sexta-feira, 19 de outubro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
Évora Perdida no Tempo - Demolição do Convento de Santa Mónica
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1890 - 1925
Legenda Demolição do Convento de Santa Mónica
Cota CME0182 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Encontro Nacional da rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras
“Cidades Educadoras como expressão da vontade coletiva”
Évora | 19 de outubro | 2012
Programa
Palácio D. Manuel
10h00 - Receção dos participantes
10h30 – Boas-vindas, pelo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Évora
10h45 – Conferência: “Cidades Educadoras como expressão da vontade coletiva”
Professor Silvério Rocha e Cunha| Professor Associado da Universidade de Évora
11h30 – Coffee-break
11h45 – Reunião da RTPCE
Ordem de trabalhos:
1. Informações
2. V Congresso Nacional da RTPCE – comunicação do Município organizador após análise das candidaturas por parte da Comissão de Coordenação;
3. Comissão de Coordenação da RTPCE (2010-2012) – breve avaliação do mandato;
4. Comissão de Coordenação da RTPCE (2012-2014) – análise de candidaturas e eleição;
5. Exposição Itinerante e Seminário da AICE em Lisboa – ponto de situação;
6. Plano de Atividades da RTPCE:
a. Grupos Temáticos
b. Exposição Itinerante RTPCE
c. Boletim
Monte Alentejano
13h00 - Almoço
Convento dos Remédios
14h30 –Visita ao Convento dos Remédios
15h15 – Oficina das Oralidades
NOTA: Após o coffe-break, os trabalhos são exclusivamente dirigidos aos municípios membro da RTPCE
terça-feira, 16 de outubro de 2012
As Concessões Régias ao Liceu Nacional de Évora
O uso do traje académico (capa e batina), em determinadas alturas do ano, é actualmente prática comum em diferentes Universidades do país. Trata-se da generalização de uma tradição que, tendo sido mercê concedida “ in illo tempore” aos estudantes universitários de Coimbra, apenas se veio a tornar extensiva, por concessão real de 27 de Outubro de 1860, aos alunos do Liceu Nacional de Évora, entretanto extinto no ano de 1977.
O estabelecimento de ensino secundário eborense abriu portas no dia 14 de Outubro de 1841, cinco anos depois do ministro Manuel da Silva Passos, mais conhecido por Passos Manuel, ter determinado a criação de Liceus em todas as capitais de distrito. O mesmo veio a ser alojado no rés-do-chão do majestoso edifício da antiga Universidade dos Jesuítas, fundada em 1579 e encerrada exactamente dois séculos depois, em consequência da expulsão dos membros daquela ordem religiosa, a mando do Marquês de Pombal.
No seu primeiro ano de funcionamento o Liceu registou a matrícula de 17 alunos em regime de internato. O número de estudantes foi subindo progressivamente, atingindo, em 1860, os 110. Ao fim de duas décadas o espírito académico consolidara-se e os estudantes haviam ganho consciência de que, bem vistas as coisas, o Liceu era até certo ponto o sucedâneo da antiga Universidade, e eles os herdeiros legítimos das suas tradições. Ainda nesse ano endereçaram um pedido ao reitor para que intercedesse junto do Rei no sentido de lhes ser concedido o uso do traje académico, historicamente descendente das roupas eclesiásticas. Recorde-se que na Ideia Média era quase só o clero que estudava e leccionava.
Ora o reitor João Rafael de Lemos, que era igualmente administrador do concelho de Évora e muito conhecido como político e homem de acção, levou ao conhecimento de D. Pedro V a pretensão dos seus alunos. Poucos acreditaram que o seu desejo vingasse junto das instâncias superiores. Mas o mesmo veio a ser deferido, para gáudio de professores e estudantes. A 18 de Julho de 1861 a reitoria mandava publicar o seguinte:
EDITAL
João Rafael de Lemos, comissário dos estudos do distrito de Évora e reitor do Liceu Nacional desta cidade, por S. Magestade (sic) o Senhor D. PedroV, (...) faz saber que:
Os alunos do Liceu Nacional desta cidade são obrigados a apresentarem-se em todos os actos escolares com o vestido talar académico, cujo uso lhes foi concedido pela Portaria do Ministério do Reino de 27 de
Outubro de 1860, sob pena de serem riscados do livro de matrículas os contraventores.
E para que chegue a notícia aos interessados (...)
Évora, 18 de Julho de 1861
O comissário de estudos e reitor do Liceu
João Rafael de Lemos
Quase um ano mais tarde, a 14 de Julho de 1862, o reitor via-se compelido a emitir novo edital, que na prática mais não era que uma cópia do teor do primeiro, acrescida de esclarecedora especificação: «...bem como não é lícito a qualquer indivíduo, não matriculado neste liceu, o uso dentro da cidade de Évora, dum vestido talar que, por mercê especial, foi concedido aos alunos daquele liceu por Portaria do Ministério do Reino de 27 de Setembro de 1860; incorrendo na penalidade das leis do reino os que violarem esta proibição».
A concessão do uso do traje académico arrastava consigo outra – a do direito à posse de hino próprio. Foi o insigne cidadão eborense Joaquim Sebastião Limpo Esquível que se encarregou de compor a música. Aproveitando a circunstância de estar por essa altura na cidade o poeta João de Deus, bacharel em Direito, alguns cavalheiros, como ao tempo soía dizer- se, apelaram junto dele para se dignar fazer e oferecer um hino para a melodia composta.
Antes, porém, já os estudantes se haviam antecipado, fazendo idêntica solicitação ao lente do 2º. e 3º. anos de latim do Liceu, Manuel Martiniano Marrecas, gramático de notoriedade nacional, homem de grande probidade moral e intelectual, e conhecido popularmente pelo “Perna de Pau”, devido à mutilação de um membro inferior sofrida na guerra civil de 1832-1834. Foi a letra deste último a escolhida e sancionada, primeiro pela reitoria e posteriormente pelo Ministério. Estava constituído o Hino Académico do Liceu de Évora, que aqui se reproduz:
Nesta quadra da vida, tão leda, É o saber que, dos lares paternos
Nesta aurora dum belo porvir No sorrir da infância, inocentes,
Quem já que não sofra contente Vem roubar-vos à mãe carinhosa
Quando quer da ciência fruir? E votar-vos à pátria contentes.
É a ciência esse bem que só pode Quando à meta chegardes um dia
Uma nova existência apurar Das fadigas que tendes sofrido,
Um complexo de dotes e prendas Como filhos que a pátria prezais
Que a riqueza não pode outorgar Tereis da pátria o prémio devido.
Coro
Nesta senda de espinhos e rosas
Que não goza e não sofre um estudante!
Sois alunos da casta minerva,
Eia avante ! mancebos,avante!
Com este património adquirido o Liceu Nacional de Évora ganhou um carisma muito especial entre os estabelecimentos de ensino médio do país. Este viria a fortalecer-se ainda mais em 1902, com a formação da mais antiga Tuna Académica liceal, apresentando-se os seus elementos sempre impecavelmente trajados e dando invariavelmente início às suas actuações com a execução do glorioso Hino Académico. Para que conste e a memória colectiva não olvide as primícias do velho e saudoso Liceu, que tanto marcou a vida da cidade e a adolescência daqueles que tiveram o orgulho e a felicidade de o frequentar.
Autor: José Frota
Évora Perdida no Tempo - Aguadeiros no largo de S. Mamede
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1900 - 1940
Legenda Aguadeiros no largo de S. Mamede
Cota CME0272 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Teatro - O Gigante
Em cena no Teatro Garcia de Resende
Dia 17 de Outubro
Às 18h30 e às 21h30
Co-Produção: Teatro do Montemuro &The Fetch Theatre
Organização: Cendrev, no âmbito da Rede “CULTURBE – Braga, Coimbra e Évora”
Três actores em palco em cena com um universo colorido e cativante de fantoches. Um mundo mágico e imaginário conseguido num jogo de luz, cor e sons capazes de nos transportar para um outro mundo.
“O Gigante” é uma parceria entre duas companhias de dois países diferentes: The Fetch Theatre da urbana West Midlands em Inglaterra e o Teatro do Montemuro da zona rural de Portugal.
Duas companhias cada uma com o seu próprio estilo, mas com algo em comum: o compromisso de criar uma nova forma de apresentação, vibrante e dinâmica.
Uma fusão de linguagens: a musica, canções, o movimento e muito pouco texto em português liderados numa verdadeira aventura de dois encenadores, um português e um inglês.
Sinopse
Um avô só e sem forças para lutar.
Afastado das gentes deste local, vê -se agora com uma criança nos seus braços para cuidar, educar, ajudar a crescer.
Uma criança que vive num outro universo. Um universo de traquinices, onde tudo é possível, onde tudo é diferente da realidade. Uma criança que procura ainda a sua identidade.
Uma jovem que tenta desfazer-se do passado, deixando tudo para trás e que julga encontrar neste local, um possível sítio para recomeçar uma nova vida.
Um sítio onde pode ser respeitada, onde os espíritos possam estar mais próximos dela, onde consiga viver.
Mas existe o resto do povo. Povo este que não gosta desta gente, que é tão diferente deles. Um avô sempre mal disposto! Uma criança sem educação! Uma jovem que dorme ao lado das abelhas! É tudo muito estranho! Dizem eles.
Os três encontram-se neste mesmo local. Local onde as rochas respiram e movem-se em auxílio daqueles que as rodeiam e as procuram, ajudando-as a descobrir, a ver, as partes boas da vida de cada um deles.
Afetos, relações, educação, respeito pelos outros e pela vida, são a essência desta história, que nos leva para lá do real, onde não necessitamos de palavras mas sim de atos para a vivermos
Paulo Duarte, Co-encenador do espectáculo
Encenação de Paulo Duarte e Andrew Purvin
Direcção Musical de Mary Keith
Cenografia e Fantoches de Andrew Purvin
Construção de Cenários Carlos Cal
Assistência à Cenografia e Construção Cénica Maria da Conceição Almeida e Laura Brannon
Desenho de Luz Paulo Duarte
Interpretação de Abel Duarte, Eduardo Correia e Tanya Ruivo
Direcção de Produção Paula Teixeira
Assistente de Produção Paulo Pereira
Comunicação Paula Teixeira
Cartaz de Helen Ainsworth
domingo, 14 de outubro de 2012
Precisa-se Médico para Évora
Empresa líder de mercado na área de SST, está a contratar para a Região do Alentejo Médicos para realizar consultas no âmbito da Medicina do Trabalho.
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sábado, 13 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Faça o rastreio do cancro da mama em Évora: De 12 de Outubro a 10 de Abril
Se tem entre 45 e 69 anos de idade, aceite o convite do Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro e vá fazer este exame simples e gratuito na Unidade Móvel que esta entidade disponibiliza junto do edifício do Centro de Saúde Portas de Avis (Évora), entre o dia 12 de Outubro de 2012 e 10 de Abril de 2013.
Segundo a entidade organizadora, o Programa de Rastreio do Cancro da Mama, integrado o Plano Oncológico Nacional e no Programa Europeu Contra o Cancro, tem como objetivos a deteção do cancro da mama num estádio o mais precocemente possível, aumentando, assim, as possibilidades de cura, proporcionando um tratamento menos agressivo, incrementando a sobrevivência (com maior qualidade de vida) e diminuindo a mortalidade desta doença.
Para a consecução deste programa são utilizadas unidades móveis e fixas, guarnecidas por técnicas credenciadas em radiologia, que executam os exames às mulheres (convidadas, através de carta personalizada, a participar) com idade compreendida entre os 45 e os 69 anos, grupo etário a que se destina o rastreio. Posteriormente, os exames são avaliados por uma equipa de médicos radiologistas, que elaborarão os respetivos relatórios. Pode também marcar através dos telefones: 915 999 894/915 999 887/266 700 218.
Esta iniciativa, feita em parceria com o ACES Alentejo Central II, conta também com o apoio da Câmara Municipal de Évora. Mais informações em www.ligacontraocancro.pt ou pelo correio electrónico info@ligacontraocancro.pt
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Évora Perdida no Tempo - Altar de Nossa Senhora do Anjo, na Sé de Évora
Altar de Nossa Senhora do Anjo, na Sé Catedral de Évora. No centro do altar em talha dourada está a imagem de Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é muito semelhante a uma outra, pertencente à Colecção Grupo Pró-Évora (GPE0001), atribuída ao fotógrafo José Monteiro Serra. A datação desta imagem foi inferida a partir dessa, podendo o autor ser, também, o mesmo.
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1910 - 1920
Legenda Altar de Nossa Senhora do Anjo, na Sé de Évora
Cota CME0246 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
O sortilégio da feira de S. João
Em quase todo o território Junho é
tempo de folguedo, regozijo, arraiais e
espectáculos. No decorrer do mês celebram-
se os dias dos três santos populares:
Santo António (a 13), S. João (a 24)
e S. Pedro (a 29). A religiosidade passa,
porém, para segundo plano e é o tempo
festivo que alegre e efusivamente impera.
O profano então sobrepõe-se ao sagrado,
sem que ninguém se empenhe a censurar
o atropelo pagão.
É, pois, no decorrer desse período que
em Évora se comemoram as Festas da Cidade,
organizadas em torno da Feira de
S. João, criada por Alvará do Rei D. Sebastião,
datado de 1 de Março de 1568.
A sua primeira realização só ocorreu
contudo a 24 de Junho do ano seguinte
e teve lugar no Terreiro do Rossio de S.
Brás, seu cenário de eleição. Pelo tempo
adiante viria a converter-se na maior feira
ao Sul do Tejo, mexendo – e de que
Desde o seu início que a Feira de S. João se caracterizou
pelo cariz vincadamente agrícola.
Na segunda
maior cidade do país, por essa altura, o certame impôs-se
como o local indicado para os lavradores da vasta
planície efectuarem os grandes negócios e transacções
de gado. A ele viriam a acorrer, igualmente desde os seus
primórdios, mercadores e artesãos que aqui se propunham
vender também os seus produtos. Entre estes encontravam-
se os cirgueiros, os cirieiros (vendedores de
velas), os curtidores, os oleiros, os ourives, os filateiros,
os tecelões, os sapateiros e tantos outros.
Se para os lavradores havia um espaço próprio, para os
mercadores e artesãos a Feira era arruada. Estes instalavam
as sua tendas – ainda como hoje pequenas barracas
onde os vendedores se instalam, expõem e transaccionam
artigos e objectos – em ruas próprias, de acordo
com os respectivos mesteres e ofícios. Nesta zona de arruamentos
obedeciam a igual critério de arrumação as
chamadas lojas de capelas que vendiam quinquilharias,
fitas, linhas, retrozes e outras miudezas de costura e de
modas.
Espaços especiais havia igualmente para as tabernas,
saltimbancos, funâmbulos, acrobatas, aramistas,
bonecreiros, comedores de fogo, vendedores de banha
da cobra e bailarinas, tal como os aguadeiros podiam
circular livremente pelo terrado desde que não perturbassem
os outros.
Este foi o paradigma quase imutável da Feira até aos
princípios do século XIX. Durante duas centúrias e
meia foi alargando o tempo de duração, que começou
por ser de três dias e paulatinamente se foi estendendo
aos oito, ainda que em diversos períodos de instabilidade
político-militar tivesse sofrido alguns interregnos.
Entretanto, a pacificação das relações com Espanha e o
fim das invasões francesas vieram a conferir a todos, lavradores
e artesãos, principalmente, uma segurança até
aí desconhecida.
Pode dizer-se que é a partir de 1848 que na Feira começam
a ser introduzidos novos elementos, que não a
desvirtuam, antes pelo contrário a enriquecem, alargando
o leque de actividades que proporciona aos seus
frequentadores. Nesse ano as touradas passam a ser incluídas
nos festejos, enquanto as companhias de teatro
ousam montar tenda na feira para apresentarem os seus
espectáculos, escolhidos de propósito para a ocasião.
Aparecem em edições seguintes os domadores de répteis,
que aproveitam o seu estado de hibernação para
os manterem sob controle. Crescem as
tabernas episódicas e surgem as primeiras
tendas de fotógrafos. Os circos organizados
estabelecem-se por vários dias e
as bandas filarmónicas e militares, dos
regimentos fixados na cidade, exibem-se
por todo o lado.
Nem o novo regime republicano se
atreveu a mexer no modelo da Feira, que
cresceu desmesuradamente nas décadas
seguintes. Com a Campanha do Trigo, os
vendedores agrícolas floresciam, o dinheiro circulava com alguma abundância
na cidade e a Feira era um bom sítio onde o gastar. O combóio
e as camionetas de carreira (assim se designavam ao tempo) lançavam,
nesses dias de febril excitação, vagas de forasteiros e muitos eborenses,
os quais, tendo saído do seu torrão natal para ganhar a vida noutro
lado, aqui regressavam para reviver tempos antigos.
Na década de 50 do último século, a Feira de S. João tinha atingido
o seu auge, acabando por ficar imortalizada na Literatura Portuguesa
através de três grandes escritores: Fernando Namora, Vergílio Ferreira
e Antunes da Silva. O primeiro, médico em Pavia durante muitos anos,
retratou desta forma na sua obra “ Retalhos da Vida de um Médico”
(1949) o fascínio que a Feira exercia sobre as gentes do distrito:
«(...) Évora tinha, nesse dia o aspecto de um grande arraial provinciano.
Tal como nas festanças da minha aldeia, mas em ponto grande. A
gente da cidade e os maiorais das vilas, refrescavam-se nas esplanadas,
à espera da brisa do entardecer, de jalecas curtas e alforges, com a
merenda, andavam por ali como um rebanho atordoado. (...) No poente
permanecia um clarão, mas algumas luzes da feira já tinham sido
acesas.
À medida que o céu escurecia, esse delírio de fogachos de várias
cores tornava-se fantasmagórico. E excitava como um vinho quente.
Obrigava-nos a mergulhar os sentidos na fascinação. As vozes dos pregoeiros,
dos mágicos, dos vendilhões, ecoavam com um timbre mais
agudo sempre que o pessoal engrossava nas ruas afluentes do imenso
largo. A Rosinda já conhecera outras feiras, havia uma lá na aldeia em
todos os Junhos, mas esta era uma feira da cidade. Nenhum termo de
comparação (...).»
Também o beirão Vergílio Ferreira, em “Aparição” (1959), não lhe
ficou indiferente e fez dela uma síntese extraordinária:
«A feira abriu com grande excitação. Todo o Rossio se iluminou de festa
com fieiras de barracas, carrocéis, circos, stands de carros e máquinas
agrícolas, botequins, tendas de doçaria, de fotocómico, tômbolas, jogos de
argolinha, aparelhos de buena-dicha com variantes de passarinhos que tiram
o papel da sorte, tiro ao alvo, aparelhos para demonstração de forças,
solitários vendedores de água com uma bilha e um copo ao lado, vendedores de mantas, de escadas, de cestos – sob
um céu duro de alto-falantes e poeira e vibrações
luminosas.
Noite de S. João, noite
cálida de bruxas e de sonhos (...)».
Por sua vez Antunes da Silva, eborense
de nascimento que por perseguições
políticas foi obrigado a ir viver para a
Amadora, fez seu o lamento de muitos
conterrâneos que não podiam vir a Évora
nessa data, em apontamento escrito no
seu diário “Jornal I”:
«Aproxima-se a Feira de S. João na minha
terra, que este ano promete. Évora às
janelas, nas ruas, nas igrejas, nos claustros,
nas touradas, nos jardins, mas sobretudo
em pacífica ebulição de prazeres de uma
jovial natureza que se revê em acenos que
o marcam para a vida inteira.
Por força de uma mórbida passividade
ou mágoa, ou ainda por via de teimosas
vontades alheias, estou longe».
Era este, e ainda hoje é, ainda que mais
esbatido, o fascínio da Feira de S.João.
Texto: José Frota
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Évora Perdida no Tempo - Claustro do Convento do Salvador
Aspecto parcial do claustro do Convento do salvador, antes da sua demolição para construção do edifício dos Correios (1948).
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1948 ant. -
Legenda Claustro do Convento do Salvador
Cota CME0296 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Open Days - "Cooperação Territorial - Um Trunfo para a Europa"
9 de Outubro
A Associação Comercial do Distrito de Évora, com a colaboração da Câmara Municipal de Évora e do Centro de Documentação Europeia da Universidade de Évora, organizará um evento local integrado na iniciativa “Open Days 2012 - Semana Europeia das Regiões e Cidades”, no dia 9 de Outubro de 2012 em Évora. A iniciativa será subordinada ao tema “A cooperação territorial – um trunfo para a Europa”.
O evento realizar-se-á a partir das 10 horas, no espaço público da Praça de Giraldo em Évora, privilegiando a troca de informação e de experiências entre especialistas e interessados na temática da cooperação empresarial na ótica do desenvolvimento local e regional.
O painel de oradores conta com a participação de especialistas no que diz respeito ao tema proposto, quadros de entidades locais tais como, CME, CCDR Alentejo, IAPMEI, DynMed Alentejo. Nos trabalhos do evento, sob a forma de workshops, haverá oportunidade para analisar e debater a problemática da cooperação territorial no quadro dos programas europeus.
WORKSHOP 1 – “A COOPERAÇÃO TERRITORIAL NA UNIÃO EUROPEIA”
10:00 ABERTURA
- Dr. José Ernesto de Oliveira, Presidente Câmara Municipal de Évora
- Dr. José da Costa Dieb, Presidente CCDR Alentejo
- Sr. José Peixeiro Simões, Presidente Ass. Comercial do Distrito de Évora
10:30 PAINEL DE ORADORES - DEBATES
- Prof. António Pinheiro, Professor Emérito, Universidade de Évora
- Dr. José Emilio Guerreiro, Câmara Municipal de Évora
- Dr. Paulo Silva, CCDR ALENTEJO – EUROACE
- Prof. Elsa Vaz, Centro de Documentação Europeia da Universidade de Évora
ANIMADOR: José Faustino, Diana FM
13:00 ENCERRAMENTO SESSÃO DA MANHÃ
WORKSHOP 2 – “A COOPERAÇÃO EMPRESARIAL NA UNIÃO EUROPEIA”
15:00 ABERTURA
- Sr. José Peixeiro Simões, Presidente da Associação Comercial de Évora 15:10 h
PAINEL DE ORADORES – COMUNICAÇÕES E DEBATES
- Dr. António Cebola, Coordenador do núcleo do IAPMEI “Apoio à Internacionalização das empresas no QREN/ INALENTEJO”;
- Eng. Vanda Narciso, European Entreprise Network, “A rede de Cooperação empresarial na Europa”
- Prof. Victor Dordio, DynMed Alentejo “Projecto «Fileiras inovadoras, saberes locais e parceria euromediterrânica»: exemplo e lições”
18:00 h Conclusão – Encerramento
domingo, 7 de outubro de 2012
Operador de Máquinas para Industria em Évora
Necessitamos para empresa nossa cliente na zona de Évora de Operador de Máquinas.
Perfil:
* Pessoa Responsável e dinâmica;
* Pró-activa, Pontual e Assidua;
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* Disponibilidade para trabalhar por turnos;
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Oferecemos:
Remuneração compatível com a função.
Se reune todos os requesitos, envie o seu currículo para
candidaturas.setubal.div1@randstad.pt
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