sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Évora Perdida no Tempo - Antiga Estação de Serviço Sacor


Antiga Estação de Serviço (garagem e posto de combustível) da Sacor (actual Lagril).
Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1969
Legenda Antiga Estação de Serviço Sacor
Cota DFT5411 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Mobiliário Pintado Alentejano

O mobiliário pintado alentejano é um estilo de mobiliário de características populares e regionais, que se enquadra no artesanato tradicional e envolve três actividades profissionais: a carpintaria, o empalhamento e a pintura.
Este mobiliário é um produto da cultura alentejana, relacionado com as formas e as funções tradicionais (usos e costumes). Sofreu alterações ao longo dos anos, consoante a realidade cultural do tempo em que era produzido e nos nossos dias é um testemunho real de permanências e inovações culturais. Tem uma componente marcadamente pessoal (o gesto), e reflecte uma atitude de criação colectiva. É esta característica que, para além da natureza dos materiais e das técnicas utilizadas, lhe confere uma identidade própria e nos leva a considerá-lo como uma etnotecnologia.
O seu sistema técnico de produção é composto por três processos operativos: o tradicional, de origem antiga, complexo, com um tempo de realização longo e executado manualmente; o contemporâneo, que recorre a tecnologias mecanizadas, resultando numa redução de esforço e tempo necessários à execução de determinadas tarefas e no recurso a produtos industriais; o terceiro, é uma simbiose dos dois anteriores.
Não conhecemos elementos que comprovem a sua criação ou a menção do(s) seu(s) criador(es) e respectiva datação. No entanto, há uma correspondência entre os elementos formais e funcionais das peças, sobretudo, das mais antigas (Museu de Estremoz, finais do século XVIII, e Solar dos Condes de Portalegre, em Évora, princípio do século XIX) e as do mobiliário nacional. Esta comparação permitiu identificar que o corte ou talhe da madeira e a pintura decorativa no mobiliário pintado alentejano são uma reinterpretação popular de elementos de dois estilos portugueses – D. José e D. Maria. Esta reinterpretação não deve ter surgido repentinamente; é possível que tenha sido desenvolvida por algum pintor ou carpinteiro mais atrevido, inspirado nos modelos de móveis eruditos, que executou e difundiu os seus próprios modelos.
É a partir de meados do século XIX que encontramos menções escritas às cadeiras de Évora ou cadeiras alentejanas e muito raramente referências a outras peças deste estilo de mobiliário. Estas referências conduzem-nos a considerar que a sua criação deve ter ocorrido em Évora e terá sido, posteriormente, difundida para outras localidades alentejanas, através, por exemplo, das feiras tradicionais. Além da sua função utilitária e decorativa, estas peças tinham também uma função de prestígio social.
O segundo momento do seu processo evolutivo reporta-se à acção desenvolvida pelo Estado Novo, que definiu estilos regionais de mobiliário. Defendia a animação e a orientação da indústria decorativa regional, pela integração em regras de arte e promoveu a decoração e o mobilar de instituições do Estado, iniciando-se pelas Casas do Povo, com a utilização do estritamente tradicional em cada região.
Porém, como resultado do desenvolvimento industrial, verificou-se em Portugal, na década de sessenta do século XX, uma progressiva decadência do artesanato, com a substituição dos seus produtos pelos de origem industrial e a diminuição, adulteração, e até desaparecimento, de produtos e formas produtivas próprias. É na década de oitenta que se assiste ao ressurgimento da actividade artesanal e à redescoberta do seu valor sócio-económico e cultural, levando à criação de riqueza e à resolução de problemas de emprego, mediante a absorção e fixação de mão-de-obra, sobretudo, de jovens, mulheres e desempregados. As artes e os ofícios cresceram no quadro de programas de emprego e formação profissional.
Em Évora, um dos grandes divulgadores da pintura alentejana foi o Mestre Joaquim António dos Santos, “O Belizanda”. Nascido na freguesia de Santo Antão, em Évora, a 15 de Março de 1890, este artesão cedo aprendeu o ofício, com o Mestre João da Feira, tendo começado a trabalhar com apenas doze anos.
Numa entrevista que deu por volta de 1980, o Mestre Belizanda afirmava que os temas destas mobílias eram muito antigos, tendo sido “deixados pelos mouros”. Para decorar os móveis ou qualquer outro objecto dava um aparelho, com tinta de óleo, quando este secava, aplicava o esmalte de base: creme, azul, branco, encarnado, verde ou preto e depois de este secar é que começava a decoração. Fabricava as suas próprias tintas, misturando óleo de linhaça e secante, com pigmentos comprados em Lisboa. E dizia: “Pinto a tacto, a meu gosto. Olho para a peça e faço cá a meu modo. Dá bom dinheiro, há pouco quem faça e mais a mais perfeito.”
Gostava muito de pintar as cabeceiras das camas de capela, pois tinha espaço para fazer belos ramos de flores coloridas. A mão de mestre manejava dezenas de painéis e as tintas de variadas cores, sem régua ou compasso, desenhando simetricamente as suas florinhas e os belos ramos de rosas, numa combinação de cores.
Queremos com este pequeno texto relembrar o mobiliário pintado alentejano e prestar uma singela homenagem a todos os artesãos que ao longo de muitos anos a ele se dedicaram.

Évora Perdida no Tempo - Vista parcial do claustro de S. Bento Cástris


Vista parcial do claustro do Convento de São Bento Cástris, antes das obras de beneficiação.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1940 dep. - 1957
Legenda Vista parcial do claustro de S. Bento Cástris
Cota DFT336 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Dia da Espiga

O Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-feira da Ascensão, é uma data móvel que segue o calendário litúrgico cristão e que este ano é celebrada a 21 de Maio.
Mas, se actualmente poucas são as pessoas que ainda vão ao campo nessa quinta-feira, abandonando as suas obrigações, para apanhar a espiga, ou que se deslocam às igrejas para participar nos preceitos religiosos próprios da data, tempos houve em que, de norte a sul do país, esta foi uma data faustosa, das mais festivas do ano, repleta de cerimónias sagradas e profanas, que em muitas zonas implicava mesmo a paragem laboral. A antiga expressão “no Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos” deriva dessa tradição.
A origem gaudiosa deste dia é, contudo, muito anterior à era cristã. Este dia é um herdeiro directo de rituais gentios, realizados durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais, de intensos cantares e danças, celebravam a Primavera e consagravam a natureza.
Para os povos arcaicos, esta data, tal como todos os momentos de transição, era mágica e de sublime importância. Nela se exortava o eclodir da vida vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, e a esperança nas novas colheitas.
A Igreja de Roma, à semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e esta atravessa os tempos com uma dupla acepção: como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, como o nome indica, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias; e como Dia da Espiga, ou Quinta-feira da Espiga, esta traduzindo aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.
O Dia da Espiga é então o dia em que as pessoas vão ao campo apanhar a espiga, a qual não é apenas um viçoso ramo de várias plantas - cuja composição, número e significado de cada uma, varia de região para região –, guardado durante um ano, mas é também um poderoso e multifacetado amuleto, que é pendurado, por norma, na parede da cozinha ou da sala, para trazer a abundância, a alegria, a saúde e a sorte. Em muitas terras, quando faz trovoada, por exemplo, arde-se à lareira um dos pés do ramo da espiga para afastar a tormenta.
Não obstante as variações locais, de um modo geral, o ramo de espiga é composto por pés de trigo e de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia, de oliveira, videira, papoilas, malmequeres ou outras flores campestres. E a simbologia de cada planta, comumente aceite, é a seguinte: o trigo representa o pão; o malmequer o ouro e a prata; a papoila o amor e vida; a oliveira o azeite e a paz; a videira o vinho e a alegria; e o alecrim a saúde e a força.
Além destas associações basilares ao pão e ao azeite, a espiga surge também conotada com o leite, com as proibições do trabalho e ainda com o poder da Hora, isto é, com o período de tempo que decorre entre o meio-dia e a uma hora da tarde, tomando mesmo, nalguns sítios do país a designação de Dia da Hora. Nas localidades em que assim é entendida esta quinta-feira, acredita-se que neste período do dia se manifestam os mais sagrados e encantatórios poderes da data e nas igrejas realiza-se um serviço religioso de Adoração, após o qual toca o sino. Diz a voz popular que nessa hora “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam” . Nalgumas povoações era também do meio-dia à uma que se colhia a espiga.
Noutras regiões ainda, esta data é dedicada ao cerimonial do leite. Na aldeia da Esperança, no concelho de Arronches, este é aliás o “Dia do Leite” e os produtores de queijo ordenham o seu gado e oferecem o leite a quem o quiser. Também em Guimarães, e em muitas freguesias do concelho de Pinhel, o leite ordenhado neste dia é oferecido ao pároco. Em Santa Eulália, no concelho de Elvas, esse leite é dado aos pobres, acreditando-se assim que a sarna não atingirá as cabras.
Nas zonas onde esta data é associada à abstenção laboral, cessam-se muitas actividades como a cozedura do pão ou a realização de negócios. Na Lousada, em Penafiel, não se cose nem se remenda e há quem deixe comida feita de véspera para não ter de cozinhar neste dia.
No que diz respeito ao sul do país, e sobretudo na actualidade, a maioria das tradições do Dia de Espiga resume-se à apanha do ramo da espiga, ao qual, em muitos sítios, se adiciona também uma fatia de pão, para que durante todo o ano não falte este alimento em casa.

Évora Perdida no Tempo - Aldeia da Torre de Coelheiros


Vista parcial da aldeia da Torre de Coelheiros.
Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1966
Legenda Aldeia da Torre de Coelheiros
Cota DFT2783 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fábio ‘Cigano’ caçado no McDonald’s de Évora

Fábio Fernandes Santos, conhecido por Fábio ‘Cigano’, de 19 anos, era o fugitivo mais procurado do Algarve. Liderava um gang de roubos e tráfico de droga e costumava andar armado com uma Kalashnikov, sempre em carros escuros topo de gama. Foi detido em Évora, pela Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, numa operação que levou ainda à apreensão de 11,5 quilos de haxixe.O suspeito foi apenas sujeito a termo de identidade e residência ao abrigo desse processo, ontem, mas acabou por ficar em prisão preventiva devido a um mandado de detenção relativo a uma recente condenação a sete anos e meio de cadeia, por furtos e roubos nos concelhos de Silves e Albufeira.
Fábio ‘Cigano’ foi detido pelas 13h30 de sexta-feira, nas imediações do McDonald’s de Évora, de onde acabara de sair com a namorada e um outro jovem de 19 anos. Seguiam num BMW novo, conduzido por Fábio, quando foram bloqueados pela PSP. Dentro do carro foi apreendido um revólver de calibre 38. Numa casa na cidade de Évora, onde alegadamente Fábio estava escondido, foram depois encontrados 11,5 quilos de haxixe.
Durante a noite ocorreram buscas a residências em Olhão e em Albufeira, relacionadas com Fábio, e foram apreendidos seis automóveis. Segundo o CM apurou, Fábio foi localizado devido a escutas telefónicas a familiares. Usaria o telemóvel de um empresário do Algarve, que lhe terá emprestado a casa onde estava escondido na cidade de Évora. A PSP teria conhecimento do encontro no McDonald’s e preparou a captura.
A kalashnikov AK-47 continua nas mãos do gang liderado por Fábio ‘Cigano’, o jovem de 19 anos capturado pela PSP, em Évora, por suspeitas de vários assaltos violentos e tráfico de droga. Na operação esteve envolvido o GOE (Grupo de Operações Especiais).
A PSP apreendeu um revólver de calibre .38 (municiado e pronto a disparar), duas viaturas de alta cilindrada, que se encontravam escondidas numa quinta na zona de Silves, e cerca de 11,5 kg de haxixe. Mas, a perigosa arma metralhadora de fabrico russo, que se suspeita ter sido usada em ajustes de contas contra uma casa e um carro e no assalto ao INATEL de Albufeira, a polícia não conseguiu apreender. Apesar da apreensão desta arma ter sido apontada como um dos objectivos da missão.
Esta e outras armas automáticas estarão agora na posse dos restantes quatro elementos do grupo, depois das detenções dos líderes do grupo, ‘Cigarrinho’ e Fábio ‘Cigano’. Entre os restantes jovens (com 18 e 19 anos), está um familiar de um ex-militar da GNR. O grupo formou-se na zona de Lagoa e tem agora elementos de Silves e Albufeira.

Évora Perdida no Tempo - Montra da Óptica Freitas


Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1969
Legenda Montra da Óptica Freitas
Cota DFT2402 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

Évora Perdida no Tempo - Capela do Seminário Maior


Capela do Colégio de Nossa Senhora da Purificação (Seminário maior), em Évora.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1966
Legenda Capela do Seminário Maior
Cota DFT4333 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Évora, 25 Anos de Património Mundial

Évora comemora 25 anos de elevação do seu Centro Histórico a Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, no dia 24 de Novembro de 2011. Antecipando-se, desde já, ao programa de celebrações que irá assinalar este aniversário, a Câmara Municipal de Évora pretende honrar esta classificação publicando na Agenda Cultural a nova rubrica “Évora, 25 Anos de Património Mundial”.
Nessas páginas, vão dar-se a conhecer os principais monumentos e elementos distintivos do Centro Histórico da cidade, explorando a sua arquitectura e a sua história, bem como as lendas e tradições que guardam consigo. A sugestão de uma obra literária irá complementar cada uma das apresentações feitas.
O Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), organismo da UNESCO que em Novembro de 1986 deliberou a favor da inclusão do Centro Histórico de Évora na lista do Património Mundial, justificou essa mesma decisão com o facto de Évora cumprir muitas das demandas então exigidas para o efeito, nomeadamente dois critérios específicos: o de ser Évora o melhor exemplo de uma cidade portuguesa da idade do ouro (Século XVI) e de a sua paisagem urbana permitir compreender a influência da arquitectura portuguesa no Brasil, em locais como São Salvador da Baía, também Património Mundial da Humanidade desde 1985.
Em 1986, o ICOMOS tomou como definição do Centro Histórico de Évora a de um centro urbano único, pela sua beleza, homogeneidade e dimensão, e pelo valor do seu património cultural e arquitectónico, que conta com mais de 380 edifícios classificados, dos quais 36 são monumentos nacionais.
Bem delimitada por muralhas medievais que o arquitecto Vauban no século XVII, reforçou, esta uniforme malha urbana, que se estende num perímetro de 4 quilómetros de comprimento, numa área total de 12 hectares, há 25 anos, era palco de morada de 12 mil habitantes, divididos por 4 mil residências. Aqui era o coração da cidade e da região, em que, nos serviços e no comércio, trabalhava 70% da população de todo o concelho. Todo o seu tecido arquitectónico estava bastante bem preservado, realçando-se o bom estado de conservação de grande parte dos imóveis, incluindo os monumentos, exceptuando-se apenas a debilidade das condições de algumas franjas do parque habitacional privado, ocupado por uma população envelhecida.
O património edificado intra-muros foi valorizado pela dimensão dos seus imóveis, e pela sua tipologia - religiosos, militares e civis -, mas também pela nobreza dos materiais e dos elementos decorativos utilizados.
O adjectivo homogéneo foi dos mais empregues na descrição do Centro Histórico, para caracterizar os seus espaços urbanos, praças e ruas, cujos processos de formação, ao longo dos séculos, foram muito apreciados por terem sido sempre coerentes. Foi consensual a afirmação de que estão mantidos os traços típicos das cidades medievais do Sul da Europa, com artérias estreitas e sinuosas, e com grande riqueza de variantes, numa uniformidade exemplar em cada período de construção. A concentração de monumentos do Centro Histórico foi aliás considerada invulgar precisamente pela variedade da sua origem, isto é, por derivarem não de um mas de vários períodos históricos e artísticos, como o romano, o gótico, o renascentista, o manuelino, o barroco ou o neoclássico.
As muralhas, igrejas, templos, casas, palácios, fontes, jardins, arcadas e ruelas, que os séculos trouxeram ao Centro Histórico, fizeram de Évora uma cidade incomparável, que a UNESCO reconheceu como tal, e que a Câmara Municipal de Évora deseja homenagear, invocando o seu património material e imaterial.

Palácio dos Condes de Basto


Palácio dos Condes de Basto (Pátio de São Miguel) antes das obras de restauro. O edifício, em avançado estado de ruína, foi adquirido em 1957 pelo Conde de Vill'Alva, que no ano seguinte iniciou as obras de recuperação, com a colaboração do Arquitecto Ruy Couto. As obras de consolidação, recuperação e restauro duraram cerca de 15 anos.

Autor David Freitas
Data Fotografia 1958 ant. -
Legenda Palácio dos Condes de Basto
Cota DFT4419 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O que é o Grupo Pró-Évora?

O Grupo Pro-Évora é uma Associação de Defesa do Património da cidade de Évora, sem fins lucrativos e foi fundado em 16 de Novembro de 1919, sendo considerado um dos grupos mais antigos com estes objectivos estatuários. Foram seus fundadores D. Leonor Fernandes de Barahona Caldeira, Dr. Celestino David, Carlos Serra, José Serra, P. António Natividade, Dr. Manuel Marçal, José Sebastião de Torres Vaz Freire (Direcção), António Vilas Boas, Dr. Domingos Vaz Madeira, Joaquim António Simões e Manuel António do Monte (Assembleia Geral).

A actividade do Grupo foi decisiva na preservação do património eborense e a ele se devem muitas iniciativas relevantes numa época em que se assistia à mutilação das características históricas mais interessantes desta cidade. Em 1920 o Grupo é nomeado representante na cidade da Comissão dos Monumentos de Concelho de Arte, Arqueologia e é por iniciativa sua que são classificados como Monumento Nacional, nesse ano, as torres da Rua Nova, a torre pentagonal da Rua da Selaria e o Arco de D. Isabel (Porta da antiga cerca romana). Em 1921, o Grupo solicita a classificação como Monumento Nacional dos seguintes edifícios: Convento de S. Bento de Castris e do Calvário; claustro, casa capitular, cozinha e refeitório do Convento dos Lóios; Igreja do Convento de Sta. Clara; Caixa de Água da Rua Nova; Chafariz da Porta de Moura; Porta de Aviz; Palácio dos Condes de Basto; Torre sineira do Convento do Salvador; Muralhas e Torres existentes na cerca fernandina.

Foi por acção do Grupo que se conseguiu a conservação das muralhas, impedindo a sua venda em hasta pública e consequente destruição (1921), classificando-se como Monumento Nacional; o desaterro e limpeza do claustro da Sé de Évora; a classificação de grande número (cerca de 30) de imóveis de interesse histórico e artístico existentes em Évora; a luta pela criação do Museu Regional e as suas instalações; as campanhas pela preservação estética citadina; a publicação de roteiros turísticos, livros, postais e artigos na imprensa sobre Évora.

Organizados pelo Grupo, realizaram-se conferências sobre História, Arte e Literatura em que foram oradores Jaime Cortesão, António Sérgio, Reinaldo dos Santos, Júlio Dantas, Sousa Pinto, João de Deus Ramos, Hermâni Cidade, Câmara Reis, João de Barros, Mário Chicó, Túlio Espanca, Artur Gusmão e Júlio Resende.

O Grupo organizou Cursos de Cicerones em 1939 (no qual Túlio Espanca foi o primeiro classificado), 1942, 1947 e 1957. Realizou numerosas exposições de Pintura (destaca-se a Missão Internacional de Arte em 1958, com o apoio da Fundação Caloustre Gulbenkian), exposições de artesanato e doçaria. Promoveu a divulgação de grandes figuras de artistas alentejanos, nessa altura ignorados ou esquecidos, casos de Florbela Espanca e Henrique Pousão. Realizou exposições de Arte Contemporânea e mantém um acordo com o centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian para a realização de exposições de pintura o fotografia na sua sede provenientes do C.A.M. (Lisboa).

O Grupo Pro-Évora continua hoje a sua actividade como associação independente, defendendo as mesmas finalidades presentes desde a sua fundação, realizando actividades culturais, exposições e conferências, intervindo activamente em favor do património histórico e artístico da cidade de Évora.
Está representado na Comissão Municipal de Arte Arqueologia e Defesa do Património, na Rede de Centros Culturais Portugueses, é membro fundador do Centro UNESCO de Évora e foi agraciado pela Câmara Municipal de Évora com a Medalha de Ouro da cidade no dia 29 de Junho de 1999.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Emilie e Voltaire de Arthur Giron


Em cena até 30 de Julho

Bilhetes dos 8,00€ aos 4,00€

Info e reservas: abruxateatro@gmail.com | 266 747 047
Local: Sala d'abT
Horário: de 4ª a Sábado às 21h30 | Domingo às 16h
Classificação Etária: M/16

Ilustração de Pedro Fazenda


Sinopse:
Que acontece quando dois amantes do conhecimento se cruzam?

Com a vida em eminente perigo - ele pelas suas ideias inflamatórias e carácter irreverente, ela pela sua libertinagem sexual e pelos seus destemidos e inspirados 'travestis' financeiros, esta história verídica entre François Arouet (Voltaire) e Emilie du Chatelet releva-se uma tórrida obsessão alimentada pela filosofia e pelo amor genuíno.
Manifestando sentimentos e paixão de maneiras inconvencionais a sua união desafiou e enfrentou os pilares legais, morais e sociais da sua geração. Resultado: um tumultuoso e fascinante romance.


Ficha Técnica:
Texto de Arthur Giron :::: Tradução de António Henrique Conde :::: Cenografia e Figurinos de Pedro Fazenda :::: Encenação de Figueira Cid :::: Assistência de Encenação de Marta Inocentes :::: Desenho de Luz Henrique Martins e Figueira Cid :::: Mestra de Costura de Vicência Moreira :::: Sonoplastia de João Bacelar :::: Operação de Luz e Som de João Piteira :::: Interpretação de Figueira Cid e Mirró Pereira
Desenho original de Pedro Fazenda :::: Produção Executiva de Sofia Bernardo :::: Assessoria de Imprensa de Cristina Carvalho :::: Design e Grafismo de Mónica Santos