domingo, 7 de abril de 2013

Recruta-se Nutricionista/Dietista para Zona de Évora


A Nutriconcept SA, empresa do Grupo Biocol, recruta Nutricionista/Dietista para realização de Consultas de Nutrição segundo os Protocolos da Nutriconcept bem como contribuir para a sua angariação. 

Requisitos 
- Licenciatura em Ciências da Nutrição ou Dietética e Nutrição; 
- Inscrição na Ordem dos Nutricionista; 
- Carta de Condução e viatura própria 

Envio de candidaturas para o email


com o título "Recrutamento Nutriconcept Zona Évora" 

sábado, 6 de abril de 2013

Fórum Eugénio de Almeida e Casas Pintadas



Sendo um dinamizador educacional, cultural e social da cidade de Évora, a Fundação Eugénio de Almeida dispõe de uma espaço de excelência para expressar a sua vocação estatutária: o Fórum Eugénio de Almeida. É um espaço que acolhe diferentes actividades culturais, como exposições de pintura, de escultura, entre outros, assim como possui um auditório para 156 pessoas, uma sala multiusos com 70 lugares, sala de conferências, loja e cafetaria.

Ao lado do Fórum Eugénio de Almeida, um portão separa a Rua Vasco da Gama de um pátio interior com jardim, que abriga sob uma arcaria um conjunto de frescos profanos e sagrados (numa capela) renascentistas, popularmente conhecidos como "Casas Pintadas". 

Após alguma controversa sobre a atribuição da propriedade desta casa ao navegador Vasco da Gama, o seu construtor terá sido um nobre, poeta, que viveu na Corte de D. Manuel. A originalidade e a fantasia dos elementos pintados, onde se reconhece temas faunísticos, como florais assim como mitológicos (mulheres centauro) justificam amplamente uma visita. 



Marta Nunes Ferreira (Historiadora de Arte)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Piscinas Municipais quase meio século de inestimáveis serviços


Inaugurado em 5 de Setembro de 1964 pelo ministro das Obras Públicas, Arantes e Oliveira, o grandioso Parque das Piscinas Municipais de Évora foi então considerado como o melhor complexo da Península Ibérica do género. Hoje, quarenta e cinco anos depois, já não é assim, mas as piscinas da cidade continuam a ser catalogadas como das melhores do país, numa demonstração de que quem as projectou e concebeu teve inegável visão de futuro. 

Foi uma obra para gerações que mereceu o aplauso geral e que colocou, de certo modo, um ponto final no número de mortes que regularmente, pelo Verão, ocorriam nos fatídicos e traiçoeiros pegos do rio Degebe (o chamado pego da Volta ficou tristemente célebre), que a gente jovem procurava para se refrescar do inclemente calor que, por esses dias, dardejava sobre a planície. Fora dos meandros deste «rio assassino de jovens», como lhe chamou o escritor Antunes da Silva em livro de poemas que lhe dedicou (Prelo Editores, 1973), a rapaziada operária e estudantil banhava-se em condições precárias no Chafariz das Bravas (com balneário), e nos tanques particulares de algumas herdades, dos quais o mais conhecido era o da quinta de Alberto Faustino, o grande construtor civil da época. 

Mas outros havia um pouco mais distantes e aos quais os mais encalmados acudiam igualmente, deslocando-se de bicicleta. A resolução deste problema era uma prioridade para os responsáveis camarários da altura. A solução encontrada passava pela criação de um parque de diversões com piscina, na antiga Horta dos Soldados (hoje Parque Infantil), cujo terreno havia sido doado ao município por D. Maria Faustina Simões Margiocchi para nele ser instalado um equipamento de natureza cultural. 

O projecto veio no entanto a ser chumbado pelo Ministro das Obras Públicas, Arantes e Oliveira, em 1955, alegando que o espaço era menos adequado à moral vigente. Estando junto às muralhas, numa zona de grande afluência de trânsito pedonal e fazendo paredes meias com o Jardim Público, os frequentadores, e mais as frequentadoras, ficavam demasiado expostos à curiosidade geral – alegou-se então. O ministro deixou no entanto a porta aberta para uma nova proposta de localização. E António Lopes Rodrigues, engenheiro de profissão, administrador municipal e homem de grande dinamismo sempre que se tratava iniciativas em prol de Évora, não descansou enquanto não encontrou o local ideal. Veio então a propor que o Parque das Piscinas deveria situar-se em zona próxima do Alto de S. Bento, pouco acessível à devassa alheia e à conspicuidade geral. 

Naquela área, então em fase de expansão, começavam entretanto a desenvolver-se os novos bairros de alguma burguesia endinheirada, mais culta e menos agarrada a preconceitos. Assim se obteve, sem outros entraves ou reservas, a autorização para construção das Piscinas de Évora, que foram recebidas de forma eufórica pela população de todo o distrito. Só nos primeiros vinte dias de funcionamento foram vendidas 62.000 entradas gerais e 19.000 para a zona de banhos. 

Um êxito impressionante para o complexo, implantado numa ampla área densamente arborizada (mata), dotado de uma piscina olímpica e outra de aprendizagem, e de serviços de apoio (restaurante, bar e primeiros socorros) de grande qualidade. Abriram-se de imediato escolas de natação de acordo com idades e objectivos, cuja direcção foi entregue ao professor Francisco Albuquerque, docente de Educação Física no ensino secundário e responsável pela ginástica desportiva no Lusitano Ginásio Clube. 

Sua mulher, a professora Zaida, ficou encarregada dos mais miúdos e da secção feminina. Como seria de esperar, em tempos ainda de grande emulação competitiva, Lusitano e Juventude criaram as suas equipas para concorrerem a provas de âmbito nacional. Do grupo primeiro de atletas que alcançaram alguma notoriedade citem-se os nomes de António Salvado (já falecido), António Trabuco (que deixou Évora para prosseguir os estudos e chegou a representar o Algés), Joaquim Bilro (hoje engenheiro e que chegou a ser chamado à selecção), Eduardo Santos, Vítor Silva, Manuel Pinto (actual técnico municipal de natação), José Guerra e Alexandre Calixto (o do fado). Mas as piscinas tinham também outras funções lúdicas: nas suas instalações também se realizavam festas, concertos, bailes e casamentos. 

No ringue de patinagem aprendia-se a deslizar sobre rodas ou jogava-se futebol de 5. Dir-se-ia que, de Verão, a taxa de ocupação era plena. Mais tarde veio a piscina coberta, a permitir a sua ocupação para fins da prática da aprendizagem por parte dos mais jovens, para o aperfeiçoamento de técnicas, para utilização dos estabelecimentos de ensino ou de aproveitamento de tempos livres por parte de trabalhadores enquadrados nos seus órgãos de representação profissional. 

Nas piscinas municipais se começou igualmente a desenhar a constituição do Aminata – Évora Clube da Natação, fundado em 1982 e dedicado exclusivamente à natação e aos desportos de água, já que Lusitano e Juventude, passados os arroubos dos primeiros anos, haviam extinguido as respectivas secções. Em 1984, o complexo municipal assistia pela primeira vez a jogos de pólo aquático, modalidade de que o Aminata foi pioneiro em Portugal. Quinze anos depois o clube abandonava de vez o velho Parque ao inaugurar a sua piscina coberta, o grande sonho dos seus dirigentes. 

Com o passar do tempo toda a vasta área ocupada, assim como as instalações, começaram a sofrer as usuras esperadas, sem que no entanto a garantia da sua utilização e a solidez da infra-estrutura fossem postas em causa. As nossas piscinas municipais vão continuar das melhores do país. Em 2008 passaram por ali, no período estival (Março a Setembro), cerca de 54.000 pessoas. Um número bem avultado, se entendermos que, depois de 1974, se democratizou o acesso às praias e a concessão do subsídio de férias e que hoje em quase todos os concelhos existem já piscinas municipais.  As Piscinas Municipais foram a obra mais emblemática do Estado Novo implantada na cidade.


Texto: José Frota
Toto: Carlos Neves

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Évora: detido violador de jovem de 16 anos


A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 27 anos, indiciado pela prática do crime de violação, cometido no domingo à tarde em Évora.

A PJ explica, em comunicado esta quinta-feira, que os factos foram cometidos na tarde de domingo, em Évora, quando a vítima, uma jovem de 16 anos, se preparava para embarcar num comboio, na estação ferroviária da cidade.

Nas imediações da estação ferroviária, segundo a PJ, «foi abordada pelo autor, o qual, sob ameaça de uma arma branca que detinha e utilizando a sua superior força física, conduziu a vítima para um local ermo, onde a veio a violar».

O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Évora, para aplicação de eventuais medidas de coação.

por Lusa

Postais Antigos: Aqueduto Quinhentista

Violência Doméstica: Ordem dos Advogados e Cáritas de Évora acordam apoio às vítimas

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Feira Medieval na Praça 1º de Maio



5, 6 e 7 de abril - Largo 1º de Maio - 5 e 6 Abr. 10:00-22:00 | 7 Abr. 10:00-19:00
 
Recriação de Feira Medieval contemplando as seguintes atividades: decoração do recinto, música, cortejos, oficinas a trabalhar ao vivo, falcoaria, animação de rua, mouraria e espetáculo de fogo noturno.

Organização: Associação Velha Lamparina – União de Artes e Ofícios e Recriações Históricas
Apoios: Câmara Municipal de Évora
Contacto: 935 826 670 | velhalamparina@hotmail.com
Web page: http://www.velhalamparina.com

Palácio dos Duques de Cadaval




O Palácio dos Duques de Cadaval situa-se na parte nobre da cidade, junto ao Templo Romano e pertence, desde a sua fundação, à família dos Duques de Cadaval, ainda hoje. O palácio é construído no séc. XIV e assenta sobre a muralha do antigo Castelo de Évora, combinando os estilos gótico, mudéjar e manuelino. Uma das curiosidades visíveis do exterior do palácio é a torre pentagonal, popularmente apelidada de "Torre das Cinco Quinas". 

Actualmente o Palácio acolhe nos seus espaços exteriores um jardim e restaurante, assim como uma galeria onde está exposta uma colecção de escultura, pintura e armaria, com peças desde o séc. XV ao séc. XVIII. Recomenda-se igualmente a visita ao panteão familiar que se encontra na singular Igreja de São João Evangelista (junto à Pousada de Évora). Os Duques de Cadaval promovem, desde 1994, um festival de música no início do mês de Julho - o Festival Évora Clássica, que se transformou numa mostra de diferentes estilos musicais mundiais, tradicionais e contemporâneos. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Postais Antigos: Arco de D. Isabel

Cinema - "Pina Bausch Lissabon Wuppertal Lisboa"



"Pina Bausch Lissabon Wuppertal Lisboa"
de Fernando Lopes (1998)
2 de abril - Igreja de São Vicente - 21:30
 
Integrado no programa Outros Cinemas dos Ciclos de São Vicente. Abril é o mês da dança, já que nele se comemora o Dia Mundial da Dança, a 29. E por isso, a quase totalidade da programação eborense da Colecção B deste mês traz essa marca. Teremos, assim, um ciclo de cinema dedicado ao tema, onde propomos uma viagem ao mundo da dança com as categorias do costume: no sound (curtas de dança no cinema mudo), ensaio (Pina Bausch. Lissabon Wuppertal Lisboa, de Fernando Lopes), festa (The cost of living, DV8) e documentário (One flat thing, reproduced, de Thierry de Mey).

Organização: Colecção B, Associação Cultural
Apoios: Governo de Portugal | Secretário de Estado da Cultura | Direção-Geral das Artes | Câmara Municipal de Évora | Recicloteca | O Registo
Contacto: 266 704 236 | | 919 306 951 | colb@escritanapaisagem.net
Web page: http://www.escritanapaisagem.net
Inf. Extra: Preço -2€

segunda-feira, 1 de abril de 2013

"A Princesa Moura" na Arena d'Évora




“A Princesa Moura”
6 de abril - Arena d'Évora - 21:00
   

Reza a lenda que: "Vieram do Oriente os melhores artesãos tecer o enxoval de branco linho, sedas, brocados e ourives para enriquecer a delicada tiara e o valioso dote da Princesa Moura. Atravessando dunas e oásis, os dóceis camelos andavam dia e noite, sem um lamento, enquanto o vento enleva em mil véus o seu corpo para que imaculada chegasse à presença daquele que seria o seu esposo.” O espetáculo, além da participação de quarenta personagens e figurantes, conta com a presença de animais de grande porte: dromedários, cavalos e galgos irlandeses, os maiores cães do mundo, assim como, saluki, lobos e falcões. Recriação teatral, cenografia, batalha e animais, associados ao encantamento da história, são os elementos que transformam este espetáculo num belo quadro vivo, repleto de impressionantes efeitos visuais.

Organização: F. Alcaide
Apoios: Câmara Municipal de Évora
Contacto: paulapovoa@aprincesamoura.com
Web page: http://aprincesamoura.com/
Inf. Extra: Preço - 10€ (sem lugares marcados). As crianças até aos 6 anos não pagam, desde que não ocupem lugar. Bilhetes à venda no Posto de Turismo (Praça do Giraldo) e na bilheteira da Arena nos dias 3, 4, 5 e 6 de Abril.

Exposição de Jovens Artistas de Badajoz no Palácio D.Manuel




A Câmara Municipal de Évora apresenta no Palácio de D. Manuel, de 3 de abril a 2 de maio, uma exposição coletiva composta por trabalhos de 30 jovens artistas de Badajoz, intitulada Certame de Jovens Criadores 2013 [JABA]. A mostra, que será inaugurada ao público na próxima quarta-feira (3 de abril), pelas 18 horas, inclui trabalhos de escultura, desenho gráfico, fotografia, pintura, "comic" e criação audiovisual.
Estarão em exposição um total de 34 obras, que são o resultado de uma seleção dos melhores trabalhos dos artistas da Extremadura espanhola, com idade compreendida entre os 14 e os 30 anos, apresentados a concurso nas últimas edições do Certame de Jovens Criadores JABA.
Esta exposição surgiu com o objetivo de promover e incentivar a criatividade artísticas e as relações transfronteiriças, numa parceria entre o Ayuntamiento de Badajoz, a Concejalía de Juventud e a Câmara Municipal de Évora.
Esta exposição poderá ser visitada gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 10:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:00, encerrando aos domingos todo o dia e aos sábados apenas na parte da manhã.

domingo, 31 de março de 2013

Empresa na área da Saúde e Segurança no Trabalho, recruta Técnico de SST (nível V) Évora


Empresa na área da Saúde e Segurança no Trabalho, recruta Técnico de SST (nível V) para a realização de serviços em Évora. 

Requisitos: 
Residência no local indicado (fator eliminatório) 
CAP de Técnico de HST 
CAP Formador 
Experiência em Ambiente Industrial(fator eliminatório) 

Possuir habilitações necessárias de forma a poder realizar as seguintes atividades: 
- Avaliação de Ruído Ocupacional 
- Avaliação de Iluminância 
- Avaliação de Ambiente Térmico / Stress Térmico 

Experiência na área (preferencial) 
Carta de condução 

Regime: 
Prestação de serviços 

Contacto: 
enviar CV para:


indicando a referência "EV2013" 

Nota: Serão excluídos todos os candidatos que não cumpram os requisitos. 

sábado, 30 de março de 2013

Óptica Havaneza o sucesso sob designação obsoleta



O “Prémio Mercúrio – o melhor do comércio” foi criado em 2007 pela Escola do Comércio de Lisboa com o propósito de reconhecer e galardoar as entidades e personalidades que, em cada ano, mais se tenham distinguido pela contribuição e valorização do sector do comércio e serviços e outras profissões a ele ligadas. A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal veio a associar-se ao projecto como sua promotora. No ano passado foram atribuídos os primeiros troféus em várias categorias e diferentes ramos de actividade, mas nenhuma das empresas eborenses que se candidatou logrou a obtenção de qualquer distinção. No entanto, a Óptica Havaneza esteve entre as cinco nomeadas para a categoria de “Lojas com História”, tendo o triunfo sido arrebatado pela Livraria Lello do Porto. 

A selecção para o pequeno núcleo de empresas que chegou ao escrutínio derradeiro foi prestigiante para a firma, criada em 7 de Outubro de 1944 com um ob objectivo bem diferente do actual. Foram seus fundadores Sebastião Mendes Bolas, à data funcionário dos Correios, e sua mulher, Maria das Neves, que se estabeleceram na Rua Miguel Bombarda, nº 23, com um pequeno estabelecimento a que deram o nome de Havanesa (nessa altura a palavra foi assim grafada) Eborense. Destinava-se então à venda de tabacos nacionais e estrangeiros, lotaria, papelaria e artigos escolares. No anúncio publicado no “Notícias d’ Évora” se esclarecia que «as instalações da nova casa, não são muito espaçosas mas são largamente compensadas pelo variadíssimo sortido de artigos que apresenta». 

E porquê o nome estranho de Havaneza? Provavelmente porque este era o termo pelo qual se passaram a designar, desde a primeira casa em Portugal com esse nome – fundada em pleno Chiado lisboeta no ano de 1864 pelo Conde de Burnay – todas as lojas cujo objectivo principal era a venda de charutos e tabacos importados de Havana, sinónimo de grande qualidade e sujeição a um serviço cuidado e profissional no seu acondicionamento local. A primitiva Casa Havaneza, cuja existência ainda perdura, foi imortalizada na literatura portuguesa ao longo dos tempos, em obras de Eça de Queiroz (“Os Maias”), Guerra Junqueiro (“No Chiado”) e, mais recentemente, de José Cardoso Pires (em “Lisboa – Livro de Bordo”). 

 Com o passar do tempo, as havanezas foram-se, pois, estendendo um pouco por todo o país como indicativo de estabelecimento de comercialização de tabaco estrangeiro e de qualidade. Não foi assim motivo para admiração que também o casal tivesse conferido esta designação à sua loja, acrescendo-lhe apenas o qualificativo de eborense. Sete anos mais tarde, em 1951, a firma cria uma filial na Praça do Giraldo com o intuito de se dedicar ao ramo da fotografia. 

Em 1960 Sebastião Mendes Bolas encerra o primitivo estabelecimento na Miguel Bombarda (hoje faz parte da Xavier Modas – Confecções Femininas) e aproxima-se da filial para aí fundar a Tabacaria Paris. Maria das Neves mantém-se no comando da loja até à sua reforma, após o que a mesma será trespassada. É neste contexto que em 1968 Sebastião Bolas renuncia ao comércio dos tabacos, lotarias e papelaria para passar a dedicar-se à actividade óptica, sendo que o estabelecimento da Praça do Giraldo muda para o contraditório e já obsoleto nome de Óptica Havaneza (agora já com a ortografia corrigida) Eborense. Entretanto, já se envolvera no comércio e importação de máquinas e ferramentas, criando em 1965 a Sebastião Mendes Bolas & Filhos, Lda. (hoje Bolas – Máquinas e Ferramentas de Qualidade, SA) e depois a Mafeuropa- Máquinas e Ferramentas de Qualidade, já extinta. Politicamente era um homem de oposição ao regime salazarista, tendo sido um dos 36 eborenses que participaram no 3º. Congresso Nacional da Oposição Democrática, realizado em 1973 na cidade de Aveiro. 

Em 1987 a agora Óptica Havaneza Eborense volta a mudar de poiso, recuando um pouco nas arcadas. A empresa transfere- se para a Rua da República nº 27, em prédio próprio, o qual será objecto de grandes obras de ampliação e modernização. Reabre dividido por cinco secções: recepção, óculos de sol, óculos de receituário, contactologia, optometria e oficina, das quais nalguns casos foi pioneira. Numa visão de futuro toma definitivamente a dianteira no comércio óptico local, que entretanto floresce porque os óculos deixaram de ser as cangalhas que eram usadas por necessidade, a contragosto e muitas vezes às escondidas, para se tornarem em objectos de moda, em adereços e adornos desejados, com atraentes desenhos que valorizam o visual de mulheres e homens. As lentes de contacto foram-se impondo e com elas foi possível até mudar a cor dos olhos à vontade do freguês, como outrora se diria. O antigo anátema do ou da “caixa de óculos” perdeu-se por deixar de ter sentido. 

Foi tendo em conta esta evolução da empresa que a Associação Comercial de Évora decidiu propor a sua candidatura ao Prémio Mercúrio, na categoria de Lojas com História, a qual visa distinguir «lojas que, com mais de 50 anos, conseguiram ir adequando o seu conceito e adaptando a sua estratégia, de forma a continuarem a ser, ainda hoje, negócios de sucesso e factores de diferenciação do comércio de rua e, assim, pólos de dinamização das cidades bem como motivos de interesse cultural e turístico». O casal Mendes Bolas já há muito deixou o mundo dos vivos. O grande crescimento da firma enquanto óptica deve-se contudo a seu filho Francisco Mendes Bolas, o especialista na matéria e principal accionista da empresa, que continua a manter uma designação desfasada no tempo. De resto a Óptica Havaneza é hoje um êxito comercial, possuindo mais uma loja em Évora e filiais em Montemor-o-Novo e Reguengos de Monsaraz.

Texto: José Frota
Fotografias: Carlos Neves

sexta-feira, 29 de março de 2013

“Recriações” até 28 de Abril



“Recriações”

Data: Até 28 de abril
Local: Museu do Artesanato e do Design
Horário: 9:30-13:00 | 14:30-18:00 (encerra segunda-feira)
   
Exposição temporária de Gregório Figueiredo, composta por 30 peças em madeira de Oliveiras e Azinheiras.

Organização: Turismo do Alentejo, ERT
Contacto: 266 771 212