quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Viver Évora entre os finalistas a Blogue do Ano 2011


O blogue Viver Évora foi nomeado pelos internautas um dos finalistas na categoria de melhor blogue Local/Regional a nível nacional.

Esta eleição está a ser realizada pelo blogue Aventar e a selecção dos finalistas baseou-se na quantidade de visitas mensais de cada blogue e na opinião dos leitores. É organizada em duas fases de apuramento, na primeira seleccionam-se os cinco mais votados e na segunda vota-se o melhor blogue entre os cinco finalistas.

(1ª Fase de Votação - até 21 de Janeiro)


Personalidades Eborenses - Afonso de Portugal

O Cardeal-Infante D. Afonso de Portugal ou D. Afonso de Avis e Trastâmara (Évora, 23 de Abril de 1509 – Lisboa, 21 de Abril de 1540) foi o sexto filho do rei Manuel I de Portugal e de sua segunda esposa Maria de Aragão, sendo o quarto filho varão do casal (após o príncipe D. João (futuro D. João III), o infante D. Luís, Duque de Beja, e o infante D. Fernando, Duque da Guarda; por esse motivo, foi desde cedo destinado por seu pai para a vida religiosa, tendo sido cumulado de benefícios eclesiásticos, tendo sido sucessivamente feito (mesmo não tendo ainda a idade legal para o exercício dessas dignidades) bispo da Guarda, cardeal-infante, bispo de Viseu, bispo de Évora e, por fim, arcebispo de Lisboa.
Educado na corte portuguesa, estudou humanidades, grego e latim sob a direcção dos mestres Aires de Figueiredo Barbosa e André de Resende.
Com apenas três anos de idade, em 1512, o seu pai D. Manuel tentou fazê-lo cardeal; contudo, o Papa Júlio II negou-lhe a pretensão, por não ser conforme às leis canónicas, segundo as quais só podia ser eleito cardeal homem com não menos de 30 anos de idade. Conseguiu, no entanto, que o Papa designasse o jovem infante como protonotário apostólico no reino de Portugal.
D. Manuel conseguiu também elevá-lo a bispo da Guarda, com apenas sete anos de idade, em 9 de Setembro de 1516; obteve dispensa papal para o exercício do cargo por não ter atingido ainda a idade canónica para a prelatura. Embora não desempenhasse qualquer acção pastoral, recebia as rendas do respectivo bispado.
Na sequência da grandiosa embaixada liderada por Tristão da Cunha que em 1514 D. Manuel enviou ao Papa Leão X, e que muito impressionada deixou a Cúria Romana, o rei português voltou a propor o filho para o cardinalato. O Papa viria enfim a aceder ao pedido do monarca português, tendo-o criado cardeal no quinto consistório do seu pontificado, em 1 de Julho de 1517 (o qual foi o maior consistório da história da Igreja Católica até então, tendo sido criados 31 cardeais, recorde somente superado pelo consistório convocado pelo Papa Pio XII em 18 de Fevereiro de 1946 ter feito 32 cardeais), com o título de cardeal-diácono de Santa Lúcia in septisolio; no entanto, o título foi-lhe concedido apenas sob condição de não lhe ser entregue o barrete cardinalício até o jovem infante atingir os dezoito anos de idade; não obstante, em Portugal, foi sempre tratado e reverenciado como cardeal, mesmo antes de o título ter sido oficializado.
Entretanto, foi designado pelo monarca como abade de Alcobaça, e abade comendatário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e do Convento de São João de Tarouca.
Em 23 de Fevereiro de 1519, renunciou ao episcopado da Guarda, sendo no mesmo dia transferido para a diocese de Viseu, de novo com dispensa por não ter ainda atingido a idade canónica. Em 20 de Fevereiro de 1523, com apenas catorze anos, por morte do arcebispo D. Martinho da Costa, foi promovido a arcebispo de Lisboa pelo Papa Adriano VI, a súplicas de João III de Portugal, seu irmão; de igual modo, foi-lhe oferecido o governo do bispado de Évora (em sede vacante desde o ano transacto), acumulando as duas sés até à sua morte. Uma vez mais, foi-lhe conferida dispensa especial por não dispor ainda da idade canónica para presidir a uma diocese.
Designou como seu vigário na arquidiocese lisboeta o deão da Sé, Fernão Gonçalves, que conduziu os assuntos pastorais durante a sua menoridade. Fixou a sua residência habitual na cidade que o vira nascer – Évora – tal como depois o irmão mais novo, também devotado à carreira eclesiástica – o cardeal-infante D. Henrique – viria a fazer.
Em 6 de Julho de 1525, contando apenas dezasseis anos, recebeu enfim, em Almeirim, o barrete cardinalício, e dez anos mais tarde, a 6 de Julho de 1535, o pálio, fazendo-se enfim sagrar arcebispo de Lisboa.
Um mês volvido, alterou o seu título de cardeal de Santa Lúcia in septisolio pelo de São João e São Paulo (13 de Agosto de 1535).
A 25 de Agosto de 1536, celebrou um sínodo da arquidiocese de Lisboa, no qual tomou duas importantes decisões: a de instituir na arquidiocese livro de registo de baptismos (medida que mais tarde viria a ser adoptada pelo Concílio de Trento), e a de substituir o rito da Igreja de Salisbury (pelo qual a igreja lisboeta se regia desde a reconquista da cidade em 1147 e a restauração da sua diocese na pessoa do inglês Gilberto de Hastings) pelo rito romano, como resposta ao Acto de Supremacia pelo qual Henrique VIII de Inglaterra criava a Igreja de Inglaterra, desligada da obediência ao Papa (tendo esta medida sido autorizada por bula de Paulo III de 9 de Dezembro de 1538). De resto, o seu receio pelas ideias reformistas que se divulgavam pela Europa levou-o a ordenar que todos os impressores e livreiros da capital apresentassem ao teólogo Álvaro Gomes os catálogos dos livros que imprimiam/vendiam, para que este seleccionasse quais os volumes que podiam conter heresias (sobretudo os que fossem oriundos da Alemanha), proibindo a sua venda e circulação, num prenúncio do que viria a ser a Inquisição.
Faleceu em Lisboa (embora outras fontes o afirmem falecido em Évora), em 21 de Abril de 1540, dois dias antes de completar os trinta e um anos. Foi primeiramente sepultado na Sé de Lisboa, tendo mais tarde o seu corpo sido trasladado para o Panteão Real no Mosteiro dos Jerónimos, onde repousa junto dos outros príncipes da Casa Real de Avis-Beja.

Évora Perdida no Tempo - Largo dos Colegiais depois da intervenção


Aspecto do Largo dos Colegiais depois da intervenção. Em Novembro de 1953 a Casa Cadaval doou ao município o terreno adjacente ao Buraco dos Colegiais para arranjo e ajardinamento, reservando essa passagem a peões, obra que ficou pronta em 1955. (Original: negativo de película de acetato, preto e branco, formato 9x12cm)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1955 dep. -
Legenda Largo dos Colegiais depois da intervenção
Cota DFT5226 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro - D. Pura e os Camaradas de Abril

Um jovem cabo-verdiano, aluno universitário, vem estudar para Lisboa e com a ajuda de seu primo Natal (que actualmente festeja o 25 de Abril a 25 de Setembro) consegue alugar um quarto, em Campo d’Ourique, na casa de D. Purificação, também ela natural de Cabo Verde. D. Pura, como lhe chamam, vivia com uma das filhas e também com o último marido, o Sr. Firmino, de quem no entanto informa estar separada dentro de casa.
Um dia D. Pura bate à porta do quarto do jovem estudante a perguntar se tinha o rádio ligado, estava a passar-se qualquer coisa, porque apenas uma emissora estava no ar e a tocar só música da tropa, marchas militares, e havia um bocado tinham pedido para as pessoas não saírem à rua…
O jovem abriu o aparelho de rádio que tinha no quarto e ficou à espera.
Depois da falhada tentativa de 16 de Março não pareciam muitas possibilidades de derrube do fascismo pela força, tanto mais que, fracassada aquela investida, certamente que o poder teria reforçado a vigilância e as acções no sentido de manter as forças armadas debaixo do domínio político.
E como se lhe tivesse adivinhado os pensamentos, o Sr. Firmino saiu do seu quarto, ainda em pijama, e veio postar-se junto da porta do dele, debitando sentenças:
- Já ouviu o que está a passar-se?
Numa narrativa bem-humorada, iniciada pelo discurso directo do jovem estudante, são revividos em cena, através da visão particular destes seus espectadores, alguns dos acontecimentos da Revolução dos Cravos.

Texto – Germano de Almeida
Dramaturgia e Encenação – Pompeu José
Assistência de Encenação – Pedro da Silva
Interpretação – Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Sónia Botelho

21 de Janeiro, às 21h30
Sala Principal do Teatro Garcia de Resende

Évora Perdida no Tempo - Arco de Dona Isabel


Muralha romana de Évora (Cerca Velha): Arco (ou Porta) de Dona Isabel.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1960 - 1970
Legenda Arco de Dona Isabel
Cota DFT6091 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Francisco José

Com uma carreira maioritariamente construída no Brasil, o cantor Francisco José deparou-se com alguns contratempos quando, em 1964, se deslocou a território português e, num programa gravado em directo, acusou a RTP de pagar miseravelmente os artistas nacionais, ao contrário do que se passava lá fora.
O caso não ficou por aí, já que Fancisco José resolveu pedir uma quantia de cinco mil escudos pela actuação que iria realizar para a RTP, mesmo estando habituado a receber cinquenta contos por programa no Brasil. A resposta foi negativa, uma vez que o limite máximo pago aos artistas portugueses era de dois mil escudos, no entanto, no seu caso, resolveram abrir uma excepção e fizeram a contraproposta de três mil escudos, caso o cantor não divulgasse a situação. Francisco José aceitou, mas no fim da actuação revelou o escândalo em directo, e a transmissão foi imediatamente cortada. Levado para a sede da PIDE, o cantor foi interrogado, e obrigado a responder em tribunal por "injúria e difamação", depois de lhe ter sido movido um processo.
Francisco José Galopim de Carvalho nasceu em Évora no dia 16 de Agosto de 1924, tendo falecido em Julho de 1988, vítima de um acidente vascular cerebral. Foi na festa de finalistas do liceu que frequentou, que se deu a sua estreia, no Teatro Garcia de Resende, com a interpretação do tema "Trovador". Passou de amador a profissional aos 24 anos, vendo-se obrigado a interromper o 3º ano do curso de Engenharia que frequentava na altura, acabando por não o terminar.
Em 1948, compareceu no Centro de Preparação de Artistas da Rádio, acompanhado por uma carta de apresentação do professor Mota Pereira, tendo cantado, no teste, as canções "Marco do Correio" e "Marina Morena.
A partida para a internacionalização aconteceu em 1951, ano em que se deslocou a Madrid para gravar "Olhos Castanhos/Se", um 78 rpm que lhe valeu 500 escudos por cada face registada, tendo regressado à cidade, no ano seguinte, desta feita para gravar três discos, "Sou Doido Por Ti", "Deixa Falar O Mundo" e "Ana Paula".
Depois de ter pisado o palco em Évora numa revista regionalista de Vasconcelos Sá, intitulada "Palhas e Moinhas", o artista repetiu a experiência em 1952, numa peça que contou com a presença de Hermínia Silva.
Dois anos depois, partiu à descoberta do Brasil, acabando por se estabelecer em Copacabana. Foi lá que construiu uma carreira sólida e de sucesso invulgar para um artista português radicado em território brasileiro. Depois de seis anos de concertos realizados para plateias de emigrantes portugueses, Francisco José registou, em 1960, na editora Sinter, a canção "Olhos Castanhos", que se tornou, no ano seguinte, na canção mais popular do panorama musical brasileiro, depois de ter vendido cerca de um milhão de cópias. Para além de regulares edições discográficas, que somaram um total de 24 álbuns, dos quais apenas seis chegaram a Portugal, do currículo de Francisco José fazem parte inúmeras passagens pela televisão, tendo apresentado um programa aos sábados no Canal 9, em horário nobre.
De passagem por Portugal, a sua relação conflituosa com a PIDE terminou com uma interdição para sair do país, pelo que esteve dezasseis anos sem cantar na televisão portuguesa. No entanto, os discos continuaram a chegar ao mercado na década de 70, e a ser recebidos pelo público com grande satisfação. "Guitarra Toca Baixinho" e "Eu e Tu" são apenas dois dos 109 títulos que compõem a sua discografia, feita de registos em 33, 45 e 78 rpm. Depois de gravado o último single, "As Crianças Não Querem A Guerra", o cantor envolveu-se na política activa mas, em meados de 80, regressou à música. A sua última actividade profissional foi desempenhada no campo do ensino, na Universidade da Terceira Idade, depois de terminar o curso de Matemática.



Música:
Olhos Castanhos
Letra da Música:
Letra e musica: Alves Coelho

Teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caidas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos, sao sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.
Olhos azuis são ciume
e nada valem para mim,
Olhos negros sao queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes sao traição
sao crueis como punhais,
olhos bons com coracão
os teus, castanhos leais

Évora Perdida no Tempo - Orquestra Monumental


Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1959
Legenda Orquestra Monumental
Cota DFT7620 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 15 de janeiro de 2012

Procuramos Médicos para o Distrito de Évora (M/F)

A MediPeople é uma empresa de Recursos Humanos que actua unicamente no sector da saúde. Tem como Clientes de referência Hospitais Públicos/Privados, Unidades Locais de Saúde, Centros de Saúde e Clínicas, proporcionando aos seus Parceiros a possibilidade de desenvolverem uma actividade complementar àquela que é a sua actividade principal, nomeadamente a nível de:
- Serviço de Urgência;
- Consulta Aberta;
- Projectos específicos de redução de listas de espera de utentes.

Neste momento, procuramos Médicos para o Distrito de Évora.

Informações sobre o Projecto:
- Local: Hospital de Espirito Santo, E.P.E;
- Objectivo: Realização de Consultas da Dor Crónica e Técnicas de Analgesia
- Horário: Uma vez por semana das 8h00 às 18h00, em função das disponibilidades do profissional;
- Regime de Prestação de Serviços.

Requisitos:
- Experiência em consulta da dor crónica e manuseamento de técnicas analgésicas;
- Experiência em dor oncológica;
- Competência em dor crónica.

Caso tenha interesse e disponibilidade para este projecto, contacte-nos através do email:


Pode ainda visitar-nos através do www.medipeople.pt 

Vista Parcial da Sé de Évora

sábado, 14 de janeiro de 2012

Monumentos de Évora - Igreja de S.Francisco

Professor da Universidade de Évora que se fazia passar por mulher condenado a quatro anos de cadeia efectiva

O professor universitário Mário Miguel Mendes, que se fazia passar na Internet por uma mulher “lindíssima” que aliciava homens na Internet, foi condenado hoje a quatro anos de prisão efectiva.

O tribunal não teve qualquer dúvida em como o professor cometeu os crimes de que vinha acusado, o que foi demonstrado pela "abundante" prova recolhida.

Dos dez arguidos que foram julgados, cinco foram absolvidos de todos os crimes e outros cinco condenados por vários crimes, entre os quais perturbação da vida privada, coacção e ameaça na forma continuada. Entre estes cinco, conta-se, além do professor, inspectores da Polícia Judiciária e detectives, que foram condenados a penas de multa. Entre os absolvidos contam-se agentes da PSP.

Utilizando a Internet e o telefone, Mário Miguel Mendes fazia-se passar por Sofia Sá Guimarães, uma mulher “lindíssima”, segundo a foto que enviava às vítimas, com “sotaque de Cascais”, passando posteriormente a infernizar a vida dos homens que “seduzia” com essa falsa identidade.

Para perseguir as suas vítimas, o professor contratou, a troco de dinheiro, detectives privados e inspectores da PJ para que vigiassem as suas vítimas.

O arguido estava acusado de crimes de denúncia caluniosa, gravações e fotografias ilícitas, ameaça, coacção e perturbação da vida privada, tendo o Ministério Público pedido, nas alegações finais, uma pena de cinco anos de prisão para quem infernizou a vida a dezenas de pessoas.

Durante o julgamento várias das vítimas da falsa mulher loura prestaram depoimento, bem como agentes policiais que fizeram vigilância junto da casa das vítimas para tentar localizar e deter o arguido.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Teatro - Ascensão e Queda da Cidade de São Cifrão

A Cidade de São Cifrão é uma cidade fábula, uma cidade fundada por gente que se apercebe que “é mais fácil tirar o ouro de quem trabalha do que dos rios ou das montanhas”, uma cidade onde tudo é permitido ao que tem dinheiro. Não ter dinheiro é o maior dos crimes.
Na Cidade de São Cifrão há combates de três em três dias com sangue e dentes partidos, na Cidade de São Cifrão há divertimentos vários, carne de cavalo e de mulher, whisky para beber, poker para jogar, e ninguém a querer mandar. À Cidade de São Cifrão os tufões não chegam. À Cidade de São Cifrão é a cidade-armadilha. Ainda ontem perguntaram lá por vocês! Versão e Encenação: Jorge Feliciano Actores / Técnicos: Andreia Egas, Cristina Cardoso, Jorge Feliciano, Luís Mouzinho, Vítor Alegria

Dias 14 e 15 de Janeiro
Palco do Teatro Garcia de Resende

Formação - A Criança e a Expressão Dramática