quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Concerto de Natal do Coral Évora

A História do Desporto em Évora

Se é certo que a prática desportiva já se tinha iniciado em Évora desde o último quartel do século XIX, não restam dúvidas de que a mesma só se desenvolveu e democratizou com o advento da República, período durante o qual se processou a introdução dos jogos com bola, (nomeadamente o futebol) e o atletismo, a modalidade olímpica por excelência. Antes, o exercício da actividade física estava praticamente reservado à burguesia endinheirada, chamando-se aos seus cultores «distintos “sportmen”» por gastarem os seus ócios em prazeirosas e galantes contendas. Corridas e provas hípicas faziamse desde 1868 no Jockey Club Alentejano; o ciclismo estava implantado na cidade desde 1895 e o tiro a partir de 1904.

De acordo com o relato de Mário da Gama Freixo, um dos pioneiros do futebol eborense, efectuado no número comemorativo de “O Corvo”, alusivo aos festejos do Centésimo Aniversário do Liceu Nacional de Évora, celebrado em 1941, a primeira bola de futebol terá chegado à cidade nos primeiros anos do século passado, trazida por Raul Queimado Franco de Sousa, seu antigo condiscípulo e na altura a frequentar a Escola da Marinha, o qual andou durante alguns dias a dar-lhe pontapés com outros estudantes, tais como seu irmão Leovigildo, Lopes Marçal, Dias da Fonseca, Armando de Azevedo e «outros que não consegui apurar o nome».

E acrescentava que «em breve desistiam, e pouco a pouco foram deixando de jogar, acabando por fracassar a tentativa». Mário da Gama Freixo, fotógrafo a quem se deve o registo em imagens das primeiras manifestações desportivas e respectivos grupos que nelas participaram, considera ainda decisiva para a dinamização do «Foot-ball e dos Sports Atléticos» em Évora a vinda para o Liceu, em 1908, do estudante Abílio Pais Ramos, que havia passado pelo Colégio Militar e também pelo Liceu da Lapa, em Lisboa. «Praticante que era de diferentes desportos que ao tempo se cultivavam, não podia admitir que em Évora nada se fizesse em prol da Educação Física». O seu espírito de iniciativa depressa encontrou eco na pessoa de Manuel António do Monte, professor de ginástica do Liceu, disciplina que fora integrada no ensino secundário no ano de 1906. A modalidade de arranque tinha sido a do atletismo mas, como era natural, os seus praticantes «também iam dando pontapés na bola secundados por outros que pouco a pouco a eles se foram juntando».

Os estudantes liceais começaram a participar em festivais e provas desportivas sob a designação de “Os Académicos” mas dentro em pouco o reitor desse tempo, o republicano Manuel Gomes Fradinho, entendeu que deveria ser criada uma estrutura própria com sede no Liceu. Assim nasceu em 1912 o Sport Vitória Académico, autêntico alfobre de desportistas, dos quais o mais brilhante foi sem dúvida Augusto Cabeça Ramos. Este estudante liceal tinha participado a 25 de Maio de 1911 numa jornada de atletismo realizada no Rossio de Brás entre os académicos eborenses e os do Liceu da Lapa, tendo vencido com extrema facilidade as provas de salto à vara, comprimento e altura e corrida de obstáculos. Um dos professores lisboetas ficou estupefacto com a sua “perfomance” no salto à vara e, sendo técnico da modalidade, convidou-o a participar nos Campeonatos Olímpicos de Portugal do ano seguinte, em representação do Sport Lisboa e Benfica. Cabeça Ramos aceitou e cerca de um ano depois, mais propriamente a 5 de Maio, deslocou-se à capital para vencer a prova de salto à vara, estabelecendo um novo recorde nacional com pulo de 3,05 metros, proeza que viria a repetir a 12 de Junho de 1914, elevando a marca para 3,27 metros, a qual permaneceu imbatível até 1927.

Entretanto o futebol penetrara também entre os estudantes da Casa Pia. Segundo o “ Notícias d´ Évora” relatava « foi ontem inaugurado o jogo de foot-ball na cerca d’este estabelecimento por um grupo de sympathicos rapazes, composto dos srs. Ricardo de Mattos Vilardebó, Anselmo de Mattos Villardebó, Joaquim de Mattos Fernandes, Ângelo Moreno, Raul de Sousa. Manuel Villas Boas e Jacintho Rosado Lopes, que da melhor vontade se prestaram a ensinar os allunos d’ este estabelecimento. Completou-se o grupo com 15 allunos da casa que jogaram várias partidas tornando-se o jogo muito interessante pelo enthusiasmo que em todos se notava».

Outros grupos sociais estavam porém atentos e rendidos ao novo jogo. A partir de 1909 a Associação de Classe dos Empregados do Comércio passou a disponibilizar algumas bolas para os seus empregados se familiarizarem com as técnicas, regras e princípios elementares do futebol. Por essa altura fundava-se a primeira colectividade desportiva da cidade, que recebeu o nome de Grupo Évora Sport, composto por operários gráficos de várias oficinas. Em 1910 tinha-se formado o Grupo Foot-ball Eborense e foram estas duas equipas que disputaram o primeiro jogo a sério na urbe, pelas quatro horas da tarde no dia 2 de Abril de 1911, no Rossio de S. Brás, sendo árbitro o polivalente “sportman” Augusto Cabeça Ramos.

A 11 de Novembro desse ano um grupo de estudantes e marçanos fundava o Luzitano Foot-ball Clube, que em 1925, devido ao número de outras modalidades praticadas em recinto fechado substituiu a designação de Football por Ginásio, sendo o mais antigo clube do Alentejo e em 1912 surgia finalmente o Sport Clube Empregados do Comércio. Em meados de 1913, o abandono do Liceu por parte de muitos dos fundadores do Sport Vitória Académico (onde a partir daí o Basket-ball passou a ser o jogo favorito) levou a que estes, com outros mais, desavindos com os seus originais, se reunissem no Ateneu Desportivo Eborense. Até então os pleitos futebolísticos jogavam-se no Campo do Liceu, no Rossio de S. Brás, na cerca da Casa Pia e na eira da Quinta da Malagueira.

Mas em 1914 os elementos do Ateneu conseguiram convencer as irmãs D. Maria Inácia Fernandes Homem e D. Maria Luísa Mattos Fernandes, abastadas terratenentes, a alugar-lhes, por 15 anos, o ferragial da Estrela, onde estabeleceram de forma permanente o primeiro campo de futebol em Évora. Assim nascia o actual Campo Estrela, do Lusitano Ginásio, já condenado ao desaparecimento mas que é o segundo mais antigo do país, logo a seguir ao Campo da Constituição no Porto. Já fora do arco temporal aqui definido assinale-se, no entanto por dever de inteira justiça, a fundação, a 5 de Dezembro de 1918, do Juventude Sport Clube, formado maioritariamente por operários da construção civil e serviços de limpezas, numa cabal demonstração de que a implantação da República generalizou práticas e comportamentos e acabou com privilégios injustificados.

Évora Perdida no Tempo - Secção de discos da Papelaria Nazareth


Secção de discos da Papelaria Nazareth (memórias do comércio eborense)

Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 -
Legenda Secção de discos da Papelaria Nazareth
Cota DFT3114 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Natal Limpo 2011

Évora Perdida no Tempo - Sacristia do Convento Novo, em Évora


Sacristia do Convento Novo (de São José ou da Esperança), em Évora. Esta imagem foi publicada no Inventário Artístico de Portugal de Túlio Espanca , Concelho de Évora, vol.II, est. 489

Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 ant. -
Legenda Sacristia do Convento Novo, em Évora
Cota DFT4318 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Bonecos de Santo Aleixo - 13 a 18 de Dezembro na Sala Estúdio do Teatro Garcia de Resende


Estes títeres tradicionais do Alentejo parece terem tido a sua origem na aldeia que lhes deu o nome.
São títeres de varão, manipulados por cima, à semelhança das grandes marionetas do Sul de Itália e do Norte da Europa, mas diminutos – de vinte a quarenta centímetros.
Os Bonecos de Santo Aleixo, propriedade do Centro Dramático de Évora, são manipulados por “uma família”, constituída por actores profissionais, que garantem a permanência do espectáculo, assegurando assim a continuidade desta expressão artística alentejana.
Conhecidos e apreciados em todo o país, com frequentes deslocações aos locais onde tradicionalmente se realizava o espectáculo, os Bonecos de Santo Aleixo participaram também em muitos certames internacionais fora do país (Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Grécia, Moçambique, Alemanha, Macau, China, Índia, Tailândia, Brasil, Rússia, México e França) e são anfitriões da Bienal Internacional de Marionetas de Évora – BIME que se realiza desde 1987.



Évora Perdida no Tempo - Páteo do Palácio do Barrocal


Aspecto parcial do páteo do Palácio do Barrocal, na Rua de Serpa Pinto, em Évora. Antiga sede da FNAT, actualmente funcionam aqui os serviços do INATEL

Autor David Freitas
Data Fotografia 1950 - 1960
Legenda Páteo do Palácio do Barrocal
Cota DFT7229 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

domingo, 11 de dezembro de 2011

Precisa-se Director de Recursos Humanos

Director(a) de Recursos Humanos / Serviços Partilhados:

Local de Trabalho: Lisboa e Évora (primeiros meses em Lisboa e Évora a partir de Primavera 2012).

Objectivo: Responsável por todas as secções de suporte: Finanças, RH, Serviços Gerais e TI.

Requisitos OBRIGATÓRIOS:
- +8 anos de experiência em posição de direcção de RH
- formação superior em Recursos Humanos ou equivalente
- experiência em gestão de pessoal, conhecimentos generalistas de RH e vivência nas outras áreas de suporte acima referidas
- Idiomas: Português e Inglês obrigatório, Francês e Espanhol desejável

Funções principais:
- suporte ao processo de contratação de pessoal em Portugal
- estruturar modelo da empresa (valores e princípios)
- estruturar modelo de gestão de pessoas (planos carreira)
- estruturar modelo de comunicação com entidades.

Salário: negociável

Para ser considerado(a) para este processo é favor enviar CV actualizado para:


/ Referência: DRH Évora

NOTA IMPORTANTE: Devido ao grande volume de candidaturas só responderemos aos candidatos que preencherem TODOS os requisitos acima referidos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

«O Lago dos Cisnes» - pelo Russian Classical Ballet, dia 21 de Dezembro, no teatro Garcia de Resende


Espetáculo promovido pelo Classic Stage e protagonizado pelo Russian Classical Ballet, com música de Pyotr Ilyich Tchaikovsky, libreto de Vladimir Begichev e Vasily Geltzer, coreografia de Marius Petipa e Lev Ivanov, cenografia de Evgeny Gurenko, figurinos de Irina Ivanova e desenho de luz de Denis Danilov.

Uma narrativa encantadora com sumptuosos cenários, maravilhosos figurinos e um deslumbrante leque de melodias que compõem esta grande obra-prima do ballet clássico.

O Lago dos Cisnes é considerado o mais espetacular dos bailados clássicos, repleto de romantismo e beleza, é epítome dos bailados clássicos; a coreografia exige dos bailarinos destreza e aptidão técnica na representação das personagens da história. A sua popularidade é por outro lado motivada pela música inspirada de Tchaikovsky, mas também a coreografia inventiva e expressiva de Petipa que, relacionando o corpo humano com os movimentos de um cisne, revela a sua genialidade, o seu potencial coreográfico e criatividade artística.

O "Lago dos Cisnes" narra a história de um príncipe que procura a mulher ideal e vê na figura do cisne a suavidade e o encanto feminino, que o deixam loucamente apaixonado. Mas, na verdade, o cisne é a transfiguração de uma bela princesa encantada, um tema de verdadeira poética romântica.

Évora Perdida no Tempo - Muralhas de Évora


Autor David Freitas
Data Fotografia 1960 - 1969
Legenda Muralhas de Évora
Cota DFT341 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Concerto pelo Coro Polifónico Eborae Mvsica - 10 Dez pelas 18h00




Dia 10 de Dezembro, sábado, às 18h00 
Concerto pelo Coro Polifónico Eborae Mvsica. Integrado no VII Ciclo de Concertos "Música no Inverno". No Convento dos Remédios, Évora.

Música da Sé de Évora dos sécs. XVI e XVII: o despontar da polifonia sacra portuguesa - Missa ferialis de Manuel Mendes (c.1547-1605): Kyrie, Sanctus, Agnus Dei; O Advento e o Natal na polifonia da Sé de Évora - Christus natus est nobis de Estêvão Lopes-Morago (1575? - 1635?); Hodie nobis cælorum de Estêvão Lopes-Morago; Quem vidistis pastores de Estêvão Lopes-Morago; Canções regionais portuguesas - O milho da nossa terra (Beira Baixa) deFernando Lopes-Graça (1906-1994); Já os passarinhos cantam (Beira Alta) de Fernando Lopes-Graça; Sombras (Alentejo) deEurico Carrapatoso (n. 1962); Vem, ó morte, doce irmã do sono (“Meu lírio roxo”) de Eurico Carrapatoso; Cantos tradicionais portugueses de natividade -Fernando Lopes-Graça (1906-1994): da Primeira e Segunda Cantatas do Natal; Partidos são de Oriente (Reis); José e Maria (Trás-os-Montes); Bendito do Natal (Trás-os-Montes); À ordem de César; Inda agora aqui cheguei (Janeiras, Alentejo) e Nasceu, já nasceu (Alentejo)

O Coro Polifónico Eboræ Musica é dirigido pelo Maestro Pedro Teixeira. O Coro Polifónico Eborae Mvsica fez em Setembro de 1987 a sua primeira apresentação pública, integrada no acontecimento cultural “Os Povos e as Artes”.O Coro Polifónico tem realizado diversas actuações ao longo da sua existência, interpretando não só a polifonia da Escola de Música da Sé de Évora (sécs. XVI e XVII), como também outras obras de diferentes épocas, entre as quais serão de destacar a Oratória “Jephte”, de Carissimi, a “Missa da Coroação”, de Mozart, o “Gloria”, de Vivaldi, a Missa em Dó Maior, de Mozart, para Coro e Orgão, com acompanhamento instrumental. Gravou e produziu em 2005 um novo CD para a etiqueta Numérica. Destacam-se as suas actuações a participação nas Jornadas Internacionais “Escola de Música da Sé de Évora”, acontecimento que esta Associação organiza, anualmente, no mês de Outubro, com a participação de maestros de renome internacional, como é o caso de Peter Phillips, dirigente do “The Tallis Scholars”, de Londres. Nas deslocações internacionais destaca-se a participação na “Europália 91”, na Bélgica e a participação no 10ª Concurso Internacional de Música Sacra de Preveza, Grécia onde ficou classificado em 3º lugar, obtendo a medalha de bronze.

O Maestro Pedro Teixeira é licenciado em Direcção Coral pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde trabalhou com o Maestro Vasco Pearce de Azevedo. Foi assistente de Direcção de José Robert no Coro e no Coro de Câmara da Universidade de Lisboa. No Coro Ricercare trabalhou com Paulo Lourenço como maestro adjunto, passando a titular em 2002. É elemento do Coro Gregoriano de Lisboa, no qual é solista. Dirige, desde Março de 1997, o Coro Polifónico “Eborae Mvsica” e, desde Setembro de 2000 o Grupo Coral de Queluz e o “Officium”- grupo vocal. Recebe em 2002 o prémio “The most promising conductor of Tonen 2002” na Holanda.

Évora Perdida no Tempo - Sala dos Actos


Aspecto interior da Sala dos Actos do Colégio do Espírito Santo (Universidade de Évora, antigo Liceu).
Autor David Freitas
Data Fotografia 1966 ant. -
Legenda Sala dos Actos
Cota DFT6077 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME