel. 266 781 165


O ano de 97 viu surgir uma colectividade que pauta a sua conduta em função do fomento, ordenamento e exploração da caça e da pesca. Os responsáveis pela sua fundação, no dia 21 de Abril, foram Joaquim Feliz Casquinha, Antonino Godinho de Carvalho, Manuel Joaquim da Silva, Francisco Santos Calhau, António Joaquim Mendes, Manuel Jacinto da Silva Cebola, Francisco José Remanga Estevão, Joaquim José Laranjeira da Silva, Salvador José Vaqueirinho Gadunhas, Manuel António Mangerico Calhau, Eurico José Casquinha Charrua e Carlos Alberto Mirador Garcia.



Associação Juvenil de Guadalupe

Rua do Posto Médico, 1
7000 — 222 Guadalupe
Évora


Com uma história recente, que remonta a 3 de Agosto de 1999, deve a sua criação a alguns jovens empreendedores, que dão pelos nomes de Francisco José Remanga Estevão, Anabela de Jesus Passinhas Peixeiro, Marisa Cristina Maduro Viseu e Luís Manuel Casquinha Charrua.



Associação de Pais de Guadalupe

7000 — 222 Guadalupe
Évora
Tel. 266 781 191


A 6 de Novembro de 1997, um grupo de pais resolveu criar uma associação para salvaguardar os interesses dos alunos e dos educadores da Escola Primária de Guadalupe. António Maria Risso Metrogos, Jacinto Ricardo Mirador Amaral, António Salvador Ferreira Coelho, Zilda Isabel Ramos Grenho Estevão, Francisco José Remanga Estevão, António Luís Vaqueirinho Barreiros, Leopoldina Maria Riço Passinhas Gomes, Joaquim José Laranjeira da Silva, João Francisco Metrogos Calhau, Deolinda Maria dos Santos Maltezinho M. Calhau, Paulo Manuel Cebola Vitorino, Manuela de Fátima Pouca-Roupa Horta Metrogos e Albertina Maria Metrogos Passarinho Batalha, foram os promotores deste projecto.

Évora Perdida no Tempo - Claustro do Convento de São Bento de Cástris


Vista estereoscópica do Claustro do Convento de São Bento de Cástris.

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Claustro do Convento de São Bento de Cástris
Cota CME0337 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

"Avatares Druídicos" na Biblioteca Pública

Orador: Joaquim Pinto
Nesta palestra, a propósito do tema Avatares Druídicos, Joaquim Pinto abordará os seguintes conteúdos:
- Breve Perspectiva Histórica Celta;
- Consmogénese Druídica;
- Honra e identidade.
Público: em geral
Entrada livre

Évora Perdida no Tempo - Nave central da Sé de Évora

Nave central da Sé de Évora, vendo-se do lado esquerdo o altar de Nossa Senhora do Anjo e, do lado esquerdo, a imagem do Anjo Gabriel. Esta imagem pertence à colecção do Grupo Pró-Évora, colocada em depósito no Arquivo Fotográfico da CME.
Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ant. -
Legenda Nave central da Sé de Évora
Cota GPE0002 - Propriedade Grupo Pró-Évora

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Masterclass com Dave Samuels



Link: Masterclass com Dave Samuels


Teatro: Ay, Carmela!

Perdidos numa noite de nevoeiro e fome, dois anónimos "artistas de variedades", caem em território inimigo. Aí, em troca da liberdade, são obrigados a apresentar o seu espectáculo às tropas vencedoras e aos prisioneiros vencidos. Que fazer à representação para sobreviver em tão díspar plateia? Como resistir ou ceder sem abalar a dignidade?

Tradução e encenação: Gil Salgueiro Nave
Cenografia, figurinos e adereços: Luís Mouro
Interpretação: Fernando Landeira e Sónia Botelho
Sonoplastia: Helder Gonçalves
Desenho de luz: Vasco Mósa


19 e 20 de Janeiro, às 21h30:
Teatro Garcia de Resende

Évora Perdida no Tempo - Aspecto geral da Rua da República


Aspecto geral da Rua da República. Esta imagem pertence à colecção do Grupo Pró-Évora, colocada em depósito no Arquivo Fotográfico da CME.


Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1910 - 1920
Legenda Aspecto geral da Rua da República
Cota GPE0068 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 16 de janeiro de 2011

Comercial Telecomunicações (m/f) - Évora

A Kelly Services está a recrutar para o seu parceiro, uma prestigiada empresa na area das telecomunicações em fase de crescimento, um comercial para a zona de Évora.

Principais Responsabilidades:

- Angariação e acompanhamento de clientes;

- Negociação de propostas comercias;

- Esclarecimento de clientes relativamente às soluções e produtos disponíveis;

Valorizamos as candidaturas que cumpram os seguintes requisitos:

- Experiência como Comercial e especificamente em Telecomunicações;

- Focalização no cliente;

- Excelente capacidade de comunicação e argumentação, ambição e orientação para o cumprimentos dos objectivos;

- Conhecimentos de Informática na óptica do utilizador;

- Disponibilidade imediata.

A sua candidatura será analisada por Helena Santos.


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Pequenos Violinos da orquestra Metropolitana de Lisboa em digressão pelo Alentejo

Os Pequenos Violinos da orquestra Metropolitana de Lisboa iniciam domingo, em Évora, uma mini digressão pelas três capitais alentejanas.

No domingo, às 18:00 horas, os músicos juvenis, sob a direção de Inês Saraiva, tocam no Teatro Garcia de Resende. No dia 22, à mesma hora, sobem ao palco do Centro de Artes do Espectáculos de Portalegre e no dia 29, também às 18:00 horas, ao atuam no Pax Julia, em Beja.

Do programa constam canções tradicionais portuguesas como “Estrelinha”, “O Balão do João” e ainda “Over the rainbow” de Harold Arlen, Dança Húngara n.º1, de Johannes Brahms, 1.º andamento do Concerto em Lá menor, de Antonio Vivaldi, ou o Minueto n.º1 de Bach, entre outras peças.

Universidade:Mestrado em Teatro

Évora cria gabinete de apoio a vítimas de homofobia e violência doméstica

"Alentejo de Diversidades” tem como principais objectivos a prevenção da homofobia e da violência dentro da família (independentemente da orientação sexual das pessoas afectadas) e, particularmente, dentro da relação entre pessoas do mesmo sexo, através de apoio, informação e sensibilização.

Um gabinete de apoio a vítimas de homofobia e de violência doméstica, o primeiro do género em Portugal, abre este mês em Évora, revelaram os seus mentores na apresentação do projecto “Alentejo das Diversidades”, que teve lugar esta semana no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Évora e contou com a participação da Secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, e da Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, entre outras individualidades.

O projecto assenta numa parceria entre a associação Opus Gay e a Câmara Municipal de Évora e conta com o apoio do Fundo Social Europeu, do QREN e da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

“Alentejo de Diversidades” tem como principais objectivos a prevenção da homofobia e da violência dentro da família (independentemente da orientação sexual das pessoas afectadas) e, particularmente, dentro da relação entre pessoas do mesmo sexo, através de apoio, informação e sensibilização. Conta com grupos de auto-ajuda e de aconselhamento constituídos por uma equipa multidisciplinar, incluindo ainda a realização de acções de informação e sensibilização a técnicos especialistas e a todos os que mostrem interesse nesta área temática, bem como iniciativas de sensibilização para a população em geral.

Trata-se de um projecto inovador que procura colmatar as falhas existentes, principalmente ao nível da estigmatização social e exclusão, contribuindo assim para a inclusão na cidadania. Pretende ainda implementar um conjunto de acções de parceria com outros agentes públicos e privados, construindo uma resposta em rede, com vista à prossecução de uma estratégia concertada.

O Gabinete de Apoio e Aconselhamento “Alentejo das Diversidades” fica localizado na Rua de Machede, 53A (edifício das Juntas de Freguesia), podendo os contactos com os técnicos ser feitos pessoalmente ou através do telemóvel 966 768 432 (Linha de Apoio Permanente) ou do e-mail: contraoabuso@gmail.com ou em www.opusgay.org/Centro_Acolhimento.html

Na cerimónia de apresentação, o Coordenador do “Alentejo das Diversidades”, João Cunha, efectuou uma breve apresentação do projecto e falou dos seus principais objectivos, anunciando também a criação do gabinete de apoio que conta com uma equipa multidisciplinar para trabalhar em parceria com outras instituições e prestar auxílio a pessoas vítimas de homofobia ou de violência doméstica e inclusive ajudar também os abusadores que quiserem ser ajudados a não mais maltratar os outros.

Seguiu-se uma intervenção proferida pelo Presidente da Associação Opus Gay, António Serzedelo, cujas primeiras palavras foram de agradecimento à Câmara de Évora, nomeadamente à Vereadora da Cultura, Cláudia Sousa Pereira, pelo seu empenho na dinamização deste projecto e no encontrar de um espaço para o acolher em Évora.

Falou também dos motivos e princípios do projecto, sublinhando a importância dos poderes locais nas lutas pela cidadania e pela igualdade como investimentos culturais que se reflectem no tecido económico e a necessidade premente de se combater a violência doméstica, o machismo, o sexismo e a homofobia na sociedade portuguesa, apontando como o mais recente exemplo, na senda de que são vítimas dezenas de mulheres em Portugal, o assassinato do cronista Carlos Castro.

A oradora seguinte foi a Vereadora da Câmara de Évora, Cláudia Sousa Pereira, que deu as boas vindas e agradeceu a presença de todos, manifestando a sua satisfação pela celebração deste protocolo.

Salientou e agradeceu o empenho político da Secretária de Estado da Igualdade no sucesso deste projecto e também em matérias nacionais como a do combate à homofobia e à violência doméstica que convocam também, a nível local, a participar nesse combate e a investir em acções nestas áreas, trabalhando para a inclusão e igualdade e em prol do cumprimento dos valores da República.

Reconheceu as dificuldades do percurso, nomeadamente do que tem sido feito pela Associação Obra Gay no decurso do seu trabalho, agradecendo por Évora ter sido o território “eleito” pelo projecto e frisando o empenho de todos os envolvidos da autarquia na concretização deste.

Sublinhou ainda a necessidade de promoção deste tipo de iniciativas que trazem à luz graves problemas que importa resolver e que foram ignorados e escondidos durante séculos, fazendo votos para que esta seja “uma resposta social que, aberta a uma cultura de contemporaneidade, humanismo e inclusão, onde se convocarão diferentes parceiros socioculturais, permaneça na cidade e na região”.

A Secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, felicitou a Vereadora Cláudia Sousa Pereira e o Presidente da Câmara pelo empenho na concretização deste projecto, realçando também o papel do Governo Civil de Évora na afirmação dos direitos humanos e na luta contra a violência doméstica e falou de alguns aspectos do trabalho político e legislativo que o Governo realiza nestas áreas.

“Lutar contra a homofobia, lutar contra a violência doméstica, lutar contra qualquer tipo de discriminação, é lutar pela defesa de uma sociedade mais justa, mais igualitária, onde todas as pessoas sem excepção, nas suas diferenças, tenham as mesmas oportunidades”, afirmou, considerando também que o compromisso da autarquia eborense “é um compromisso pioneiro no nosso país” .

No que concerne ao trabalho realizado a nível nacional, a governante deu como exemplo três planos recentemente aprovados, um que respeita à igualdade, outro contra o tráfico de seres humanos e um contra a violência doméstica, sendo seu objectivo chegar aos locais mais recônditos do país e envolver toda a sociedade civil, as autarquias e as empresas, por forma a conseguir “um Portugal mais justo e mais moderno ao nível dos valores”.

Esta cerimónia contou também com dois momentos culturais e lúdicos, proporcionados pela actriz Carmen Filomena (que leu poesias de Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Alda Lara) e pela actuação do grupo “Vozes do Imaginário”, os quais deixaram muito agradados todos os participantes no evento.

Évora Perdida no Tempo - Travessa da Caraça


Vista estereoscópica da Travessa da Caraça.

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Travessa da Caraça
Cota CME0389 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Francisco José a voz de Évora

«Eu não sei que tenho em Évora, que de Évora me estou lembrando...» cantou, como ninguém, Francisco José, em voz quente e arrebatadora que a todos fazia vibrar de inexprimível emoção. Certo, outros artistas, em tempos diferentes, interpretaram de forma excelente esta melodia tradicional, mas nenhum o fez tão sentidamente, arrancando-a do mais íntimo de si, lembrando a nostalgia de quantos, um dia, por imperativos da vida tiveram de a abandonar sem nunca a poder esquecer. Muitos rumos e trilhos percorreu mas nunca deixou de a entoar em pungente homenagem à terra onde viu a luz do dia, estudou e se fez homem. Francisco José Galopim de Carvalho nasceu em Évora, na Rua da Cal Branca, em 16 de Agosto de 1924. Segundo relata o seu irmão mais novo António Marcos (o famoso professor e investigador Galopim de Carvalho) em “Fora de Portas – Memórias e Reflexões”, a sua primeira grande paixão foi o jogo do bilhar, que começou a praticar assim que o tamanho lhe possibilitou estar à altura do tampo verde. Adestrada a técnica de manejar o taco e a arte de carambolar, passou a ser presença assídua em cafés e sociedades recreativas dotados de salas de bilhar, nomeadamente nas da Harmonia e FNAT, para se haver com os melhores, apesar de não passar de um adolescente.
Entretanto a sua voz bem timbrada e melodiosa começava a dar nas vistas. Apenas com 15 anos estreou-se a cantar em público interpretando o tema “Trovador” na revista musical eborense em dois actos, «Palhas e Moinhas, da autoria de Vasconcellos e Sá e colaboração de Raul Cordeiro Ramos. No final desse ano de 1939 passou a actuar nas galas do Liceu Nacional de Évora, organizadas anualmente por ocasião das festas do 1º. de Dezembro. O sucesso foi tal que as festas anuais da estudantada liceal jamais deixaram de contar com a presença do Chico Carvalho, como era então conhecido. 
Com a voz romântica e aveludada enchia o coração das suas enamoradas, em serenatas de encantamento. E não se dispensava de ajudar algum colega a amolecer a alma de uma ou outra jovem mais renitente à corte de que era alvo.
Depois, com o ingresso nos estudos universitários, as ondas da vida levaram-no a passar o rio Tejo. Em 1948 apresentou-se no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, munido de uma carta de apresentação para o seu director, o professor e antigo cantor Motta Pereira, e foi desde logo aceite. A partir daí profissionaliza-se, passa a ser Francisco José e abandona o curso de engenharia.
Dois anos mais tarde grava em Madrid “Olhos Castanhos”, tema que conhece um êxito extraordinário e o consagra definitivamente como cantor romântico. Seguem-se “Deixa Falar o Mundo” e “Ana Paula”, que lhe consolidam a popularidade já crescente. É esta que, transpondo o Atlântico, lhe vai valer um convite para em 1954 actuar no Brasil. Aquilo que se pensava não passar de um pequena digressão acabou por se converter numa prolongada estada em terras de Vera Cruz. Nelas conheceu um êxito sem precedentes, tendo-se tornado uma autêntica vedeta da televisão do Brasil, país em que viveu até 1980.
Em 1964 o cantor veio a Portugal e a Évora matar saudades de familiares e amigos. Na RTP souberam da sua estada e convidaram-no a apresentar um programa musical, em directo e à hora de maior audiência. Aceitou e cantou, maravilhando quem o ouviu. No final “partiu a loiça toda”, denunciando o quanto os artistas nacionais eram miseravelmente recompensados pelas suas participações nos programas televisivos, ao passo que os estrangeiros eram principescamente remunerados, pondo em causa a gestão político-cultural da administração da RTP.
O arrojo demonstrado levou-o a ter de comparecer para interrogatório na sede da PIDE, levado a cabo pelos respectivos beleguins. Não ficou detido mas foi-lhe levantado um processo por difamação, do qual veio a ser absolvido. Mas sempre que voltava a Portugal estava sujeito a apertada e incómoda vigilância desde o momento do desembarque até tomar o avião de regresso ao Brasil. Foi numa dessas surtidas várias ao nosso país que em 1973 lançou outro estrondoso êxito: “Guitarra toca baixinho”. O seu retorno definitivo ocorreu no início da década de 80. Em 1983 lança um último disco intitulado “As Crianças não Querem a Guerra”.
Já sexagenário voltou à Universidade para se licenciar em Matemática. Foi leccionar Geometria Descritiva para uma Universidade Sénior, obtendo em contrapartida autorização para assistir a aulas de outras matérias como Historia de Arte e Arqueologia, pelas quais nutria também grande afeição. Vítima de acidente cardiovascular, Francisco José faleceu a 31 de Julho de 1988, a duas semanas de completar 64 anos. Talvez que nos seus derradeiros instantes se tenha lembrado dos versos finais da canção que tão emocionadamente entoou: «… Olhei para trás chorando / Alentejo da minha alma / Tão longe, tão longe, tão longe / me vais ficando».

Évora Mosaico

Évora Perdida no Tempo - Claustro do Colégio do Espírito Santo

Vista estereóscopica do Claustro do Colégio do Espírito Santo, actual Universidade de Évora. Em primeiro plano vê-se o frontão que encima a entrada da Sala dos Actos e, em segundo plano, o corpo da antiga Casa Pia, demoldido em meados do século XX (1940?).
Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Claustro do Colégio do Espírito Santo
Cota CME0323 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME