quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Personalidades Eborenses - Celestino David

Quem vem do Hospital Velho para o Largo da Porta de Moura subindo pela íngreme Rua Dr. Joaquim Henrique da Fonseca, há-de reparar que, à sua direita, na frontaria do número 19, está colocada uma lápide marmórea comemorativa do 1º. Centenário do nascimento de Celestino David, figura pouco conhecida dos actuais eborenses. No sucinto epitáfio se pode ler, em termos da homenagem que lhe foi prestada pela cidade e pelo Grupo Pró-Évora: «Nesta casa faleceu em 28-9-1952 Celestino David , escritor e poeta beirão que a Évora e seu tempo regional deu todo o seu talento de homem público e de artista».

A vida deste homem de excepcional cultura é, apesar de tudo, um livro aberto. Dele podemos conhecer todos os passos, sonhos, ilusões, alegrias, tristezas e desenganos compulsando a autobiografia que nos deixou, escrita em 1950 e, na altura, um género literário de raro cultivo Pela leitura desta resenha pessoal se ficam a conhecer as suas facetas de homem público, a inteireza de carácter com que as viveu, a inusitada paixão de que se tomou por Évora, o seu gosto pelo jornalismo e a devoção à investigação e ao conhecimento histórico da cidade e das suas gentes. Natural da Covilhã, onde nasceu a 14 de Janeiro de 1880, era filho de um casal modesto: o pai, chefe da estação telegrafo-postal, a mãe cuidando da lida da casa e da criação dos onze filhos havidos. Pelo torrão natal se manteve até concluir o ensino primário, tendo feito o exame de admissão no Liceu da Guarda. 

Mas os pais hesitaram quanto ao rumo imediato a dar à sua carreira, «talvez porque não soubessem o que lhe convinha, talvez porque os recursos não eram muitos». Continuou porém a estudar, frequentando a Escola Industrial Campos de Melo e aulas particulares de português orientadas pelo administrador do concelho. Em Outubro de 1893 surgiu a oportunidade de entrar no Liceu do Carmo, em Lisboa, para iniciar o curso secundário, com a duração de seis anos. Um conflito com um professor de geografia, devido à recusa em usar óculos quando sofria de acentuada miopia, impossibilitando-o de identificações cartográficas precisas, esteve na origem do regresso à Beira. Matriculou-se no Liceu da Guarda e concluiu o curso em quatro anos, não deixando dúvidas quanto às suas capacidades e virtudes intelectuais.


Em 1897 ingressou na Universidade de Coimbra para se bacharelar em Direito, o que adregou em Junho de 1903. Eram as letras, contudo, que o prendiam. Nos anos que por lá passou «em estudos e devaneios» disseminou versos e prosas por muitos jornais da província e da capital. Ali conheceu a ilustre e letrada geração académica do final de século. Com muita mágoa deixou a urbe e a vida coimbrã, do seu cantado encantamento. Tornava-se agora imperioso ganhar a vida. Concorreu e foi nomeado sub-delegado e ajudante de conservador na comarca de Gouveia. Depois passou a administrador do concelho e finalmente a conservador. Num autêntico peregrinar pelo país andou pelo Cartaxo, Campo Maior, Alfândega da Fé, Castelo Branco, Vila Viçosa, até aportar a Évora - que o enfeitiçou - em 1912. Celestino David veio ocupar o lugar de Secretário Geral do Governo Civil de Évora, no qual se manteve até à aposentação em 1950 - salvo um período curto entre 1935 e 1936, em que esteve em Santarém, para se aproximar de seus filhos.

A política pouco o importava, sendo certo porém que a República nunca se lhe chegou ao coração. Mas cumpria com inexcedível zelo e proficiência a função que lhe fora cometida. Fora do horário de serviço, em dias santos e feriados - como confessou - lia, escrevia, frequentava bibliotecas, ou calcorreava a cidade a inebriar-se dos seus encantos, a encher-se da sua beleza, a desocultar os seus recantos e a mostrar aos outros os seus segredos. «Fui cicerone de uma geração» - afirmava com frequência. Em 1919 fundou, com alguns amigos, o Grupo PróÉvora. Na “Autobiografia” salientou «o que se lhe deve quanto ao Museu Regional - sem o grupo o Museu não existiria ainda, - quanto ao Claustro da Sé - sem as obras iniciadas pelo grupo não seria possível o que se vê hoje - quanto à conservação das muralhas - sem o grupo estariam arrasadas já - quanto ao pitoresco das ruas, restauro de monumentos, conferências de cultura, propaganda por todos os meios, exposições de arte - sem a acção do grupo pouco se teria feito».

Foi seu vice-presidente da direcção durante 13 anos e presidente da Assembleia Geral depois do seu regresso de Santarém. De resto escreveu. Escreveu desmedidamente, derramando o seu talento em prosa e verso, numa exaltação permanente de Évora e do Alentejo. E fê-lo em livros, poemas, jornais, revistas ou monografias várias. Foi autor dos verbetes, referentes a Évora e ao Alentejo, publicadas na Grande Enciclopédia Luso- Brasileira. Numa hora intervalar escreveu em 1926 o hino do Lusitano Ginásio Clube. Já para o termo da sua “Autobiografia” diria: «Da cidade, conheci a história, admirei a arte, gozei o pitoresco, construi a terra lendária que os cegos de alma não vêem e eu me dei a rodeá-la de ternuras profundas, ressonantes do meu espírito admirador». No dia da sua aposentação Celestino David recebeu do Governo Civil o diploma de cidadão honorário de Évora, que lhe foi entregue pela neta Maria da Conceição
.
Em 14 de Janeiro de 1951 o governo, através do Ministério da Educação, decidiu, muito justamente galardoá-lo com as insígnias da Ordem de S. Tiago.


Texto: José Frota

Évora Perdida no Tempo - Capela lateral da Sé de Évora


Aspecto durante a demolição de uma das capelas laterais da Sé Catedral de Évora (demolidas na década de 1940/ 1950, durante as obras de restauro).

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 ant. -
Legenda Capela lateral da Sé de Évora
Cota DFT4080 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Horta Comunitária na Cruz da Picada já está a funcionar

A Horta Comunitária da Cruz da Picada nasceu há poucos meses no recinto da EB1 da Cruz da Picada, mas está já plena de atividade e a ser um sucesso entre os moradores. O projeto desta horta comunitária - a primeira situada em espaço escolar - surgiu de uma união de vontades que reúne diversas entidades num consórcio cuja instituição promotora é a Associação Menuhin Portugal e a base é o projeto MUSEpe, que se desenvolve no bairro da Cruz da Picada e no qual está também envolvida, além do agrupamento N.º 1 de Escolas de Évora, a Câmara Municipal de Évora.
Este projeto de horta, segundo os promotores, tem como principais objetivos: oferecer alternativas para o desenvolvimento local dos bairros da Cruz da Picada, Escurinho e Malagueira; sensibilizar e educar a população para a valorização do meio social e ambiental; fomentar a prática da horticultura biológica como atividade complementar do rendimento familiar; promover a alimentação saudável e contribuir para a alteração de hábitos de consumo.
Visa também valorizar o espírito comunitário na utilização do espaço público/escolar e na sua manutenção; proporcionar um novo olhar e dinâmica do espaço escolar, uma maior abertura do mesmo à comunidade; e contribuir para a melhoria do espaço e ambiente escolar.
Segundo o Regulamento, pode candidatar a utilizador(a) da Horta qualquer munícipe, residente nos bairros da Cruz da Picada, Escurinho, Santa Maria e Malagueira, desde que seja familiar de alunos ou ex-alunos da escola, cliente do Centro Comunitário da Cruz da Picada, ou que seja formanda(o) da Formação Modular de Competências Básicas de Leitura e Escrita promovida pela EBI/JI da Malagueira e Projeto MUSEpe.
As inscrições são feitas e geridas nas respetivas instituições e, posteriormente, reportadas ao MUSEpe. É atribuído pelo menos um talhão a cada uma das instituições referidas e os restantes talhões serão atribuídos consoante o número de candidaturas apresentadas por cada uma das mesmas. Todo o processo de implementação da Horta Comunitária é acompanhado pela equipa do MUSEpe e funcionários da Camara Municipal de Évora.
A Horta Comunitária tem um regulamento e há um horário de utilização do espaço que varia conforme o verão ou o inverno, explicam os responsáveis Tiago Pereira (coordenador do projeto MUSEpe) e Rosa Coelho (técnica), salientando também que foi criado um cartão de identificação que permite às pessoas entrar no espaço escolar. Os produtos não são para venda mas para consumo próprio. Atualmente têm neste espaço 16 talhões (excluindo os talhões dos meninos da escola) e à volta de 26 inscritos já a trabalhar na terra”.

A Vereadora Cláudia Sousa Pereira visitou a horta para conhecer mais de perto o projeto e ficou satisfeita com o que viu. Apesar de existirem já hortas escolares em Évora, uma horta comunitária dentro de uma escola esta é a primeira, sublinha a Vereadora, reconhecendo que este é “um projeto pioneiro, único” e admitindo até eventualmente o alargar do projeto, caso a própria comunidade-escola esteja interessada.




Évora Perdida no Tempo - Antiga Estação de Serviço da Sacor


Antiga Estação de Serviço da Sacor (actual Lagril): abastecimento de combustível.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1969
Legenda Antiga Estação de Serviço da Sacor
Cota DFT5415 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Aurea ao vivo na Arena de Évora



Bilhetes à venda nos seguintes locais:
Tabacaria Central 
Tabacaria Paris
Arena D' Évora de 30 de Janeiro a 11 de Fevereiro das 14h as 19h

Aurea nasceu a 7 de Setembro em Santiago do Cacem onde viveu até aos 2 anos, desde cedo que queria ser atriz, entrando assim para o curso de Teatro da Universidade de Évora, onde "congelou" a matricula no último ano e ainda não decidiu se um dia irá acabar o curso. Foi Rui Ribeiro, um colega de curso da mesma escola que a fez aperceber-se da poderosa voz que detinha desde de pequena. Aurea ofereceu bastante resistência e diz que "O Rui teve bastante paciência, nunca pensei fazer da minha voz profissão" depois de tanta insestência gravaram a primeira maqueta num estúdio improvisado e descobriram qual o estilo de música que se adequava melhor ao seu timbre de voz, com o single "Busy (for me)", "este tema fez-me apaixonar pela música soul. Rui Ribeiro foi autor de sete dos dez temas do disco de estreia, que marca uma influências claramente pop/soul. O disco foi produzido por João Matos e Ricardo Ferreira. Aurea é neste momento considerada a revelação do ano com mérito próprio já deu mais de 70 concertos em Portugal, incluindo nos coliseus do Porto e Lisboa onde gravou o seu 2ºalbum "Aurea ao vivo no coliseu dos recreios" Aurea é muito fiel ao seu visual, quando está em palco interpreta uma personagem em cada música mas há muito tempo que é loira e pinta os olhos de preto também é muito fiel aos seus amuletos(piercing, pulseira) usa-os em todos os concertos assim como, é conhecida por cantar descalça "Tentei cantar de saltos altos mas não consegui, após a 1º vez em que me descalcei num concerto que fiz com a minha banda de covers nunca mais cantei calçada. Só porque me sinto mais confortável" Tem três tatuagens, uma na perna, uma no pescoço e sete estrelas na mão porque sempre teve uma ligação especial pelo número sete, e dois piercings um no nariz e outro no pescoço. 
O álbum de estreia homónimo foi lançado a 27 de Setembro de 2010, tendo já atingido o primeiro lugar da tabela em Portugal, destronando o álbum ao vivo de Pearl Jam, Live on Ten Legs.
A cantora participou no "Concerto mais pequeno do mundo" da Rádio Comercial no dia 12 de Fevereiro de 2011, no Monte Prado Hotel & Spa, em Melgaço.
Aurea recebeu o Globo de Ouro de "Melhor Intérprete Individual".
Foi anunciado a 19 de setembro de 2011, que Aurea estava nomeada para os prémios MTV Europe Music Awards, na categoria "Best Portuguese Act", tendo ganho o mesmo a 18 de outubro de 2011.
O álbum de estreia de Aurea, foi editado a 27 de Setembro 2010. Desde então, o primeiro trabalho da cantora natural de Santiago de Cacém esteve 28 semanas no Top 5 Nacional de Vendas de Cds (AFP), tendo permanecido 8 semanas seguidas no 1.º lugar.
Neste percurso, o álbum homónimo de Aurea atingiu a marca de Platina. Pelo meio ficam vários showcases nas FNAC, concertos de apresentação, um dueto do tema ‘Love me Tender’ com Elvis Presley (aprovado pela família do mesmo e incluído no álbum ‘Viva Elvis’, editado no final de 2010), um S. Jorge esgotado e uma digressão nacional que percorrerá várias cidades e que se prolongará até ao final do ano, sempre acompanhada por um grande banda de músicos conceituados.
No passado mês de Maio, o talento de Aurea foi reconhecido na gala Globos de Ouro, onde lhe foi atribuído um galardão na categoria de ‘Melhor Intérprete Individual’. Nesta entrega de prémios, Aurea recebeu três nomeações, feito inédito para um artista nacional.
Detentora de voz poderosa e cativante, apesar dos seus 23 anos, Aurea tomou de assalto as ondas hertzianas nacionais com o single de estreia “Busy (For Me)”, que marca a toada deste primeiro registo homónimo, contagiante e eclético, que tem na sua imensa voz o fio condutor. Seguiu-se o não menos fabuloso e atrevido single ‘No No No No (I Don’t Want Fall In Love With You Baby)’ e chegam agora às rádios o descontraído ‘Ok, Alright’, para fazer companhia neste tempo de férias, e o melancólico ‘The Only Thing That I Wanted’, a perfeita banda-sonora para o regresso de férias.
Aurea tem a voz do tamanho do mundo e a sua música também não conhece fronteiras. O talento de Aurea para cantar é inato, um dom que não escolhe qualquer um. No entanto, a ajuda da família (que desde sempre esteve ligada à música) foi fundamental no fortalecimento dos laços afectivos por esta área artística.
A frequência no curso de Teatro da Universidade de Évora foi o despertar de Aurea no sentido de uma carreira musical. Juntamente com a equipa da Blim Records, responsável pela composição, produção e direcção musical deste álbum, Aurea apresenta neste primeiro trabalho um registo pop/soul mas com várias nuances de diversos estilos musicais. Tal como Aurea, este trabalho é musicalmente eclético.

Évora Perdida no Tempo - Antigo Supermercado Mercal


Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1970
Legenda Antigo Supermercado Mercal
Cota DFT5277 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Recrutamos Delegado de Informação Médica (M/F) - Entrada Imediata

Adecco Marketing Services recruta Delegado de Informação Médica (M/F) para Zona de Évora:

Função:
- Estabelecer contactos presenciais com administrativos dos locais visitados;
- Realização de visitas a médicos, centros de saúde e clínicas privadas;
- Realização de agenda comercial;
- Assegurar contactos regulares no sentido de divulgação do produto;
- Elaboração de relatórios.

Perfil:

Procuramos candidatos com o seguinte perfil:

- Elevados padrões de ética e integridade;
- Excelente capacidade de comunicação oral e escrita;
- Excelente capacidade organizativa, assegurando um correcto seguimento das actividades solicitadas;
- Excelente capacidade de gestão de prioridades;
- Facilidade de relacionamento e boa capacidade de influência;
- Capacidade de trabalhar de forma autónoma;
- Elevada capacidade de aprendizagem;
- Capacidade de impactar os outros de forma positiva e estabelecer credibilidade e confiança no âmbito das relações profissionais;
- Forte focalização no cliente.

Oferecemos:
- Pc Tablet, Telemóvel, Viatura;
- Condições salariais atractivas;
- Outras regalias.

Caso esteja interessado envie o seu Cv actualizado com fotografia para


, indicando a referência " DIM - Évora"

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Corporações do distrito de Évora admitem parar transporte de doentes

As 14 corporações de bombeiros do distrito de Évora atravessam problemas financeiros, devido à "enorme redução de receitas", e já despediram 68 funcionários, equacionando parar o transporte de doentes não urgentes, alertou esta quinta-feira um responsável.
O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Évora, Inácio Esperança, assegurou à Agência Lusa que as corporações "vivem uma situação de agonia", porque "as receitas deixaram de existir ou são muitos exíguos", devido à redução dos serviços de transporte de doentes.
"Sem aviso prévio, houve uma enorme redução de receitas e isso está a criar nas associações dificuldades de tesouraria tais que já levaram ao despedimento de 68 bombeiros em algumas associações e outras estão na iminência de despedir", disse o responsável.
De acordo com o presidente da federação distrital, os cortes no transporte de doentes põem "em causa, a curto e médio prazo, a própria existência das associações de bombeiros", devido aos seus "problemas laborais e financeiros".
Referindo que os bombeiros já "temem não conseguir dar resposta às suas populações", Inácio Esperança defendeu que as corporações do distrito "não podem ser responsabilizadas por alguma inoperacionalidade que possa existir".
Como estão numa "situação limite", o responsável revelou que as corporações do distrito de Évora estão a "equacionar várias medidas", nomeadamente "uma paragem no transporte de doentes não urgentes".
Segundo o dirigente associativo, "os casos mais graves" de problemas financeiros no distrito são as associações de bombeiros de Mourão, Portel, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo, mas, "a pouco e pouco, todas as corporações estão a passar por dificuldades".
Em Mourão, contou, a operacionalidade do corpo de bombeiros "já está comprometida", porque, "tendo apenas dois funcionários durante o dia, se há um serviço de urgência ou emergência, o quartel fica sem ninguém" para um segundo serviço.

Interior da Sé de Évora

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Concerto com Filipa Pais e João Paulo Esteves da Silva - Fórum Eugénio de Almeida - 4 de fevereiro - 21h30

Num duo imprevisto, João Esteves da Silva, compositor e improvisador de jazz, junta-se a Filipa Pais, uma das mais prestigiadas cantoras da música popular portuguesa, num concerto único que confere um novo ritmo e ambiência à música tradicional portuguesa.




Filipa Pais

Desde 1983, Filipa Pais desenvolve a sua atividade como cantora, tanto em disco como em espetáculo, trabalhando com nomes como Vitorino, Sérgio Godinho, João Paulo Esteves da Silva, Janita Salomé, Bernardo Sassetti, Tito Paris ou Chico César, cruzando a sua experiência com as áreas da música popular e tradicional portuguesa. L'Amar é o seu primeiro disco de originais, que inclui composições de alguns dos mais importantes músicos da cena musical portuguesa. Paralelamente ao seu trabalho a solo, durante um período que teve início em 1997, manteve experiência na área do fado com o mestre de Guitarra Portuguesa António Chainho. Em 1998, Filipa Pais cria o espetáculo “Afinidades" baseado em recolhas de Michel Giacometti - tendo como convidada a cantora Galega Uxía - e participa na ópera de Michael Nyman "Ciclo de Canções sobre Fernando Pessoa", no encerramento do Festival dos 100 dias. Após a edição de "A guitarra e Outras Mulheres" de António Chainho, participa em algumas apresentações deste trabalho em Portugal e no estrangeiro. Para o ano de 2000 é idealizada a formação de um grupo para acompanhar Filipa Pais. Ainda nesse ano, a formação fica composta por João Paulo Esteves da Silva (direção musical e piano), Ricardo Dias (acordeão), Manuel Rocha (violino), Joaquim Teles (percussões) e Yuri Daniel (contrabaixo e baixo), um grupo de eleição que atua com a cantora nas apresentações realizadas nesse ano em Portugal e Espanha.

Em 2003 é editado o seu CD - "À Porta do Mundo", álbum que foi galardoado com o Prémio José Afonso, o mais importante prémio da Música Popular Portuguesa. Além dos concertos de divulgação do seu disco, Filipa Pais tem colaborado em projetos de outros artistas. Em 2004 Filipa Pais lança o seu terceiro álbum "Estrela" em parceria com o guitarrista José Peixoto (Madredeus).






João Paulo Esteves da Silva

João Paulo nasceu em Lisboa em 1961. Começou muito cedo os seus estudos musicais, na Academia de Santa Cecília, iniciando-se rapidamente no piano. Posteriormente, ingressou no Conservatório Nacional, onde, em 1984, obteve o diploma do Curso Superior de Piano com a classificação máxima. Com uma bolsa de estudo da Secretaria de Estado da Cultura, muda-se imediatamente para Paris. Aí, durante três anos, aprofunda os seus estudos no Conservatório de Rueil-Malmaison e obtém sucessivamente as mais altas distinções. Terminados os estudos, permanece em Paris durante mais quatro anos, dando vários recitais em França e Estados Unidos, dos quais se destacam os de Nova Iorque (Carni Hall em 1986 e Carnegie Hall em 1989). Mas quando abandona Portugal, em 1984, interrompe uma já extensa atividade na área do jazz e da música popular. O primeiro reflexo público dessa sua atividade musical surge em 1979, com a participação do grupo Quinto Crescente no Festival de Jazz de Cascais 79. Entre 1979 e 1981, com o contrabaixista José Eduardo e o baterista José Martins, forma um trio, famoso na época, que desenvolveu concertos e serviu como base de acompanhamento a numerosos músicos estrangeiros. Na área da música popular, participa como pianista acompanhante em numerosos discos de artistas nacionais. Destaca-se a sua colaboração com Fausto ("Por este rio acima"), José Mário Branco ("Ser solidário") e Sérgio Godinho. Em 1992, depois de oito anos em França, regressa a Portugal e, de imediato, reconstitui as relações profissionais que interrompera em 1984. Colabora, então como arranjador e diretor musical no álbum que Vitorino compõe sobre textos de António Lobo Antunes "Eu que me comovo por tudo e por nada" (1992), cujo trabalho mereceu o Prémio José Afonso – galardão que a Câmara Municipal da Amadora atribui anualmente aos melhores trabalhos da música portuguesa – pela primeira vez entregue a um arranjador. Com Sérgio Godinho grava "Tinta permanente" (1993). Ainda nesse ano, funda com o pianista Mário Laginha a orquestra de câmara "Almas e Danças". Juntamente com Jorge Reis, Mário Franco e José Salgueiro, forma o quarteto de João Paulo. É com esses músicos que grava "Serra sem fim", o primeiro disco em seu nome.

Artistas de Évora - José Mendes e Moby´s Dance

Évora Perdida no Tempo - Jogos de crianças na Praça do Giraldo


Autor David Freitas
Data Fotografia 1975 -
Legenda Jogos de crianças na Praça do Giraldo
Cota DFT139 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Monumentos de Évora - Igreja de Santo Antão


A Igreja de Santo Antão ou Igreja Paroquial de Santo Antão é um monumento religioso da cidade de Évora, estando situado na Praça de Giraldo, freguesia de Santo Antão.
Foi mandada construir pelo Cardeal D.Henrique, Arcebispo de Évora, no lugar onde se erguia a medieval Ermida de Santo Antoninho. Para a sua construção demoliu-se o Arco do Triunfo romano.
A igreja começou a ser construída em 1557, sendo um exemplar do período final da Renascença, de três naves, apresentando as características das chamadas igrejas-salão. Apresenta um considerável conjunto de altares de talha dourada, destacando-se ainda o raro frontal de mármore do altar-mor representando o Apostolado, obra do século XIV, proveniente da velha ermida de Santo Antoninho.


Designação - Igreja de Santo Antão
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
Divisão Administrativa Évora / Évora / Évora (Santo Antão)
Endereço / Local Praça do Giraldo Évora 7000 Évora


Situação Actual Classificado
Categoria de Protecção Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia,Decreto n.º 251, DG, I Série, n.º 129, de 3-06-1970

No local onde se erguia a antiga ermida gótica de Santo Antoninho, foi erigida entre 1557 e 1563 sob égide do Cardeal D. Henrique a Igreja de Santo Antão, cujo traçado original pertence a Afonso Álvares com direcção arquitectónica de Manuel Pires. Inspirada na tipologia espacial hallenkirchen das igrejas-salão do Renascimento, dinamizada pelo arquitecto Miguel de Arruda em igrejas como a Misericórdia de Santarém, o templo sofreu desde cedo algumas vicissitudes, tendo sido abalado por um forte tremor de terra em 1568, que obrigou a que em 1570, em empreitada do mestre Brás Godinho, fossem realizadas obras de consolidação das colunas e do abobadamento.
A fachada principal da igreja está estruturada em três tramos rasgados por janelas de secção rectangular e divididos por pilastras . Nos cantos, duas torres quadrangulares, aparelhadas em granito enquadram a fachada. O coroamento do alçado principal, com cúpulas e frontões, foi iniciado por Brás Godinho mas só veio a ser terminada no século XVIII. Três portais, no eixo de cada um dos tramos, dão acesso à igreja, sendo que o portal axial, rematado com empena triangular e inserido em falso arco de volta perfeita, possui uma lápide de homenagem ao cardeal D. Henrique. Das fachadas laterais são de destacar os fortes botaréus de pedra lavrada . A amplitude espacial do interior desta igreja salão provém da abóbada única, quase plana, recortada com nervuras de aresta, que cobre as três naves. Os cinco tramos das naves são marcados pelas colunas jónicas, impressionantes nas suas proporções, conferindo ao espaço uma "certa imponência aliada à severidade peculiar dos edifícios sagrados do fim da renascença portuguesa" (Túlio ESPANCA, 1966). A capela-mor foi decorada por iniciativa do Arcebispo D., Luís da Silva Teles, em 1697, com um belo retábulo do Estilo Nacional, do mestre entalhador Francisco da Silva, integrando duas telas tenebristas do pintor régio Bento Coelho da Silveira, A Última Ceia e a Matança dos Inocentes. Dos altares laterais, todos com seus retábulos de talha, destacam-se um São Miguel e as Almas do pintor-poeta Jerónimo Corte Real (c. 1570), e um Santo Agostinho do pintor Francisco Vieira Lusitano (c. 1720).

Évora Perdida no Tempo - Feira de gado na Feira de S. João


Feira de gado junto à praça de touros de Évora (jardim público, actual parque infantil), durante a Feira de São. João.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1960
Legenda Feira de gado na Feira de S. João
Cota DFT5021 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME