Évora comemora 25 anos de elevação do seu Centro Histórico a Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, no dia 24 de Novembro de 2011. Antecipando-se, desde já, ao programa de celebrações que irá assinalar este aniversário, a Câmara Municipal de Évora pretende honrar esta classificação publicando na Agenda Cultural a nova rubrica “Évora, 25 Anos de Património Mundial”.
Nessas páginas, vão dar-se a conhecer os principais monumentos e elementos distintivos do Centro Histórico da cidade, explorando a sua arquitectura e a sua história, bem como as lendas e tradições que guardam consigo. A sugestão de uma obra literária irá complementar cada uma das apresentações feitas.
O Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), organismo da UNESCO que em Novembro de 1986 deliberou a favor da inclusão do Centro Histórico de Évora na lista do Património Mundial, justificou essa mesma decisão com o facto de Évora cumprir muitas das demandas então exigidas para o efeito, nomeadamente dois critérios específicos: o de ser Évora o melhor exemplo de uma cidade portuguesa da idade do ouro (Século XVI) e de a sua paisagem urbana permitir compreender a influência da arquitectura portuguesa no Brasil, em locais como São Salvador da Baía, também Património Mundial da Humanidade desde 1985.
Em 1986, o ICOMOS tomou como definição do Centro Histórico de Évora a de um centro urbano único, pela sua beleza, homogeneidade e dimensão, e pelo valor do seu património cultural e arquitectónico, que conta com mais de 380 edifícios classificados, dos quais 36 são monumentos nacionais.
Bem delimitada por muralhas medievais que o arquitecto Vauban no século XVII, reforçou, esta uniforme malha urbana, que se estende num perímetro de 4 quilómetros de comprimento, numa área total de 12 hectares, há 25 anos, era palco de morada de 12 mil habitantes, divididos por 4 mil residências. Aqui era o coração da cidade e da região, em que, nos serviços e no comércio, trabalhava 70% da população de todo o concelho. Todo o seu tecido arquitectónico estava bastante bem preservado, realçando-se o bom estado de conservação de grande parte dos imóveis, incluindo os monumentos, exceptuando-se apenas a debilidade das condições de algumas franjas do parque habitacional privado, ocupado por uma população envelhecida.
O património edificado intra-muros foi valorizado pela dimensão dos seus imóveis, e pela sua tipologia - religiosos, militares e civis -, mas também pela nobreza dos materiais e dos elementos decorativos utilizados.
O adjectivo homogéneo foi dos mais empregues na descrição do Centro Histórico, para caracterizar os seus espaços urbanos, praças e ruas, cujos processos de formação, ao longo dos séculos, foram muito apreciados por terem sido sempre coerentes. Foi consensual a afirmação de que estão mantidos os traços típicos das cidades medievais do Sul da Europa, com artérias estreitas e sinuosas, e com grande riqueza de variantes, numa uniformidade exemplar em cada período de construção. A concentração de monumentos do Centro Histórico foi aliás considerada invulgar precisamente pela variedade da sua origem, isto é, por derivarem não de um mas de vários períodos históricos e artísticos, como o romano, o gótico, o renascentista, o manuelino, o barroco ou o neoclássico.
As muralhas, igrejas, templos, casas, palácios, fontes, jardins, arcadas e ruelas, que os séculos trouxeram ao Centro Histórico, fizeram de Évora uma cidade incomparável, que a UNESCO reconheceu como tal, e que a Câmara Municipal de Évora deseja homenagear, invocando o seu património material e imaterial.
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