terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Évora Perdida no Tempo - Nave central da Sé de Évora

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Nave central da Sé de Évora
Cota CME0351 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Passagem de Ano no Monte Alentejano

31/12 e 1/11 - Festa de Passagem de Ano Pachamama/CrewHassan - confirma no Facebook clicando aqui
A Pachamama recebe a CrewHassan em Évora para celebrarem a Passagem de Ano em Festa. O Espaço é o Monte Alentejano que fica no Rossio de S. Brás, bem junto às muralhas, e a alegria e dança são os convidados de honra!

O anfitrião da noite vai ser o Júnior, vocalista dos Terrakota, e pelo palco vão passar sons de festa, alegria e dança. Os Riddim Culture começam a noite para nos despedirmos de 2010 na boa vibração do Roots Rock Rea...gge. 2011 chega com um espectáculo de Fogo de Artifício e chegam também os ritmos da World Dance pela mão da Alice com a música dos Países das Maravilhas. De seguida a noite recebe o Dubstep, Drum'n'Bass, Afro-Spacial-Beat e outros sons que comandam e guiam o corpo à loucura da dança. Os responsáveis vão ser o Xoices do Colectivo Fazuma, os Revolutions Rockers representados pelo 2old4school e pelo Johnny da Cooltraincrew.

Isto tudo na Sexta. Depois Sábado não vai haver tempo para a tradicional ressaca, vamos celebrar a primeira noite de um ano que vai ser cheio de alegria, animação e celebração da vida, apesar dos políticos acharem que não.

Abre a noite o Deni Shain com Groove Beat e segue-se o concerto dos Eborenses Uaninauei que fazem aqui a festa de lançamento do álbum Lume de Chão. Concerto de Rock Rural, pleno de energia. Noite fora, e em jeito de jam o Colectivo Crew Hassan Deejays promete acabar com as energias que ainda restarem aos corpos mais resistentes!

Tchau 2010. Venha 2011!!

Localização
Monte Alentejano, Rossio de S. Brás, 7005-268 Évora
Lat 38.5656; Long 7.9082

Preços Noite Passagem Ano
10€ Pré-venda
12€ Porta até 1h
15€ Portaa a partir 1h
20€ Pré-venda com Jantar (vegetariano)
Preço Sábado 1/1/11
5€

Pré-Venda até dia 30 directamente connosco (Pachamama ou CrewHassan), na Tabacaria Central (Évora), ou por transferência bancária (pedir detalhes em pachamama@pachamama.pt )
O Jantar é vegetariano, servido entre as 20h e os bilhetes são vendidos até dia 30

Abertura de Portas às 23h

Programa Sexta 31/12
Host: Júnior - vocalista Terrakota
Riddim Culture Sound
Selecta Alice
Xoices

Tradições: A Matança do Porco

A matança do porco é uma prática de há muito enraizada nos hábitos do povo alentejano. Nasceu, segundo reza a tradição, entre os rurais que, labutando de sol a sol nas terras dos senhores de pendão e caldeira, tinham necessidades alimentares que as parcas jornas não conseguiam suprir. O pão, as azeitonas ou de onde em onde, uma peça de caça miúda surripiada, com passagem directa ao fogo ou à panela, eram aconchego de pouca substância, para quem alombava em tão rudes tarefas.
A comida dos ganhões, nome por que eram conhecidos os trabalhadores do campo no Alentejo, compunha-se normalmente das rotineiras e pouco substanciais sopas de cebola, hortelã ou de qualquer outra erva aromática, em que o distrito ou o concelho de Évora passam por ser os mais férteis do país. Em dias de festa o patrão lá abria mão de um galináceo, de alguns nacos de carne de porco ou, até, de um ou outro enchido, que durante alguns dias forravam o estômago dos pobres.
Curiosamente, até meados do século XIX os suínos tinham sido considerados pelos grandes terratenentes como animais sujos e imundos, parentes abastardados dos javalis e por isso indignos de comparecerem às mesas requintadas. Contudo, a sua carne, muito saborosa e suculenta, foi-se impondo ao paladar mais exigente, ao mesmo tempo que o seu valor alimentício ia paulatinamente ganhando estatuto entre as gentes de maiores posses. E se, entre estas, só as partes mais nobres eram consumidas, nas vilas e aldeias vingava a ideia de que tudo no porco podia ser aproveitado.
Assim se foi desenvolvendo o hábito, entre os menos bafejados pela sorte, de se adquirir anualmente, e ainda que com grande sacrifício, um pequeno bácoro para ser abatido à entrada do Inverno, na altura dos grandes frios. A sua criação não envolvia grandes gastos, dado que as bolotas caíam quotidianamente e em abundância dos sobreiros e a erva podia ser livremente pastada nos montados de sobro e azinho. E o seu abate contribuía para equilibrar o orçamento familiar e garantia o sustento por muito tempo, até à próxima matança, se possível, fazendo-se uma gestão controlada da carne.
Costume secular, a matança sempre foi feita em tempo certo, por alturas dos grandes frios, nos meses de Janeiro e Fevereiro. Duas razões concorriam para isso: este era o período em que as actividades agrícolas se reduziam ao mínimo e em que, por sua vez, as baixas temperaturas ajudavam à conservação dos produtos. A operação de abate, para além de não ser fácil, envolve um ritual para o qual se convoca a presença de familiares e amigos. Normalmente inicia-se a um sábado. Durante um fim-de-semana, todos são poucos para cumprir a função de tudo aproveitar.
Cabe a um matador experimentado desferir o golpe fatal. Entretanto, cinco ou seis pessoas seguram-no pelas pernas e pelas orelhas. Os guinchos desesperados e sofridos do suíno, acompanhados de espasmos violentos, dão bem conta de uma agonia relativamente prolongada enquanto o sangue jorra para um alguidar. Os mais sensíveis estão afastados e só por ali aparecem mais tarde. Em seguida o animal é chamuscado e esventrado. Nesta fase alguns dos convivas já se aproximam para observar e confirmar a justeza do provérbio popular: «Se queres ver o teu corpo abre um porco». Retiradas as tripas e lavadas pelas mulheres, as mesmas são preparadas para as operações seguintes.
É então tempo de parar o trabalho e começar a festa. Ao almoço já se comem sopas de sarapatel, febras e torresmos fritos regados com bom vinho da região. Com os estômagos confortados e ao calor da fogueira armada desde bem cedo e reavivada sempre que o lume parece esmorecer, canta-se à alentejana até bem tarde.
No outro dia, a alvorada marca a necessidade do regresso à lide, que vai começar pelo desmancho do resto da carcaça. Segue-se o lento e cuidado ensacamento das tripas. Consoante a preparação a que são sujeitas, assim fazem os tão famosos enchidos da nossa terra: linguiças, chouriços, cacholeiras, farinheiras, morcelas e salpicões.

Outrora, a matança do porco estendia-se por várias casas e locais, num espírito comunitário e solidário. Quem tinha ajudado recebia posteriormente ajuda. Até meados de Março, conforme a extensão do Inverno, havia sempre festa, na certeza da chegada de mais um ano em que a barriga não padeceria privações. Mas, a pouco a pouco, a desertificação do mundo rural, o abandono dos campos e a adopção de novas técnicas agrícolas foram modificando a vida, mesmo a dos que continuam a querer resistir à perda dos velhos hábitos.
Actualmente, por via da imposição rígida de normas da União Europeia, a pretexto de homogeneizar comportamentos e globalizar princípios de saúde pública, a matança do porco, na sua versão tradicional, tem sido largamente combatida. No mínimo exige-se a presença de um veterinário que se faz pagar a peso de ouro. Outras regras sanitárias, como o abate em matadouro, desincentivam também a sua prática. Determinados imperativos de natureza ética têm ganho também terreno, condenando costumes ancestrais que os urbanos acoimam hoje de bárbaros.
Apesar de tudo, esta continua a fazer-se de forma clandestina em vilas, aldeias e principalmente em lugares ou montes isolados na vasta planície alentejana, onde todos se conhecem e a presença das autoridades não alcança. E mesmo que, à distância, algum eco lhes chegue dessas actividades, o que fazem é ignorá-lo para não cair no desagrado dos poucos que por ali ainda habitam.
Este ano, a Câmara Municipal de Évora achou por bem fazer a recriação deste hábito tradicional na Praça do Giraldo, com a óbvia exclusão da parte não permitida por lei, no intuito de fazer descer a ruralidade à cidade. Ali instalou dois carros de canudo e levantou um lume de chão onde as febras foram assadas. Sopa dos ganhões enriquecida com a presença da carne de porco e enchidos cozidos também foi colocado à disposição de quem a quisesse saborear. Grupos de cantares acompanharam a refeição, onde a pinga de estalo se fez notar. Turistas nacionais e estrangeiros, surpreendidos com este evento inédito, teceram loas à iniciativa que lhes permitiu conhecer melhor a história e os segredos de vida do povo alentejano.

Texto: José Frota

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Um Conto de Natal na Arena d'Évora

MÚSICA/TEATRO
19 DE DEZEMBRO
“UM CONTO DE NATAL”
Arena d’Évora

“Um Conto De Natal” é um fantástico musical que nos vai transportar a Londres do Séc. XIX, inspirado no famoso livro “A Christmas Carol” de Charles Dickens originalmente publicado em 1849, que relata a história do avarento, egoísta e estranho Ebenezer Scrooge, e a sua transformação num ser humano afável, carinhoso e altruísta depois de ter sido visitado por três espíritos na noite de Natal.
Com a participação dos actores Kapinha, Maria Sampaio, Ricardo Figueira e Luís de Portugal, que também integraram o elenco de “Peter Pan”, apresentado na Arena d'Évora em 2009.

Horário: 18:00
Info: 266 743 133
Nota: A bilheteira da Arena d’Évora funciona ao sábado das 17:00 às 20:00 e domingo das 16:00 até ao início do espectáculo. Bilhetes também à venda nas tabacarias Central, Paris, Arcada e Rico. Preço: 15€.

Évora em Tons de Cinza

Autor Pedro Camelo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Triste e Alegre Cidade de Évora

Triste e Alegre Cidade de Évora, de autor desconhecido, insere-se no grupo de obras de escrita privada. Este tipo de escrita permite-nos o conhecimento de numerosos factos ausentes das fontes oficiais, de aspectos do quotidiano individual e colectivo não mencionados em outro tipo de documentos e da forma como o narrador sente o contexto da época que descreve.

Esta obra, transcrita conforme o original por Teresa Fonseca e provavelmente da autoria de um clérigo eborense de vida solitária, narra uma série de fenómenos naturais e eventos públicos ocorridos em Évora e região envolvente entre 1729 e 1764. Como observador atento escreve algumas notícias de âmbito nacional e internacional sobre a evolução política e social do país.

Reproduzem-se aqui apenas as páginas correspondentes à transcrição da obra original.

Título: Triste e Alegre Cidade de Évora
Autor: Teresa Fonseca (transcrição)

Triste e Alegre Cidade de Évora, Testemunho de um anónimo do século XVIII, Teresa Fonseca (transcrição)
Évora, Câmara Municipal de Évora, 2001
[103] p. Fonseca, Teresa


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Évora Perdida no Tempo - Capela do Fundador no claustro da Sé de Évora

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Capela do Fundador no claustro da Sé de Évora
Cota CME0332 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Solar de Monfalim

O Solar de Monfalim fica em pleno Centro Histórico de Évora, no Largo da Misericórdia, a dois passos da central Praça do Giraldo. É desde logo, e para que se tome boa nota, a mais antiga unidade hoteleira da cidade.
Construída em meados do século XVI, esta antiga residência senhorial pertenceu a um fidalgo da casa real, D. Gonçalo de Sousa. Mais tarde passou para a família dos Cogominhos, que tinham paço na actual freguesia de Torre dos Coelheiros, a cerca de 12 quilómetros da cidade. Com o extinção desta família, foram os Monfalins, seus descendentes, que ficaram na posse do solar. Habitaram-no até finais do século XIX, altura em que, por dificuldades financeiras, decidiram vendê-lo.
Os compradores transformaram-no num estabelecimento hoteleiro, pelo que o solar recebeu o seu primeiro hóspede em 1892. Com o nome de Pensão Eborense, foi, durante bastos anos, o único estabelecimento hoteleiro da cidade, depois de ter desaparecido o Hotel Eborense, situado na Acrópole, no antigo Palácio da Inquisição.
A Pensão Eborense dispunha de uma posição privilegiada, pois no prédio que lhe é contíguo funcionava o desactivado Salão Central Eborense, por essa altura a única sala de cinema, e um pouco mais ao lado, mas em sentido contrário, ficava o edifício dos CTT, que depois foi sede da Delegação Distrital da Legião Portuguesa e onde hoje se encontra instalada a messe de sargentos do Comando de Instrução e Disciplina do Exército. Agregado a este imóvel, mas em plano inferior e separada do mesmo por uma protecção de ferro, temos a Igreja da Misericórdia, de visita obrigatória para os mais devotos.
O edifício foi depois adquirido por um negociante, de nome Luis Gonzalez, que o herdou, entre muitos outros bens, do casamento estéril de sua tia, uma espanhola refugiada da Guerra Civil, com o abastado proprietário eborense António Paquete, praticamente dono de quase toda a Rua de Valdevinos. Mas a sua exploração turística manteve-se sempre concessionada a outros.
Com o passar dos tempos o velho solar entrou em decadência e degradação, até que, em meados da década de 90, a empresária do ramo de hotelaria e restauração Ana Ramalho Serrabulho decidiu tomar conta dele e recuperá-lo, devolvendo-lhe o encanto e a graciosidade perdidas.
Reclassificado como albergaria, o Solar de Monfalim é, como se sublinhou, a mais antiga casa do seu género e a mais tradicional de todas as existentes na cidade. A fachada do solar, caiada de branco e com uma barra inferior em amarelo-ocre, tem um fascínio especial. Por cima do portal de entrada, situado num plano ligeiramente superior ao da rua calcetada, vêem-se as armas dos Monfalins e, de ambos os lados, sobram ainda à mostra vestígios do granito que constituiu o material de construção originário. Na parte superior, cinco arcos de tipo manuelino deixam entrever o interior do primeiro andar, onde se situa um pequeno pátio que dá acesso à recepção e aos quartos.
Passa-se do rés-do-chão ao primeiro andar subindo uma dupla escadaria de granito ladeada por muitos vasos com plantas de médio porte. A maioria dos quartos possui janelas de sacada que dão para um pátio interior. Todos possuem ar condicionado, casa de banho privativa, televisão, telefone directo, mini-bar e cofre. As camas são de ferro forjado e, juntamente com o restante mobiliário, de grande sobriedade e tradicionalismo, ajudam a recriar um ambiente de fim do século XIX, pleno de romantismo, afinal a altura em que o solar foi aberto com as suas actuais funções.
Refira-se ainda que o pequeno almoço continental, confeccionado à base de produtos regionais e a recender a ruralismo, é simplesmente impecável. E é esta atmosfera e esta aura do passado que seduz visitantes nacionais e estrangeiros, principalmente estes, que o preferem aos hotéis mais padronizados.

Texto: José Frota

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Évora Perdida no Tempo - Senhoras no Claustro de S. Bento de Castris

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Senhoras no Claustro de S. Bento de Castris
Cota CME0376 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME