Sondagens arqueológicas preliminares realizadas na zona do Aqueduto Quinhentista da Água de Prata permitiram encontrar uma sapata com “materiais de construção diferentes daqueles que foram utilizados” na edificação quinhentista
A Câmara de Évora revelou, esta segunda-feira, existirem “fortes indícios” da presença de um aqueduto romano por baixo do Aqueduto Quinhentista da Água de Prata, tendo sido encontrados vestígios que vão agora ser alvo de estudos científicos.
Havia várias teorias em torno de um aqueduto da época romana que coincidiria, em algum troço, com o aqueduto quinhentista. Mas, agora, é que se procedeu a um trabalho de escavações e foram encontrados vestígios”, disse hoje à agência Lusa o vereador da Câmara de Évora Eduardo Luciano.
Segundo o mesmo responsável, as sondagens arqueológicas preliminares realizadas na zona do aqueduto permitiram encontrar uma sapata [elemento de fundações] com “materiais de construção diferentes daqueles que foram utilizados” na edificação quinhentista.
O Laboratório HERCULES, unidade de investigação da Universidade de Évora, envolvido nos trabalhos arqueológicos “já disse que os vestígios são de uma época diferente”, mas que ainda vai realizar análises para procurar datar os materiais, referiu.
Havendo materiais diferentes, mais antigos, podemos dizer que há fortes indícios, com fortes probabilidades de confirmação, de estarmos perante o aqueduto que, na época romana, faria chegar a água à cidade, mas o HERCULES ainda vai confirmar a datação destas argamassas”, sublinhou o vereador.
A Câmara de Évora aproveitou para dar a conhecer estes vestígios no Watch Day, no domingo, dedicado à divulgação do Aqueduto da Água de Prata, no âmbito da inscrição deste na lista do World Monument Fund (WMF).
Em comunicado distribuído hoje, a autarquia refere que os vestígios descobertos incluem materiais cerâmicos e de construção, ao que tudo indica, romanos.
Os vestígios romanos levam-nos a crer que o aqueduto seria uma superestrutura” e que teria “uma altura bastante maior do que o quinhentista, podendo levar assim a água à cota topográfica mais alta da cidade”, avançou José Rui Santos, arqueólogo ao serviço da câmara e que liderou a equipa de investigadores.
O vereador Eduardo Luciano realçou hoje à Lusa que, a confirmar-se a presença do aqueduto romano, vai significar “a confirmação histórica da importância de Évora naquela época”.
E, por outro lado, o que pretendemos com estes estudos é dar visibilidade ao aqueduto quinhentista”, para “projetar a imagem” do monumento e “angariar financiamento, através do mecenato, para uma intervenção futura”.
O Programa de Consolidação e Valorização do Aqueduto da Água da Prata tem como objetivo, com recurso a mecenas, captar cerca de 600 mil euros para preservar e valorizar a estrutura. A intervenção pode vir a incluir a aposta em iluminação cénica e, “eventualmente permitir que o aqueduto volte a distribuir água à população”, ainda que não para consumo humano, admitiu o município.
Informação retirada daqui
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