quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dois soterrados após desabamento de barreira em Évora

Uma barreira de terra desabou esta quarta-feira numa obra perto da Arena d'Évora e duas pessoas ficaram soterradas, tendo uma delas já sido retirada com vida, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.
Segundo o comandante distrital de Évora de Operações de Socorro, José Ribeiro, a barreira de terra caiu por volta das 17h00 numa obra perto da Arena d'Évora e soterrou duas pessoas que se encontravam a trabalhar no local.
Uma das pessoas já foi retirada apenas com ferimentos ligeiros e transportada para o hospital de Évora, disse, referindo que a outra pessoa continua debaixo dos escombros, mas já foi localizada e decorrem os trabalhos de remoção da terra para a retirar.
A operação de socorro já mobilizou a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Évora e sete veículos e 20 elementos dos bombeiros voluntários de Évora e de Viana do Alentejo.

O Bicentenário das Invasões Francesas



A célebre Guerra Peninsular (1807-1814), cuja primeira parte é conhecida como Invasões Francesas a Portugal, sucedeu no início do século XIX, na Península Ibérica, considerando-se o evento mais amplo das Guerras Napoleónicas. Portugal, Espanha, Grã-Bretanha e França foram os países envolvidos no conflito, e teve mesmo repercussões na independência da América Latina.
Napoleão teve uma tentativa falhada de ocupar Inglaterra e posteriormente, em 1806, optou por criar o Bloqueio Continental com o objectivo de isolar economicamente as ilhas britânicas. Devido à nossa tradicional aliança com Inglaterra, Portugal não cumpriu o decretado por França.
Como estratégia, Napoleão realizou um acordo secreto entre si e Espanha, estabelecido no Tratado de Fontainebleau, a 27 de Outubro de 1807, em que passou a ser possível a passagem de tropas francesas pelo território espanhol para invadir Portugal, a divisão do reino e suas dependências por ambos os signatários.
As tropas francesas alcançaram a fronteira portuguesa, a 20 de Novembro de 1807, não encontrando resistência militar. D. João, o príncipe regente, optou por uma manobra politica, deslocando-se para o Brasil, a bordo de uma larga esquadra naval, protegida por naus britânicas, que na época, em Portugal, foi retratada como a fuga da corte que criou o caos e abandonou riquezas.
Actualmente a historiografia considera que D. João tentou não hostilizar franceses e ingleses devido ao seu grande poderio militar. Quando soube que Napoleão ordenara às tropas francesas o avanço e o derrube da Casa de Bragança, preferiu não ser detido e forçado a uma abdicação formal, mantendo, deste modo, a sua soberania intacta. Por outro lado, ordenou para que os franceses fossem bem recebidos, de forma a evitar massacres.
Os franceses atravessaram o país sem travar qualquer combate, sob o comando do General Jean-Andoche Junot que irá governar o país durante vários meses e colocar franceses nos cargos de relevo, permanecendo o norte e o sul do país ocupado por tropas espanholas.
Todavia, com a tomada de várias cidades do norte de Espanha, por parte de mais tropas francesas e com a colocação no trono de Espanha, do irmão de Napoleão, José Bonaparte, os espanhóis revoltaram-se em várias povoações. A 23 de Maio é proclamada em Sevilha uma Junta Suprema do Governo de Espanha, notícia que chegou rapidamente a Portugal.
Em Portugal, já havia vários apelos à revolta e a 9 de Maio de 1808 o príncipe regente, no Brasil, declarou nulos os tratados de Portugal com a França, e guerra aos franceses e amizade ao seu antigo aliado, a Grã-Bretanha.
Vários são os combates que se dão por Portugal. Dois dias depois do massacre em Évora (29 de Julho de 1808) dá-se o desembarque de tropas inglesas e o fim da primeira invasão francesa.
Ocorreram ainda mais duas invasões de tropas francesas e a guerra em Portugal termina a 5 de Abril de 1811.

O MASSACRE DE ÉVORA (29 de Junho 1808)
Foi com as forças comandadas por Loison, o mítico “Maneta”, do qual derivará a expressão popular “ir pró maneta”, que se deram vários massacres indiscriminados, destacando-se o à cidade de Évora, a terceira do reino, pela violência que aqui se viveu. Esse dia fatídico, foi a 29 de Julho de 1808, na parte da tarde, no qual morreram cerca de mil pessoas, quer em combate, quer em posteriores execuções sumárias.
Junot entregou a Loison uma divisão de seis mil infantes e cinco esquadrões de Cavalaria, enquanto as forças que defendiam a cidade dispunham de poderosos meios de artilharia mas não totalizavam mais de dois mil homens.
A dificuldade para o inimigo foi a de passar a Porta de Alconchel, defendida pelos atiradores que guarneciam a desaparecida capela de Nossa Senhora da Ajuda, edificada sobre a referida porta. Durante uma hora a porta foi defendida, destacando-se a bravura dos monges do Convento dos Remédios.
A seguir, facilmente se deu a mortandade da população.
Escreve Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas, então arcebispo da cidade:
“...no dia fatal de 29 de Julho fomos atacados pelo numeroso exercito de nove para dez mil homens francezes, commandados pelo general em chefe conde do Imperio, Loison, [...] Corri para a minha cathedral e no meio do confuso alarido, do estrondo dos canhões mandei propôr capitulação; [...] Então foi que elles á vista das minhas humilhações e supplicas deram indicios de que mudavam o parecer em que vinham [...]”
A cidade foi totalmente saqueada, perdendo-se o riquíssimo recheio das igrejas, tal como o próprio anel do arcebispo.
Na Catedral, foi hasteada a bandeira francesa na mais alta das três torres e Loison juntamente com os oficiais superiores ficaram nos aposentos do palácio arquiepiscopal.
Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas teve um importante papel, pois evitou uma maior tragédia ao ter conseguido acalmar Loison.
As Lápides Comemorativas são dedicadas ao arcebispo eborense Dom Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas (por proposta do Sr. Vereador António Barata, no ano de 1887)


Texto: José Frota

Évora Perdida no Tempo - Sala da Escola Industrial e Comercial de Évora


Sala técnica da Escola Industrial e Comercial de Évora. 
Autor David Freitas
Data Fotografia 1968 
Legenda Sala da Escola Industrial e Comercial de Évora
Cota DFT4765 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Feira de S. João

A 12 de Outubro de 1910, o Governo Provisório da República Portuguesa decretou que “As municipalidades poderão, dentro da área dos respectivos concelhos, considerar feriado um dia por anno, escolhendo-o de entre os que representam as festas tradicionaes e características do município.”
Neste âmbito, a Câmara Municipal de Évora, na sua reunião de 20 de Abril de 1911, sendo então presidente o Sr. Dr. Felício Caeiro e vice-presidente o Sr. Dr. Manuel Gomes Fradinho, decidiu que o feriado concelhio seria no dia 1 de Maio.

Na sessão de 10 de Dezembro de 1942, a Câmara Municipal de Évora, invocando o artigo 48º. nº. 13 do Código Administrativo, deliberou transferir o feriado municipal para dia 21 de Agosto, alegando que o feriado municipal era completamente inexpressivo para a cidade, pois existiam datas históricas brilhantes para comemorar o Dia da Cidade. O dia 21 de Agosto refere-se à célebre revolta popular de 1637 contra o domínio castelhano, que ficou conhecido por “Alterações de Évora”.

Na sequência da publicação do Decreto nº. 38.596, de 4 de Janeiro de 1952, a Câmara Municipal, na reunião de 9 de Julho de 1954, aprova a proposta de fixação do feriado municipal no dia 29 de Junho, “Dia de S. Pedro”. As razões apresentadas foram: o dia de S. Pedro é o último dia da Feira de S. João, sendo um dia de festa tradicional, com características regionais, que envolvia grande afluência de população rural e o encerramento do comércio a partir das 12 horas, realização de festas religiosas, tourada, concertos musicais, instalação de iluminações especiais e lançamento de foguetes.
O Decreto nº. 43.030, de 24 de Junho de 1960, estabelece o dia 29 de Junho, “Dia de S. Pedro”, como feriado municipal de Évora. Na reunião de 27 de Junho de 1960, a Câmara Municipal delibera que a partir de 1961, inclusive, seja feriado municipal no referido dia.

Évora Perdida no Tempo - Quinta das Glicínias, em Évora.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1960
Legenda Quinta das Glicínias, em Évora.
Cota DFT3063 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nicho do Senhor Jesus da Consolação


A referência mais antiga que conhecemos do nicho do Senhor Jesus da Consolação é de 1931. Localizava-se na Carreira do Menino Jesus, num alçado da cerca do destruído Convento do Salvador do Mundo e deu o nome ao terreiro que lhe ficava em frente, o Terreiro do Senhor da Consolação (actual Largo 13 de Outubro). No entanto, em 1849, Elerperk refere que na “Carreira do Menino Jesus está um nicho que fica fronteiro ao Terreirinho da Mouraria, dedicado ao Menino Jesus”.
Era constituído por uma imagem de Cristo crucificado, atrás da vidraça da maquineta apoiada na parede, alumiado pela humilde lanterna pendente e com uma caixa para esmolas. Há um desenho muito interessante deste nicho, feito em 1931, por Alberto de Souza.
Em 1936, este nicho foi alvo de reparação particular e em 1942, foi retirado por motivo da demolição das ruínas do Convento do Salvador, com o compromisso de que seria reposto no novo edifício dos CTT a construir naquele local. A imagem foi guardada na Igreja do Salvador, pela então Direcção Geral dos Monumentos Nacionais, a pedido do Senhor Arcebispo de Évora.
Porém, por ordem da edilidade eborense, em 1950, a referida imagem não foi colocada no seu antigo lugar, mas sim no murete moderno da Câmara Municipal, com face para a rua então aberta, a Rua de Olivença, o que levantou protestos da população.
O nicho antigo, com obra de talha dourada do estilo rococó, metido em lâminas de ardósia, perdeu-se durante a construção do actual edifício dos CTT, exceptuando a imagem de madeira populista, que é a existente, no novo lugar, onde permanece até à actualidade.

Évora Perdida no Tempo - Portão do Convento da Cartuxa

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1969
Legenda Portão do Convento da Cartuxa
Cota DFT4203 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 21 de agosto de 2011

Responsável de Loja (M/F) - Évora

A Talenter™ promove o talento dos seus colaboradores de acordo com a natureza específica de cada área, proporcionando diferenciadas oportunidades de emprego e soluções na gestão e valorização das Pessoas.

Estamos actualmente em processo de recrutamento de Responsável de Loja para empresa cliente situada em Évora.

Descrição da Função:
- Gestão e bom funcionamento da unidade;
- Concretização de objectivos de vendas e de satisfação do cliente, com implementação das acções referentes à política comercial;
- Assegurar o bom funcionamento do Ponto de Venda, a gestão e motivação da equipa, gestão de stock e gestão de vendas.

Requisitos:
- 12º ano ou formação académica superior (factor preferencial);
- Experiência profissional mínima de 3 anos em funções similares (factor eliminatório);
- Gosto pela área têxtil;
- Capacidade de liderança e gestão de equipa;
- Orientação para área vendas e espírito comercial
- Gosto por trabalhar em equipa e para o alcance dos objectivos propostos;
- Dinâmico, pró-activo e autónomo;
- Facilidade de relacionamento interpessoal;
- Disponibilidade para trabalhar por turnos;
- Disponibilidade total e imediata.

Condições:
- Pacote salarial atractivo.
- Integração numa empresa de prestígio no mercado.

Junte-se a nós e desperte o seu talento!

Caso reúna os requisitos exigidos, envie-nos o seu Curriculum Vitae, com indicação do NIF, para filipa.narciso@talenter.com, mencionando no assunto da mensagem “Responsável de Loja - Évora”.


sábado, 20 de agosto de 2011

Canalizador Oficial / Ajudante de Canalizador

A Tempo-Team Recursos Humanos recruta para prestigiado cliente na zona de Évora:

Canalizador Oficial / Ajudante de Canalizador

Procuramos:
- Experiência profissional na área;
- Disponibilidade imediata;
- Elevado sentido de responsabilidade.
- Pessoas motivadas e empenhadas no trabalho;
- Pessoas com Residência na zona;
- Carteira de soldador de tubo politileno (Canalizador Oficial).

Oferecemos:
- Vencimento compatível com função a desempenhar;
- Subsídio de alimentação;
- Horário de Trabalho Full Time.

Para se candidatar a esta oferta envie o seu currículo para o email: candidaturas.evora@tempo-team.pt

Só serão consideradas as candidaturas enviadas para o email designado.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

XII Ciclo de Concertos "Música nos Claustros" - Setembro, Évora, Convento dos Remédios.



Dia 3 de Setembro, 21h30 – Canto e Quarteto de Cordas por Carolina Raposo (soprano) Susana Nogueira, Luís Rufo (violinos), Bruno Correia (viola d'Arco), Samuel Santos (violoncelo). Instrumentistas Convidadas: Helena Raposo (Teorba), Ana Filipa Luz (Cravo).
Programa: Obras de Haendel, Vivaldi, Porpora, Mayr e outros.


Dia 10 de Setembro, 21h30, Recital de Canto e Guitarra por Orlanda Isidro (soprano) e Fernando Cordas (guitarra) Programa: Obras de G. F. Haendel; W. A.Mozart; Fernando Sor; Francesco Molino; Mauro Giuliani; F. Schubert; B. Britten e Walton.


Dia 24 de Setembro, 21h30, Recital de Violino e Piano por Irina Pak (violino) e Ian Mikirtoumov (piano)
Programa: J. S. Bach - Sonata N.º 2 in A Minor, BWV 1003 – Grave e Fuga; A.Schnittke - "A Paganini" (para violino solo); N. Milstein - "Paganiniana" (para violino solo); J. Brahms Violin - Sonata N.º 3 in D Minor, op. 108 e I. Frolov - "Fantasy" on the themes from Gershvin's opera Porgy and Bess.

Pelas Ruas de Évora ...


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

I Jornadas Enfermagem Pediátrica

O Serviço de Pediatria do Hospital do Espírito Santo de Évora, EPE vai organizar as I Jornadas de Enfermagem Pediátrica.

Para o efeito, propõe-se abordar temas da atualidade, contando com a presença de distintos palestrantes. Através da partilha de conhecimento e da experiência de especialistas, pretende-se assim contribuir para a contínua formação e atualização, dos profissionais e todos os demais empenhados em melhorar os cuidados de saúde prestados à criança/família.

As I Jornadas de Enfermagem Pediátrica subordinadas ao tema "A Criança e a Doença Crónica" terão lugar a 30 de Setembro de 2011, no Auditório da Universidade de Évora.

Inscreva-se on-line através do formulário.



Demolição parcial do antigo Paço dos Condes de Sortelha (actual edifício da Câmara Municipal de Évora) na Praça do Sertório, para abertura da nova Rua de Olivença (1951). Sensivelmente na mesma altura foi demolido o claustro do Convento do salvador para construção do edifício dos Correios (1948).


Autor David Freitas
Data Fotografia 1948 - 1951
Legenda Abertura da nova Rua de Olivença
Cota DFT6085 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Festival de performance e artes da terra em Évora

Os Birds are Indie atuam no dia 17, às 23:00, no Largo de S. Vicente, em Évora, num concerto integrado no “Escrita na Paisagem” – festival de performance e artes da terra, a decorrer entre julho e setembro em várias localidades do Alentejo.

O espetáculo resulta de uma parceria com Tiago Pereira e faz parte do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, um projeto do realizador ao abrigo do qual tem percorrido várias localidades portuguesas e filmado músicos portugueses desconhecidos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A Feira de S.João


Realizada pela primeira vez no Rossio de S. Brás a 24 de Junho de 1569, a Feira de São João é durante séculos a maior e mais importante feira do sul do país. Na primeira metade do século XX é ainda um acontecimento único na região, que atrai imensos visitantes e centenas de feirantes de todo o Alentejo, das Beiras, do Algarve e de algumas zonas de Espanha.
As novas gentes que passam e as que se instalam; as novidades e exclusividades comerciais, agrícolas e artesanais à venda; a comoção do circo, das touradas, dos teatros, das exposições e das visitas de ilustres personalidades, tiram a cidade da rotina nesses dias.
Um corrupio que ainda hoje embarga as vozes que recordam a Feira de S. João de há 50 anos... Como foi o caso do grupo de senhoras do Centro de Dia da Rua do Fragoso.
Cristina Louro, de 74 anos, natural das Alcáçovas, ouvia falar nesta feira, mas só a conheceu aos 16 anos, quando veio para Évora “servir”. A patroa deu-lhe uns sapatos e a filha da patroa emprestou-lhe um vestido, e nem o ter caído das escadas – por não saber andar de saltos -, ao sair de casa, nem o ter chegado à feira e ver o seu namorado, e futuro marido, a andar no carrossel com outra rapariga, a impedem de ter, até hoje, um enorme apreço pela feira daquela época... Sentimento partilhado por Emília Dias, de 73 anos, que lembra com emoção ter comprado na feira a lã para o colchão do seu casamento. Aliás, segundo os relatos de mais cinco senhoras, entre os 60 e os 78 anos de idade, as peças para o enxoval, as cerejas, e os queijos “para o ano todo”, eram as principais compras feitas na feira. Já os dias mais concorridos eram os de S. João, para os forasteiros, e o de S. Pedro, para os residentes. Inesquecíveis eram as touradas, os carrosséis, “os carrinhos de choque”, o circo e o “cortejo”. E a feira exigia “estrear roupa nova e arranjar o cabelo” e ainda fazer comida extra, “e melhor”, para as visitas que vinham a casa.