sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Crise não afecta construção do Évora Shopping

A maioria das lojas do Évora Shopping, centro comercial em construção na cidade alentejana e previsto abrir em 2013 já está “pré-comercializada”.
A administração da Imorendimento, promotora do conjunto comercial a que pertence o Évora Shopping afirma que "a comercialização está a ser um grande sucesso, em contra ciclo com o enquadramento geral da economia. Neste momento existe uma pré-comercialização superior a 60 por cento.
As obras do centro comercial arrancaram em agosto passado e neste momento decorrem a fase de "escavações e de construção do parque de estacionamento", estando previsto haver "uma continuidade entre as obras da cave e do edifício".
A abertura do Évora Shopping está prevista para a primavera de 2013 e vai ter cerca de 60 lojas.
A empresa promotora refere que a obra não sofreu qualquer reajustamento devido à actual situação de crise.
O Évora Shopping é um projecto integrado num conjunto comercial mais vasto, com um investimento global de 60 milhões de euros e conta ainda com um ‘stand alone' operado pela marca IZI, em funcionamento, e um retail park já construído e a aguardar abertura.
O retail park, com "três lojas, duas das quais grandes âncoras e um espaço de restauração e lazer" está previsto abrir "entre Outubro e Novembro".
O conjunto comercial vai representar "um forte contributo para a dinamização do tecido económico, social e comercial" de Évora, estando prevista a criação de cerca de 600 postos de trabalho directos, segundo fonte da promotora.

O exemplo de Évora

A rede rodoviária já existente, a rede ferroviária que está ser projectada, o anel de fibra óptica que une os municípios da região e a rede inteligente de electricidade (InovCity) são vantagens competitivas em termos de infra-estruturas. As autoridades, em particular a Câmara de Évora e a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, querem agora atrair empresas e talentos para a região. A Universidade é, por isso, uma arma de desenvolvimento que é necessário potenciar, quer para a formação de novos quadros, quer para desenvolver parcerias com empresas. Mas a Academia também pode ajudar a dinamizar ‘start ups' e ‘spin-offs' em áreas que vão da mecanização da agricultura, às energias renováveis, genética molecular, mecatrónica e química. O Alentejo tem, basicamente, um terço do território nacional e cerca de 5% da população e do emprego nacionais, o que, aliado às condições que estão a ser reunidas em Évora, cria um ambiente propício à atracção de mais pessoas e pólos de desenvolvimento. Já existem diversos quadros espanhóis a residir em Évora e a trabalhar em Espanha e há, pelo menos, uma empresa com cerca de cem ‘designers' que se fixou na cidade e exporta os seus serviços para todo o mundo. Mas ainda há um longo caminho a percorrer. A cidade conta com perto de 2.500 empresas que empregam cerca de 17 mil pessoas e facturam 940 milhões de euros. Évora é, neste momento, um exemplo a seguir e tem condições naturais para crescer muito no futuro próximo. Basta, para isso, que os agentes económicos tomem consciência das condições ali existentes e tomem decisões. Património Mundial da Humanidade, Évora é o exemplo de uma zona com História e tradição que se está a projectar para o futuro.

A agricultura e a Greve Geral de 1912




No início do século XX a agricultura alentejana continuava a manter a estrutura fundiária medieval, caracterizada pelo grande latifúndio. Na imensidão da planície grassavam vastíssimos domínios cujas herdades podiam oscilar entre os 18.000 e 55.000 hectares. Cerca de 94 por cento da área do concelho de Évora era considerada como grande propriedade (acima dos 200 hectares), enquanto a média (30 a 200 hectares) abrangia 5 por cento, sendo a pequena meramente residual. A esmagadora percentagem dos proprietários era absentista, ou seja, residia fora das suas terras, tendo um agente intermediário de sua confiança (feitor) que actuava como seu administrador e contratava os trabalhadores.

Regra geral estes eram contratados nas aldeias, a preços verdadeiramente obscenos, para trabalharem de sol a sol no amanho das terras. E quando se chegava aos meses mais exigentes como os das ceifas, da apanha da azeitona, da tiragem da cortiça ou, em menor escala, recorria-se a gente de outras regiões, que à míngua de trabalho aceitava vir para o Alentejo ganhar mais uns tostões essenciais à sua sobrevivência. 

Ora com a chegada da República foi criado um novo regime laboral, primeiro no aspecto salarial e depois reforçado com a regra do descanso semanal, o que desagradou aos patrões, muitos deles pertencentes à burguesia comercial, que pouco ou nada entendiam de agricultura, mas que, avarentos e visando extrair o maior lucro possível da exploração do trabalho alheio, não se mostraram dispostos a acatar as novas obrigações.

Estava aberto o conflito entre os donos das terras e os trabalhadores rurais em finais de 1911, com o recém-empossado governador civil António Paulino de Andrade a mostrar abertura para promover o diálogo entre ambas as partes, na tentativa de evitar o desencadear duma greve já anunciada que era de todo o interesse não viesse a acontecer. Porém Paulino de Andrade, face à firme defesa dos assalariados na manutenção dos princípios estabelecidos e acordados, abandona a posição de neutralidade e coloca-se ao lado dos terratenentes.

Para evitar que os assalariados se reunam manda encerrar a Associação dos Trabalhadores Rurais (criada no ano anterior) e fechar as portas de todas as outras Associações de Classe concelhias e distritais sob a ameaça de descargas da Guarda Nacional Republicana. Os revoltosos encontram-se nos campos enquanto as forças militares e paramilitares cercam a cidade para lhes impedir o acesso. A partir deste momento todas as associações operárias da cidade e do distrito proclamam a Greve Geral a 13 de Janeiro de 1912 e cerca de 20.000 trabalhadores, de ambos os sexos e proveniências várias, dirigem-se para Évora tentando entrar na cidade, o que conseguem sem grande dificuldade, não obstante as barreiras e os obstáculos levantados.

Nos dias seguintes, o governador civil, impotente para evitar pacificamente o galopante desenrolar dos acontecimentos, ordena a prisão dos principais organizadores e dinamizadores do movimento, o que contribui para inflamar definitivamente a situação. No dia 24 sucede o inevitável - grevistas e uma patrulha da G.N.R. entram em acesa discussão em plena rua, da qual vem a resultar um morto e vários feridos entre os primeiros. Indiscriminadamente, as forças da autoridade mandaram para os calabouços inocentes que tiveram o azar de estar no local errado à hora errada, dado que nesse dia a cidade fervilhava de pessoas. Tendo em conta o rumo dos acontecimentos e entendendo que devia prestar um esclarecimento público o governo faz chegar à imprensa a seguinte nota oficiosa que de seguida se respiga na íntegra do extinto jornal “O Século”:
«O delegado do Governo, Sr. Inocêncio Camacho, deputado por Évora, expôs ao governo a situação actual do distrito, com a história dos acontecimentos dos últimos dias. 
O pretexto para o movimento foi, de facto, a falta, por parte de certos lavradores, dos compromissos que entre si tinham tomado sobre preços de alguns trabalhos de campo. O movimento que daqui resultou foi imediatamente explorado por elementos reaccionários, alguns anarquistas e pelos adversários pessoais do sr. governador civil. Os elementos anarquistas apoderaram-se das associações e nelas incitavam ao assassínio, ao saque e à destruição das propriedades, o que obrigou a autoridade a encerrá-las, no estrito cumprimento da lei.
Nos campos, vários bandos de gente, armados com espingardas, percorriam as propriedades, obrigando os
trabalhadores a segui-los à força. Esses bandos, apurouse que eram constituídos por criados de reconhecidos reaccionários, de mistura com anarquistas. Incitavam os trabalhadores a marchar sobre Évora dizendo-lhes que Paiva Couceiro lhes faria pagar 600 réis por dia. Preparou-se de facto a marcha sobre Évora e o assalto à cidade, que se deveria efectuar no dia em que se deram os conflitos com a força armada. O governador civil tomou, de acordo com autoridades militares, as providências necessárias, evitando a entrada dos bandos na cidade, localizando, portanto, o conflito à praça em que têm a sua sede as associações. Vários dos prédios dessa praça estavam ocupadas por gente armada, que atirou sobre a guarda republicana, a qual só usou das armas de fogo depois de haver feridos nas suas filas. Os desordeiros foram empurrados para fora da cidade pela cavalaria, restabelecendo-se imediatamente o silêncio.
Os agitadores tinham persuadido as gentes dos campos de que poderiam saquear a cidade, porque o exército estava com eles. Disso foi prova evidente a manobra das mulheres do campo, que em chusma se dirigiram aos quartéis. Logo que se deu o conflito, a convidar os soldados a cumprir a sua palavra.
É absolutamente falso que os bandos de grevistas se tenham refugiado no campos, defendendo-se a tiro das forças. A verdade é que os trabalhadores logo que reconheceram que tinham sido enganados se revoltaram contra os dirigentes e contra aqueles que, na sua própria expressão, os tinham prendido para a greve!
Tanto a cidade como os campos em torno estão actualmente em completo sossego. Os trabalhadores voltaram para as suas ocupações: os lavradores que se tinham esquivado aos seus compromissos, voltando tudo à normalidade. Dos presos foram soltos aqueles acerca dos quais se não reconheceu responsabilidades de provocação ao movimento sendo os restantes entregues ao poder judicial.»

 Esta nota oficiosa, tida como «prenhe de mentiras», foi muito mal recebida na Casa Sindical de Lisboa (Federação Anarco-Sindicalista) onde já se preparava um movimento de solidariedade de grande dimensão para com os trabalhadores rurais eborenses. O resultado foi a convocação para o dia 28 de uma Greve Geral em apoio dos assalariados agrícolas que, começando em Lisboa, se estendeu a Setúbal, Almada, Montijo e Moita, numa adesão quase total. Na noite de 29 e todo o dia 30 há confrontos violentos com a Polícia, a GNR e a Guarda Fiscal que provocam a morte de vários contestatários e ferimentos em muitos outros. Contudo os activistas não desistem e prometem ripostar armando-se também. Alarmado, o governo decreta o estado de sítio, «suspende as garantias constitucionais» e entrega a cidade ao Comando Militar. Entretanto os rurais eborenses terminam a greve, depois de obtidas as suas reivindicações salariais, reabertas as sedes das associações de classe e libertos os detidos. Apesar disso, a 31, na capital, os grevistas continuam a ser perseguidos visando-se uma punição exemplar. 

Elementos da GNR e da Policia cercam a Casa Sindical e exigem a total evacuação do edifício sob a ameaça de duas peças de artilharia. Os sitiados, em quantidade superior a 600 contando homens e mulheres abandonam o prédio sem oferecer resistência e são imediatamente detidos e transportados para os navios Pero de Alencar e Fragata D. Fernando de onde os dirigentes mais destacados serão deportados para África. Este episódio veio marcar o início dos desencontros entre a República e o movimento operário.

Texto: José Frota 

A Sé de Évora

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Associação Humana distinguiu município de Évora

A Associação Humana Portugal entregou esta semana os Prémios de Reciclagem Têxtil 2010 às empresas e municípios portugueses cujas populações mais contribuíram com a entrega de roupas e calçado em segunda mão, tendo Évora sido uma das distinguidas.

O prémio, que consistiu num diploma e numa escultura em pedra produzida por artesãos africanos, foi recebido no dia 22 de Setembro (o Humana Day) pela Vereadora Cláudia Sousa Pereira, em representação do município de Évora, e é o reconhecimento do empenho da população na recolha e entrega de roupa e calçado em bom estado nos diversos contentores que a Associação Humana tem colocados em vários locais da cidade.

“A atribuição deste galardão é o reconhecimento ao gesto dos munícipes que quando se disponibilizam meios para darem, têm todo o gosto em contribuírem para uma estrutura que beneficia não só os seus vizinhos, mas gente que está do outro lado do mundo e que também necessita que outros países ajudem, pois eles ainda têm mais dificuldades que nós”, salientou a Vereadora Cláudia Sousa Pereira.

Um gesto “de pessoa para pessoa”, que a Vereadora reconhece, com satisfação, que “tem uma boa finalidade e contribui para alguém no mundo viver em melhores condições”, incentivando a população a prosseguir neste caminho de solidariedade.

Foram contemplados em 2010, na categoria de Municípios, para além de Évora (o município com mais de 10 mil habitantes com maior recolha de quilos por habitante); Benavente (município até 10 mil habitantes com maior recolha de quilos por habitante) e Vila Franca de Xira (com o maior número total de quilos recolhidos). Na categoria de Privados, o prémio foi para a empresa E. Leclerc Amora (Seixal).

Sílvia Martins, gerente de produção, explica como são atribuídas estas distinções: “ Nós todas as semanas fazemos uma estatística dos quilos recolhidos em cada município e em 2010 verificámos que Évora foi o município com mais de dez mil habitantes que recolheu maior número de quilos e, por isso, temos todo o prazer em ter aqui hoje a representante de Évora para receber este galardão e para agradecermos toda a atenção que os habitantes de Évora têm dado ao nosso projecto, pois já há muito tempo que Évora é um dos melhores municípios na recolha de roupa”.

Esta entrega de galardões decorreu na loja Humana (Av. Almirante Reis, 26 –A) em Lisboa, onde funciona também uma das três lojas de roupa em segunda mão que a associação possui em Lisboa e que apresenta um movimento significativo de pessoas que encontram ali vestuário moderno, em muito bom estado e a preços acessíveis.

A Associação Humana nasceu na Dinamarca, existe em mais de 60 países e tem como objectivo a ajuda humanitária internacional em países e comunidades em vias de desenvolvimento. Para conhecer melhor esta associação e o meritório trabalho que dinamiza, vale a pena ir à internet consultar a sua página em www.humana-portugal.org

Cristina Marques, promotora da associação, explicou, à margem da cerimónia, que a Humana está em Portugal há 12 anos, envolvida na reciclagem têxtil destinada a angariar fundos para projectos de desenvolvimento em África, tendo actualmente projectos em Moçambique, Angola e Guiné-Bissau. Os projectos são nas áreas da educação; agricultura e desenvolvimento rural; comunidade e desenvolvimento; prevenção de doenças transmissíveis; e assistência e emergência.

“Nós recolhemos a roupa e calçado usado de contentores da Humana que existem desde Caldas da Rainha até Évora e neste momento estamos a pensar na expansão mais a norte, para Coimbra, e depois iremos chegar ao norte”, afirma Cristina Marques, explicando como se processa o trabalho:” Recolhemos as roupas em carrinhas ou num camião que os motoristas trazem para o armazém. Uma parte da roupa é enviada para África, para os projectos de desenvolvimento, e a outra parte, fica aqui para pagar a nossa logística”.

Têm também de pagar salários resultantes dos empregos que criam, tanto em Portugal, onde têm 34 empregados, como em África, às pessoas envolvidas na dinamização dos projectos, nomeadamente professores, porque a Humana Portugal não recebe quaisquer verbas, nem do Estado português, nem dos Estados africanos, apesar de eles lhes facilitarem toda a entrada da roupa.

Neste momento, são recolhidas mais ou menos 17 toneladas por dia e à volta de 70 a 80 toneladas por semana. Se houver casos de emergência ou assistência, (caso de alguma catástrofe como foi por exemplo a da Madeira), uma parte daquela que vai para África será canalizada para tal, sendo a outra parte destinada aos projectos.

Évora Perdida no Tempo - Fachada da Caixa Geral de Depósitos

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955 dep. -
Legenda Fachada da caixa Geral de Depósitos
Cota DFT5144 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bikévora 2011: Passeio da Família dia 5 de Outubro

Está agendado para o próximo dia 5 de Outubro, feriado nacional, mais uma edição do Passeio da Família do Bikévora, um evento da Câmara Municipal de Évora dedicado à bicicleta.

As inscrições para o Passeio da Família já estão a decorrer em http://bikevora.cm-evora.pt/ havendo várias modalidades de ingresso – há diversos modelos de bicicletas e de capacetes disponíveis. Como novidade deste ano, há a registar o lançamento do livro “Volta a Portugal em Bicicleta” de Ana Santos, que será apresentado no dia 4 de Outubro pelas 18h00, no Palácio de D. Manuel, pelo ex-ciclista Marco Chagas.

A autora e o ex-ciclista participarão no dia seguinte no Passeio da Família que é apadrinhado por este último. Todos os participantes no Passeio da Família concorrem a mais de 130 prémios que serão sorteados e que foram gentilmente cedidos pelos diversos patrocinadores.

Évora Perdida no Tempo - Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro


Cerimónia de recepção ao Arcebispo Dom Manuel Trindade Salgueiro, no largo da Sé.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955-10-16 -
Legenda Recepção ao Arcebispo D. Manuel T. Salgueiro
Cota DFT3157 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Aqui há Baile, entre 29/9 a 01/10

Em Portugal, os séc. XIX e XX trouxeram o "progresso": os grandes e rápidos meios de comunicação, e um lugar na chamada aldeia global. Concomitantes com as alterações sociais, foram-se perdendo as funcionalidades de actividades lúdicas como as danças. No "Aqui há baile", propõe-se um novo contexto para a continuidade de algumas danças. Com ênfase no Alentejo, mas sempre em confronto com outras práticas, neste caso, que nos chegam da Galiza.
O programa conta com oficinas de dança do alentejo, o baile dos corpos extraordinários, espectáculo com a Cia. Nova Galega da Dança, oficinas de dança para crianças.
Pretende-se criar um espaço para a divulgação e salvaguarda do património tocado e dançado português, num contexto de desenvolvimento integrado de regiões deprimidas mas com elevado potencial de vida própria.
A apreciação das danças portuguesas e das formas renovadas de as contextualizar nos nossos dias terá tanto mais relevância quanto mais se confrontar com o panorama internacional que trabalha estas mesmas danças de raiz popular. Assim, o carácter internacional mantém-se presente neste evento, tal como em outros eventos da PédeXumbo.
Apesar do devir dos tempos, existe cada vez mais um público interessado em conhecer os repertórios da nossa dança e música tradicionais, bailadores e tocadores, muitos deles bastante jovens, que insistem em não deixar desaparecer nem “museificar” as danças e músicas regionais. Para além destes, professores, animadores culturais, membros de grupos etnográficos, e enfim, curiosos da dança e música em geral, poderão encontrar no Aqui Há Baile um espaço privilegiado de partilha de saberes e experiências, onde poderão variar ou complementar a sua formação.
Do livro Campo Maior, Cantar e bailar as saias de Francisco Galego. O texto aqui mencionado é de José da Silva Picão, lavrador de profissão e natural de Santa Eulália, aldeia do concelho de Elvas.
“Os Bailes - Os genuinamente populares, conhecidos por balhos de candeia e de porta aberta, consistem em diversos bailados ao som do cante dos rapazes e raparigas, com acompanhamento do indispensável pandeiro e das castanholas, em certos casos. Para variar, também dançam polcas, mazurcas, valsas e contradanças, ao toque de guitarra ou de harmónio, o que depende se apareça tocador que se ofereça, ou se preste a tocar mediante pedido e oferta de beberetes, em advertimentos vulgares de gente pobre, que se remedeia e até prefere, a cantoria ao toque.
Figurando no balho pessoal sabedor, entra-se por tudo o que se conhece de antigo e moderno, desde os fandangos e a pombinha branca ai Dom Solidom, até à contradança marcada .... à francesa, em termos estropiados.
Mas o que toma mais tempo são as “saias”, com as voltas correspondentes, ao som de cantigas e do pandeiro, acompanhadas por estalos sonoros dos bailadores, com os dedos polegares e os máximos, das mãos.
As “saias” nada têm de gracioso nem difícil, mas agradam de preferência por ser o género que melhor se quadra às cantorias de predilecção popular. É aí que os cantadores afamados exibem as suas faculdades vocais e poéticas, que embasbacam os ouvintes apreciadores. Ao mesmo tempo, a simplicidade do bailado permite o acesso dos menos entendidos, dando lugar a que se divirtam, saibam ou não”.
Porque a dança pertence ao terreiro, porque hoje em dia novas vivências voltaram a dar espaço nas nossas vidas a esses repertórios quase esquecidos (saias, contradanças, mazurcas e fandangos), este projecto pretende criar condições para o encontro informal entre quem dança e quem está desejoso de dançar. Deste contacto espera-se uma renovação e um novo estímulo para os saberes, tanto de quem toca, como de quem dança. Em Portugal existem velhos e novos bailadores e tocadores de instrumentos tradicionais, possuidores de um vasto repertório de músicas tradicionais para dança, mas que, fora do contexto dos ranchos folclóricos, têm alguma dificuldade em arranjar enquadramento para esse saber. No Aqui Há Baile esses saberes poderão ganhar renovada vida.


PROGRAMA

QUINTA-FEIRA, 29 SETEMBRO
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21.30h // Baile dos CORPOS EXTRAORDINARIOS
Teatro Garcia de Resende

23.00h // Caderno de Danças do Alentejo Sergio Cobos & Convidados
Espaço Celeiros


SEXTA-FEIRA, 30 SETEMBRO
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10.00h // Formação “Animação com Dança Tradicional”. Formador: Mercedes Prieto
Espaço Celeiros

16.00h // Visita guiada por Évora. Tema: Évora Medieval
Ponto de encontro no posto de Turismo.
A visita finalizará no espaço dos Celeiros para iniciar a aula de danças do alentejo.

17.30h // Lengas-Lengas Dançadas, orientado por Grupo Coral Feminino de Viana do Alentejo
Espaço Celeiros

19.00h // Danças do Chipre, orientado por Panayiotis Theodorou
Espaço Celeiros [a confirmar]

21.30h // TRADICCIÓN _ Nova Galega De Dança
Teatro Garcia de Resende

23.00h // EXPERIMENTAR NA M'INCOMODA
Espaço Celeiros


SÁBADO, 1 OUTUBRO
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10.00h // Formação “Animação de Bailes”. Formador: Mercedes Prieto
Espaço Celeiros

11.00h // Oficina de Danças Portuguesas para Familias, orientado por Ana Silvestre
(espaço por confirmar)

16.00h // Oficina de Danças Portuguesas, orientado por Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, GEFAC
Espaço Celeiros

18.00h // Oficina de Danças do Alentejo – Demonstração do Varapau, orientado por Rancho Folclórico do Cano - Sousel
Espaço Celeiros

21.30h // VOCÊ ESTÁ AQUI _ GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra)
Teatro Garcia de Resende

23.00h // ENCONTROS DE MÚSICA E DANÇA (aberto à improvisação, convite a todos os músicos e dançadores)
Espaço Celeiros

Évora Perdida no Tempo - Claustro do Convento de S. Bento de Cástris

Autor David Freitas
Data Fotografia 1957 - 1970
Legenda Claustro do Convento de S. Bento de Cástris
Cota DFT335 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 25 de setembro de 2011

Colocador de Vidros - Évora

Adecco Recursos Humanos, líder mundial em Recursos Humanos recruta para prestigiada empresa sua cliente:

COLOCADOR DE VIDROS - ÉVORA

Requisitos:

- Imagem cuidada;

- 9º Ano de escolaridade;

- Elevado sentido de responsabilidade e comunicação;

- Gosto pelo trabalho em equipa;

- Disponibilidade imediata;

- Carta de condução - FACTOR ELIMINATÓRIO.


Caso esteja interessado(a) nesta oferta de emprego, envie-nos o seu CV actualizado, indicando no assunto o título do anúncio em questão, para claudia.alegria@adecco.com .

Apenas serão consideradas válidas as candidaturas que correspondam ao perfil pretendido.