segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Setembro, dias 25 e 26, Música para Bebés – “AliBaBach” pela Companhia de Música Teatral

Música para Bebés – “AliBaBach” – Workshop/Concerto pela Companhia de Música Teatral, de Lisboa - Maria Helena Rodrigues, Paulo Rodrigues, Jorge Leal e outros.

Local: Teatro Garcia de Resende


AliBaBach é uma experiência participativa para pais e bebés que explora o universo de J.S. Bach como elemento de mediação para a comunicação musical entre adultos e crianças muito pequenas. É a primeira acção do projecto “The HandyBach Project”, um laboratório conceptual que visa desenvolver estratégias criativas para uma aproximação à Música através da re-invenção musical e teatral da música de Bach. AliBaBach fundamenta-se na vasta experiência da CMT em projectos com ou para bebés, como BebéBabá, BebéPlimPlim ou Andakibébé, em que se expõem os bebés a estímulos musicais ricos e contrastantes, a elementos basilares da construção do discurso musical e da sua compreensão (como padrões melódicos e rítmicos), e em que se promovem interações e a comunicação entre pais e bebés através de jogos baseados em elementos musicais. Em AliBaBach dá-se primazia a elementos, excertos e temas da vasta obra de Bach, desvendam-se alguns dos seus segredos e criam-se pistas para futuras descobertas, mas sobretudo faz-se uma festa à Música aos Pais e aos Bebés.

Ficha Artística:
Concepção: Companhia de Música Teatral;
Música, Texto e Direcção Artística: Paulo Maria Rodrigues;
Cenografia e Figurinhos: Companhia de Música Teatral:
Intérpretes: Helena Rodrigues, Jorge Leal e Paulo Maria Rodrigues;
Direcção de produção: orge Leal;
Agradecimentos: Johann Sebastian Bach

A Companhia de Música Teatral (CMT) explora a Música como ponto de partida para a interacção entre várias técnicas e linguagens de comunicação artística dentro de uma estética que vai da “música cénica” ao “teatro-musical”. Em 1994 Helena Rodrigues introduzia em Portugal as ideias de Edwin Gordon sobre aprendizagem musical a partir das quais rapidamente iniciava o seu próprio percurso de trabalho com bebés e crianças. Paralelamente, Paulo Rodrigues desenvolvia em Londres, projectos com crianças que combinavam Música, Teatro e Dança. A CMT tem desenvolvido um trabalho pioneiro de articulação entre a investigação académica, a produção artística, a criação tecnológica, o envolvimento da comunidade e a divulgação para o público de ideias recentes sobre a importância da experiência musical em especial nas idades mais precoces. Este trabalho concretiza-se sob formas muito diversas como Espectáculos, Workshops, Projectos Educativos ou Edições. O trabalho pioneiro desenvolvido para e com crianças tem tido especial relevância pela sua originalidade estética, pela solidez da fundamentação científica e também pela calorosa recepção do público em geral um pouco por todo o país, incluíndo algumas das salas mais importantes, e mais recentemente também no estrangeiro.

Helena Rodrigues concluiu o Curso Superior de Piano no Conservatório de Música do Porto e o Doutoramento em Psicologia na Universidade de Coimbra. Fez ainda formação nas áreas de Expressão Dramática, do Canto, da Pedagogia e da Psicologia da Música. Tem uma vasta experiência de ensino, tendo orientado diversas acções de formação, apresentado comunicações e publicado vários trabalhos no âmbito da Pedagogia Musical e da Psicologia da Música. Membro fundador da Companhia de Música Teatral tem participado na concepção e interpretação das obras apresentadas por este grupo. Actualmente é a directora artística da Companhia de Música Teatral.

Jorge Leal é licenciado em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, tendo paralelamente efectuado estudos musicais na Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa. Foi membro do Coro de Câmara de Lisboa durante mais de vinte anos. Nessa qualidade, realizou concertos em Portugal e inúmeros países. Exercendo a sua actividade profissional como gestor de empresas, encontra-se ligado há longos anos à gestão de associações culturais. Membro-fundador da Companhia de Música Teatral concebeu o grafismo de vários dos seus materiais e participou como intérprete em produções como O Gato das Notas, Andakibebé e BebéBabá. Paulo Maria Rodrigues é doutorado em Bioquímica e Genética Aplicada pela Universidade de East Anglia. Estudou Composição e Canto na Escola de Música do Conservatório Nacional e realizou uma Pós-graduação em Ópera na Royal Academy of Music em Londres. Nesta cidade, aprofundou também o estudo da composição com Rolf Gehlhaar. Como compositor, tem concebido e liderado vários projectos multidisciplinares e de música cénica, entre os quais O Gigante Adamastor, Spidaranha, O Gato das Notas, Uma Prenda Para Eugénio de Andrade, As Cidades e a Serra, BebéBabá, Andakibébé, Morte e Nascimento de Uma Flor. Fundou a Companhia de Música Teatral, sendo o seu compositor residente.Tem devotado especial atenção ao trabalho com e para crianças e dedicado um interesse crescente à criação artística multidisciplinar com recurso à tecnologia. Tem promovido o diálogo entre Arte, Ciência e Tecnologia em projectos vários como exposições, instalações e espaços lúdicos. É actualmente Professor Auxiliar no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro.

domingo, 22 de agosto de 2010

Entidade Pública admite Engenheiro Electromecânico (AVAC) -Évora

Engenheiro Electromecânico (AVAC)

Évora (M/F)

Empresa Pública necessita de reforçar a Área de Instalações Técnicas da Delegação Sul para fazer face ao crescimento da sua actividade no âmbito de Projectos de Engenharia e Obras de infra-estruturas, com a admissão de um Técnico de Electromecânica.

Descrição da Função:

Integrado numa Coordenação/Direcção de Projectos, terá como principais responsabilidades e actividades:
•Acompanhamento dos projectistas na fase de elaboração do projecto;
•Acompanhamento da fase de execução da obra de forma a garantir o cumprimento do projecto, prazos e custos estabelecidos para cada intervenção;
•Criar condições para uma correcta exploração das instalações técnicas dos edifícios de acordo com os objectivos gerais;
•Promover a comunicação entre os vários órgãos internos e consultores de projecto;


Perfil do Candidato:

•Licenciatura em Engª Electrotécnica ou Eng.ª Mecânica;
•Experiência mínima de 5 anos (Projecto/ Obra/ Fiscalização/Edifícios), na vertente de Instalações Especiais (AVAC; Electricidade, Telecomunicações);
•Bons conhecimentos de informática na óptica do utilizador;
•Sentido de Responsabilidade, Organização, Capacidade de Comunicação e de Relacionamento Interpessoal;
•Disponibilidade para deslocações dentro do país;
•Disponibilidade para entrada imediata

Excelente oportunidade de integração numa organização dinâmica e sólida, que proporciona projecto de desenvolvimento pessoal e profissional.
Os candidatos que se identifiquem com a função e o perfil pretendido deverão enviar o curriculum vitae detalhado com fotografia para o endereço de e-mail rhrecrutamento@live.com , indicando a Refª TE/E/2010 no prazo de uma semana.

Só serão contactados os candidatos seleccionados para entrevista.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dizem por aí ...

...que o Festival Alentejo 2010 ficou abaixo das expectativas relativamente à presença de público. Os promotores do evento esperavam entre 20 a 25 mil pessoas e só apareceram entre 7 a 9 mil. A qualidade dos espectáculos e a produção estiveram acima das expectativas mas o público não aderiu, talvez devido à data em que o evento decorreu ou talvez devido à fraca divulgação do festival nos meios de comunicação nacionais e regionais. Mas apesar de tudo isto já está em preparação a edição do Festival Alentejo 2011.

Cinema em Évora de 19 a 25 de Agosto de 2010 - 18h00 e 21h30

SHREK PARA SEMPRE

De 19 a 25 de Agosto - 18h00 e 21h30

De: Mike Mitchell
Género: Animação, Comédia
Classificacao: M/6
EUA, 2010, Cores, 93 min.

Depois de alguns anos a viver a etapa do "felizes para sempre", as pressões da rotina, os filhos e todas as complicações próprias de uma família numerosa levam Shrek (voz de Mike Myers), numa espécie de crise de identidade, a pôr em causa as suas opções e a questionar se não seria mais feliz nos tempos em que era um ogre malcheiroso, de mau feitio e... solteiro.
* Dia 24 apenas às 18h00

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Évora Perdida no Tempo - Solar dos Cogominhos, na Torre de Coelheiros


Autor José António Barbosa
Data Fotografia 1904 ant. 
Legenda Solar dos Cogominhos, na Torre de Coelheiros
Cota GPE0286 - Propriedade Grupo Pró-Évora

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dizem por aí ...

... que o edifício do antigo Centro Comercial Eborim vai ser posto à venda pela Caixa Geral de Depósitos a partir do último trimestre de 2010. 

Oficina de Instrumentos Pré-Históricos



Descrição
Curso de arqueologia experimental baseado na construção de tambores pré-históricos sobre o modelo das cerâmicas sem fundo calcolíticas (3200-2100) encontradas na Europa. No último dia é realizada uma sessão musical com o recurso aos tambores construídos no decurso da oficina.


Céramiques sans fond et tambours préhistoriques: reconstitutions et interprétation

Local e data
Local: Fundação Eugénio de Almeida
Período: De 6 a 10 de Setembro de 2010


Objectivos
• Introdução à Organologia (ciência dedicada aos instrumentos musicais).
• Esclarecer os participantes sobre a utilização e concepção dos instrumentos pré-históricos.
• Levar os participantes a aplicar os conhecimentos adquiridos com a construção de tambores.
• Transmitir conhecimentos de arqueo-musicologia e consciencializar sobre a dimensão criativa, musical e metafísica (no sentido abstracto) dos seres humanos pré-históricos.
• Fomentar actividades ao ar livre e de índole ecológica.
• Promover a criatividade e expressividade artística.
Público-Alvo
• Público com idades a partir dos 14 anos.
• Direccionado especialmente para jovens e adultos que desejem aprofundar os seus conhecimentos em música, arqueologia, história, cerâmica e expressão artística.
• O curso funciona com um número mínimo de 10 participantes.


Estrutura
1. Introdução à Organologia.
2. Introdução Teórica à Arqueologia Experimental.
3. A criatividade musical dos seres humanos pré-históricos.
4. Técnicas de construção de tambores (teórica e prática).
5. Expressão Artística.
Carga horária e duração
• 41 horas (7h30 diárias x 5 dias | 3h30 no último dia).

Horários:
• 15h00/19h00 e 20h00/22h30 (de 6 a 10 de Setembro).
• 9h30/13h00 (dia por confirmar).

Formadores
François Moser
Depois dos estudos superiores na área da geologia, François Moser foi durante cerca de trinta anos conservador de um museu e responsável pela animação. Neste momento está retirado e dedica boa parte do seu tempo à reconstituição de técnicas esquecidas e à restituição de instrumentos musicais em terra, osso e madeira. Além disso, dedica-se igualmente à transmissão de conhecimentos em oficinas e eventos didácticos dirigidos à população escolar e ao público interessado nessas técnicas. É responsável pela associação Otzial que se dedica à promoção da arquologia experimental e é também membro da APEMUTAM (associação para o estudo da música e das técnicas na arte medieval).
www.francois-moser.instrumentsmedievaux.org


Patrícia Bastos
Patrícia Lopes Bastos, Doutora em Música pela Universidade de Aveiro, tem realizado concertos e conferências em Portugal e no estrangeiro, como pianista e organologista, e é autora de obras publicadas. Os seus principais interesses recaem sobre a música portuguesa para tecla do século XVIII em diante (obras, compositores e intérpretes), sobre a evolução histórica dos instrumentos de tecla (construção, utilização e influência) e sobre todas as áreas relacionadas com Organologia, nomeadamente arqueologia experimental. Preparou o Guia de Catalogação e Descrição Analítica de Instrumentos Musicais como base de apoio para o projecto que organiza de uma Base de Dados de Instrumentos Musicais existentes em Portugal (através da Associação Nacional de Instrumentos Musicais – Animusic – da qual é Presidente), ao mesmo tempo que desenvolve um projecto de pós-doutoramento em Organologia e Museologia apoiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Pertence, como investigadora, à Unidade de Investigação em Música e Musicologia (UniMeM) da Universidade de Évora.


Eduardo Lopes
Eduardo Lopes efectuou estudos de bateria jazz e percussão clássica no Conservatório de Roterdão (Holanda). Licenciou-se com a mais alta distinção (Suma Cum Laude) em Instrumento e Composição na Berklee College of Music (EUA). É Doutorado em Teoria da Música pela Universidade de Southampton (Reino Unido). Durante a sua carreira académica e artística tem recebido inúmeros prémios e bolsas de estudo de instituições portuguesas e estrangeiras. Para além de manter uma actividade significativa como músico de estúdio, é frequentemente requisitado para leccionar classes de aperfeiçoamento nas mais variadas instituições culturais do País. A nível científico tem trabalho de investigação em parceria com o INESC-ID/Instituto Superior Técnico na área da Música e Computadores. Tem como principais áreas de investigação os Estudos Performativos (Instrumento), Música do Século XX, Teoria da Música e Rítmica e Métrica Musical.

Organização
SHE / Animusic (organização pedagógica)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Évora Perdida no Tempo - Praça do Giraldo



Autor José António Barbosa
Data Fotografia 1894 - 1906
Legenda Praça do Giraldo (topo Norte)
Cota GPE0325 - Propriedade Grupo Pró-Évora

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dizem por aí ...

... que a Polícia de Segurança Pública de Évora vai sair do local onde está e ter novas instalações na urbanização que está a ser construída perto do antigo Magistério Primário (pertencente à Universidade de Évora)  muito perto do local onde está actualmente. A PSP irá pagar 25 mil euros mensais pelo aluguer do espaço e as obras ficarão concluídas até ao final de 2010. 

À Noite nas Piscinas ...



Link: À Noite nas Piscinas ...

domingo, 15 de agosto de 2010

Web Designer- ÉVORA

Digital Works, Empresa na área das Novas Tecnologias de Programação e Multimédia, com sede na região de Évora, pretende reforçar a sua equipa com a integração de um Webdesigner

Temos como missão apoiar agências criativas e de comunicação a produzir as suas ideias em projectos na área digital, com qualidade e rigor no cumprimento de prazos e como referência pela qualidade e inovação dos nossos serviços no mercado Ibérico.

Webdesigner
ÉVORA

Reportando ao Director de Desenvolvimento, terá como responsabilidades o desempenho de funções ao nível desenvolvimento de Webdesign.

Skills Técnicos

•Licenciatura ou mestrado em Design, Multimédia ou equivalentes;
•Experiência comprovada de desenvolvimento de projectos em WebDesign.
•Conhecimentos sólidos em HTML e CSS.
•Conhecimentos sólidos em aplicações Adobe CS Master.
•Capacidade criativa e inovadora.
•Boa capacidade de Organização e trabalho em equipa.
•Boas capacidades de análise e comunicação.

Skills Comportamentais

Boa capacidade de Organização e Trabalho em Equipa.
Boas capacidades de análise.
Fortes Skills de relacionamento interpessoal e de comunicação.
Orientado a objectivos e rigor no cumprimento de prazos.
Capacidade para lidar com situações de stress e timmings apertados.
Capacidade de inovação e a par das novas tendências na área.

Zona Residência

•Évora ou Zonas Limítrofes- Obrigatório

Envie o seu CV actualizado e o seu portfólio para deprh@digitalwks.com, indicando a referência 04 10- Webdesigner. As respostas consideradas serão contactadas num prazo de 5 dias úteis.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O painel necrológico da Praça do Giraldo

Em Évora, ao contrário do que acontece no resto do país, a morte não é um acontecimento tabu que envolve apenas uns quantos elementos da família e amigos íntimos de quem parte desta para melhor. Em Évora, a morte é denunciada na praça pública, através de um ‘placard’ existente na Praça do Giraldo, o qual dá notoriedade mesmo àqueles que nunca a tiveram em vida. Ali todos são lembrados, para que ninguém possa dizer que daquele passadio não teve notícia. Um perfil, que foi vagamente familiar, adquire a dimensão que lhe é atribuída pela divulgação dos dados biográficos inscritos neste obituário público. Não se privam os eborenses de tecer comentários sobre a personalidade do desaparecido e das causas que o vitimaram. Uns merecem exclamações de condoída simpatia, enquanto outros mais não recebem do que uma apressada e indiferente leitura.

O ‘placard’ não nasceu, porém, com esse fim e tem uma história que muitos dos actuais eborenses desconhecem por completo. Foi ali colocado pelo extinto jornal “O Século” no ano de 1937, no âmbito de uma acção de distribuição de painéis idênticos pelas principais cidades e vilas do país, com o objectivo de apresentar diariamente, por antecipação, sínteses das notícias mais importantes que sairiam na edição do dia seguinte. Pretendia com isto a administração do matutino lisboeta interessar os leitores na aquisição do diário. Assim sendo, os correspondentes nas respectivas terras recebiam, ao final da tarde, um telegrama com o resumo das notícias de maior relevo e afixavam-no no “placard”. A ideia vingou e, como era desejado, as vendas aumentaram sobremaneira na chamada província. Em Évora, há ainda quem se recorde que, pela hora da saída dos empregos, muita gente se aglomerava junto do jornal de parede de “O Século” para saber as últimas novas sobre a Guerra Civil de Espanha. Foi, aliás, pelo mesmo meio que a cidade soube do começo e do termo da Segunda Guerra Mundial.

Mas nem só de guerras tratava o ‘placard’. Os grandes acontecimentos desportivos e os resultados da extracção da Lotaria Nacional eram outros dos assuntos de leitura obrigatória. Mesmo assim, faltava-lhes ali a informação veiculada pela imprensa local: a necrologia. Tanta foi a pressão exercida nesse sentido pela população que, a partir dos anos 40, aos fins-de-semana lá começaram a aparecer, em forma de complemento noticioso, os nomes dos conterrâneos desaparecidos. Uma conquista que acabaria por institucionalizar uma iniciativa, em princípio de carácter efémero. Apesar de toda a eficácia da censura do regime salazarista, «os jornais de parede» foram muitas vezes, pólos de subversão. Como as sínteses informativas eram redigidas e enviadas para os correspondentes antes da ida das provas dos jornais ao ‘lápis azul’ dos coronéis, a província tinha conhecimento de notícias de que os grandes centros ficavam privados. 


A distracção dos coronéis não foi tão longa quanto muitos desejavam. A seguir ao final da Segunda Guerra Mundial, os serviços de censura proibiram a afixação das sinopses prévias das edições. Desta medida resultou a desactivação deste tipo de painéis em todo o país, à excepção de Évora. As notícias de necrologia, agora diariamente incluídas no jornal de parede, foram o argumento utilizado para convencer as autoridades censórias da necessidade de preservar o painel na Praça. Uma vitória que comportava alguns riscos para o correspondente (Aníbal Queiroga), o qual ficava com a responsabilidade de, além da necrologia, apenas fornecer informações desportivas e o calendário das festas e romarias do concelho. À menor infracção a estas regras o ‘placard’ seria extinto e ao correspondente levantado um processo disciplinar e outro de natureza criminal. A manutenção do painel não foi pacífica nas duas décadas seguintes. Acontecia que tanto o Queiroga pai como depois o filho, além de correspondentes de “ O Século” eram proprietários da «Democracia do Sul», um jornal regional republicano de oposição ao regime. 


Os elementos situacionistas locais não descuravam a vigilância sobre as actividades dos dois homens. Diziam, à boca cheia, que ambos aproveitavam qualquer oportunidade para desrespeitar o sistema político vigente, o que se tornava notório na forma como tratavam os dados necrológicos relativos aos que tinham militado na oposição, ou apenas apoiado essas forças, os quais eram habitualmente acompanhados de menções elogiosas, ao passo que os falecidos afectos ao regime eram referidos de forma breve e seca. Até que, em 1967, já falecido o pai cinco anos antes, Aníbal Queiroga Pires foi preso pela PIDE. Sobre ele pesava (além da suspeita de ter auxiliado alguns dos assaltantes da agência do Banco de Portugal na Figueira da Foz) a acusação de cumplicidade na deserção de um alferes miliciano que fugiria para Argel com armas roubadas no Quartel General da Região Militar do Sul: o então alferes miliciano Seruca Salgado, então apenas com 21 anos, depois membro fundador do Partido Socialista e jornalista da RTP. No seguimento da prisão veio o despedimento. O correspondente Queiroga recebia uma carta em que a direcção de “O Século”, «por razões conhecidas», lhe dispensava a colaboração.


 “O Século” escolheu então Josué Baptista, até então correspondente do diário católico “A Voz” e do “Diário da Manhã”, órgão oficioso do regime, para substituir Aníbal Queiroga. Ainda que sem querer subverter as normas impostas pelas autoridades censórias, o novo correspondente tenta recuperar parte da função informativa do jornal de parede. Contudo, encontra pela frente outro tipo de opositores: a imprensa local. Josué Baptista é então acusado de lhes fazer concorrência. E, nessas circunstâncias optou por desistir dos seus intentos. Só que a partir desse momento o noticiário necrológico, que sempre fora um serviço gratuito, passava a custar 100 escudos, montante de que o correspondente retirava 16 escudos, percentagem a que passou a ter direito. Ninguém porém recalcitrou.


 Depois de Abril de 1974 Josué Baptista deixou de ser correspondente de “O Século, mas a pedido da administração ficou ligado à exploração do jornal de parede. Como ele gostava de recordar, pouco antes da Revolução, um inspector do jornal passara por Évora e ficou estupefacto por ainda existir o ‘placard’. Na capital, as inevitáveis convulsões provocadas pelo PREC (Processo Revolucionário em Curso) abalavam as estruturas do velho e respeitado matutino. Em 1977, “O Século” deixava definitivamente de aparecer nas bancas dos jornais. Nem tudo desaparecia com ele. Em Évora, o painel da necrologia continuava a cumprir a sua missão na vetusta Praça do Giraldo. E assim continuou até que, em 1982, a Comissão Liquidatária de “O Século”, «consciente de que o painel se tornara uma instituição da cidade, visto a sua consulta, em termos de informação necrológica, se ter enraizado na cidade, decidiu oferecê-lo à Câmara.”.


 De facto, a leitura do ‘placard dos mortos’ faz parte dos rituais dos eborenses, o que causa espanto a muitos forasteiros. Para os leitores não parece ter importância que as notícias dos óbitos sejam agora veiculadas pelas agências funerárias a quem o município atribuiu a sua utilização e conservação. É que eles gostam de saber quem deixou de pertencer ao número dos vivos. Apesar do progresso, do desenvolvimento da rádio e do aparecimento da televisão e de múltiplos órgãos da imprensa escrita, nada substituiu em Évora a informação personalizada do painel de “O Século”. Aníbal Queiroga Pires, falecido em 2001, afirmava sem rebuço que foi a pressão popular que sempre impediu a sua extinção.

Autor: José Frota
Évora Mosaico

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Évora Perdida no Tempo - Fonte do Monte do Barrocal



Autor José António Barbosa
Data Fotografia 1890 - 1915
Legenda Fonte do Monte do Barrocal
Cota GPE 0118 - Propriedade Grupo Pró-Évora