quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Évora Perdida no Tempo - Montra da Loja Oliva


Monta da antiga Loja Oliva, situada nas arcadas da Rua João de Deus.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1969
Legenda Montra da Loja Oliva
Cota DFT2928 - Propriedade Arquivo Fotográfico da CME

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Évora Design in Context (27 e 28 de Janeiro)

Évora Design in Context é uma iniciativa promovida pelo CHAIA, que tem como objectivo constituir uma plataforma de partilha de conhecimento, assente na práxis metodológica de investigadores e profissionais do design cuja experiência científica, académica e de terreno reflectem variadas perspectivas, disciplinas e campos de actuação em design: Design e Ecologia, Design de Produto, Design Gráfico, Design Digital, e Gestão do Design constituem algumas das áreas que nesse âmbito serão exploradas.

Com organização da responsabilidade da Prof. Inês Secca Ruivo, do Departamento de Artes Visuais e Design da Universidade de Évora, o evento contará com a participação de investigadores de reconhecido mérito nacional e internacional nas áreas do Design de Produto e do Design de Comunicação. Nesse contexto destacam-se os nomes do Prof. Bernhard E. Buerdek, da Hochschule für Gestaltung Offenbach am Main, na Alemanha, e do Prof. Eduardo Herrera, da Facultad de Bellas Artes da Universidade do País Basco.

Assinala-se ainda que o logótipo do evento é fruto de um concurso promovido junto dos alunos do primeiro ano da licenciatura em Design, cujo vencedor foi o aluno Diogo Dantas sob a coordenação da Prof. Célia Figueiredo, co-autora do projecto gráfico.

Oradores

Bernhard E. Buerdek Design - from 20 to 21
Hochschule für Gestaltung [HfG] I Offenbach am Main I Alemanha

Eduardo Herrera Design signs
Facultad de Bellas Artes I Universidad del País Vasco – Euskal Herriko Unibertsitate

Célia Figueiredo Design Editorial - Revistas de Moda/Tendências
Departamento de Artes Visuais e Design I Universidade de Évora – Escola de Artes

Elder Monteiro A influência dos softwares CAD nos objetos de Design
Departamento de Artes Visuais e Design I Universidade de Évora – Escola de Artes

Inês Secca Ruivo EcoBio Design – Emoção e Eficácia como Estratégia
Departamento de Artes Visuais e Design I Universidade de Évora – Escola de Artes

Isabel Dâmaso Design e Investigação
Faculdade de Belas Artes I Universidade de Lisboa

João Castro Identidades Dinâmicas
Departamento de Artes Visuais e Design I Universidade de Évora – Escola de Artes

Jorge dos Reis Clarim Fonética: Uma nova ferramenta pedagógica na sala de aula, uma fonte tipográfica, um alfabeto fonético, uma estratégia visual
Faculdade de Belas Artes I Universidade de Lisboa

Katja Tschimmel Design Thinking – motor para a inovação nas organizações
ESAD I Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos

Miguel Bual Design e interfaces de aroma
Departamento de Artes Visuais e Design I Universidade de Évora – Escola de Artes

Paulo Parra Design Protético e Design Simbiótico
Faculdade de Belas Artes I Universidade de Lisboa

Tiago Navarro Os problemas da metodologia no Design Editorial: o caso do rdesign Reconquista
Departamento de Design de Comunicação e Produção Audiovisual I Instituto Politécnico de Castelo Branco

Promotor
CHAIA - Centro de História de Artes e Investigação Artística | Universidade de Évora
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia

Parceiros
IIFA - Instituto de Investigação e Formação Avançada | Universidade de Évora
Escola de Artes | Universidade de Évora
MADE - Museu do Artesanato e do Design de Évora | Colecção Paulo Parra

Apoios
Turismo do Alentejo, E.R.T.
Milideias - Comunicação Visual, Lda.

Organização
Inês Secca Ruivo
Tel.: +351 965 852 873
miruivo@uevora.pt
isruivo@gmail.com

Secretariado: Dra. Carmen Cangarato
CHAIA - Palácio do Vimioso
Largo Marquês de Marialva, 8
7000-809 Évora
Tel.: +351 266 706 581

Inscrição e Pagamento:
A inscrição deverá ser efectuada online na página do CHAIA até ao dia 25 de Janeiro. O respectivo pagamento poderá ser realizado por multibanco ou transferência bancária (conta nº 0035 0297 0006796113073 da Caixa Geral de Depósitos) anexando comprovativo após confirmação da inscrição online, ou também, de forma presencial no CHAIA ou junto da Prof.ª Inês Secca Ruivo.

Preço:
€ 4,00 - para alunos e antigos alunos dos cursos de Design da Universidade de Évora
€ 5,00 - para alunos e docentes do ensino universitário
€ 10,00 - para o público em geral

Évora Perdida no Tempo - Refeitório do Seminário Maior


Refeitório do Colégio de Nossa Senhora da Purificação (Seminário maior), em Évora.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1966
Legenda Refeitório do Seminário Maior
Cota DFT4334 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Monumentos de Évora - Solar dos Cogominhos

A Torre/Solar dos Cogominhos, mansão fortaleza localiza-se em Torre dos Coelheiros, freguesia cuja sede se situa a cerca de três léguas de Évora. Ninguém sabe aquando remonta a origem da povoação. É, porém, dado como certo que Pedroalvez, o primeiro dos Cogominhos, era senhor daquelas terras e «se achou com Giraldo Pestana, o Sem Pavor, na tomada de Évora, e levou a Coimbra as chaves das cinco Portas daquela praça a El Rei Dom Afonso Henriques ». Assim o escreveram Frei Bernardo de Brito na primeira parte da “Crónica de Cister”, entre 1597 e 1602, e António Villas Boas e Sampaio na “Nobliarchia Portugueza”, publicada em 1676.

A autoridade dos Cogominhos estendeu-se então aos domínios de Oriola e Alvito e alguns dos seus descendentes foram para Lisboa, adquirindo prestígio junto da Corte. Um dos que mais se distinguiu fora da sua região foi Nuno Fernandes Cogominho, feito Almirante de Portugal por D. Sancho II. Coube contudo a Fernão Gonçalves Cogominho, filho bastardo do Cónego da Sé de Lisboa, D.Gonçalo Fernandes Cogominho, a iniciativa de instituir o morgadio de Fonte dos Coelheiros (cães especializados na caça aos coelhos e às lebres) no termo de Évora, decorria o ano de 1357.

Fê-lo agregando-lhe «todos os seus direitos e pertenças e casas e vinhas, torre, pomar, fontes, ribeiros, azinhal, soveral , matos», por entender ser necessário garantir ao seu filho primogénito os bens suficientes para a manutenção do seu estatuto social. E acrescentou o argumento de que «a partição das heranças pelos herdeiros era azo de não poderem os filhos manter a honra dos padres e dos seus avós e as linhagens ficavam em grande míngua e caíam os estados e honras que antigamente houveram».

Como se pode verificar por uma leitura atenta da instituição do morgadio, a torre já integrava os seus activos, tendo sido construída ou finalizada nesse mesmo ano, conforme é defendido pela maioria dos historiadores. D. Afonso IV ajudou quer a uma quer a outra coisa, dado que Fernão Gonçalves havia sido seu meirinho-mor, copeiro-mor e companheiro na batalha do Salado. O bastião, de planta quadrangular, em alvenaria de pedra, atinge os 13 metros de altura e é coroado por merlões (parte saliente de uma fortificação) em estilo mourisco, colocados entre cunhais, seteiras e mata-cães, aparelhados em cantaria de granito. Nessa altura era tido como a mais elevada fortificação do Alentejo, de entre as que ficavam fora das cidades, divisando-se do seu alto Monsaraz, Terena, Alandroal, Portel, Évora, Évoramonte, Monte Trigo, toda a Serra de Ossa pela parte Sul e parte da Serra Morena, em Espanha.

Depois a torre, que já mudara o nome à terra e ao morgadio, passou a paço, tendo-lhe sido incorporadas, no piso térreo, alas exclusivamente para salões. No decurso dos séculos XVII e XVIII recebeu dois corpos laterais rectangulares, compostos por pavimento térreo e sobrado, «com frente regular de dez janelas, sobre dupla escadaria de granito», aumento que muito se ficou a dever ao espírito de iniciativa de Diogo Xavier de Mello Cogominho. Nas memórias paroquiais de 1758, o Padre Joseph Gomes Saramago regista-o como compreendendo «várias cazas, em três andares ou pavimento». Por essa altura já a povoação tinha passado a paróquia e os bens da família Cogominho ultrapassado a légua de comprido do dito morgadio, alargando-se por mais herdades, ricas em «trigo, sevada, senteyo, e grandes montados de azinho e sovro». 

Todo este vasto património se viria a desmoronar com a lei liberal da extinção dos morgadios, criada por Mouzinho da Silveira em 1832, mas que só entrou em vigor no reinado de D. Luís por Carta de Lei de 19 de Maio de 1863. Alegou-se que a mesma tinha o fito de acabar com a desigualdadeimoral entre irmãos, mas tudo isto não passava de uma falácia, pois o que se pretendia era acabar com as grandes fontes de riqueza da monarquia rural, enfraquecendo-a nos seus alicerces financeiros.

A fragmentação do morgadio pelos diversos herdeiros vibrou um golpe fatal. As diversas parcelas daí resultantes foram vendidas. A Torre também encontrou compradores que, no entanto, pouca atenção lhe dedicaram. Devido à falta de conservação o edifício entrou em fase de acentuada degradação por volta de 1920. Para evitar a sua completa e definitiva ruina o seu último proprietário, João António Lagartixo, oriundo de uma conhecida família de Redondo, decidiu doá-lo à Câmara Municipal de Évora, no ano de 1957.

Ficou então consignado que o seu restauro seria orientado e aprovado pala Direcção Geral dos Monumentos Nacionais e na Torre ficariam sediados um edifício escolar e a Junta de Freguesia. Condição totalmente aceite, o que levou à sua classificação, por Decreto Lei de 18 de Julho de 1957, como Imóvel de Interesse de Público. Resta acrescentar que o compromisso foi integralmente respeitado e a Torre se encontra activa e animada e em excelente estado de conservação. Visita ao mundo rural e à história concelhia a não perder numa tarde de fim-de-semana.

Texto: José Frota 




Évora Perdida no Tempo - Recepção do antigo Hotel Planície


Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1960
Legenda Recepção do antigo Hotel Planície
Cota DFT2935 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 22 de janeiro de 2012

Comercial (M/F) ÉVORA

A Flexilabor, Empresa de Trabalho Temporário Lda., integrada no Grupo Pessoas e Soluções, encontra-se no momento a recrutar Comerciais(m/f).

Função:

- Venda directa a particulares de produtos e serviços de Telecomunicações.

Requisitos:

- Experiência na área comercial ou similar;

- Orientação para objectivos;

- Conhecimentos de Informática;

- Disponibilidade Imediata.

Oferecemos:

- Formação inicial remunerada;

- Contrato de trabalho;

- Sistema de comissões Mensal;

Horário:

- 8 horas diárias desempenhadas entre as 13h e as 22h,

Local de Trabalho: Évora e arredores

Observações:

Envie hoje mesmo resposta a este Anúncio anexando currículo actualizado para:


, indicando como referência DC_Évora.

Av. António Augusto de Aguiar, nº 108 2º Dto.

1050-019 Lisboa

(em frente ao El Corte Inglês)

Alvará nº 403 de 13 de Dezembro de 2002

Flexilabor, Flexibilidade Inteligente

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Fundação Eugénio de Almeida destina 400 mil euros para apoios

A Fundação Eugénio de Almeida (FEA), de Évora, vai destinar este ano cerca de 400 mil euros para apoios e subsídios na área social, de que é exemplo uma bolsa atribuída a alunos mais carenciados da universidade local.
O presidente do Conselho de Administração da FEA, Eduardo Pereira da Silva, realçou esta sexta-feira que, num ano particularmente devastado pela crise, a contribuição da fundação assume "um papel ainda mais significativo".
Uma das medidas integradas no quadro social da missão da fundação é o programa de ajuda a estudantes da região com menos recursos, para a prossecução de estudos superiores, explica a entidade.
O apoio assenta num protocolo de colaboração com a Universidade de Évora (UÉvora) para a atribuição da Bolsa Eugénio de Almeida, cuja parceria foi agora renovada.
A bolsa, destaca a FEA, envolve um valor anual total de 100 mil euros, repartido por alunos com baixos rendimentos económicos, não abrangidos pelo Serviço de Acção Social.
Os estudantes, a frequentar cursos de 1.º ou 2º ciclos ou de Mestrado Integrado na universidade, têm de ter aproveitamento escolar e a bolsa visa "dar oportunidades a estes jovens para que possam prosseguir a sua formação académica", de acordo com a FEA.
Esta parceria revela uma "elevada responsabilidade social perante um cenário de crise aguda, que dificulta cada vez mais o acesso e permanência de alunos oriundos de estratos mais desfavorecidos ao ensino superior", afirmou o presidente.
No global das várias áreas de intervenção da fundação, os apoios e subsídios à comunidade representaram, nos últimos três anos, mais de dois milhões de euros, revelou a instituição.

Ex-votos Pintados na Galeria da Casa de Burgos

Foi inaugurada na passada quarta-feira a exposição Ex-votos Pintados, que estará patente na Galeria da Casa de Burgos, em Évora, até dia 17 de fevereiro.

Os ex-votos, sob formas e feitios variados, moldados em diferentes materiais (objetos, pinturas, desenhos, esculturas e fotografias), expressam, na sua diversidade o cumprimento de uma promessa, que recompensa o divino por uma ação de graças concedida.

Tratando-se de uma manifestação da devoção religiosa popular, os ex-votos são também testemunhos de história social, terrenos privilegiados para o estudo das mentalidades, da cultura e das práticas religiosas, mas também da história da ciência e da medicina.

Tendo por objetivo mostrar painéis votivos de coleções que marcaram de maneira significativa essa forma de devoção na Europa e no Brasil, entre os séculos XVII e XIX, as imagens fotografadas, em exposição, correspondem a pinturas votivas brasileiras que integram a coleção do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas do Campo (estado de Minas Gerais/ Brasil) - um dos grandes centros de peregrinação brasileiro - sendo os demais ex-votos provenientes de quatro dos principais centros de peregrinação da região Alentejo: Santuários de Senhor Jesus da Piedade (Elvas), Nossa Senhora do Carmo (Azaruja), Nossa Senhora D'Aires (Viana do Alentejo) e a Ermida de Nossa Senhora da Visitação (Montemor - o - Novo).

O motivo de expor estas imagens deve-se ao facto dos painéis votivos brasileiros possuírem, como influência principal, os aspetos compositivos e pictóricos dos ex-votos portugueses, estudados por Ana Helena Duarte na sua tese de doutoramento "Ex-votos e poiesis: representações simbólicas na fé e na Arte", pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU.

Esta exposição é organizada pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo em colaboração com os Santuários de Senhor Jesus da Piedade (Elvas), Nossa Senhora do Carmo (Azaruja), Nossa Senhora D?Aires (Viana do Alentejo) e Ermida de Nossa Senhora da Visitação (Montemor-o-Novo).

Évora Perdida no Tempo - Fachadas da Praça do Giraldo


Fachadas da Praça do Giraldo, vendo-se a pastelaria Brasserie e a Wacuum Oil Company.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1940 - 1950
Legenda Fachadas da Praça do Giraldo
Cota DFT7267 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Viver Évora entre os finalistas a Blogue do Ano 2011


O blogue Viver Évora foi nomeado pelos internautas um dos finalistas na categoria de melhor blogue Local/Regional a nível nacional.

Esta eleição está a ser realizada pelo blogue Aventar e a selecção dos finalistas baseou-se na quantidade de visitas mensais de cada blogue e na opinião dos leitores. É organizada em duas fases de apuramento, na primeira seleccionam-se os cinco mais votados e na segunda vota-se o melhor blogue entre os cinco finalistas.

(1ª Fase de Votação - até 21 de Janeiro)


Personalidades Eborenses - Afonso de Portugal

O Cardeal-Infante D. Afonso de Portugal ou D. Afonso de Avis e Trastâmara (Évora, 23 de Abril de 1509 – Lisboa, 21 de Abril de 1540) foi o sexto filho do rei Manuel I de Portugal e de sua segunda esposa Maria de Aragão, sendo o quarto filho varão do casal (após o príncipe D. João (futuro D. João III), o infante D. Luís, Duque de Beja, e o infante D. Fernando, Duque da Guarda; por esse motivo, foi desde cedo destinado por seu pai para a vida religiosa, tendo sido cumulado de benefícios eclesiásticos, tendo sido sucessivamente feito (mesmo não tendo ainda a idade legal para o exercício dessas dignidades) bispo da Guarda, cardeal-infante, bispo de Viseu, bispo de Évora e, por fim, arcebispo de Lisboa.
Educado na corte portuguesa, estudou humanidades, grego e latim sob a direcção dos mestres Aires de Figueiredo Barbosa e André de Resende.
Com apenas três anos de idade, em 1512, o seu pai D. Manuel tentou fazê-lo cardeal; contudo, o Papa Júlio II negou-lhe a pretensão, por não ser conforme às leis canónicas, segundo as quais só podia ser eleito cardeal homem com não menos de 30 anos de idade. Conseguiu, no entanto, que o Papa designasse o jovem infante como protonotário apostólico no reino de Portugal.
D. Manuel conseguiu também elevá-lo a bispo da Guarda, com apenas sete anos de idade, em 9 de Setembro de 1516; obteve dispensa papal para o exercício do cargo por não ter atingido ainda a idade canónica para a prelatura. Embora não desempenhasse qualquer acção pastoral, recebia as rendas do respectivo bispado.
Na sequência da grandiosa embaixada liderada por Tristão da Cunha que em 1514 D. Manuel enviou ao Papa Leão X, e que muito impressionada deixou a Cúria Romana, o rei português voltou a propor o filho para o cardinalato. O Papa viria enfim a aceder ao pedido do monarca português, tendo-o criado cardeal no quinto consistório do seu pontificado, em 1 de Julho de 1517 (o qual foi o maior consistório da história da Igreja Católica até então, tendo sido criados 31 cardeais, recorde somente superado pelo consistório convocado pelo Papa Pio XII em 18 de Fevereiro de 1946 ter feito 32 cardeais), com o título de cardeal-diácono de Santa Lúcia in septisolio; no entanto, o título foi-lhe concedido apenas sob condição de não lhe ser entregue o barrete cardinalício até o jovem infante atingir os dezoito anos de idade; não obstante, em Portugal, foi sempre tratado e reverenciado como cardeal, mesmo antes de o título ter sido oficializado.
Entretanto, foi designado pelo monarca como abade de Alcobaça, e abade comendatário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e do Convento de São João de Tarouca.
Em 23 de Fevereiro de 1519, renunciou ao episcopado da Guarda, sendo no mesmo dia transferido para a diocese de Viseu, de novo com dispensa por não ter ainda atingido a idade canónica. Em 20 de Fevereiro de 1523, com apenas catorze anos, por morte do arcebispo D. Martinho da Costa, foi promovido a arcebispo de Lisboa pelo Papa Adriano VI, a súplicas de João III de Portugal, seu irmão; de igual modo, foi-lhe oferecido o governo do bispado de Évora (em sede vacante desde o ano transacto), acumulando as duas sés até à sua morte. Uma vez mais, foi-lhe conferida dispensa especial por não dispor ainda da idade canónica para presidir a uma diocese.
Designou como seu vigário na arquidiocese lisboeta o deão da Sé, Fernão Gonçalves, que conduziu os assuntos pastorais durante a sua menoridade. Fixou a sua residência habitual na cidade que o vira nascer – Évora – tal como depois o irmão mais novo, também devotado à carreira eclesiástica – o cardeal-infante D. Henrique – viria a fazer.
Em 6 de Julho de 1525, contando apenas dezasseis anos, recebeu enfim, em Almeirim, o barrete cardinalício, e dez anos mais tarde, a 6 de Julho de 1535, o pálio, fazendo-se enfim sagrar arcebispo de Lisboa.
Um mês volvido, alterou o seu título de cardeal de Santa Lúcia in septisolio pelo de São João e São Paulo (13 de Agosto de 1535).
A 25 de Agosto de 1536, celebrou um sínodo da arquidiocese de Lisboa, no qual tomou duas importantes decisões: a de instituir na arquidiocese livro de registo de baptismos (medida que mais tarde viria a ser adoptada pelo Concílio de Trento), e a de substituir o rito da Igreja de Salisbury (pelo qual a igreja lisboeta se regia desde a reconquista da cidade em 1147 e a restauração da sua diocese na pessoa do inglês Gilberto de Hastings) pelo rito romano, como resposta ao Acto de Supremacia pelo qual Henrique VIII de Inglaterra criava a Igreja de Inglaterra, desligada da obediência ao Papa (tendo esta medida sido autorizada por bula de Paulo III de 9 de Dezembro de 1538). De resto, o seu receio pelas ideias reformistas que se divulgavam pela Europa levou-o a ordenar que todos os impressores e livreiros da capital apresentassem ao teólogo Álvaro Gomes os catálogos dos livros que imprimiam/vendiam, para que este seleccionasse quais os volumes que podiam conter heresias (sobretudo os que fossem oriundos da Alemanha), proibindo a sua venda e circulação, num prenúncio do que viria a ser a Inquisição.
Faleceu em Lisboa (embora outras fontes o afirmem falecido em Évora), em 21 de Abril de 1540, dois dias antes de completar os trinta e um anos. Foi primeiramente sepultado na Sé de Lisboa, tendo mais tarde o seu corpo sido trasladado para o Panteão Real no Mosteiro dos Jerónimos, onde repousa junto dos outros príncipes da Casa Real de Avis-Beja.

Évora Perdida no Tempo - Largo dos Colegiais depois da intervenção


Aspecto do Largo dos Colegiais depois da intervenção. Em Novembro de 1953 a Casa Cadaval doou ao município o terreno adjacente ao Buraco dos Colegiais para arranjo e ajardinamento, reservando essa passagem a peões, obra que ficou pronta em 1955. (Original: negativo de película de acetato, preto e branco, formato 9x12cm)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955 dep. -
Legenda Largo dos Colegiais depois da intervenção
Cota DFT5226 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro - D. Pura e os Camaradas de Abril

Um jovem cabo-verdiano, aluno universitário, vem estudar para Lisboa e com a ajuda de seu primo Natal (que actualmente festeja o 25 de Abril a 25 de Setembro) consegue alugar um quarto, em Campo d’Ourique, na casa de D. Purificação, também ela natural de Cabo Verde. D. Pura, como lhe chamam, vivia com uma das filhas e também com o último marido, o Sr. Firmino, de quem no entanto informa estar separada dentro de casa.
Um dia D. Pura bate à porta do quarto do jovem estudante a perguntar se tinha o rádio ligado, estava a passar-se qualquer coisa, porque apenas uma emissora estava no ar e a tocar só música da tropa, marchas militares, e havia um bocado tinham pedido para as pessoas não saírem à rua…
O jovem abriu o aparelho de rádio que tinha no quarto e ficou à espera.
Depois da falhada tentativa de 16 de Março não pareciam muitas possibilidades de derrube do fascismo pela força, tanto mais que, fracassada aquela investida, certamente que o poder teria reforçado a vigilância e as acções no sentido de manter as forças armadas debaixo do domínio político.
E como se lhe tivesse adivinhado os pensamentos, o Sr. Firmino saiu do seu quarto, ainda em pijama, e veio postar-se junto da porta do dele, debitando sentenças:
- Já ouviu o que está a passar-se?
Numa narrativa bem-humorada, iniciada pelo discurso directo do jovem estudante, são revividos em cena, através da visão particular destes seus espectadores, alguns dos acontecimentos da Revolução dos Cravos.

Texto – Germano de Almeida
Dramaturgia e Encenação – Pompeu José
Assistência de Encenação – Pedro da Silva
Interpretação – Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Sónia Botelho

21 de Janeiro, às 21h30
Sala Principal do Teatro Garcia de Resende

Évora Perdida no Tempo - Arco de Dona Isabel


Muralha romana de Évora (Cerca Velha): Arco (ou Porta) de Dona Isabel.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1960 - 1970
Legenda Arco de Dona Isabel
Cota DFT6091 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME