segunda-feira, 4 de abril de 2011

Radioterapia de ponta em Évora

Doentes são tratados com a mesma tecnologia dos maiores centros oncológicos do Mundo.
O Serviço de Radioterapia do Hospital de Évora é a primeira unidade da Península Ibérica equipada com o sistema RapidArc, a última inovação neste tipo de tratamentos oncológicos, tendo iniciado estes procedimentos no dia 28 de Março. O novo sistema de ponta permite realizar num curto espaço de tempo - cerca de quatro minutos - as sessões de radioterapia de intensidade modulada.
Segundo a administração hospitalar, "os doentes da região do Alentejo serão, deste modo, tratados com a mesma tecnologia utilizada em centros de referência a nível mundial", como o Royal Marsden (Inglaterra) e o M. D. Anderson (EUA).
Recorde-se que até Setembro de 2009 o Alentejo era a única região da Península Ibérica sem nenhum centro de radioterapia, em que os doentes com necessidade deste tipo de tratamento eram encaminhados para as unidades mais próximas, localizadas em Lisboa, no Algarve ou mesmo em Espanha.
O RapidArc possibilita uma irradiação ininterrupta, na qual o equipamento, conhecido por acelerador, liberta a radiação num movimento envolvente de 360 graus ao redor do doente, com maior incidência no tumor e mais segurança para os outros órgãos.

domingo, 3 de abril de 2011

Vidros partidos e paredes pintadas na Casa do Benfica de Évora

O presidente da Casa do Benfica de Évora, José António, afirmou este domingo à agência Lusa que os vidros do edifício foram partidos durante a madrugada e que as paredes foram pintadas com frases como "reservado" ou "FCP Campeão".
"Partiram dois vidros do bar e escreveram nas paredes frases como Reservado ou FCP Campeão, entre outras mais injuriosas. Não entraram nas instalações, uma vez que o alarme não tocou", afirmou em declarações à Lusa.
O responsável referiu que os actos de vandalismo ocorreram durante a madrugada de hoje e que apenas foram vistos pelos responsáveis na abertura da Casa, afirmando que desde então o ambiente tem estado "tranquilo".
O Benfica vai receber hoje o FC Porto em jogo da 25ª jornada da Liga portuguesa de futebol, agendado para as 20h30, no estádio da Luz, em Lisboa, com a equipa de André Villas-Boas a conseguir sagrar-se campeã nacional em caso de vitória.

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Feira Medieval em Évora

A Feira Medieval, que poderá ser visitada entre as 10h00 e as 22 horas no sábado – domingo termina às 19h00.

Praça 1º de Maio, em Évora, vai ser palco de uma Feira Medieval durante os dias 2 e 3 de Abril, numa organização da Câmara Municipal de Évora. Neste fim-de-semana, a animação junto ao Mercado Municipal está garantida, através de um evento que procura transportar-nos até à idade média.

A Feira Medieval, que poderá ser visitada entre as 10h00 e as 22 horas no sábado – domingo termina às 19h00 -, conta com trabalhos ao vivo feitos por um conjunto de artesãos, venda de artesanato típico e diversos artefactos: flautas em bambu, brasões em madeira e pele, bolsos, cintos e pulseiras em couro, tecelagem em linho e em trapo, bijutaria com pedras semi-preciosas e joalharia, cestaria e alfaias e brinquedos em madeira, talha e torneados em madeira, cerâmica, peles curtidas, pantufas, sacos em pele e cornos para beber e tocar, feltro artesanal e tanoaria, sabões naturais e vidrofusão… .

Nesta Feira Medieval haverá ainda música da época, cortejos, animadores de rua, bruxinha e cartomante, um castelo de Ginginha e frutos secos caramelizados, chás naturais e licores, doces tradicionais (rabanadas e sonhos) e uma Pulperia (com esplanada coberta), onde se venderá carne grelhada, polvo cozido, água e vinho. Durante os dois dias do certame, que conta com o patrocínio do Pingo Doce, haverá ainda demonstração de aves de rapina com sessões de voos comentados.

Évora Perdida no Tempo - Sessão de autógrafos de Simone de Oliveira


Sessão de autógrafos de Simone de Oliveira na Papelaria Nazareth (secção de discos).

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955 - 1965
Legenda Sessão de autógrafos de Simone de Oliveira
Cota DFT2999 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 31 de março de 2011

Príncipe Carlos visita Évora

O Príncipe Carlos de Inglaterra, no âmbito da visita oficial de três dias que fez ao nosso país, esteve na terça-feira, em Évora, onde, para além de vir conhecer o projecto InovGrid desenvolvido pela EDP - uma experiência piloto de rede eléctrica inteligente que está a ser implementada em toda a cidade desde Abril do ano passado - percorreu algumas das artérias da cidade.

Acompanhado por Gustavo Val-Flor, funcionário da edilidade licenciado em História da Arte, o futuro herdeiro do trono britânico ficou a conhecer um pouco da história da cidade, tendo passado pela Praça de Sertório, onde foi recebido por todo o executivo municipal, Rua Nova, Praça de Giraldo e Rua 5 de Outubro, terminando na Catedral, cujo interior visitou.

Junto aos Paços do Concelho, o Príncipe Carlos recebeu das mãos de José Ernesto D’Oliveira uma réplica em cristal das colunas do Templo Romano, tendo o edil eborense transmitido a honra que a população de Évora tinha na sua visita.

Recorde-se que esta é a segunda vez que um elemento da Família Real Britânica visita a cidade de Évora. Em 1985, a mãe do Príncipe de Gales, a Rainha Isabel II e o duque de Edimburgo estiveram na nossa cidade.



Segurança Social fecha lar de GNR na Torre de Coelheiros (Évora)

A Segurança Social enecerrou esta quinta-feira um lar de idosos em Torre de Coelheiros, Évora, por falta de licenciamento. O estabelecimento albergava 13 utentes e é propriedade de um militar da GNR. Segundo os utentes e familiares, o local tinha plenas condições.
"Não podiam ser mais bem tratatos, é um sítio exemplar, não temos razão de queixa", adiantou Jerónimo Neto, filho de uma das utentes, que pagava mesalmente 750 euros.
"Deram-me opções mas não conheço os locais, tenho que ir ver antes de encaminhar a minha mãe. Por enquanto está na minha casa", acrescentou.
Os idosos foram encaminhados para a casa de familiares e outras instituições. A operação decorreu sem incidentes.

Concertina e Acordeão em Évora

Portel inaugura pólo da Universidade Sénior Túlio Espanca

No passado sábado, dia 26 de Março, às 16 horas, ocorreu a inauguração do Pólo de Portel da Escola Popular da Universidade de Évora/Universidade Sénior Túlio Espanca.

A iniciativa contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Portel, Norberto Patinho, do Reitor da Universidade de Évora, Prof. Carlos Braumann, e do Director da Escola Popular da Universidade de Évora, Prof. Bravo Nico. Na ocasião, o município de Portel e a Universidade de Évora celebraram um protocolo de cooperação, através do qual se estabeleceu o princípio de funcionamento do Pólo de Portel da Escola Popular da Universidade de Évora.

O Pólo de Portel é já o quarto pólo da Escola Popular da Universidade de Évora, a par das iniciativas já localizadas em Évora, Alandroal e Viana do Alentejo.

De acordo com o Director da Escola Popular da Universidade de Évora, Prof. Bravo Nico, a abertura do Pólo de Portel inscreve-se na política de promoção de parcerias institucionais activas entre a Universidade de Évora, os municípios e as instituições da sociedade civil, no sentido de criar oportunidades de acesso e frequência a actividades de educação não-formal a populações adultas, em todo o território alentejano.

O Pólo de Portel, entretanto, já se encontra disponível para receber as inscrições e os contributos de todos os que queiram participar nas respectivas actividades.

A Escola Popular da Universidade de Évora conta com as parcerias formais da Direcção Regional de Educação do Alentejo, do grupo de comunicação social Diário do SUL, do Grupo Nabeiro-Cafés Delta e da SUÃO-Associação de Desenvolvimento Comunitário.

Évora Perdida no Tempo - Rua do Salvador


Rua do Salvador (junto à Porta Nova) antes da demolição do edifício que obstruía a rua.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1951 ant. -
Legenda Rua do Salvador
Cota DFT6316 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 30 de março de 2011

Linha do Alentejo não reabre em Maio

A reabertura da Linha do Alentejo já não será em Maio, conforme prometido pela Refer há um ano quando foi interrompida a ligação ferroviária entre Évora e Lisboa. O atraso ficar-se-á a dever a “condições meteorológicas adversas”.
Em Maio do ano passado, a empresa justificou o fim da circulação de comboios com a necessidade de trabalhar 24 horas por dia para garantir a conclusão das obras no prazo de um ano. O calendário não será, no entanto, cumprido, segundo avançou esta semana o Público.
Fonte oficial da Refer citada pelo jornal diz que “as condições atmosféricas adversas que se têm vindo a fazer sentir desde Outubro de 2010 estão a impedir o conveniente tratamento da nova plataforma ferroviária, o que poderá reflectir-se na data de reabertura da linha”.
Mas nem tudo são más notícias. Sobre a mesa está a possibilidade de a CP desistir das “velhas” automotoras que já circulavam na linha da Azambuja na década de 70 e com as quais pretendia “restabelecer” as ligações Intercidades entre Évora e Lisboa, interrompidas em Maio do ano passado quando se iniciaram as obras de electrificação do traçado entre Bombel (Vendas Novas) e Évora.
A ser assim, a substituição do material a diesel por composições eléctricas poderá “encurtar” em meia hora a ligação ferroviária a Lisboa, aumentando a competitividade da ferrovia face ao transporte rodoviário.
No início do ano, a CP propôs às autarquias um novo modelo de exploração da Linha do Alentejo com o qual prevê reduzir os custos em mais de 40% e que mantém a necessidade de um transbordo em Casa Branca para as ligações com origem em Beja uma vez que esses 60 quilómetros de trajecto não serão electrificados.
No caso de Évora passarão a existir cinco comboios diários, o que reforça a oferta anterior. O número de ligações entre Beja e Lisboa também aumenta de duas para cinco, embora a viagem seja 7 minutos mais demorada pois além do transbordo em Casa Branca estão previstas paragens adicionais em Cuba, Alvito, Vila Nova de Baronia e Alcáçovas.
A CP justifica esta opção por razões de “ordem ambiental, económica e de mobilidade”, explicando que “o efeito menos positivo do transbordo em Casa Branca se justifica na procura da sustentabilidade das ligações ferroviárias para o Alentejo”.
Esta decisão motivou duros protestos no Baixo Alentejo, tendo a Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB) entregue uma petição com mais de 15 mil assinaturas para exigir a manutenção das ligações directas entre Lisboa e Beja. “É [uma decisão] completamente inaceitável e mais uma machadada no desenvolvimento do Baixo Alentejo e do aeroporto de Beja”, diz Florival Baioa, presidente da ADPB.
O Partido Ecologista “Os Verdes” anunciou entretanto a apresentação de uma proposta de resolução para pedir a electrificação dos 60 quilómetros de linha entre Casa Branca e Beja.

Fonte: Registo

Évora Perdida no Tempo - Grade de ferro da Capela das Relíquias


Grades da Capela de São manços ou das Relíquias, cxapela colateral da Sé Catedral de Évora. Estas grades (do século XVIII) foram inicialmente concebidas para a boca da capela-mor. Esta imagem está publicada no Inventário Artístico de Portugal, Concelho de Évora, vol. II, Lisboa, A.N.B.A., 1966, est.121 (2).
Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 ant. -
Legenda Grade de ferro da Capela das Relíquias
Cota DFT6039 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 29 de março de 2011

Historial da Freguesia da Senhora da Saúde

Concelho – Évora
Area Total – 34,02 km² (2001)
Densidade Populacional – 276 hab/km² (2001)
População Residente – 9415 indivíduos (2001)
Edificios 2641 (2001)
Nucleos Familiares Residentes 2867 (2001)
 
A Freguesia da Senhora da Saúde não teve uma origem histórica semelhante à maioria das freguesias, mais de 4.200, que compõem a divisão administrativa do território nacional. Até 20 de Junho de 1997, data da sua criação pela Assembleia da República, esteve integrada na Freguesia da Sé, não tendo, por isso, passado pela fase inicial das actividades originais das freguesias, basicamente de natureza religiosa, assumindo-se, desde logo, como uma unidade administrativa e a ter funções de administração pública, enquanto uma das 19 freguesias do Concelho de Évora.
Confina com as freguesias da Horta das Figueiras, Bacelo, Sé e S. Pedro, Nossa Senhora de Machede, S. Bento do Mato, S. Miguel de Machede e Canaviais.
Apesar da sua tenra idade, 10 radiosas primaveras, a Freguesia precocemente alcançou  uma grande vitalidade e dinamismo, em parte herdados da freguesia -mãe, desempenhando actualmente uma função de verdadeiro serviço público prestado aos seus munícipes, cerca de 9.500 que nela habitam, desde a gestão da cantina escolar da Escola Básica do Bairro da Câmara e o transporte  de refeições para o polivalente da Escola Básica  Heróis do Ultramar e Jardim de Infância Garcia de Resende à disponibilidade de um serviço de certificação de fotocópias e de cobranças que facilita e proporciona comodidade à população na altura dos pagamentos do telefone, da água e da electricidade, acção social, controle de desempregados subsidiados, utilização dos serviços de biblioteca, (monografias, audiovisuais e multimédia e o seu empréstimo domiciliário) entre outros.
Podemos afirmar como uma das suas características a coexistência de uma componente rural e de uma componente urbana.
A componente rural que, outrora, foi uma característica marcante da freguesia, encontra-se hoje bastante diluída, mantendo relevância apenas ao nível territorial e geográfico. Na verdade, de acordo com os dados do censo 2001, os únicos fiáveis disponíveis, a população activa empregada na agricultura e pecuária, num total de 130 pessoas, representava somente 3,2% da sua população activa.
O declínio da população agrícola, o surgimento de novas urbanizações, a melhoria das acessibilidades, para que muito contribuiu o empenho da Câmara Municipal, a “procura do campo” para estabelecer residência principal e a difusão das novas formas de comunicação e informação contribuíram para eliminar as diferenças tradicionais entre as duas componentes, a rural e a urbana, podendo nós hoje afirmar que a freguesia se encontra inserida na malha urbana, não existindo diferenciação ao nível das maneiras de ser e de estar da população que habita no “campo” ou  na “cidade”.
Na componente urbana, a mais conhecida, destacamos entre outras zonas a Praceta Infante D. Henrique – Zona da Nau, como é popularmente conhecida - que se  constituiu mesmo como uma referência e pequena centralidade da nossa Cidade.

MONUMENTOS
Ermida de Santa Bárbara do Degebe
Fica este modesto templete a cerca de 4 Km da cidade, na berma da Estrada Nacional 254 e nas proximidades da margem direita do rio Degebe.
Apresenta características dos finais do séc. XVIII, dentro do espírito da arquitectura religiosa rústica regional. A ermida está voltada na linha da estrada pública, para ocidente, com discreta frontaria adornada por portado de granito emoldurado, de verga semicircular e frontão de enrolamento centrando óculo e painel da padroeira, ao presente rebocado.
Lateralmente e contrafortadas, ficam as pilastras escaioladas, de fachos estilizados nos acrotérios; o campanário, desadornado de sineta e decorado por romeiras de estuque, olha ao norte. A capela, onde se celebra, anualmente, a festividade num Domingo de Setembro, foi restaurada, senão concluída, no ano de 1821.
O seu interior, em planara rectangular, é de extrema pobreza ornamental. No tecto, de alvenaria caiada de branco, existe ingénuo quadro parietal com representação da simbólica torre da padroeira; o altar, aberto em nicho muito simples, no fundo da ousia, conserva a imagem de Santa Bárbara,  de terra-cota policroma, no género semi-erudito, trajando ao gosto da época de D. João V.
A banqueta, incluindo um Crucifixo de arte popular, de madeira, não tem qualquer interesse artístico.
BIBL.-Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, pág. 76.

Cruzeiro do Degebe
Ergue-se na margem direita do rio deste nome, em local onde se travou o mortífero combate de 5 de Junho de 1663 entre as forças de D. João de Áustria e D. Sancho Manuel, futuro conde de Vila Flor, quando aquele general pretendeu romper o cerco que as tropas portuguesas faziam à cidade, ocupada desde Maio pelos exércitos de Filipe IV. O cruzeiro-padrão comemora este evento e foi levantado pouco depois do acontecimento histórico: actualmente, embora do património estadual, encontra-se encravado na extrema da Herdade da Fonte Boa, da Casa Ervideira.
Assenta a cruz, que é de mármore regional, muito patinado pelo tempo, numa base de pedras graníticas, assimétricas e irregulares, reforçada por obra de alvenaria moderna, de planta rectangular, construída durante as celebrações centenárias da Fundação e Restauração de Portugal, em 5 de Junho de 1940, em cuja base se colocaram lápides de calcáreo branco rememorando o feito de armas.
O recinto está fechado desde esta última data por simples grade de ferro fundido rematado com pontas de lança, em ambiência de profunda rusticidade.
BIBL. -Gabriel Pereira, Estudos Eborenses, fasc. Antiguidades Romanas em Évora e seus arredores , 2ª ed. 1948, págs 302-303; Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 56-57.

Chafariz Del-Rei
Deve-se a sua construção ao monarca D. Manuel I, que o mandou erguer quando estagiava na cidade com a corte, no ano de 1497.
A lápide de mármore branco, ostentando a Cruz de Cristo e legenda latina, conografada, está aposta no merlão central, de grande porte. Sotoposta, em pedra bem lavrada existem as armas de Portugal, segundo interpretação arcaica, constituídas por cinco escudetes dispostos em cruz com bordadura carregada de dez castelos.
Robusto muro de alvenaria, com cunhais graníticos, é terminado por cortinas de ameias do tipo chanfrado, de perfis muito acentuados. A taça, de granito escuro e carcomido, muito baixa e de planta sensivelmente rectangular, está protegida por vários malhões circulares, rústicos e por aplainar, que servem de amarra aos quadrúpedes ou de degrau parta viandantes.
A inscrição, composta de caracteres romanos e góticos, híbridos, encerra a lição:
EMANVEL – I - R –
P – ET – A – CITRA – E
T – VLTRAMARE –
IN – APHRICA – G – D –
OMNINVS  E 1497 – ANVS
 que vertida em português e desdobrando as abreviaturas, se deve interpretar:

MANUEL, REI DE PORTUGAL, DAQUEM E DALEM MAR EM ÁFRICA E SENHOR DA GUINÉ ANO 1497.
BIBL. – Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 73-74

EDIFÍCIOS DE INTERESSRELEVANTE
Quinta do Sande
Pertenceu à família Landim Sande e é conhecida do vulgo como Quinta do Galego. Fica Situada na margem esquerda do rio Xarrama, a cerca de um quilómetro da cidade, para o lado Norte e pertence ao lavrador João Lopes Fernandes.
Dos primitivos donatários, fidalgos ilustres que se fundiram através dos tempos e vinham desde os fins do séc. XV, descenderam e habitaram a casda de campo o cónego André de Sande, instituidor da notável caplea tumular da igreja conventual do Espinheiro, onde jaz desde 1710; os sobrinhos de João Landim e Sande, também cónego e Simão de Landim, além de operoso capitular da Catedral, António de Landim Sande, reformador da capela da Natividade, em 1771, e do altar-mor da igreja monástica de S. Francisco, no ano de 1773. Aqui viveu em 1808, com residência fixada, o tenente-general Francisco de Paula Leite de Sousa, Visconde de Veiros. Herói da guerra Peninsular e denodado defensor da cidade contra as tripas francesas de Loison. Do mesmo modo, nestas salas e secretamente, se reuniram os principais cabecilhas da Independência: coronel espanhol Frederico Moretti, Corregedor José Paulo de Carvalho, António Lobo de Lacerda, sargento-mor de Ordenanças de Vila Viçosa e outros delegados do clero e nobreza local.
O pátio do edifício solarengo era antecedido, ao Sul, antigamente, por opulento portado de alvenaria, de duas pilastras rematadas nos acrotérios por fachos perspectivados, precisamente na margem do Xarrama, o qual se atravessava em ponte de dois arcos, ao presente destruída.
Compõe-se a parte primitiva do solar de dopis grandes pavilhões oblongos, de telhados de duas vertentes, separados hoje mas comunicantes outrora por demolido passadiço, com frontarias de bela panorâmica voltadas para Évora e revestidos de janelas com padieiras de granito e grades de ferro forjado, do tipo de barrinha, dos começos do século actual. O bloco mais antigo, adulterado no corpo posterior, está adornado no pátio da face norte, opor nobre escadaria de dois lanços e terraço corrido sobre sacada de três arcos de volta inteira, por banda, defendido em balaustrada de pedra e grades lisas de varões metálicos, toscamente forjados. Tem, na cobertura, uma lanterneta de quatro luzes em remate alongado, e interiormente, amplas salas e corredor central de abobadilha. O corpo térreo é constituído por formosa e vasta sala de três naves e sete tramos, com abóbadas de aresta e meio canhão apoiadas em pilares de pedra aparelhada: foi adega e casa de carruagem e serve agora de cavalariça.
O outro pavilhão, no prolongamento ocidental, Mais recente e em simetria com o anterior, possui alterosa torre rectangular, coberto e de cunhal fortemente aparelhado em granito, construída pelo pai do actual proprietário com aplicações utilitárias de materiais e guarnições do velho paço rural. A grande sala do Ocidente, no rés-do-chão, debruça-se sobre interessante lago de planta rectangular, de mármores regionais, envolvido, por pilares gradeados, corredores de alvenaria e friso de azulejos policromos, do tipo de grinaldas e festões, da Real Fábrica do Rato, de Lisboa, datáveis do último terço do séc. XVIII.
No centro, sobre pedestal de quatro carrancas antropomórficas, ergue-se a estátua marmórea, em tamanho natural, de Diana a Caçadora, de vestes romanas, em concordância com a dignidade eclesiástica do antigo donatário, prebendado António de Landim Sande. O corrimão da balaustrada esteve guarnecido por estatuetas alegóricas de faiança, de esmalte branco, também do Rato e do período 1770-75, que se perderam vandalicamente, com excepção de um malfadado Neptuno,     que pertencia ao Dr. Joaquim Vieira Lopes, de Évora.
Opulenta nora, do género árabe, ligando a comprido e coleante aqueduto em arcos de alvenaria abastece esse lago, a fonte do pátio e regava desaparecido jardim onde subsistem algumas obras de arte e um tanque circular, também de mármore de Estremoz, centrado por pira lavrada, de repuxo.
O palácio está ao presente inabitado e da sua pretérita grandeza resta triste e desoladora ruína.
Contra o lado oriental da quinta e da tapada que delimita o rio Xarrama, no local onde se construiu a Ponte dos Viadantes, edificada de alvenaria re de chão lageado aberto em arcada abatida de cinco vãos e de esporões a montante, afixou a piedade cristã, no anteparo do murete, um evocador registo de azulejos policromos, da Fábrica do Rato, alusivo à catástrofe dos eborenses mortos às mãos dos soldados da cavalaria francesa no fatal dia 29 de Julho de 1808. O painel, elíptico, representando as ALMAS DO PURGATÓRIO, está envolvido por moldura de grinaldas e sanefas policromas e ostenta a legenda:
P.e N.o  AVE
MARIA, PELAS
ALMAS
BIBL  . – Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 85-86 

Quinta do Brigadeiro
Está situada a cerca de dois quilómetros da cidade e o seu acesso faz-se pela estrada viscinal das Pimentas.
Tem casal rústico do séc. XVIII (época de D. José I), feito de alvenaria contrafortada, construído em dominador cabeço plantado de farto olival e donde se abarca vasto panorama da várzea bem manchada  de arvoredo, para o lado norte, onde existe, em silhueta imponente e bem recortada, o extinto Convento da Nª Sº do Espinheiro.
A entrada da cerca, outrora completamente fechada e agora composta somente de pequenos troços, mantem-se na linha de Évora. De nobres proporções, o portal primitivo, do estilo barroco, popular, rebocado e recoberto de estuques coloridos, ergue-se nesta frente; em tabela sotoposta a cruz de relevos na parte posterior, apresenta a data de fecho da obra: 1769.
No centro do frontão, recortado em volutas, existe curioso painel de azulejos a cor azul, com a imagem de Santo António, bastante mal tratado e envolvido por dupla cercadura rococó, do mesmo período. Grossas pilastras coríntias, de massa, com caneluras, encimadas por bolas e fogaréus ornamentais, completam as abas do opulento portado que, no eixo, teve de ser, recentemente mutilado com um lintel de alvenaria para evitar iminente derrocada da pesada empena.
Todas as construções da quinta se encontram em acentuada ruína.
BIBL.-Túlio Espanca, Património Artístico do Concelho de Évora, 1957, págs. 84-85.

Évora Perdida no Tempo - Antigo Colégio de São Paulo

Fachada do antigo Colégio de São Paulo, actual sede de Direcção de Finanças de Évora. É ainda visível o corpo que tapa a porta ogival que dá acesso à sede do Grupo Pró-Évora.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1960
Legenda Antigo Colégio de São Paulo
Cota DFT6274 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME