quinta-feira, 1 de setembro de 2011
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Programa Férias de Verão convida jovens para novos ateliês
A Câmara Municipal de Évora oferece ainda aos jovens do concelho, no âmbito do programa municipal Férias de Verão 2011, um conjunto de actividades de ocupação de tempos livres bastante diversificadas, que se prolongam até meados do mês de Setembro, devendo todos os interessados em participar, começar a efectuar já as suas inscrições.
Estas podem ser feitas on-line, por telefone e no Ponto Jovem - espaço municipal da juventude, na Rua do Menino Jesus, em Évora, estando à disposição dos jovens os seguintes contactos: o site do evento em www.cm-evora.pt, o e-mail: palavraj@cm-evora.pt e o telefone 266777100 (Ext. 2335).
Tais ateliês destinam-se a jovens entre os 14 e 30 anos a viver no concelho e as inscrições são gratuitas, tendo à escolha um apreciável conjunto de actividades, nomeadamente nas áreas da cultura e do desporto.
No mês de Setembro, a programação é a seguinte: logo no dia 1, entre as 18 e as 20 horas haverá um ateliê de Noções Básicas de Modelismo, no Ponto Jovem Espaço Municipal da Juventude (Rua do Menino Jesus), organizado pelo Modelismo Alentejo Clube.
Para o dia 2, está agendado o ateliê de Malas de Trapilho, entre as 17 e as 20 horas, no Ponto Jovem, que será orientado por Sara Santos.
A 5 de Setembro é a vez de Cadernos de Feltro, que decorrerá entre as 17:30 e as 20 horas, no Ponto Jovem e é organizado por Alexandra Cruz.
Entre 5 e 6 de Setembro, o Ponto Jovem receberá o ateliê Autocad 2D, entre as 17 e as 20 horas, ministrado por Miguel Gonçalves e de 5 a 8 será realizado o ateliê de Dança Jazz e Sevilhanas, entre as 17 e as 20 horas, no Espaço Juventude Sport Clube, pela Escola de Dança Companhia de Triana.
De 5 a 8 decorre também Teatro de Rua, entre as 18 e as 20 horas, no Ponto Jovem, dinamizado pela ExQuorum e no dia 6, entre as 17 e as 19 horas, tem lugar um ateliê de Kickboxing, no EvoraGym (Av. Combatentes da Grande Guerra), organizado pela referida instituição.
Danças do Mundo – Danças Portuguesas é a proposta para os dias 6, 7 e 8, entre as 18 e as 20 horas, no Ponto Jovem, da responsabilidade de Ana Silvestre.
Nos dias 7 e 8 está agendada a realização de Fotografia Nocturna – Desenho de Luz, entre as 21 e as 23 horas, no Ponto Jovem, organizado pela Comunidade de Artistas Livres.
A 8 de Setembro tem lugar, entre as 17 e as 19:30 horas, Expressão Corporal Livre – O Movimento e a Música, no Ponto Jovem, pela Comunidade de Artistas Livres; e entre as 18 e as 20 horas, o ateliê Cozinha do Mundo, dinamizado pela Carpe Diem. Ainda nesse dia, também no Ponto Jovem, realiza-se o de Hip Hop, entre as 19:30 e as 21 horas, organizado por Geny; e a Fotografia Digital, entre as 17 e as 20 horas, que será promovida por Mário Velez.
Nos dias 12 e 13 haverá um ateliê de Sketchup 2D, entre as 17 e as 20 horas, no Ponto Jovem, dinamizado por Miguel Gonçalves
Uma Oficina de Desenho realiza-se de 12 a 14 de Setembro, das 18 às 20 horas, no Ponto Jovem, estando a cargo da Comunidade de Artistas Livres.
O ateliê de Primeiros Socorros decorre no dia 13, entre as 15 e as 17 horas, na Delegação de Évora da Cruz Vermelha, organizado por esta instituição; e nesse dia está também agendado um ateliê de Maquilhagem, que tem lugar entre as 17 e as 19 horas, na Carpe Diem (Praça do Giraldo, 81), produzido por esta associação.
Língua Gestual Portuguesa é a proposta para o dia 13, das 18 às 20 horas, na Associação de Surdos de Évora (Bairro da Casinha), ateliê que é organizado por Sónia Serras, da ASE.
De 14 a 16 de Setembro, decorre a Pós Produção de Vídeo, entre as 18 e as 20 horas, no Ponto Jovem, dinamizada pela Comunidade de Artistas Livres.
Um ateliê de Art Nails está previsto para o dia 15, das 18 às 20 horas, no Ponto Jovem, organizado pela Carpe Diem, associação que também dinamiza nesse mesmo dia as Tatuagens Temporárias na Praça do Giraldo, 81).
No dia 16, haverá Licores e Conservas, entre as 18 e as 20 horas, na Carpe Diem (Praça do Giraldo, 81), promovido pela referida instituição e, entre as 18 e as 21 horas, tem lugar o ateliê de DJ – Vinil, na Sociedade Harmonia Eborense, organizado por Rui Venda (R.V. - myspace.com/rvprofile).
Évora Perdida no Tempo - Sala de aula numa Escola Primária de Évora
Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1970
Legenda Sala de aula numa Escola Primária de Évora
Cota DFT1080.1 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Abertas candidaturas para Bolsas do Ensino Secundário
A Câmara Municipal de Évora informa que até ao próximo dia 31 estão abertas as candidaturas para a atribuição de Bolsas de Estudo aos estudantes do Ensino Secundário do concelho, pelo que os interessados podem ainda inscrever-se.
O júri responsável pelo processo de atribuição das Bolsas propôs que no ano lectivo de 2011/12 se mantenha o mesmo número de bolseiros (26), sendo o valor da bolsa de 1000 euros (para os alunos beneficiados pela primeira vez) e de 700 euros (para os alunos em processo de renovação da bolsa e a frequentarem cursos do ensino regular) e que as bolsas sejam atribuídas preferencialmente a alunos a frequentarem cursos não financiados.
A autarquia eborense procura minimizar o grave problema do abandono escolar, aliado, muitas vezes, a situações de carência socioeconómica, contribuindo para colmatar essa situação com a atribuição destas bolsas. Estas visam incentivar e apoiar a continuação dos estudos secundários, através da concessão de apoios económicos a jovens estudantes/munícipes, inseridos em agregados familiares comprovadamente carenciados.
Mais informações e apresentação de candidatura no site da Câmara de Évora http://www.cm-evora.pt/pt/conteudos/areas+tematicas/evora++cidade+educadora/Bolsas+de+Estudo+2011.htm ou no Ponto Jovem – Espaço Municipal da Juventude (Rua do Menino Jesus) - Telefone: 266777100 e E-mail: palavraj@cm-evora.pt
Évora Perdida no Tempo - Cruzeiro da Ermida de S. Sebastião
Cruzeiro da Ermida de São Sebastião, vendo-se em segundo plano a estrada para Lisboa e, do lado direito, o Alçude e Chafariz das Bravas.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 -
Legenda Cruzeiro da Ermida de S. Sebastião
Cota DFT3176 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
domingo, 28 de agosto de 2011
Precisa-se de pedreiro/ladrilhador/serventes, com experiência comprovada
Precisa-se de pedreiros e ladrilhadores e serventes com experiência comprovada.
Obra em Évora e a entrada é imediata.
Respostas para leonormonteiro@joleu.pt
sábado, 27 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Personalidades Eborenses - Evaristo José Cutileiro
Nasceu em Évora a 19 de Novembro de 1864. Formou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e exerceu clínica, não só na capital como na sua terra natal, com grande empenho e dedicação, tendo-se destacado no tratamento da tuberculose e doenças do aparelho respiratório. Sofria de crises cíclicas de diabetes, o que o impediu de pular ao topo da hierarquia republicana, ideal que abraçou desde muito novo.
Em Évora chegou a chefe do partido e membro fundador do Centro Republicano Democrático Liberdade. Jornalista de invulgares qualidades e recursos, ajudou a criar o periódico “Voz Pública”, de que foi também proprietário, tendo colaborado em diversos outros jornais da cidade. Gozava de enormes simpatias e dum prestígio extraordinário entre as classes trabalhadoras, porque consagrava a maior parte da sua acção política e profissional à defesa do bem estar dos mais desprotegidos.
Foi o candidato natural do Partido Republicano a todas as eleições realizadas em Évora, até a saúde lho permitir. Homem de carácter excepcional, editou a expensas suas um folheto à memória de seu pai, José Joaquim Cutileiro, datado de 16/01/1903 e no qual o defende de acusações que sobre ele impendiam, já depois de morto, de se ter apropriado de verbas que não lhe pertenciam enquanto fora cobrador de rendimentos da Santa Casa da Misericórdia de Évora. A verdade dos factos acabou por ser reposta em relação ao nome do seu progenitor, «a quem devo fortuna e posição social» - como escreveu.
Já bastante doente, ainda aceitou ser o redactor principal e administrador do semanário republicano “O Cidadão”, que se publicou em Évora entre 1911 e 1915. Manteve-se nessas funções durante pouco mais de um ano. Veio a falecer no Sanatório da Covilhã a 9 de Setembro de 1913.
Texto: José Frota
Texto: José Frota
Évora Perdida no Tempo - Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro
Cerimónia de recepção ao Arcebispo Dom Manuel Trindade Salgueiro, na Praça do Giraldo.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1955-10-16 -
Legenda Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro
Cota DFT3154 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A bandeira portuguesa e as mulheres eborenses
Vitoriosos a 5 de Outubro, os republicanos pretenderam desde logo romper com o passado monárquico do país. Isso tornou-se evidente com a imediata e radical substituição dos anteriores símbolos nacionais, ou seja, da bandeira e do hino. O historiador Rui Ramos sublinha mesmo que «os republicanos poderiam ter optado pela bandeira azul e branca, sem a coroa e pelo hino da Maria da Fonte, associado à esquerda liberal mas preferiram uma bandeira com as cores do partido, verde e vermelho, e escolheram para hino a marcha anti inglesa de 1890, a Portuguesa».
Dez dias após a proclamação da República foi formada uma comissão composta pelo escritor Abel Botelho, Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas e Ladislau Pereira para tratar da escolha do novo estandarte português com carácter de celeridade. Surgiram diversas sugestões e propostas, entre as quais uma do poeta Guerra Junqueiro, mas acabaram por prevalecer as cores verde (do lado da tralha) e vermelha, em proporção de 2 para 3, constantes da flâmula do Partido Republicano Português, sob a alegação de a mesma já ter sido usada na Revolta de 31 de Janeiro de 1891, empunhada por Machado Santos nos acontecimentos da Rotunda, bem como hasteada pelo navio Adamastor que no Tejo os acompanhou, preparado para intervir na contenda se para tal fosse necessário.
Tomada a decisão, o governo deu ordem à Cordoaria Nacional para as fabricar em grande escala, pois era seu desejo que fossem hasteadas em todas as repartições públicas do território no dia 1 de Dezembro, feriado a criar nesse dia como Dia da Bandeira. Mas porque a data estava muito próxima, a empreitada era de vulto e os meios de distribuição não eram fiáveis quanto ao cumprimento dos prazos de entrega, um grupo de mulheres republicanas eborenses entenderam tomar a seu cargo a confecção da bandeira e oferecê-la ao município.
Em 21 de Novembro é recebida no município, dirigida aos «cidadãos Presidente e vereadores», uma carta em que um grupo de senhoras, constituídas em comissão, informa ter determinado «fazer oferta à Exma Câmara de Évora, em sinal do seu regozijo pela implantação da Republica, que desde muito crianças ainda, suas famílias lhes ensinaram a desejar e respeitar, e atendendo a que é a mulher que simboliza a Republica, duma bandeira nacional comemorativa, saudando na mesma o povo Eborense pelo advento da Republica, e do seu reconhecimento pelas principais potências com o que se congratulam e fazem votos ardentes pela consolidação e prosperidade da República.
Esperando que a Exma. Câmara lhes permitirá a realização desse seu desejo confessam-se antecipadamente muito gratas e protestam a sua mui alta consideração». Segue-se a aposição das assinaturas de doze senhoras. Claro que o executivo camarário aceita «muito penhoradamente» a oferta e marca para o dia 30 de Novembro, pelas 19 horas, o acto a que confere grande solenidade.
A entrega da bandeira ao presidente Dr. Júlio do Patrocínio Martins, que agradece muito sensibilizado, é feita por Judith Andrade, directora da Associação Filantrópica Academia Eborense. Em seguida, Ana Laura Chaveiro Calhau, militante desde a primeira hora da Liga das Mulheres Republicanas, lê, com grande fervor nacionalista, a seguinte mensagem:
«Em todos os povos civilizados – e até entre bárbaros, ainda que menos sublimados – em volta dos quais as multidões se aglomeram, como um único ser, ligados por sentimento unânime de ideal, correspondente à sua evolução moral e intelectual.
A bandeira dum povo livre é o símbolo que melhor sintetiza as aspirações de uma raça subjugando até os espíritos mais cépticos à concepção sublime quase religiosa, desse símbolo! A Bandeira Portuguesa, testemunha das evoluções da nossa história, ora nos mostra as gloriosas épocas de uma raça nobre e heróica, ora a decadência de carácter, abastardado pelo espírito fradesco, inoculado na alma nacional, por dinastia de imbecis e imorais, sacudidos no glorioso 5 de Outubro pela metralha da Rotunda.
É esta bandeira que passeou pelo inteiro, altiva nos mastros de frágeis caravelas, mostrando às gentes remotas o valor das suas quinas; é este símbolo da Pátria reabilitada e sagrada pelo sangue dos heróis de 5 de Outubro à face de todo o mundo, que nós abaixo assinadas vimos entregar à vossa guarda, confiadamente, como a jóia que mais apreciamos – a liberdade de Portugal pela República».
Seguem-se as assinaturas de Judith Augusto de Andrade, Eugénia Carvalho Marquez, Maria José Febreiro da Silva Antunes, Clotide Ortis Carreira, Ana Laura Chaveiro Calhau, Maria Calhau Júnior, Cristina Eulália Chaveiro Calhau, Adelina da Conceição Nobre, Teresa Campos Piteira, Olímpia Carvalho Marquez e Encarnação Carvalho Marquez, que no dia seguinte se fizeram fotografar para a posteridade. A Festa do Dia da Bandeira, destinada à consagração do novo estandarte nacional, e o cortejo cívico que se seguiu tiveram grande brilhantismo.
Toda a cidade se engalanou para acolher os festejos, ainda que o tempo tivesse estado incerto e caído inclusive alguns chuviscos. Eram onze horas da manhã e o Rossio já regurgitava de gente que pretendia assistir às cerimónias do erguer oficial da bandeira e para as quais tinham sido convidadas e convocadas as associações, instituições, escolas e toda a guarnição militar citadinas. Exactamente ao meio dia, marcado pelo deflagrar de dezenas de foguetes, foi içada a Bandeira Nacional ofertada pela comissão de senhoras do município. Enquanto o novo pendão das quinas ascendia, as bandas da Casa Pia e dos Amadores Eborenses tocaram a “Portuguesa” e uma bateria do Grupo de Artilharia de Montada fez um salva de 21 de tiros e toda
a guarnição fazia a saudação militar de apresentação de arma, devida aos símbolos da Nação. Presentes estiveram o presidente da Câmara, Dr. Júlio do Patrocínio Martins, o governador civil e o tenente coronel Alves Roçadas, do Estado Maior da 4ª. Divisão Militar.
Recolhida a Bandeira por alunos da Casa Pia, iniciou-se o extenso cortejo, acompanhado ao som das bandas, o qual passou pelas principais ruas da cidade até chegar aos Paços do Concelho, onde a citada Bandeira foi definitivamente arvorada, no meio de muitos e entusiásticos aplausos e vivas, dispersando depois a população a partir do Largo Alexandre Herculano. Mas ela só se tornou oficialmente o símbolo do Estado Português quando, a 19 de Junho de 1911, a Assembleia Nacional Constituinte, ratificou a decisão governamental e colocou no meio da esfera armilar o escudo ou brasão de armas de Portugal. Seguiu-se, a 30 de Junho, a publicação do respectivo decreto (150) em “Diário do Governo”.
Texto: José Frota
Texto: José Frota
Évora Perdida no Tempo - Bairro do Legado do Operário
Vista parcial do Bairro do Legado do Operário (Zona de Urbanização nº1.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1945 dep. -
Legenda Bairro do Legado do Operário
Cota DFT7147 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Dois soterrados após desabamento de barreira em Évora
Uma barreira de terra desabou esta quarta-feira numa obra perto da Arena d'Évora e duas pessoas ficaram soterradas, tendo uma delas já sido retirada com vida, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.
Segundo o comandante distrital de Évora de Operações de Socorro, José Ribeiro, a barreira de terra caiu por volta das 17h00 numa obra perto da Arena d'Évora e soterrou duas pessoas que se encontravam a trabalhar no local.
Uma das pessoas já foi retirada apenas com ferimentos ligeiros e transportada para o hospital de Évora, disse, referindo que a outra pessoa continua debaixo dos escombros, mas já foi localizada e decorrem os trabalhos de remoção da terra para a retirar.
A operação de socorro já mobilizou a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Évora e sete veículos e 20 elementos dos bombeiros voluntários de Évora e de Viana do Alentejo.
O Bicentenário das Invasões Francesas
A célebre Guerra Peninsular (1807-1814), cuja primeira parte é conhecida como Invasões Francesas a Portugal, sucedeu no início do século XIX, na Península Ibérica, considerando-se o evento mais amplo das Guerras Napoleónicas. Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e França foram os países envolvidos no conflito, e teve mesmo repercussões na independência da América Latina.
Napoleão teve uma tentativa falhada de ocupar Inglaterra e posteriormente, em 1806, optou por criar o Bloqueio Continental com o objectivo de isolar economicamente as ilhas britânicas. Devido à nossa tradicional aliança com Inglaterra, Portugal não cumpriu o decretado por França.
Como estratégia, Napoleão realizou um acordo secreto entre si e Espanha, estabelecido no Tratado de Fontainebleau, a 27 de Outubro de 1807, em que passou a ser possível a passagem de tropas francesas pelo território espanhol para invadir Portugal, a divisão do reino e suas dependências por ambos os signatários.
As tropas francesas alcançaram a fronteira portuguesa, a 20 de Novembro de 1807, não encontrando resistência militar. D. João, o príncipe regente, optou por uma manobra politica, deslocando-se para o Brasil, a bordo de uma larga esquadra naval, protegida por naus britânicas, que na época, em Portugal, foi retratada como a fuga da corte que criou o caos e abandonou riquezas.
Actualmente a historiografia considera que D. João tentou não hostilizar franceses e ingleses devido ao seu grande poderio militar. Quando soube que Napoleão ordenara às tropas francesas o avanço e o derrube da Casa de Bragança, preferiu não ser detido e forçado a uma abdicação formal, mantendo, deste modo, a sua soberania intacta. Por outro lado, ordenou para que os franceses fossem bem recebidos, de forma a evitar massacres.
Os franceses atravessaram o país sem travar qualquer combate, sob o comando do General Jean-Andoche Junot que irá governar o país durante vários meses e colocar franceses nos cargos de relevo, permanecendo o norte e o sul do país ocupado por tropas espanholas.
Todavia, com a tomada de várias cidades do norte de Espanha, por parte de mais tropas francesas e com a colocação no trono de Espanha, do irmão de Napoleão, José Bonaparte, os espanhóis revoltaram-se em várias povoações. A 23 de Maio é proclamada em Sevilha uma Junta Suprema do Governo de Espanha, notícia que chegou rapidamente a Portugal.
Em Portugal, já havia vários apelos à revolta e a 9 de Maio de 1808 o príncipe regente, no Brasil, declarou nulos os tratados de Portugal com a França, e guerra aos franceses e amizade ao seu antigo aliado, a Grã-Bretanha.
Vários são os combates que se dão por Portugal. Dois dias depois do massacre em Évora (29 de Julho de 1808) dá-se o desembarque de tropas inglesas e o fim da primeira invasão francesa.
Ocorreram ainda mais duas invasões de tropas francesas e a guerra em Portugal termina a 5 de Abril de 1811.
O MASSACRE DE ÉVORA (29 de Junho 1808)
Foi com as forças comandadas por Loison, o mítico “Maneta”, do qual derivará a expressão popular “ir pró maneta”, que se deram vários massacres indiscriminados, destacando-se o à cidade de Évora, a terceira do reino, pela violência que aqui se viveu. Esse dia fatídico, foi a 29 de Julho de 1808, na parte da tarde, no qual morreram cerca de mil pessoas, quer em combate, quer em posteriores execuções sumárias.
Junot entregou a Loison uma divisão de seis mil infantes e cinco esquadrões de Cavalaria, enquanto as forças que defendiam a cidade dispunham de poderosos meios de artilharia mas não totalizavam mais de dois mil homens.
A dificuldade para o inimigo foi a de passar a Porta de Alconchel, defendida pelos atiradores que guarneciam a desaparecida capela de Nossa Senhora da Ajuda, edificada sobre a referida porta. Durante uma hora a porta foi defendida, destacando-se a bravura dos monges do Convento dos Remédios.
A seguir, facilmente se deu a mortandade da população.
Escreve Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas, então arcebispo da cidade:
“...no dia fatal de 29 de Julho fomos atacados pelo numeroso exercito de nove para dez mil homens francezes, commandados pelo general em chefe conde do Imperio, Loison, [...] Corri para a minha cathedral e no meio do confuso alarido, do estrondo dos canhões mandei propôr capitulação; [...] Então foi que elles á vista das minhas humilhações e supplicas deram indicios de que mudavam o parecer em que vinham [...]”
A cidade foi totalmente saqueada, perdendo-se o riquíssimo recheio das igrejas, tal como o próprio anel do arcebispo.
Na Catedral, foi hasteada a bandeira francesa na mais alta das três torres e Loison juntamente com os oficiais superiores ficaram nos aposentos do palácio arquiepiscopal.
Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas teve um importante papel, pois evitou uma maior tragédia ao ter conseguido acalmar Loison.
As Lápides Comemorativas são dedicadas ao arcebispo eborense Dom Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas (por proposta do Sr. Vereador António Barata, no ano de 1887)
Texto: José Frota
Texto: José Frota
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