quarta-feira, 30 de junho de 2010

CJ Ramone no Festival Alentejo dia 30 de Julho




C.J. Ramone é o pseudónimo de Christopher Joseph Ward, baixista da banda norte americana de punk rock Ramones, na qual entrou em substituição de Dee Dee Ramone após a gravação de Brain Drain (1989) e onde ficou até o fim da banda em 1996. Assim como seu antecessor Dee Dee, CJ também actuou como vocalista em algumas músicas, vindo a gravar Strengh to Endure, Cretin Family e Main Man entre outras, além de One, two, three, four!. Além disso, ficou responsável por cantar todas as músicas de Dee Dee.
Mesmo em projectos posteriores, como as bandas Los Gusaños e Bad Chopper (tocando guitarra e cantando), Cristopher ainda continuou a ser chamado por fãs e crítica de CJ Ramone. Cristopher era guitarrista antes e depois dos Ramones e foi escolhido para entrar no quarteto nova-iorquino por sua autenticidade não imitando DeeDee Ramone nas roupas e no corte de cabelo.
CJ Ramone foi casado com a sobrinha de Marky Ramone, Chelsea, com quem teve dois filhos, Liam (1998) e Liliana (2001). Em 1999, a Liam foi diagnosticado autismo, o que levou Chistopher a participar da campanha a favor da luta contra o autismo, em 2009. Hoje, Christopher é casado com Denise Barton Ward.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Évora Perdida no Tempo - Convento de Bom Jesus de Valverde


Autor José António Barbosa
Data Fotografia 1913 ant. 
Legenda Convento de Bom Jesus de Valverde
Cota GPE0299 - Propriedade Grupo Pró-Évora

DJ Fernando Alvim no Festival Alentejo 30 de Julho




Este estupendo ser vivo, nasceu a 3 de Maio de 1974 no quarto 404 do hospital de Mafamude em Vila Nova de Gaia e cedo se percebeu que tinha nascido alguém especial quando, ao entregarem-no aos seus progenitores, os médicos disseram em tom resignado “Fizemos tudo o que pudemos!”

Fernando Alvim, teve a sua primeira namorada aos 5 anos (Graça, onde estás?) e foi com essa mesma tenra idade que se inscreve na escola de música “Teclado” onde rapidamente dá nas vistas pela destreza com que toca xilofone e ferrinhos, de resto, uma vocação tão grande que chegou mesmo a equacionar-se um estágio do mesmo na estação de caminhos de ferros das Devesas, precisamente, na agora cidade de Gaia.

Alvim, entregou-se à música da mesma forma que o fez em relação ao Hóquei em Patins, onde sempre foi fiel ao Fânzeres, clube que o acolheu desde as escolas e o viu progredir vertiginosamente até atingir o escalão sénior. Escalão Sénior? Com verdade, o aqui atleta apenas conseguiu chegar aos juvenis mas a elevação com que praticava o desporto era de tal modo que nos parece justo dizermos que merecia ter aí chegado. Contudo, a sua carreira foi abruptamente interrompida pelo seu treinador José Augusto que ao perceber as suas prodigiosas capacidades insistia em reservá-lo para o final de cada encontro, ao ponto de não raras vezes, o meter na partida quando faltava apenas um minuto, muitas vezes, 30 segundos para o fim do mesmo, o tempo suficiente para este entrar e cumprimentar a equipa adversária com uma nobreza que chegava a emocionar a plateia.

Estávamos no ano de 1988, tinha 14 anos, já andava nas explicações de matemática e o mundo inteiro estava descaradamente à sua frente, sobretudo quando Carina, o provocava com repetidos olhares, que nunca deram em absolutamente nada para seu absoluto infortúnio. Desse ano, recorda a canção “Carina Carina” que era interpretado por uma cantora italiana de má fama e o modelo de então da Toyota, o célebre Toyota Carina.

Fui também com esta idade que Fernando Alvim conhece a rádio, numa altura em que esta atravessava uma das suas melhores fases, o período das rádios piratas, onde cedo se destacou, primeiro fazendo programas infantis (“A hora das Traquinices” e o “Tapete Mágico”) e mais tarde, como tapa buracos da estação, onde chegou mesmo a apresentar discos pedidos e outros alegres derivados que o fizeram crescer profissionalmente e chamaram a atenção da concorrência e também da administração, que o deixa partir sem reservas.

Aos 17 anos, assumia o seu radialismo de forma profissional quando entra para a Rádio Press e ganha o seu primeiro salário pelas suas emissões de fim-de-semana, entre as 07 e as 10 da manhã e mais tarde, já de segunda a sexta, entre as 22 e a 01. Era o tempo do Cais 447, do Mercado, da Indústria e o jovem de que agora falamos descobria os prazeres da noite e também da carne, quando é confrontado com a sua primeira ida ao talho para comprar, um quilo de carne, bem tenrinho, da vazia, se faz favor.

O tempo passava, havia um homem a crescer dentro dele e o coração batia mais forte. Era oficial, o amor explodia em cada palavra, em cada gesto e os seus olhos aquosos denunciavam-no. Alvim estava profundamente apaixonado, como se ligado a uma máquina- dizia-nos, e se dúvidas houvesse sobre a demencial forma como se entregara a ela, todas se dissipariam, quando numa bela tarde outonal de Novembro, lhe ligou para sua casa, revelando-lhe o que sentia, cantando sem mácula “I just call to say I love you” de Stevie Wonder.

O amor é cego e Stevie Wonder também, mas este sentimento vê mais do que se pensa e a união durou 3 anos e meio, acabando de uma forma triste, como qualquer história de amor. Durante esse tempo, as coisas mudaram: a Rádio Press acabava e vendia os seus emissores à TSF, a Rádio Energia aceita-o para um estágio no Porto e não havendo condições para que fique, a Rádio Nova Era contrata-o e atira-o para a frente: primeiro como locutor de fim-de-semana, depois como animador diário e copywriter da estação e também uma das principais figuras do programa Terminal do Engate, indiscutivelmente, um dos programas de maior sucesso que alguma vez apresentou.

A Nova Era apaixona-o de tal modo que a sua vontade em aprender mais sobre a arte do copywriting o leva a desistir do seu curso de Gestão Internacional e Exportação, onde já ia no segundo ano, para se mudar para o de Engenharia Publicitária onde chegou ao terceiro. Alvim não completa o curso e quebra a promessa que tinha feito à sua mãezinha, porque quando já estava na TSF há mais de um ano é convidado para ir para a Rádio Comercial que então, iniciava uma nova fase, marcada pela música rock que foi sempre o seu género preferido.

O convite é aceite e em apenas 3 dias tudo muda. Aos 24 anos, Fernando Alvim vem para Lisboa deixando para trás o Porto, a faculdade, a família, os amigos e até a namorada de então, que também vai com as couves. Chegado aqui, a sua primeira casa é em Massamá, um quinto andar manhoso, alugado por telefone onde a senhoria lhe diz e passamos a citar: “tem uma óptima vista para o mar!”. Os dias não estão fáceis e conhece por sua vez os encantos da segunda circular, valendo-lhe a sua mota de então, uma XT 600 que em apenas 3 meses gripou duas vezes por alegadamente não ter óleo. Com verdade, a mesma mota que viria a ser roubada por duas vezes de frente de sua casa, já em Campolide. A primeira, recuperada depois de um desesperado apelo pela Rádio Comercial onde a foi buscar ao Bairro da Boavista e a segunda, bem, não falemos sobre isso.

Voltando atrás, fazendo rewind para o exacto dia em que entrou para a Rádio Comercial e percebeu que a sua primeira actividade seria informar os ouvintes sobre o estado das praias durante esse Verão. A sua tarefa era esta, acordar de manhã e às 9.20 e às 16.15 e entrar em directo de uma praia qualquer da grande Lisboa para dar conta das condições que se faziam sentir. Alvim mudou 3 vezes de côr nesse período e uma delas foi quando o convidaram para um casting para a TVI para a apresentação de um programa que se chamava “Top Rock” e que marcaria a sua estreia televisiva. Um ano e meio de emissões, aos sábados de manhã, que inicialmente foram apresentados com Pedro Marques, mais tarde com a Mariana Amaral e na última fase, com Vanda Miranda.

É aqui que aparece o Curto Circuito, aqui mesmo e tudo muda de novo na vida deste rapaz que entra para uma equipa de apresentadores onde o esperam Rui Unas e Rita Mendes e à qual se juntam posteriormente Patrícia Bull, Teresa Tavares, Irina Furtado, Pedro Ribeiro, Diogo Beja, Carla Salgueiro, Bruno Nogueira, Solange F. e Rita Andrade.

Pelo meio, começa a apresentar com Nuno Markl o CineXL, um magazine de cinema que ainda é transmitido na sic radical nos dias de hoje, mas já sem as suas vozes, e também com Markl, o Perfeito Anormal, uma ideia original sua, escrita numa só noite e aprovada em pouco mais do que isso pelo director da estação, Francisco Penim, o mesmo que o viu pedir-lhe dispensa do “Homem da Conspiração” que apresentou durante 3 meses mas que decide abandonar por manifesta falta de tempo.

Exactamente, o que ganhou para escrever “No dia em que fugimos tu não estavas em casa” o nome do seu primeiro livro, editado em Novembro do ano passado pela Quasi Edições, com 10. 000 exemplares vendidos e que se prepara para ser editado em Itália no próximo ano numa sessão de lançamento que será apadrinhada por Marco Bellini, que em Portugal ficou conhecido por ter repetido até à exaustão que o segredo está na massa. Exactamente o mesma frase usada pela famosa Dona Branca, a banqueira do povo, que Alvim nunca chegou a conhecer.

Para o final, é importante revelar que foi ele que criou o Festival Termómetro Unplugged e a revista 365 e que neste momento, para além de apresentar de novo o Curto Circuito na Sic Radical, é igualmente apresentador da Prova Oral (juntamente com Raquel Bulha) e do Topless na Antena3. O primeiro, emitido diariamente entre as 19 e as 20 com repetição às 6 da manhã e o segundo, aos Sábados, entre as 13 e as 14.

O seu bilhete de identidade, não deixa dúvidas: Segundo o Arquivo Nacional
de Lisboa Fernando Alvim é o cidadão 102 44 230.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Évora Festival Alentejo: Bilhetes

Bilhetes à Venda
FNAC
Worten
El Corte Inglés
Lojas Viagens Abreu



Évora 
Locais Habituais



Reservas
707 234 234

Programa do Festival Alentejo

Platinum ABBA no Festival Alentejo



Formaram-se com o intuito de se tornarem a melhor Banda tributo dos ABBA em todo o Mundo.
Com atenção meticulosa em todos os detalhes, eles combinam um atordoante alinhamento de musicas, fantasias autênticas, coreografias originais do “Abba” e uma dose satisfatória de humor dentro de um desempenho electrificado, produzindo um espectáculo empolgante que atrai a todos em todos os lugares.
Esteja atento, vão estar em Évora !!!!!

domingo, 27 de junho de 2010

Waterboys no Festival Alentejo a 1 de Agosto




Os Waterboys estão de volta a Portugal e apresentam-se este Verão no Festival Alentejo em Évora. 


Os Waterboys foram criados há 25 anos - o primeiro álbum, The Waterboys, foi lançado em Julho de 1983 - e desde então já venderam mais de cinco milhões de discos em todo o mundo. A banda assume que não pertence a qualquer género ou movimento, mas a inspiração vem do folk irlandês. Depois, foi só juntar-lhe influências rock, pose e outros truques pop e os recursos criativos do escocês Mike Scott.
Scott teve uma aprendizagem musical polivalente, chegando a fazer parte de uma banda punk. Depois, entrou para Filosofia e História na universidade e, já em Londres, após a colocação de um anúncio no jornal, surgiram Anthony Thistlethwaite e Kevin Wilkinson. Estavam criados os Waterboys, na sua formação original.
Depois do segundo álbum Pagan Place (1984), fez-se história com This is the Sea (1985), de cujo alinhamento constava o tema The Whole of the Moon, que haveria de se consagrar como uma espécie de hino da banda. Foi já com base na Irlanda que o grupo se juntou para Fisherman's Blues (1988), um dos três álbuns que Mike Scott acredita poder ser o melhor dos Waterboys: "Sei que não é justo dizer que um álbum é melhor que outro, mas continuo a fazê-lo. Penso que o melhor álbum dos Waterboys é um de três: This is the Sea, Fisherman's Blues ou Pagan Place. São os três que mais gosto." Quanto ao trabalho que a banda está agora a apresentar, Scott também não mostra dúvidas: "Penso que esta é uma das melhores compilações de canções dos Waterboys."
Em 1993, e já a viver em Nova Iorque tendo deixado a banda para trás, o vocalista e escritor de canções gravou Dream Harder. Os trabalhos a solo pareciam ser o futuro na vida do cantautor. Acabou por entrar para uma comunidade espiritual escocesa e, até 2000, excepção feita ao álbum Bring'em All In, a actividade foi nula. Sobre esses tempos de solidão, Mike Scott confessa-se: "Teve piada estar sozinho quando eu era um one man show Tocava todos os instrumentos, gostava disso. Foi divertido, uma novidade. Mas se tenho de ter uma banda comigo, que sejam os Waterboys. Cheguei à conclusão de que prefiro ter uma banda à minha volta do que estar sozinho." E fez-se a sua vontade, com o regresso da banda às edições logo no ano 2000. Rock in the Weary Land sucedeu à compilação The Whole of the Moon - The Music of The Waterboys.
Hoje, o grupo divide-se entre Londres, Dublin, Galway e Nova Iorque, mas é em Findhorn, na Escócia, que encontra o refúgio caseiro. Uma dúzia de álbuns depois, os Waterboys voltam com este trabalho, Book of Lightning, a apresentar esta noite em Gaia. Foram mais de 40 os músicos que já colaboraram com a banda, mas há um núcleo duro que não se desfaz: Mike Scott, voz e guitarra, Steve Wickham, violino, Richard Naiff, teclados, Mark Smith, baixo, e Damon Wilson, na bateria. Deles não irá faltar, espera-se, o tema The Man with the Wind at his Heels, deste último álbum, algo que em tradução livre pode significar "o homem que tem o vento nos calcanhares". Questionado sobre esta ideia, de ainda ser um homem em constante viagem, incapaz de se fixar num mesmo sítio por muito tempo, Mike Scott acusa o peso da idade: "Fui, no passado, sem dúvida, em determinado ponto da minha vida. Hoje já não penso que o seja. Escrevi essa canção quando andava sempre com a mala na mão, em meados dos anos 80. Nessa altura senti que tinha mesmo o vento nos meus calcanhares, mas agora vivo numa casa bem bonita em Londres, tenho raízes mais profundas sob os meus pés." Mas não fecha a porta a novas aventuras: "Nunca se sabe de onde o vento voltará a soprar. E quando ando em digressão acabo sempre por ter o vento nos meus calcanhares."

sábado, 26 de junho de 2010

Xutos e Pontapés hoje em Évora

Noites de Verão no Museu


O Museu de Évora, todas as quintas-feiras, até 23 de Setembro, mantém-se aberto até às 22 horas, sempre com uma visita guiada ou uma conferência pelas 20 horas. Para animar as conversas, ao cair da noite, servimos um refresco no pátio do Museu. As inscrições são gratuitas, com um limite máximo de 30 participantes, e podem ser feitas por telefone 266 702 604 ou através do e-mail mevora@imc-ip.pt.

Tauromaquia no dia 27 de Junho

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cinema de 24 a 30* de Junho de 2010 - 18h00 e 21h30


UM HOMEM SINGULAR
De 24 a 30* de Junho – 18h00 e 21h30

De: Tom Ford
Com: Colin Firth, Julianne Moore, Nicholas Hoult, Matthew Goode
Género: Drama
Classificacao: M/16
EUA, 2009, Cores, 101 min.

Los Angeles, 30 de Novembro de 1962. Depois da trágica morte de Jim, seu companheiro dos últimos 16 anos, nada parece fazer sentido para o professor George Falconer. Tudo lhe relembra a felicidade perdida e nem a sua velha amiga Charley o consegue tirar do torpor em que vive nos últimos meses. Mas um encontro com Kenny, um jovem aluno das suas aulas de inglês que parece seguir os seus passos durante todo um dia, vai dar a George uma nova perspectiva.
*Dia 30 apenas às 18h00

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Waterboys fecham cartaz do primeiro Festival Alentejo - Évora


Os Waterboys vão fechar o cartaz do Festival Alentejo - Évora 2010, que vai decorrer de 30 de julho a 01 de agosto, revelou hoje o promotor do evento.

A banda, que mistura a folk com pop e rock, sobe ao palco do festival alentejano a 01 de agosto, último dia do evento, depois da atuação dos portugueses Easyway, que estão confirmados para o mesmo dia.

Os Waterboys juntam-se ao cantor britânico Peter Murphy, que atua a 30 de julho, e à banda alemã Alphaville, que sobe ao palco a 31 do mesmo mês, como cabeças de cartaz do evento.

Vista Parcial da Sé



Autor: Bruno Cruz

terça-feira, 22 de junho de 2010

Técnico de Telecomunicações - Évora e Beja


A Griphoncom é uma empresa que opera no sector das Telecomunicações, proporcionando soluções ao nível da Implementação, Operação e Manutenção de serviços nessa área.

No sentido de reforçar a nossa equipa Técnica, pretendemos recrutar:
TÉCNICOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Zonas de Évora e Beja

Este profissional irá assumir responsabilidades ao nível da instalação e manutenção de Redes de cablagem estruturada (LAN), Centrais Telefónicas, linhas POTS, BRI, ADSL e/ou Triple Play (Voz+Internet+Televisão).
Perfil do Candidato
• Habilitações ao nível do 12º Ano ou Formação Técnico Profissional na área das Telecomunicações, Redes, Electrónica e Electrotecnia ou áreas afins;
• Experiência na área das Telecomunicações nomeadamente rede de cliente;
• Conhecimentos ou Certificação ORAC (preferencial);
• Conhecimentos ou Certificação ITED (preferencial);
• Conhecimentos sobre FTTH (preferencial);
• Carta de Condução (eliminatório);
• Boa apresentação;
• Dinamismo e proactividade;
• Facilidade de Comunicação;
• Sentido de responsabilidade;
• Espírito de equipa;
• Informática na óptica do utilizador;
• Conhecimentos de Inglês.

Oferecemos
Integração num projecto dinâmico e exigente, remuneração compatível com as qualificações e experiência demonstrada e formação técnica adequada à função.

Envie-nos o seu CV detalhado e actualizado com foto através do nosso site www.griphoncom.pt na área “Emprego”, ou através do email recrutamento@griphoncom.pt

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Património Militar de Évora

 O actual património militar de Évora começou a tomar forma quando, em 1518, D. Manuel I mandou dar início à construção do Castelo Novo, provocando uma autêntica revolução nas estruturas defensivas da cidade, provenientes da Idade Média e contidas na chamada Cerca Velha. Essa rígida cintura amuralhada, apenas quebrada pela existência de diversas portas abrindo para o exterior era, até então, suficiente para conter a força dos assaltantes, já que, por esse tempo, os combates se desenrolavam em lutas corpo a corpo, com a utilização de espadas, de lanças, arcos, bestas e fundas.
O progressivo abandono desta concepção defensiva ficou a dever-se ao aparecimento da pólvora e logo depois dos canhões, produtores de fogos potentes, profundos e de grande poder destrutivo. Com o Castelo Novo, erguido segundo um projecto de Diogo de Arruda e concluído em 1523, Évora viu-se provida de uma verdadeira cidadela militar, reforçada no século seguinte pelos baluartes do Assa e do Picadeiro e destinada à protecção pirobalística. No reinado de D. Sebastião, parte da fortificação veio, no entanto, a ser objecto de alterações diversas para poder passar a funcionar como depósito do Real Celeiro Comum.
Coube a D. João V a tarefa de voltar a alocar o prédio a funções estritamente militares. Por alvará de 8 de Janeiro de 1736 o monarca instituiu o Regimento de Dragões de Évora, que sob o comando do Conde de Soure nele se veio a sediar. Embora tivesse sido possível proceder ao aproveitamento de significativa fracção da estrutura manuelina, houve sectores em que se impôs a necessidade de recorrer a vultuosas obras de adaptação às novas exigências. Dificuldades financeiras e as guerras contra Espanha estiveram na origem de atrasos sucessivos e posteriores interrupções dos trabalhos, que foram dados por terminados em 1803, mas cujos acabamentos interiores se prolongaram por mais quatro anos.
O edifício de dois andares e planta quadrada, com quatro imponentes torres de alvenaria, adornadas nos ângulos de pilastras de granito, ganhou a partir daí a estrutura actual. A parada, de idêntico desenho, assumiu igualmente proporções impressionantes.
Do pátio vieram a romper quatro escadas que vieram a conduzir à labiríntica mescla de corredores e casernas, a maioria deles enfeitados de rodapés azuis e brancos ao modo regional. Conservadas foram, porém, algumas dependências interiores de grande valor artístico, situadas no 2º. piso, como as salas do Conselho Regimental e das Armas, decoradas com variados motivos de triunfalismo e alegorias bélicas.
Com a reforma do Exército levada a cabo pelo marechal William Beresford (oficial britânico que o chefiou entre as Invasões e a Revolução Liberal de 1820), o Regimento de Dragões foi extinto e substituído pelo Regimento de Cavalaria 5, que naquelas instalações se manteve até 1940. Por essa altura a arma de Cavalaria passou para Estremoz e o Castelo Novo ou Manuelino passou a alojar em seu lugar o Regimento
de Infantaria 16, que ali permaneceu até 1975. 
Com o fim da guerra colonial nele foram instalados os Serviços de Apoio ao Quartel General da Região Militar Sul. Com o desaparecimento deste, o edifício foi afectado, a partir de 2006, a Quartel- General do Comando de Instrução e Doutrina, transferido da Amadora. Bem perto, e paredes meias com o Castelo Manuelino e a cerca nova amuralhada, fica a Igreja do Senhor Jesus da Pobreza, também pertencente ao património castrense e cuja missão actual se confina a servir de espaço de velório a militares falecidos, antes de baixarem à terra. Erigido em 1729, o templo integrou uma capela dedicada à Senhora do Amparo, existente na porta da Rua da Mesquita, e destinou-se a servir de local de culto aos fiéis do antigo Bairro de Vila Nova, situado nas imediações. 
Trata-se de uma obra tardia do estilo barroco, de cujo aspecto exterior ressaltam duas torres cupuladas e frontaria com colunata de empena triangular que anunciam a chegada do neo-classicismo. Destaque especial ganham o harmonioso zimbório, de secção hexagonal e inspiração italiana, e o arrebicado presbitério, com altar de talha dourada, ao qual se sobrepõe a Virgem do Amparo, formando conjunto de rara beleza.
A jóia do património militar eborense é contudo o Convento de Nossa Senhora da Graça, não muito afastado do Castelo Manuelino mas em direcção oposta à Igreja do Senhor Jesus da Pobreza. O imóvel remonta ao tempo de D. Sancho I e serviu para acolher a Ordem dos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, mas foi D. João III que, com o auxílio dos 1ºs. Condes de Vimioso, lhe conferiu grandiosidade arquitectónica por alvará de 1540, o qual já previa a anexação da Ermida que lhe era adjacente. As obras que transformaram o conjunto num exemplar raro da arquitectura portuguesa, em estilo barroco de inspiração italiana, decorreram sob a orientação do arquitecto Miguel de Arruda e do escultor francês Nicolau Chanterene, que se admite ter sido o autor dos quatro atlantes do pórtico da Igreja, que segundo a tradição local representam os primeiros mártires da Inquisição queimados em Évora no ano de 1543.
A ocupação do mosteiro veio a estender-se posteriormente aos descendentes dos Condes de Vimioso, que decidiram abraçar a vida religiosa em comunhão espiritual com os frades residentes. Na comunidade viveram
então grandes vultos da cultura portuguesa como Públia Hortênsia de Castro, poetisa, oradora e grande humanista, que ali se finou em 1595 e houve sepultura no claustro, e o famoso polemista frade José Agostinho de Macedo (1761-1831). Templo e convento sofreram diversas derrocadas por via de intempéries e dos intensos bombardeamentos a que foram que sujeitos durante a Guerra da Restauração. A partir da secularização dos bens religiosos em 1834, a igreja funcionou durante largo período como escola do ensino primário. A outra parte do imóvel foi adaptada em 1858 para instalação de uma fábrica de rolhas de cortiça. A partir de 1885 passou a abrigar uma força de infantaria e, em 1955, decidiu-se que o edifício passaria a instalar a Messe de Oficiais da Região Militar do Sul. Novo desabamento ocorrido dois anos mais tarde acentuou o seu aspecto de ruína e a necessidade de um profundo trabalho de recuperação de todo o conjunto.
A realização da empreitada decorreu nos anos de 1972 e 1973 e foi da responsabilidade da Direcção Geral dos Monumentos do Sul, tendo importado na avultada quantia, para a época, de quatro mil contos. O Convento viu-se assim transformado naquilo que ainda hoje é - uma mui luxuosa pousada para a oficialidade residente, temporária ou em mero trânsito. Túlio Espanca descreveu-o como «um edifício contrafortado, com varandas e urnas clássicas, que mantém no interior, de valimento artístico, o notável claustro de dois pisos, o primitivo refeitório quinhentista e as escadarias, revestidas de alizares de azulejos monócromos, com arabescos de azul e branco, de fins do séc. XVII».
Dos quatro principais prédios do património castrense em Évora falta referir o Palácio dos Morgados de Mesquita, cuja construção foi devida a Pedro de Sousa, 1º. Conde de Prado, reinava então D. João III. A propriedade do edifício em mão dos herdeiros foi efémera. Viria a ser comprado por D. Garcia de Castro, conselheiro de D. Sebastião e governador da praça africana de Mazagão, que, por sua vez, em breve dele se desfaria. Em 1867 era pertença do capitão de cavalos D. João de Mesquita, que o legou aos descendentes, os quais o mantiveram em seu poder durante duas gerações. Adquirido por Luís Valente Rosa, os seus herdeiros venderam-no ao Estado para instalação da 4ª Divisão Militar. Ao longo dos tempos foi sempre sede desta estrutura do Exército até que, a partir de 1926, passou à condição de seu Quartel-General, ainda
que tenha mudado de designação por diversas vezes. Actualmente é a sede admnistrativa do já referido Comando de Doutrina.
Na década de 50 do século passado o imóvel foi sujeito a profundas alterações, com prejuízo para a antiga capela, ornada de pinturas murais, que desapareceu. Mantiveram-se contudo a silhueta barroca exterior, o curioso passadiço da Rua de S. Cristóvão e as abóbadas brasonadas dos Castros. Interiormente ganha vulto a Sala de Cupido, por pinturas a óleo sobre tela representando deuses da Mitologia, as três Graças e temas pastoris, marinhas e galanterias neo-clássicas. Datáveis de 1777, a sua autoria é atribuída a Cirilo Volkmar Machado, pintor, escultor e arquitecto que viveu entre 1748 e 1848.


Texto: José Frota
Fotos: Carlos Neves