Num duo imprevisto, João Esteves da Silva, compositor e improvisador de jazz, junta-se a Filipa Pais, uma das mais prestigiadas cantoras da música popular portuguesa, num concerto único que confere um novo ritmo e ambiência à música tradicional portuguesa.
Filipa Pais
Desde 1983, Filipa Pais desenvolve a sua atividade como cantora, tanto em disco como em espetáculo, trabalhando com nomes como Vitorino, Sérgio Godinho, João Paulo Esteves da Silva, Janita Salomé, Bernardo Sassetti, Tito Paris ou Chico César, cruzando a sua experiência com as áreas da música popular e tradicional portuguesa. L'Amar é o seu primeiro disco de originais, que inclui composições de alguns dos mais importantes músicos da cena musical portuguesa. Paralelamente ao seu trabalho a solo, durante um período que teve início em 1997, manteve experiência na área do fado com o mestre de Guitarra Portuguesa António Chainho. Em 1998, Filipa Pais cria o espetáculo “Afinidades" baseado em recolhas de Michel Giacometti - tendo como convidada a cantora Galega Uxía - e participa na ópera de Michael Nyman "Ciclo de Canções sobre Fernando Pessoa", no encerramento do Festival dos 100 dias. Após a edição de "A guitarra e Outras Mulheres" de António Chainho, participa em algumas apresentações deste trabalho em Portugal e no estrangeiro. Para o ano de 2000 é idealizada a formação de um grupo para acompanhar Filipa Pais. Ainda nesse ano, a formação fica composta por João Paulo Esteves da Silva (direção musical e piano), Ricardo Dias (acordeão), Manuel Rocha (violino), Joaquim Teles (percussões) e Yuri Daniel (contrabaixo e baixo), um grupo de eleição que atua com a cantora nas apresentações realizadas nesse ano em Portugal e Espanha.
Em 2003 é editado o seu CD - "À Porta do Mundo", álbum que foi galardoado com o Prémio José Afonso, o mais importante prémio da Música Popular Portuguesa. Além dos concertos de divulgação do seu disco, Filipa Pais tem colaborado em projetos de outros artistas. Em 2004 Filipa Pais lança o seu terceiro álbum "Estrela" em parceria com o guitarrista José Peixoto (Madredeus).
João Paulo Esteves da Silva
João Paulo nasceu em Lisboa em 1961. Começou muito cedo os seus estudos musicais, na Academia de Santa Cecília, iniciando-se rapidamente no piano. Posteriormente, ingressou no Conservatório Nacional, onde, em 1984, obteve o diploma do Curso Superior de Piano com a classificação máxima. Com uma bolsa de estudo da Secretaria de Estado da Cultura, muda-se imediatamente para Paris. Aí, durante três anos, aprofunda os seus estudos no Conservatório de Rueil-Malmaison e obtém sucessivamente as mais altas distinções. Terminados os estudos, permanece em Paris durante mais quatro anos, dando vários recitais em França e Estados Unidos, dos quais se destacam os de Nova Iorque (Carni Hall em 1986 e Carnegie Hall em 1989). Mas quando abandona Portugal, em 1984, interrompe uma já extensa atividade na área do jazz e da música popular. O primeiro reflexo público dessa sua atividade musical surge em 1979, com a participação do grupo Quinto Crescente no Festival de Jazz de Cascais 79. Entre 1979 e 1981, com o contrabaixista José Eduardo e o baterista José Martins, forma um trio, famoso na época, que desenvolveu concertos e serviu como base de acompanhamento a numerosos músicos estrangeiros. Na área da música popular, participa como pianista acompanhante em numerosos discos de artistas nacionais. Destaca-se a sua colaboração com Fausto ("Por este rio acima"), José Mário Branco ("Ser solidário") e Sérgio Godinho. Em 1992, depois de oito anos em França, regressa a Portugal e, de imediato, reconstitui as relações profissionais que interrompera em 1984. Colabora, então como arranjador e diretor musical no álbum que Vitorino compõe sobre textos de António Lobo Antunes "Eu que me comovo por tudo e por nada" (1992), cujo trabalho mereceu o Prémio José Afonso – galardão que a Câmara Municipal da Amadora atribui anualmente aos melhores trabalhos da música portuguesa – pela primeira vez entregue a um arranjador. Com Sérgio Godinho grava "Tinta permanente" (1993). Ainda nesse ano, funda com o pianista Mário Laginha a orquestra de câmara "Almas e Danças". Juntamente com Jorge Reis, Mário Franco e José Salgueiro, forma o quarteto de João Paulo. É com esses músicos que grava "Serra sem fim", o primeiro disco em seu nome.
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