quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Évora Perdida no Tempo - Vista parcial do Jardim de Diana

Autor Inácio Caldeira
Data Fotografia 1920 ? -
Legenda Vista parcial do Jardim de Diana
Cota CME0322 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Uma Visita ao Aqueduto

Uma visita a Évora fica sempre incompleta se circunscrita ao deambular pelo Centro Histórico. Nos arredores há também património edificado a conhecer, envolto por paisagens naturais de grande beleza e onde perpassa o aroma das ervas e flores campestres, proveniente das inúmeras quintas e hortas que cinturam a cidade. E, no meio dessa tranquilidade, é prazeiroso sentir o contágio do multifacetado canto dos passaritos que esvoaçam alegremente por todo o lado.
Um desses passeios pedestres e ambientais, em que se conjuga o valor ecológico com o enriquecimento do espírito, é sem dúvida o que nos conduz ao conhecimento pormenorizado do Aqueduto da Água de Prata, a mais importante estrutura hidráulica construída em Portugal no século XVI (1533-1532). A monumental estrutura foi mandada erguer pelo rei D. João III, cuja corte passava longos períodos na cidade e que, tal como a população, se sentia afectada com a escassez de água.
Évora sempre tinha enfrentado problemas no abastecimento de água. Tudo leva a crer que os seus habitantes, até à construção do Aqueduto, captassem o precioso líquido através de minas, poços e cisternas nas respectivas moradias. Como a dificuldade na sua obtenção se agudizava nos meses de estiagem, causando incómodos e embaraços ao augusto monarca, à sua veneranda família e ilustre séquito, este decidiu encarregar o arquitecto eborense Francisco de Arruda de construir um aqueduto que pusesse termo ao problema da captação de água potável e da sua distribuição pela cidade.
A tomada de água foi efectuada nas nascentes próximas de Nossa Senhora da Graça do Divor, no concelho de Arraiolos, e transportada por gravidade para a cidade, através de uma magnífica e deslumbrante arcaria com cerca de 19 km de extensão. A obra de alvenaria transpôs mesmo as muralhas da cidade, junto à Porta da Lagoa, avançou pela Rua do Cano e chegou à Praça Grande. Maria Mourato Monteiro e Virgolino Ferreira Jorge, no nº. 21 da revista “Monumentos” consideram que «a distribuição colectiva de água potável aos diferentes pontos do tecido urbanizado de então, fazia-se, sobretudo, por meio de fontes, chafarizes, lavadouros e balneários públicos».
À água da conduta acediam também os donatários (favorecidos por uma doação) reais, que se foram multiplicando ao longo dos anos seguintes. Para gerir a situação, que exigia naturalmente uma utilização metódica e eficiente da água, foi criado um “Regimento do Aqueduto da Água de Prata”.
Durante quatro séculos, o Aqueduto foi cumprindo a sua função de utilidade pública. Em meados da penúltima centúria, já bastante arruinado, foi alvo de operações de beneficiação e restauro, pois já era evidente que não conseguia satisfazer na totalidade as necessidade de consumo. Com começo em 1873, a estrutura foi reconstruída, recebendo uma nova conduta ao mesmo tempo que se procedia a uma redução do comprimento inicial do Aqueduto, obtida pela abertura de trincheiras e elevação de mais arcadas.
Todas estas benfeitorias adiaram, apenas por mais umas décadas, o problema da distribuição da água. Em 1933, os eborenses puderam finalmente dispor do abastecimento doméstico de água potável em conexão a uma rede de esgotos subterrâneos. A importância do Aqueduto decresceu notoriamente. As fontes e chafarizes foram sendo abandonados, mas o antigo cano real ainda é responsável por cerca de quinze por cento do actual consumo citadino.
Dos seus 19 kms de extensão, 8,3 estão à disposição do usufruto público e da utilização como meio turístico. Neste último caso recomenda-se que o passeante use roupa e calçado desportivo e leve água e comida consoante a dimensão do percurso que tem em mente efectuar.
Os acessos, no sentido ascendente, são três, designados pelas primeiras letras do alfabeto, havendo em cada um parque de estacionamento para visitantes. O Acesso A tem o seu início junto ao Convento da Cartuxa, passando pela Quinta da Torralva e por S. Bento de Cástris, caminhando por uma zona ladeada de pastagens. A partir daí o Aqueduto é subterrâneo e só voltamos a poder segui-lo à superfície do outro lado da estrada de Arraiolos.
Começa aí o Acesso B, entre montados de sobro e azinho. Ao fim de aproximadamente mil metros, aparece a Fonte do Arcediago, situada na quinta do mesmo nome e que foi casa de campo do grande humanista, de renome internacional, André de Resende. Frade dominicano, natural de Évora, teve sempre um acrisolado apego à terra que lhe serviu de berço. Neste fontanário que mandou erguer em 1593, para seu descanso e devaneio espiritual, deixou duas inscrições latinas da sua autoria, hoje já pouco perceptíveis.
É nesta zona que se observam melhor as caixas de visita, facilmente detectáveis por serem encimadas por um pináculo e que servem essencialmente para a decantação da água. Grosso modo, são pequenos poços de alvenaria que, situando-se em plano inferior ao do cano, recebem os detritos sólidos arrastados pela água, sendo ainda portadores de uma porta lateral que possibilita a sua limpeza.
Ao cabo de mais algum tempo, entra-se num pequeno bosque, formado em torno do Ribeiro de Pombal, que, a partir das intervenções verificadas à entrada do terceiro quartel do século XIX, é possível ultrapassar pedonalmente. Nessa altura foi construída uma arcada, chamada do Cano Alto, com o objectivo de reduzir a distância de contorno do vale. Na pequena mata abundam os espaços ripícolas (localizados na margens do ribeiro), povoados de freixos, loureiros, salgueiros, hera ou silvas, contrastando com os mais afastados, onde espécies menos ávidas de água como a oliveira, a azinheira, salsaparrilha ou o medronheiro afirmam a sua presença. Assim nos vamos aproximando da zona de Metrogos, as redes das nascentes.
Começa o acesso C, que faz a ligação entre a rede das nascentes e um ponto extremo da Estrada do Sr. dos Aflitos, com travessia do caminho dos Arcos do Divor. É este o final do passeio ao longo da parte visível do Aqueduto da Água de Prata, notável obra da arquitectura e da engenharia hidráulica. Informações sobre a organização de passeios podem ser solicitadas no Posto de Turismo de Évora.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Assim foi o "Panda Vai à Escola" na Arena d'Évora ...














Templo de Diana nos Anos 80

Autor Helder Matos

Colisão mata mulher

Uma mulher de 63 anos, residente no Redondo, morreu na sequência de uma brutal colisão frontal ocorrida ontem ao início da noite na EN254, entre Évora e Redondo.
Do acidente resultaram ainda ferimentos graves em três pessoas. Ao que se conseguiu apurar junto de fonte da GNR, a vítima mortal viajava num Opel Corsa. Uma outra ocupante dessa viatura – uma mulher de 35 anos, familiar da vítima mortal – ficou ferida com gravidade. No outro veículo envolvido no acidente, uma carrinha Mercedes Vito, seguiam dois homens, que também ficaram feridos com gravidade.
No local estiveram os bombeiros de Évora, GNR e INEM. Os feridos foram todos retirados para o Hospital do Espírito Santo, em Évora. As causas do acidente, que destruiu por completo as duas viaturas, continuam ainda a ser investigadas. A estrada esteve cortada mais de duas horas para as operações de socorro.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Gala Equestre de Natal na Arena d'Évora no dia 17 de Dezembro pelas 22h


Um Espectáculo de JOÃO RIBEIRO TELLES, com a presença da Família RIBEIRO TELLES e do fadista ANTÓNIO PINTO BASTO, entre muitos outros...


UM ESPECTÁCULO ONDE O CAVALO É REI

O Cavalo Lusitano, rei da planície Alentejana e da lezíria do Ribatejo, amado pelas famílias portuguesas e reconhecido em todo o mundo!!!


Em liberdade no seu estado puro e selvagem ou mais tarde, após uns anos de trabalho, consegue movimentos tão airosos e subtis que mais parece um bailarino. Com um carácter agressivo e ao mesmo tempo doce, consegue unir-se de tal modo ao seu cavaleiro que formam um só conjunto de rara beleza. É toda essa emoção que poderá sentir ao vivo. Poderá ver como este magnífico animal pode integrar-se na dança clássica ou no Hip-Hop moderno, como ele pode desafiar uma guitarra ou como ele próprio pode ser o fandango e o folclore português. Espectáculo único com espírito da família portuguesa e enquadrado na mais bela época do ano “O Natal”.


Será no próximo dia 17 de Dezembro, que a Arena D’Évora receberá pelas 21h:30m uma gala equestre levada a efeito pela empresa Terra Brava de Carlos Pegado.

Será um espectáculo de João Ribeiro Telles, com a presença da Família Ribeiro Telles e do fadista António Pinto Bastos, entre muitos outros.
O Cavalo Lusitano, rei da planície Alentejana e da lezíria do Ribatejo, amado pelas famílias portuguesas e reconhecido em todo o mundo!!!
Em liberdade no seu estado puro e selvagem ou mais tarde, após uns anos de trabalho, consegue movimentos tão airosos e subtis que mais parece um bailarino.
Com um carácter agressivo e ao mesmo tempo doce, consegue unir-se de tal modo ao seu cavaleiro que formam um só conjunto de rara beleza.
É toda essa emoção que poderá sentir ao vivo.
Poderá ver como este magnífico animal pode integrar-se na dança clássica ou no Hip-Hop moderno, como ele pode desafiar uma guitarra ou como ele próprio pode ser o fandango e o folclore português.
Espectáculo único com espírito da família portuguesa e enquadrado na mais bela época do ano “O Natal”.

RESERVAS de BILHETES - 917 131 930

Rui Veloso na Arena de Évora esta sexta-feira



Porque os amigos também são parte da família, o Clube Renascença convida-o para a grande Festa de Natal.

Dia 10 de Dezembro, na Arena de Évora, Rui Veloso celebra consigo 30 anos de carreira.

A ver as Estrelas no Céu, sem esquecer a Paixão pelo Chico Fininho e a Beirã, contamos consigo consigo para tornar esta noite ainda mais memorável, recordando estes e outros sucessos que fazem parte da sua vida.

Depois de encher duas vezes os Coliseus de Lisboa e do Porto, Rui Veloso vai agora ao seu encontro na Festa de Natal do Clube Renascença.

Um concerto com o apoio Hipermercados Modelo e Câmara Municipal de Évora.

Bilhetes à venda em Évora nas Tabacarias Central, Paris, Arcada e Rico e na internet na Ticketline.

Plateia 1 - 20€
Plateia 2 - 17,5€
Nível 1 - 12,5€

Ballet: O Quebra-Nozes na Arena d'Évora no dia 12 de Dezembro pelas 18h


12 de Dezembro de 2010
Espectáculo de Ballet

O Quebra-Nozes é um ballet em dois actos baseado no conto de Ersnst Theodor Amadeus Hoffmann “O Quebra-Nozes e o rei dos ratos”. Com um libreto realizado por Marius Petipa, a música composta em 1890 por Tchaikovsky (1840-1893) e a coreografia criada por Lev Ivanov, teve a sua estreia a 5 de Dezembro de 1893 no Teatro Marinsky de São Petersburgo. As suas personagens principais são: Clara, Drosselmeyer (padrinho de Clara) e o Quebra-Nozes. Tchaikovsky comporia posteriormente uma suite orquestral inspirada no seu próprio ballet, tomando sobretudo movimentos do segundo acto.

Horário: 18h
Informações: 266 743 133
Localização: Arena D’Évora
Promotores: Diferentes Ritmos – Produtores Associados
Apoio: Câmara Municipal de Évora
Nota: A bilheteira da Arena d’Évora funciona aos sábados das 16:00 às 19:00. Bilhetes também à venda nas Tabacarias Central, Paris, Arcada e Rico e na internet na Ticketline. Preço: entre os 16€ e 20€.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Agenda Cultural - Dezembro

Gestor Comercial - Ramo Alimentar (M/F) - Évora

A Talenter™ promove o talento dos seus colaboradores de acordo com a natureza específica de cada área, proporcionando diferenciadas oportunidades de emprego e soluções na gestão e valorização das Pessoas.

Estamos actualmente em processo de recrutamento de Gestor comercial para empresa do Ramo Alimentar situada na Zona de Mourão, Portel, Viana do Alentejo, Reguengos de Monsaraz, Évora, Redondo, Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Arraiolos, Mora, Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Alandroal.

Descrição da Função:
- Angariação de novos clientes e gestão de uma carteira de clientes;
- Dinamização da actividade comercial através de acções de prospecção de mercado;
- Venda directa junto de padarias, cafés, minimercados, restaurantes, entre outros.

Requisitos:
- Experiência profissional anterior comprovada em funções similares (eliminatório);
- Orientação para cumprimento de objectivos;
- Boa apresentação;
- Dinamismo e Proactividade;
- Orientação para o cliente;
- Excelentes capacidades de comunicação e relacionamento interpessoal;
- Carta de condução;
- Disponibilidade total e imediata.

Condições:
- Remuneração base (Remuneração variável atractiva, em função dos objectivos alcançados);
- Formação especializada com acompanhamento individual;
- Integração numa equipa jovem e dinâmica:
- Fortes perspectivas de carreira.


Junte-se a nós e desperte o seu talento!


Caso reúna os requisitos exigidos, envie-nos o seu Curriculum Vitae, com indicação do NIF, para o seguinte endereço electrónico ligia.ventura@talenter.com mencionando no assunto da mensagem “Gestor Comercial – Ramo Alimentar – Évora” e a Zona a que se candidata, ou contacte-nos através do 91 369 3116.


Siga-nos em www.facebook.com/talenter!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Natal em Évora

O “Natal em Évora” começa já no dia 4 de Dezembro com o arranque do “Natal Clássico”, que este ano inclui 16 espectáculos, em vários locais da cidade, mas diversos outros eventos estão também programados para esta quadra festiva.

Um grande número de actividades irá assinalar o “Natal em Évora” com a edilidade a apostar num forte programa cultural que irá, certamente, corresponder ao munícipe mais exigente.

Com a tradicional iluminação confinada à Praça de Giraldo, a sala de visitas da cidade, o “Natal em Évora” começa já no dia 4 de Dezembro com o arranque do “Natal Clássico”, que este ano inclui 16 espectáculos, em vários locais da cidade. Teatro, bandas filarmónicas, cante tradicional, música coral e polifónica são algumas das propostas, até ao dia 20 de Dezembro.

Entretanto, no dia 12 de Dezembro a Arena D’Évora recebe o espectáculo de ballet “O Quebra-Nozes”, baseado no conto de Ersnst Theodor Amadeus Hoffmann “O Quebra-Nozes e o rei dos ratos”.

Com um libreto realizado por Marius Petipa, a música composta em 1890 por Tchaikovsky (1840-1893) e a coreografia criada por Lev Ivanov, teve a sua estreia a 5 de Dezembro de 1893 no Teatro Marinsky de São Petersburgo. As suas personagens principais são: Clara, Drosselmeyer (padrinho de Clara) e o Quebra-Nozes. Tchaikovsky comporia posteriormente uma suite orquestral inspirada no seu próprio ballet, tomando sobretudo movimentos do segundo acto.

Antes porém, os mais novos podem divertir-se com o espectáculo “O Panda Vai à Escola/O Musical”, na Arena D’Évora, no dia 4 de Dezembro.

A Câmara Municipal de Évora promove pela primeira vez o concurso “Árvores de Natal recicladas”, uma iniciativa, a decorrer de 20 de Dezembro a 6 de Janeiro, no âmbito da inauguração do novo Espaço Jovem Municipal. O objectivo passa por sensibilizar os jovens e população em geral para as questões ambientais e incentivar a criatividade e originalidade na construção de uma árvore de natal.

Este concurso, cujos prémios são oferecidos pela empresa TMN, destina-se a todos os alunos a frequentarem escolas pertencentes à rede ECO-ESCOLAS. As inscrições terão de ser realizadas através de preenchimento e envio de um formulário disponível on-line em www.cm.evora.pt ou no departamento de Intervenção Social e Educação da CME até ao dia 9 de Dezembro.

A eleição dos melhores trabalhos será efectuada através de votação no local da exposição, que estará patente no novo espaço Jovem Municipal.

Como vem sendo hábito, as preocupações ambientais renovam-se nesta altura do ano com a edilidade a promover, uma vez mais, a campanha Natal Limpo, cujo objectivo é recolher o maior número possível de papel proveniente dos embrulhos. No concelho de Évora, vão ser colocados 25 pontos de recolha adicionais, numa colaboração estreita entre a CME, Conselho Municipal da Juventude e a GESAMB. Recorde-se que em 2007 foram recolhidas 20 toneladas de papel e cartão, em 2008 (87 ton.) e em 2009 (94 ton.). Para este ano, as expectativas passam por “bater” os números anteriores.
Este ano, a população poderá acompanhar a evolução da campanha através do “Papelómetro Virtual” em www.cm-evora.pt.

A Associação de Artes e Ofícios de Évora (AARTOE) promove, com o apoio da Câmara, a 5ª Mostra de Natal, que irá estar patente ao público de 17 a 23 de Dezembro, na Praça Joaquim António D’Aguiar. Os apreciadores de artesanato têm aqui uma excelente oportunidade para conhecer e eventualmente adquirir. As “portas” estarão abertas das 10 às 19h30.

Entretanto, o comércio em Évora vai estar aberto, em Dezembro, de 1 a 24, incluindo sábados, domingos e feriados.

Câmara de Évora inaugura Ponto Jovem em Évora

A Câmara Municipal de Évora inaugura o espaço municipal Ponto Jovem no dia 3 de Dezembro, pelas 17 horas, na Rua do Menino Jesus, dedicado aos jovens do concelho, convidando todos eles a visitarem este espaço onde, a partir desta data, ficam instalados os serviços municipais de juventude.

Esta iniciativa inclui um programa recheado de iniciativas, começando logo pelas 15 horas com um workshop de DJ; Maquilhagem; pintura e Voluntariado (as inscrições podem ser feitas para palavraj@cm-evora.pt ).

Após a inauguração do espaço, tem lugar, às 17:15 horas, um momento de animação musical com Nezza e Beto, prosseguindo o evento com a entrega de certificados de participação, feita pela Vereadora da Câmara de Évora, Cláudia Sousa Pereira, e pelo Director Regional do Instituto Português da Juventude, Carlos Cunha, aos voluntários que em 2010 desempenharam funções de voluntariado nestas e noutras instituições.

A Tuna Académica do Liceu de Évora animará o espaço pelas 18 horas e às 18:20 horas será feito o lançamento da campanha “Natal Limpo 2010”, promovida pelo quarto ano consecutivo pela Câmara Municipal de Évora e pelo Conselho Municipal da Juventude de Évora, com a parceria da GESAMB, que procura sensibilizar todos os munícipes para a importância da separação do lixo, colocando papel e cartão, nos contentores azuis distribuídos por todo o concelho.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Antiga Rua da Selaria (actual 5 de Outubro)

Não há na cidade artéria mais comercial e concorrida que a antiga Rua da Selaria, hoje com a denominação de 5 de Outubro. Esta proeminência advém – lhe do facto de funcionar há, pelos menos, sete séculos como o mais rectilíneo trajecto de ligação da cidade antiga com a cidade medieval, tomando como pontos de referência, respectivamente, a Acrópole e a Praça do Giraldo.
Segundo o padre Júlio César Baptista, historiador de âmbito local que viveu na centúria passada, a primeira menção à sua existência reporta-se ao ano de 1376 e foi encontrada entre “Os pergaminhos dos bacharéis da Sé de Évora”. Em 1384 também Fernão Lopes, na “Crónica del Rei Dom João I da boa memória”, lhe faz alusão ao relatar a morte da Abadessa de S. Bento, que o povo destemperado tomou por favorável a Castela e contra o Mestre da Avis.
Que, ainda antes disso, a rua já tinha vocação mercantil, assevera-o o notável historiador Afonso de Carvalho, grande estudioso “da toponímia eborense”, no primeiro volume da obra homónima em que escalpelizou minuciosamente a temática, atribuindo-lhe as primitivas designações de Rua dos Mercadores e Rua da Sapataria, em curso no século XII. Contudo, mesmo enquanto Rua da Selaria, ela nunca foi ocupada totalmente por gente do ofício, ou seja, por fabricantes de selas e arreios.
Certo é – de acordo com o referido especialista – que ali terão habitado e comerciado diversos manufactureiros de couros. Igualmente confirmada é a presença, naquela via, de ourives de origem judaica cujo labor principal consistia na lavragem da prata. A crescente actividade comercial que a animava fez mesmo com que viesse a ser a primeira rua calcetada da cidade, em meados do século XV.
De então para cá correram mais de cinco séculos, mas a rua não perdeu a sua feição originária, ainda que a evolução dos tempos haja determinado que, em diferentes momentos e em função das necessidades económicas, outros tipos de actividades e de serviços ali se fossem instalando. Muitas delas, porém, não perduraram porque esse não era o seu espaço natural. Por outro lado, é preciso não esquecer que também as antigas oficinas de produção pré-industrial foram sendo, naturalmente, afastadas dos centros das cidades e transferidas para outras zonas, nelas ficando apenas as lojas de venda e transacção de artigos.
Foi o que aconteceu na Rua da Selaria, que os republicanos rebaptizaram com a data da implantação do novo regime, mas cujo nome oficial não colou entre as gentes da cidade, exactamente as mesmas que não deixaram que o arruamento se descaracterizasse. Entretanto o turismo e a procura crescente de Évora fizeram-no ganhar um novo fôlego e trouxeram-lhe uma dinâmica insuspeita com a atribuição do estatuto de Património Mundial pela Unesco ao Centro Histórico da cidade em 1986.
Hoje, mais do que nunca, a Rua da Selaria é a via mais emblemática do comércio tradicional da região. Nesse caminho estreito, relativamente longo e de declive suave, que vai da Praça do Giraldo à Catedral e é calcorreado diariamente por centenas de visitantes nacionais e estrangeiros, existem 9 lojas onde se podem encontrar os mais diversos produtos artesanais, desde a olaria de S.Pedro do Corval, Redondo e Nisa aos bonecos de Estremoz, passando pela Tapeçaria de Arraiolos. A oferta estende-se ainda a muitos produtos regionais: objectos de cobre, estanho, ferro forjado; latoaria e cestaria em verga e vime; adornos e miniaturas em cortiça; peles (vestuário) e feltro; cerâmica, rendas, trapagem e bordados e outros diversos, às vezes feitos dos materiais mais inusitados.
No conjunto deste tipo de comércio três estabelecimentos merecem contudo particular destaque. Mencione-se em primeiro lugar a Galeria Teoartis, onde a artista Teodolinda Pascoal recria com grande mestria a azulejaria tradicional alentejana; depois, sublinhe-se a loja de Santos & Santana, na qual o tradicional mobiliário alentejano, pintado à mão, enche o olho a qualquer transeunte, sendo que a derradeira referência vai para “O Alforje”, onde alguns doces regionais de fabrico caseiro têm preparo de excepção.
Nesta rua de mercancia turística onde se cruzam idiomas, acotovelam dialectos e atropelam sotaques, três ourivesarias fazem lembrar tempos de antanho. No domínio dos trabalhos de couro, destinados ao adorno e equipagem de cavalgaduras e cavaleiros, ou à prática da montaria, só já a “Arte Equestre”, excelente loja situada na Rua Diogo Cão (transversal à Rua da Selaria) os pode fornecer.
Mas na Rua de Selaria, que deve ser percorrida com vagar, o visitante pode ainda admirar o insólito Beco do Espinosa, no qual se localiza o poço quatrocentista ou o nicho do Senhor Jesus dos Terramotos, rodeado por um caixilho de azulejos de estilo rococó e fabricação lisbonense, assim chamado por estar datado de 1 de Novembro de 1755. Quatro restaurantes, uma cafeteria e duas residenciais completam a oferta desta rua, que conta ainda com a presença de uma agência de viagens.

Texto: José Frota