A reabertura da Linha do Alentejo já não será em Maio, conforme prometido pela Refer há um ano quando foi interrompida a ligação ferroviária entre Évora e Lisboa. O atraso ficar-se-á a dever a “condições meteorológicas adversas”.
Em Maio do ano passado, a empresa justificou o fim da circulação de comboios com a necessidade de trabalhar 24 horas por dia para garantir a conclusão das obras no prazo de um ano. O calendário não será, no entanto, cumprido, segundo avançou esta semana o Público.
Fonte oficial da Refer citada pelo jornal diz que “as condições atmosféricas adversas que se têm vindo a fazer sentir desde Outubro de 2010 estão a impedir o conveniente tratamento da nova plataforma ferroviária, o que poderá reflectir-se na data de reabertura da linha”.
Mas nem tudo são más notícias. Sobre a mesa está a possibilidade de a CP desistir das “velhas” automotoras que já circulavam na linha da Azambuja na década de 70 e com as quais pretendia “restabelecer” as ligações Intercidades entre Évora e Lisboa, interrompidas em Maio do ano passado quando se iniciaram as obras de electrificação do traçado entre Bombel (Vendas Novas) e Évora.
A ser assim, a substituição do material a diesel por composições eléctricas poderá “encurtar” em meia hora a ligação ferroviária a Lisboa, aumentando a competitividade da ferrovia face ao transporte rodoviário.
No início do ano, a CP propôs às autarquias um novo modelo de exploração da Linha do Alentejo com o qual prevê reduzir os custos em mais de 40% e que mantém a necessidade de um transbordo em Casa Branca para as ligações com origem em Beja uma vez que esses 60 quilómetros de trajecto não serão electrificados.
No caso de Évora passarão a existir cinco comboios diários, o que reforça a oferta anterior. O número de ligações entre Beja e Lisboa também aumenta de duas para cinco, embora a viagem seja 7 minutos mais demorada pois além do transbordo em Casa Branca estão previstas paragens adicionais em Cuba, Alvito, Vila Nova de Baronia e Alcáçovas.
A CP justifica esta opção por razões de “ordem ambiental, económica e de mobilidade”, explicando que “o efeito menos positivo do transbordo em Casa Branca se justifica na procura da sustentabilidade das ligações ferroviárias para o Alentejo”.
Esta decisão motivou duros protestos no Baixo Alentejo, tendo a Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB) entregue uma petição com mais de 15 mil assinaturas para exigir a manutenção das ligações directas entre Lisboa e Beja. “É [uma decisão] completamente inaceitável e mais uma machadada no desenvolvimento do Baixo Alentejo e do aeroporto de Beja”, diz Florival Baioa, presidente da ADPB.
O Partido Ecologista “Os Verdes” anunciou entretanto a apresentação de uma proposta de resolução para pedir a electrificação dos 60 quilómetros de linha entre Casa Branca e Beja.
Fonte: Registo
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