sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Rota das Igrejas d’Évora prossegue este sábado

A iniciativa Rota das Igrejas d’Évora prossegue este sábado, dia 6 de Novembro, com a realização da segunda visita ao património religioso do Centro Histórico em que serão objecto de uma análise mais cuidada as igrejas de S. Mamede, N. Sra da Cabeça e Senhor Jesus da Pobreza.

A visita será conduzida pelo Padre Fernando Marques, Dr. Artur Goulart e por Francisco Bilou, técnico da Câmara Municipal de Évora, numa organização conjunta do Gabinete de Arquitectura e Património da Arquidiocese de Évora (GAPAE), da Comissão Diocesana dos Bens Culturais e da autarquia eborense.


Todos os interessados em participar deverão proceder à respectiva inscrição no Posto de Turismo e no GAPAE até às 18H.00 desta sexta-feira.

Link: Rotas das Igrejas


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

“Não sou ladrão de bebés”


O CM encontrou o  pai que fugiu com a bebé da maternidade. Albino diz que a mãe e a bebé só aparecem se a Segurança Social garantir que não será adoptada.


Veja a Entrevista dada pelo pai do bebé 

Évora Perdida no Tempo - Claustro de São Bento de Cástris


Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Claustro de São Bento de Cástris
Cota CME0375 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Diana de Liz

Diana de Liz é o nome de uma estirada rua da cidade, que começa nas antigas instalações da Manutenção Militar e vai até à Albergaria Vitória, de um lado, e à filial em Évora do BPP, do outro, depois de cruzar as Avenidas dos Combatentes e de Dr. Barahona e ladear a Ermida de S. Braz e o hotel D. Fernando. As placas toponímicas identificam-na como uma escritora eborense do século XX. Na cidade, porém, ela é praticamente desconhecida, tal como a obra que produziu. Oitenta anos passados sobre o seu desaparecimento, ainda não tinha 40 anos, é tempo de a revelar aos seus actuais conterrâneos.

Por trás deste pseudónimo literário abrigou-se Maria Eugénia Haas da Costa Ramos, eborense de gema, nascida a 29 de Março de 1892 na freguesia de S. Pedro, sendo filha do capitão do Regimento de Cavalaria nº 5, Zacarias da Costa Ramos, e de Margarida Amélia Haas da Costa Ramos. Apesar de ser um abastado proprietário rural eborense, a errância da vida militar levou o capitão Zacarias Ramos a fixar-se com a família em Lisboa, tinha a pequena Maria Eugénia oito anos de idade. 

Na capital, a menina recebeu esmerada educação, tendo aprendido com extrema facilidade as línguas francesa, inglesa e italiana. Aprimorou entretanto o estudo da língua pátria e dedicou-se à música. Aos 20 anos tinha cumprido a formação intelectual e tornara-se uma mulher moderna, desempoeirada e desejada nos meios mais elegantes da sociedade lisboeta. Ademais era bonita, muito feminina e sensual.

Continuava a vir a Évora, acompanhando os pais que amiúde se deslocavam para se inteirarem do estado das suas lavouras; outras vezes, corria a visitar a madrinha, que a adorava. E, com espírito diletante, cultivava a escrita em prosa (pequenas novelas) ou em verso, material que ia colocando em vários periódicos sob o nome por que era conhecida entre as amigas: Mimi Haas. Assim aconteceu no “Correio da Manhã”, no “Diário de Notícias”, no “Diário de Lisboa”, no “Magazine Bertrand”, na “Vida Feminina” e outros. Foi no primeiro destes periódicos que, em 1923, utilizou pela primeira vez o pseudónimo Diana de Liz, o qual não viria a abandonar até final da sua curta existência.

Por este se tornou igualmente conhecida no estrangeiro, escrevendo para o “ABC” de Madrid e para o “El Suplemento” de Buenos Aires. Nestas andanças veio a conhecer, em 1926, o jornalista e escritor Ferreira de Castro, nessa altura vivendo tempos difíceis de fome e privação. Ambos se envolvem numa paixão tórrida. Diana tinha já 34 anos e Ferreira de Castro menos seis. Pretendem casar-se, mas os pais dela opõem-se à sua união com um homem sem futuro nem profissão e deserdam-na. Juntam-se em 1927 e vão viver para uma casa térrea, sem água nem luz eléctrica, na Rua Tenente Espanca, frente à actual sede da Fundação Calouste Gulbenkian.

No ano seguinte Ferreira de Castro publica “Emigrantes”, o seu primeiro grande romance. A vida do casal melhora um pouco. Em 1929, depois de uma visita a Paris e a Andorra, Maria Eugénia adoece de tuberculose e o escritor leva-a para a sua casa natal de Osselas (Oliveira de Azeméis), tentando uma mudança de ares que lhe seja favorável. Em vão. Aí morre a 27 de Maio de 1930, ano em que é lançada “A Selva”, a imortal obra prima de Ferreira de Castro, que conhece um sucesso estrondoso em Portugal e além-fronteiras.

O escritor vai então dedicar-se à tarefa de coligir, organizar e procurar editor para a publicação dos escritos da mulher. Tarefa difícil, porque, como o próprio Ferreira de Castro viria a referir, ela «escrevia pelo puro prazer de escrever e quando isso lhe era voluptuoso. Depois, abandonava os seus trabalhos, quase os esquecia». Assim, aparece em 1931 “Pedras Falsas”, uma colectânea de pequenas novelas, crónicas e cartas, quase todas publicadas no “Correio da Manhã”, prefaciada pelo seu companheiro, o qual, logo de início, confessa: «Devo, talvez, a este livro o estar ainda vivo. Se não fora o desejo de o publicar, eu teria seguido, possivelmente, a sua autora, quando a morte ma roubou. (…) Disse-lhe eu, que os seus livros, quaisquer que fossem os esforços a fazer seriam publicados ».

Dando cumprimento ao prometido, surge, passado um ano, “Memórias de uma Mulher da Época”, uma novela de maior fôlego e mais vasta ambição. Foi a sua última obra póstuma. Entretanto o próprio escritor, consumido pelo desgosto, tinha adoecido gravemente com uma septicemia e tentara o suicídio. Conseguiu sobreviver e foi convalescer para a Madeira, onde escreveu “Eternidade”, que lhe dedicou e se revelou como um grito de revolta contra o fatalismo biológico do homem.

No dia em que fez quatro anos de falecida, a cidade, por intermédio do Grupo Pró-Évora, prestou-lhe sentida homenagem, organizando uma sessão solene evocativa da sua obra. O seu nome foi então dado à citada artéria e uma lápide toponímica colocada numa das esquinas da Ermida de S. Braz, de cujo descerramento se encarregou o próprio Ferreira de Castro. Diana de Liz está sepultada em Ossela, em jazigo que Ferreira de Castro mandou erguer. Na campa ao lado, figuram os restos mortais dos pais do escritor e da mãe de Diana, segundo o seu próprio desejo, depois de arrependida de a ter repudiado.


Texto: José Frota

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Embraer começa construção de fábricas em Évora

A construção da primeira de duas fábricas que a empresa aeronáutica brasileira Embraer pretende desenvolver em Évora arrancou hoje no Parque Industrial Aeronáutica da cidade alentejana, num investimento inicial de 148 milhões de euros.

Fonte da Câmara de Évora adiantou à Agência Lusa que a primeira fase da empreitada, que se vai prolongar nos próximos 180 dias, “teve início hoje de manhã”, tendo durante a tarde chegado a maquinaria mais pesada”.

A Lusa constatou no local, por volta da hora do almoço, que já decorriam os primeiros trabalhos da Embraer no Parque da Industria Aeronáutica, nomeadamente terraplanagens e o início da montagem do estaleiro da obra.

De acordo com as previsões da empresa brasileira, as obras de construção da primeira fábrica estarão concluídas no final de 2011 para começar a produzir a partir de 2012.

Com um investimento inicial de 148 milhões de euros, o projeto prevê criar 600 postos de trabalho diretos e 1 200 indiretos.

A mesma da fonte da autarquia disse esperar que “tudo decorra dentro da normalidade” para que “os prazos sejam cumpridos e que as mais-valias que a cidade de Évora espera vir a tirar do projeto sejam concretizadas”.

A fonte revelou ainda que “foi decidida, recentemente, em reunião pública de câmara, a concessão de um lote a uma empresa portuguesa”, a Olesa, que opera na área da indústria de moldes.

Trata-se de “um investimento que traz para Évora tecnologia da mais avançada em termos mundiais, conhecimento e valia no que respeita à criação de emprego qualificado”, disse a fonte, considerando que o projeto da Embraer “tem um peso considerável para a cidade, região e país”.

O projeto da Embraer em Évora, anunciado em 2008, prevê a instalação de duas fábricas no parque industrial aeronáutico da cidade, uma delas de estruturas metálicas (asas) e outra para produzir materiais compósitos (caudas), sendo que as unidades serão dedicadas inicialmente ao suporte logístico de jatos executivos.

Entra armado no hospital para levar filho

O pai de um bebé recém-nascido, acompanhado por quatro homens empunhando armas brancas, entrou esta terça-feira no Hospital do Espírito Santo, de Évora, para levar consigo o filho.
O director do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital, Vítor Caeiro, explicou que o pai do bebé, nascido segunda-feira, cerca das 16h00, "conseguiu entrar na maternidade, na hora normal de visita, ludibriando o segurança, e resolveu cortar a pulseira electrónica do recém-nascido e fugir".
Ao cortar a pulseira do recém-nascido, segundo o mesmo responsável, o homem "activou o alarme e o encerramento da porta da maternidade", mas ainda teve tempo para "sair com o bebé ao colo a correr".
Enquanto o pai da criança actuava, "os outros indivíduos armados com facas na mão terão ameaçado os vários seguranças do hospital para não interferirem no processo", porque "era interesse da família que o bebé não fosse para adopção", contou.
Este acto, "menos ortodoxo", disse, terá sido motivado pelo facto de a mãe da criança ter sido informada que "o bebé não iria ter alta, devido a um processo de averiguações, no sentido de, eventualmente, a assistência social tomar conta da criança".
Nesta família, "em gravidezes anteriores, já houve uma sinalização por parte da Segurança Social e da Comissão de Protecção de Menores e tinha havido uma ordem de restrição do tribunal para uma protecção ao menor", revelou, adiantando que "alguns filhos do casal terão sido retirados e adoptados".
Por outro lado, Vítor Caeiro garantiu que a maternidade do Hospital do Espírito Santo "tem vários sistemas de segurança, como a videovigilância e uma porta electrónica" que encerra ao ser activada pelas pulseiras dos bebés e "tudo funcionou normalmente".
O director do serviço adiantou ainda que a administração da unidade hospitalar vai abrir um processo de inquérito para averiguar a questão da segurança ao nível do edifício.
Fonte policial disse que a PSP foi chamada ao hospital, mas escusou-se a prestar mais informações sobre o caso.

Incerteza preocupa reitor da Universidade de Évora

Carlos Braumann, reitor da Universidade de Évora (UE), mostrou--se ontem preocupado com os efeitos do Orçamento do Estado para 2011 na instituição. No discurso da cerimónia do dia da UE, o professor explicou que a próxima dotação já vai ser reduzida em 1,6 por cento.
"Paira ainda a ameaça de cortes mais gravosos, o que, a suceder, comprometeria não só a execução do Contrato de Confiança [assinado com o Governo], como o próprio funcionamento normal das universidades", referiu Braumann, preocupado ainda com o corte nos vencimentos dos funcionários públicos que servem a UE.
As celebrações incluíram ainda a atribuição do grau de doutor ‘honoris causa' ao geógrafo Jorge Gaspar, considerado pela academia alentejana o "mais conceituado geógrafo português vivo".

Musical "Panda vai à Escola" na Arena d'Évora dia 4 de Dezembro pelas 11:00 e 15:00



Panda Vai à Escola, O Musical”, baseado na aclamada colecção “Panda Vai à Escola”, estará em tournée pelas principais salas de espectáculo e teatros do país, dando assim oportunidade a todas as crianças de se divertirem ao som das músicas que compõem alguns dos maiores êxitos de sempre.

O Europarque de Santa Maria da Feira, o Pavilhão Multiusos de Guimarães, o Campo Pequeno em Lisboa, a Arena de Évora e a Arena de Portimão são os cinco locais que, entre 30 de Outubro e 4 de Dezembro, vão receber este espectáculo original, cuja produção está a cargo da Universal Music, OR Produções e Bravo Palco.

Esta aposta surge no seguimento do êxito alcançado pela colecção “Panda vai à Escola”, cujo sucesso de vendas já ultrapassa os 112 mil exemplares, tornando-se num dos maiores fenómenos infantis em Portugal nos últimos anos.

O Musical do “Panda vai à Escola” conta a história do primeiro dia de aulas do Panda em que a famosa mascote, juntamente com os seus coleguinhas, vai aprender os números, as letras, as cores, de uma forma pedagógica e lúdica, com muita música, dança e gargalhadas à mistura.

Subordinado ao tema “Vai ser uma festa!... Estás pronto?”, com uma história divertida e de produção cuidada, este espectáculo reúne êxitos da colecção “Panda Vai À Escola”, como “Laranjas e Bananas”, “Olha o Piolho” ou “O Jogo das Cores”, pretendendo transmitir a lição de que a escola é um lugar mágico em que, mesmo sentados na carteira, podemos conhecer e descobrir o mundo.

“Panda Vai à Escola, O Musical” conta ainda com a presença da turminha do Panda, constituída por um elenco de jovens actores, bailarinos e cantores que vão proporcionar muita alegria, diversão e interacção com o público, procurando também ensinar algumas lições, já que “a brincar também se aprende”.

Este espectáculo original inclui cenários multicoloridos, figurinos a rigor, efeitos de luz, som e vídeo e muitas surpresas que irão prender a atenção, do princípio ao fim, dos pequenos mas muito exigentes espectadores.




Cidade: Évora

Local: Arena d`Évora

Dias: 4 de Dezembro

Sessões: 11 horas e 15 horas




Locais de Venda dos Bilhetes:
www.ticketline.pt - reservas e informações: 707 234 234
www.blueticket.pt - reservas e informações: 707 780 000
E nas Bilheteiras dos Locais do Espectáculo.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Exposição no Convento dos Remédios “Michel Giacometti, 80 anos, 80 imagens”

Nesta exposição é apresentada uma selecção de 80 imagens que fazem parte da colecção fotográfica de Giacometti, que desenvolveu um trabalho de investigação, recolha e estudo da música tradicional em Portugal.

A Câmara Municipal de Évora inaugura no próximo dia 27 de Outubro, quarta-feira, pelas 18 horas, no Convento dos Remédios, a exposição “Michel Giacometti, 80 anos, 80 imagens”, que consiste em mais uma iniciativa integrada no projecto Oralidades. A inauguração coincide também com a apresentação do Centro de Recursos da Tradição Oral da Câmara Municipal de Évora, também desenvolvido dentro do projecto Oralidades (www.oralities.eu).

Esta exposição é cedida pelo Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria, da Câmara Municipal de Cascais, e assinala a efeméride dos oitenta anos do nascimento do etnomusicólogo Michel Giacometti. Nela é apresentada uma selecção de 80 imagens que fazem parte da colecção fotográfica de Giacometti, que desenvolveu um trabalho de investigação, recolha e estudo da música tradicional em Portugal.

Michel Giacometti nasceu em Ajaccio, na Córsega (França) em 1929. A sua infância foi passada com um tio, funcionário colonial, que o criou e levou ao Norte de África, onde Michel Giacometti contactou com outras culturas. Com 18 anos, em Paris, dedicou-se ao estudo de música e arte dramática e formou-se em Letras e Etnografia na Universidade de Sorbonne. Giacometti viria a dirigir diversas revistas culturais e de poesia e fundou, inclusivamente, uma companhia de teatro popular. Aos 30 anos, tendo em conta que lhe tinha sido diagnosticada tuberculose, decidiu procurar um país de clima seco, pelo que veio então para Portugal e acabou por se apaixonar pelo Alentejo. Pode dizer-se que ele foi principal etnomusicólogo no nosso país entre 1960 e 1990, ano que veio a falecer em Faro.

A exposição conta ainda com uma mostra de vários instrumentos musicais da tradição alentejana e exemplares dos tradicionais Bonecos de Santo Aleixo, entre outros objectos, que foram cedidos por diversas entidades e que contribuíram para o enriquecimento da exposição, pois trata-se de objectos que foram documentados por Michel Giacometti no seu trabalho de recolha no Alentejo. Procurou-se acrescentar deste modo à exposição as tradições musicais que continuam a estar presentes nos nossos dias e o que é feito hoje por pessoas e instituições, que preservam e divulgam este património, assumindo um papel que é em muito semelhante ao que Giacometti teve no Alentejo e no nosso país.

Esta mostra estará patente até 31 de Dezembro, funcionando de terça-feira a sábado, das 9:30 às 12:30 e das 14:00 às 18:00. A entrada é livre e a Câmara de Évora promove também visitas guiadas para as escolas e público em geral, mediante marcação.

Évora Perdida no Tempo - Senhora no claustro de S. Bento de Cástris

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Senhora no claustro de S. Bento de Cástris
Cota CME0338 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 31 de outubro de 2010

Formadores (Física e Química) - ÉVORA

Procuramos formadores para sessões de explicação a universitários, nas áreas de:

» Física
» Química

Para responder à proposta envie currículo para:

ou contacte : 266705090 / 961050914

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cinema em Évora de 28 de Outubro a 3 de Novembro de 2010 - 18h00 e 21h30



ENTRE IRMÃOS
De: Jim Sheridan
Argumento: David Benioff
Com: Jake Gyllenhaal, Natalie Portman, Tobey Maguire, Sam Shepard
Género: Drama
Classificacao: M/16 EUA, 2009, Cores, 104 min.

Sam (Tobey Maguire) e Tommy Cahill (Jake Gyllenhaal) são irmãos, mas têm personalidades distintas: Sam é responsável, pai de família e, enquanto capitão no Exército dos EUA, encontra-se a cumprir a sua segunda missão no Afeganistão; Tommy é carismático, mas irresponsável e provocador.Quando, no Afeganistão, o helicóptero onde seguia é tragicamente abatido nas montanhas, Sam é dado como morto, cabendo ao irmão a tarefa de prestar auxílio à família, criando laços cada vez mais fortes com Grace (Natalie Portman), sua cunhada, e com as suas duas sobrinhas. Meses depois, Grace recebe um telefonema com a notícia que, afinal, o seu marido se encontra vivo e o que, à primeira vista, parecia um milagre transforma-se num verdadeiro inferno: Sam regressa traumatizado e emocionalmente instável e o papel de Tommy naquela família é já muito mais profundo do que se poderia esperar...
"Remake" americano do filme "Tudo o que Perdemos" da dinamarquesa Susanne Bier, é o último filme de Jim Sheridan, depois de "Em Nome do Pai" (1993), "O Boxeur" (1997), "Na América" (2002) ou "Get Rich or Die Tryin'" (2005).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Évora Perdida no Tempo - Exercício Militar no Rossio de São Brás

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Exercício Militar no Rossio de São Brás
Cota CME0371 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A. Bartolomeu Gromicho - o Senhor Reitor

De 1841, ano em que abriu as suas portas, até 1974, o Liceu Nacional de Évora conheceu 22 reitores. Durante a monarquia o cargo foi entregue quase exclusivamente a altos funcionários políticos da cor do partido no poder, normalmente governadores civis, pelo que os seus mandatos foram, regra geral, de curta duração.

A República não trouxe quaisquer alterações neste campo. A função continuou a ser cometida a comissários políticos, embora os tempos de permanência na administração da instituição tivessem aumentado. Em 1929, já em plena Ditadura Militar que conduziria à instauração do Estado Novo, o novo poder nomeou para reitor António Bartolomeu Gromicho, professor da academia desde 1916, cujo consulado terminou exactamente três décadas depois, por via da sua aposentação.

Ao serviço do Liceu de Évora, que recuperou, desenvolveu e defendeu, esteve 43 anos. Para além disso foi também um apaixonado pela urbe e um dos primeiros a aperceber-se do seu valor turístico enquanto cidade de cultura. Bartolomeu Gromicho nasceu na vila de Alandroal em 24 de Agosto de 1891. Veio a frequentar o Seminário de Évora mas não seguiu o destino que lhe parecia destinado.

Bacharelou-se em Letras e obteve o diploma de professor da Escola Normal Superior da Universidade de Coimbra. Com 23 anos ingressa no Liceu Nacional de Évora. Encantado com a cidade, percorre-a demoradamente e interessa-se pelo estudo do seu passado, tão rico em pormenores revelados e outros que se deixam adivinhar mas permanecem ocultos do conhecimento geral.

Mal é nomeado Reitor do Liceu, dedica-se à tarefa de recuperar a propriedade do antigo Colégio do Espírito Santo da extinta Universidade de Évora, que em 1913 o governo republicano havia entregue à Casa Pia de Évora. O Liceu havia passado à mera condição de arrendatário, vendo-se ainda obrigado a desafectar a ala do primeiro andar para que nela se instalasse a Escola Comercial e Industrial, criada no mesmo ano. Aproveitando o facto do ministro da Instrução ser Gustavo Cordeiro Ramos, eborense, antigo aluno e professor da instituição, consegue que a posse do edifício e terrenos anexos transite para o Estado.

Nestes, o Liceu vai construir os campo de jogos e o ginásio (actual auditório da Universidade), na sua época considerado como um dos melhores do país. Paulatinamente, foi restaurando as salas do antigo Colégio e realizando diversos melhoramentos no edifício, cuja área se estendeu com a saída dos antigos parceiros de ocupação: a Escola Comercial vai para o antigo convento de Santa Clara, em 1951, e a Casa Pia passa para o Convento de S. Bento de Cástris, em 1957. Com mais espaço à disposição, são criados a biblioteca, os gabinetes de biologia e ciências naturais, física e de química. 

O Liceu de Évora, sob a sua tutela, torna-se um dos mais bem apetrechados a nível nacional, enquanto vê reforçado o seu quadro de professores, sempre de elevada qualidade. No plano político a sua adesão ao salazarismo tinha-o conduzido à Câmara, onde ficou como vereador da cultura. Assumiu a presidência da Comissão Municipal de Turismo, criou o Posto de Turismo da Praça do Giraldo e, em 1938, elaborou e viu ser aprovado o “Regulamento Geral da Construção Urbana para a Cidade de Évora”, documento fundamental para desincentivar todos quantos, a pretexto de modernizar a sua arquitectura, lhe pretendiam alterar a face. Tornara-se entretanto presidente do Grupo Pró-Évora, associação de defesa do património criada em 1919, que viria a organizar, duas décadas depois, sob a sua égide, um curso de cicerones que teve como vencedor Túlio Espanca. 

Tendo este como editor, fundou em 1942 e dirigiu, no âmbito municipal, o Boletim de Cultura “A Cidade de Évora”, que ainda hoje se encontra em publicação. Entre este ano e 1959 exerceu a função de deputado da União Nacional.

Os afazeres políticos foram-lhe, entretanto, retirando tempo para uma intervenção mais activa no quotidiano cultural. Apesar disso, foi reunindo papéis, documentos e diplomas sobre a existência do Liceu e tornou-se no próprio historiador da instituição. A sua boa estrela empalideceu já perto de atingir o limite de idade, na sequência da intenção governamental de restaurar os estudos superiores na cidade.
Estes seriam instalados no Colégio do Espírito Santo, seu antigo poiso, pelo que se procederia à construção de um novo liceu. Em intervenção no Parlamento, no dia 24 de Outubro de 1958, Gromicho, embora aceitando a restauração da Universidade em Évora, critica asperamente o propósito de ser o Liceu a transferir-se de lugar, já que este ali criara raízes, pergaminhos, tradição e carisma, deixando sinais indeléveis na vida cultural da região e do país em cerca de 120 anos de existência.


Esta tomada de posição valeu-lhe a animosidade das chamadas forças vivas citadinas, que o maltrataram verbalmente na imprensa e oralmente nos cafés, nas tertúlias e outros lugares públicos. Elementos do Grupo Pró-Évora demitiram-se para o deixarem isolado. Aposentou-se a 24 de Fevereiro de 1959, amargurado e desiludido. O Governo ainda lhe conferiu a Comenda da Instrução Pública. Na hora da retirada recebeu porém o carinho e o agradecimento de muitos antigos alunos. Faleceu em 17 de Agosto de 1964.

Texto: José Frota