terça-feira, 29 de junho de 2010

DJ Fernando Alvim no Festival Alentejo 30 de Julho




Este estupendo ser vivo, nasceu a 3 de Maio de 1974 no quarto 404 do hospital de Mafamude em Vila Nova de Gaia e cedo se percebeu que tinha nascido alguém especial quando, ao entregarem-no aos seus progenitores, os médicos disseram em tom resignado “Fizemos tudo o que pudemos!”

Fernando Alvim, teve a sua primeira namorada aos 5 anos (Graça, onde estás?) e foi com essa mesma tenra idade que se inscreve na escola de música “Teclado” onde rapidamente dá nas vistas pela destreza com que toca xilofone e ferrinhos, de resto, uma vocação tão grande que chegou mesmo a equacionar-se um estágio do mesmo na estação de caminhos de ferros das Devesas, precisamente, na agora cidade de Gaia.

Alvim, entregou-se à música da mesma forma que o fez em relação ao Hóquei em Patins, onde sempre foi fiel ao Fânzeres, clube que o acolheu desde as escolas e o viu progredir vertiginosamente até atingir o escalão sénior. Escalão Sénior? Com verdade, o aqui atleta apenas conseguiu chegar aos juvenis mas a elevação com que praticava o desporto era de tal modo que nos parece justo dizermos que merecia ter aí chegado. Contudo, a sua carreira foi abruptamente interrompida pelo seu treinador José Augusto que ao perceber as suas prodigiosas capacidades insistia em reservá-lo para o final de cada encontro, ao ponto de não raras vezes, o meter na partida quando faltava apenas um minuto, muitas vezes, 30 segundos para o fim do mesmo, o tempo suficiente para este entrar e cumprimentar a equipa adversária com uma nobreza que chegava a emocionar a plateia.

Estávamos no ano de 1988, tinha 14 anos, já andava nas explicações de matemática e o mundo inteiro estava descaradamente à sua frente, sobretudo quando Carina, o provocava com repetidos olhares, que nunca deram em absolutamente nada para seu absoluto infortúnio. Desse ano, recorda a canção “Carina Carina” que era interpretado por uma cantora italiana de má fama e o modelo de então da Toyota, o célebre Toyota Carina.

Fui também com esta idade que Fernando Alvim conhece a rádio, numa altura em que esta atravessava uma das suas melhores fases, o período das rádios piratas, onde cedo se destacou, primeiro fazendo programas infantis (“A hora das Traquinices” e o “Tapete Mágico”) e mais tarde, como tapa buracos da estação, onde chegou mesmo a apresentar discos pedidos e outros alegres derivados que o fizeram crescer profissionalmente e chamaram a atenção da concorrência e também da administração, que o deixa partir sem reservas.

Aos 17 anos, assumia o seu radialismo de forma profissional quando entra para a Rádio Press e ganha o seu primeiro salário pelas suas emissões de fim-de-semana, entre as 07 e as 10 da manhã e mais tarde, já de segunda a sexta, entre as 22 e a 01. Era o tempo do Cais 447, do Mercado, da Indústria e o jovem de que agora falamos descobria os prazeres da noite e também da carne, quando é confrontado com a sua primeira ida ao talho para comprar, um quilo de carne, bem tenrinho, da vazia, se faz favor.

O tempo passava, havia um homem a crescer dentro dele e o coração batia mais forte. Era oficial, o amor explodia em cada palavra, em cada gesto e os seus olhos aquosos denunciavam-no. Alvim estava profundamente apaixonado, como se ligado a uma máquina- dizia-nos, e se dúvidas houvesse sobre a demencial forma como se entregara a ela, todas se dissipariam, quando numa bela tarde outonal de Novembro, lhe ligou para sua casa, revelando-lhe o que sentia, cantando sem mácula “I just call to say I love you” de Stevie Wonder.

O amor é cego e Stevie Wonder também, mas este sentimento vê mais do que se pensa e a união durou 3 anos e meio, acabando de uma forma triste, como qualquer história de amor. Durante esse tempo, as coisas mudaram: a Rádio Press acabava e vendia os seus emissores à TSF, a Rádio Energia aceita-o para um estágio no Porto e não havendo condições para que fique, a Rádio Nova Era contrata-o e atira-o para a frente: primeiro como locutor de fim-de-semana, depois como animador diário e copywriter da estação e também uma das principais figuras do programa Terminal do Engate, indiscutivelmente, um dos programas de maior sucesso que alguma vez apresentou.

A Nova Era apaixona-o de tal modo que a sua vontade em aprender mais sobre a arte do copywriting o leva a desistir do seu curso de Gestão Internacional e Exportação, onde já ia no segundo ano, para se mudar para o de Engenharia Publicitária onde chegou ao terceiro. Alvim não completa o curso e quebra a promessa que tinha feito à sua mãezinha, porque quando já estava na TSF há mais de um ano é convidado para ir para a Rádio Comercial que então, iniciava uma nova fase, marcada pela música rock que foi sempre o seu género preferido.

O convite é aceite e em apenas 3 dias tudo muda. Aos 24 anos, Fernando Alvim vem para Lisboa deixando para trás o Porto, a faculdade, a família, os amigos e até a namorada de então, que também vai com as couves. Chegado aqui, a sua primeira casa é em Massamá, um quinto andar manhoso, alugado por telefone onde a senhoria lhe diz e passamos a citar: “tem uma óptima vista para o mar!”. Os dias não estão fáceis e conhece por sua vez os encantos da segunda circular, valendo-lhe a sua mota de então, uma XT 600 que em apenas 3 meses gripou duas vezes por alegadamente não ter óleo. Com verdade, a mesma mota que viria a ser roubada por duas vezes de frente de sua casa, já em Campolide. A primeira, recuperada depois de um desesperado apelo pela Rádio Comercial onde a foi buscar ao Bairro da Boavista e a segunda, bem, não falemos sobre isso.

Voltando atrás, fazendo rewind para o exacto dia em que entrou para a Rádio Comercial e percebeu que a sua primeira actividade seria informar os ouvintes sobre o estado das praias durante esse Verão. A sua tarefa era esta, acordar de manhã e às 9.20 e às 16.15 e entrar em directo de uma praia qualquer da grande Lisboa para dar conta das condições que se faziam sentir. Alvim mudou 3 vezes de côr nesse período e uma delas foi quando o convidaram para um casting para a TVI para a apresentação de um programa que se chamava “Top Rock” e que marcaria a sua estreia televisiva. Um ano e meio de emissões, aos sábados de manhã, que inicialmente foram apresentados com Pedro Marques, mais tarde com a Mariana Amaral e na última fase, com Vanda Miranda.

É aqui que aparece o Curto Circuito, aqui mesmo e tudo muda de novo na vida deste rapaz que entra para uma equipa de apresentadores onde o esperam Rui Unas e Rita Mendes e à qual se juntam posteriormente Patrícia Bull, Teresa Tavares, Irina Furtado, Pedro Ribeiro, Diogo Beja, Carla Salgueiro, Bruno Nogueira, Solange F. e Rita Andrade.

Pelo meio, começa a apresentar com Nuno Markl o CineXL, um magazine de cinema que ainda é transmitido na sic radical nos dias de hoje, mas já sem as suas vozes, e também com Markl, o Perfeito Anormal, uma ideia original sua, escrita numa só noite e aprovada em pouco mais do que isso pelo director da estação, Francisco Penim, o mesmo que o viu pedir-lhe dispensa do “Homem da Conspiração” que apresentou durante 3 meses mas que decide abandonar por manifesta falta de tempo.

Exactamente, o que ganhou para escrever “No dia em que fugimos tu não estavas em casa” o nome do seu primeiro livro, editado em Novembro do ano passado pela Quasi Edições, com 10. 000 exemplares vendidos e que se prepara para ser editado em Itália no próximo ano numa sessão de lançamento que será apadrinhada por Marco Bellini, que em Portugal ficou conhecido por ter repetido até à exaustão que o segredo está na massa. Exactamente o mesma frase usada pela famosa Dona Branca, a banqueira do povo, que Alvim nunca chegou a conhecer.

Para o final, é importante revelar que foi ele que criou o Festival Termómetro Unplugged e a revista 365 e que neste momento, para além de apresentar de novo o Curto Circuito na Sic Radical, é igualmente apresentador da Prova Oral (juntamente com Raquel Bulha) e do Topless na Antena3. O primeiro, emitido diariamente entre as 19 e as 20 com repetição às 6 da manhã e o segundo, aos Sábados, entre as 13 e as 14.

O seu bilhete de identidade, não deixa dúvidas: Segundo o Arquivo Nacional
de Lisboa Fernando Alvim é o cidadão 102 44 230.

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