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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Opulência e nobreza no “Hotel Convento do Espinheiro

Há pouco mais de vinte anos o Convento do Espinheiro era um verdadeiro espinho cravado na garganta dos eborenses, dado o miserável estado de abandono e ruína a que os seus proprietários o haviam votado e era causa de vergonha numa cidade cujo Centro Histórico havia sido classificado como Património Mundial pela UNESCO. Só o facto de se situar fora do perímetro urbano, num desvio pouco frequentado da estrada de Évora para Estremoz, conseguia até certo ponto tornar menos evidente a situação de degradação a que o imóvel, com o estatuto de Monumento Nacional, havia chegado. Sem posses para o reabilitar, a família Marçal - disposta a fazer da sua alienação o negócio da vida do clã - pedia aos vários interessados na sua aquisição verbas exorbitantes, a que acresciam posteriormente os investimentos avultados a efectuar na respectiva recuperação. 

O impasse prolongou-se por algum tempo, até que a firma SPPTH, S.A., detida pela família madeirense Camacho, decidiu avançar para a sua compra, depois de se ter apercebido de que em Évora não existiam unidades hoteleiras de cinco estrelas, apesar de revelar um enorme potencial turístico, fruto da excelência em termos patrimoniais, culturais e gastronómicas. No fundo, aqueles empresários mais não desejavam que devolver ao Convento o seu antigo estatuto de nobre e selecta pousada, adequando o edifício às novas e requintadas exigências que são timbre dos tempos modernos. No entendimento do historiógrafo Túlio Espanca, a construção do Convento do Espinheiro, em honra da Virgem Maria, ficou a dever-se à iniciativa do bispo D. Vasco Perdigão, que o consagrou em 1458 e concedeu depois para povoação à Ordem dos Jerónimos. Pouco depois instalou nele uma pousada real para vilegiatura de seu filho, D. João II. Este soberano utilizará sobremaneira o Mosteiro, ali mandando reunir as Cortes de Évora (1481), nas quais definiu as linhas mestras do seu reinado. E será ali igualmente que em 1490 se fará o encontro pré-nupcial de seu filho D. Afonso e de D. Isabel, herdeiros das coroas de Portugal e Castela. 

Um ano depois, porém, D. Afonso sucumbirá a uma queda de cavalo, ocorrida perto de Almeirim. Os monarcas seguintes, especialmente D. Manuel I e D. João III, continuaram a permanecer no Convento largas temporadas e acabaram por transformá-lo em panteão da nobreza. Nele foram sepultados vários navegadores, diplomatas e escritores. Em tempos sequentes também por lá pernoitou D. Sebastião, antes de se envolver na suicida surtida ao Norte de África. Muitos anos depois, em 1663, quando da Guerra da Restauração, haveria de servir de quartel general ao Príncipe D. Juan de Áustria, que conquistou a cidade, o qual não chegou a aquecer o lugar, pois rapidamente foi desalojado. Depois, com a fixação definitiva da corte em Lisboa, o Espinheiro deixou de ser tão assiduamente demandado. 

As obras de restauro do Convento e a sua ampliação e adaptação a Hotel demoraram cerca de três anos, pelo que a excepcional unidade hoteleira que daí resultou provocou a admiração geral. Inaugurado em Junho de 2005, este Luxury Collection Hotel & SPA está rodeado de um magnífico jardim de oito hectares a que as azinheiras, as relvas e as cascas de pinheiro conferem o deleitoso encanto da planície. No interior do edifício encontravam-se disponíveis, na altura, 52 sumptuosos quartos, dos quais seis são suites e ficam na ala antiga do Convento. Existiam ainda mais 17 quartos situados na zona antiga da mansão, ficando todos os outros (36) na ala nova do hotel. 

Mas a enorme e inesperada afluência de clientes, dado tratar-se de uma unidade luxuosa e menos acessível ao bolso do comum dos portugueses, determinou a abertura, exactamente há um ano, de mais 33 quartos, igualmente na ala nova e apetrechados também dos mais modernos requisitos. Ao dispor dos frequentadores encontram-se ainda uma piscina externa e outra interna, um moderníssimo SPA e um campo de ténis. No domínio gastronómico, saliência para o excelente restaurante Divinus, situado na antiga adega quinhentista do convento, o qual fornece cozinha mediterrânica com sabores da região. Só está aberto para jantar, visto que para os pequenos almoços e almoços à carta o hotel disponibiliza o restaurante Claustrus, que, como o próprio nome sugere, se encontra no referido espaço do antigo convento. 

Nesta área relevem-se ainda dois bares: o Cisterna Wine e o Pulpitus, este localizado na antiga cozinha dos monges. Para reuniões e casamentos o complexo turístico reserva quatro espaços de grande luxo: o Lagar (antigo), dividido em três zonas distintas, a maior das quais tem capacidade para 150 pessoas; a Biblioteca Frei Carlos, igualmente com três salas diferentes, decoradas em estilo clássico; a sala S. Jerónimo, moderna sala de conferências com luz natural e capacidade para 110 pessoas; e a Sala D. Vasco, a maior de todas, ideal para a realização de casamentos, dotada de alta tecnologia, com possibilidade de albergar 300 pessoas. E para a celebração de cerimónias religiosas, a esplêndida capela, totalmente recuperada, está ali para servir quem o desejar.

ÉVORA MOSAICO nº 3 – Outubro, Novembro, Dezembro 09 | EDIÇÃO: CME/ Divisão de Assuntos Culturais/ Departamento de Comunicação e Relações Externas | DIRECTOR: 
José Ernesto d’Oliveira | PROJECTO GRÁFICO: Milideias, Évora | COLABORADORES: José Frota, Luís Ferreira, Teresa Molar e Maria Ludovina Grilo | FOTOGRAFIAS: Carlos Neves, 
Rosário Fernandes | IMPRESSÃO: Soctip – Sociedade Tipográfica S.A., Samora Correia | TIRAGEM: 5.000 exemplares | PERIODICIDADE: Trimestral | ISSN 1647-273X | Depósito Legal 
nº292450/09 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA


segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Évora recebe o seu primeiro Hotel Tivoli, com vista para a planície alentejana


O Tivoli Hotels & Resorts, detido pela Minor, inaugura esta quinta-feira, 11 de outubro, o seu primeiro hotel em Évora, no Alentejo. O empreendimento, designado Tivoli Évora Ecoresort, nasce da renovação dos espaços do atual Ecorkhotel, Évora – Suites & Spa. 

O hotel está situado a três quilómetros do centro histórico e tem 56 suítes ao longo de uma propriedade com 38 mil metros quadrados. O bloco central é constituído por um lobby bar e um restaurante inspirado na cozinha portuguesa contemporânea. Já no primeiro piso, os visitantes podem encontrar uma piscina infinita, com vista para a planície alentejana. Parte da renovação do hotel contempla ainda uma “villa” exclusiva com nove quartos e uma piscina exterior privada.

Citado em comunicado, o vice-presidente de Operações e Desenvolvimento da Minor Hotels para a Europa e América do Sul, descreveu o investimento como “um complemento perfeito” para a expansão do portfólio da empresa, constituído por 14 unidades em Portugal, no Brasil e no Qatar. “Representa a chegada a uma região onde o turismo tem crescido de forma sustentada”, salienta Marco Amaral.

A arquitetura desta unidade, projeto turístico reconhecido pelo Responsible Tourism Insitute, visa estimular o máximo de eficiência energética. O bloco central, por exemplo, é revestido a cortiça, um material caraterístico da região alentejana. Mas há mais: é utilizada geotermia para aquecimento do edifício principal e painéis solares para o aquecimento das águas correntes e das piscinas.

https://www.radiocampanario.com/ultimas/regional/evora-recebe-o-seu-primeiro-hotel-tivoli-com-vista-para-a-planicie-alentejana

domingo, 18 de agosto de 2013

Évora tem o primeiro hotel do mundo revestido a cortiça



O Ecorkhotel fica na periferia da cidade de Évora e é o primeiro hotel do mundo com um revestimento de cortiça. Inaugurado este mês, o projeto de hotelaria tem em conta a preocupação ambiental e apresenta uma nova forma de aproveitamento das energias alternativas.

O "eco-hotel" de quatro estrelas utiliza a energia geotérmica e a energia solar para o aquecimento do edifício principal, para as piscinas e para o abastecimento de água do hotel.

Este é "um projeto inovador e diferente", que teve em conta "preocupações ambientais" na sua construção e que está pensado para obter "a máxima eficiência energética", explicou à agência Lusa Miguel Rosado da Fonseca, administrador da sociedade promotora.

"Vamos também ter painéis solares fotovoltaicos para produzirmos metade da energia elétrica que precisamos", adianta o responsável. A construção do hotel foi feita com o apoio de fundos comunitários e constitui um investimento total de sete milhões de euros.

A cortiça "não leva qualquer produto químico" e atua como "isolante térmico e acústico", disse Miguel Rosado da Fonseca, que adianta que o mesmo tipo de revestimento foi utilizado nos pavilhões de Portugal na Expo 2000 em Hannover e na Expo 2010 em Xangai.

Além da aposta na eficiência energética, o administrador destacou que, na construção do hotel, existiram ainda "preocupações ambientais" e que "foi feito um esforço para se usarem materiais" que existiam na zona de Évora.

"Em vez de vir de outros sítios, a pedra que existia no próprio terreno foi britada e utilizada na construção" para contribuir para a "diminuição da pegada ecológica", exemplifica.

O Ecorkhotel tem 56 suites independentes com uma área de cerca de 70 metros quadrados cada, terraço, um quarto, uma sala e casa de banho. O hotel fica a cerca de quatro quilómetros de Évora, rodeado de sobreiros, azinheiras e oliveiras.

Notícia retirada daqui

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Luxo e requinte no “M’Ar de AR Aqueduto”




O “M’Ar de AR Aqueduto”, situado no centro histórico de Évora, junto da Porta da Lagoa, uma das entradas medievais da cidade, não abriu ainda há um ano e já é tido como uma unidade hoteleira de referência em todo o país. O sucesso granjeado parece devê-lo ao plano de recuperação de um antigo imóvel quinhentista em que se optou pela manutenção e salvaguarda da envolvente histórica, conjugando-a de forma perfeita com a criação de uma nova ala, de design contemporâneo e muito atraente.

É por esta razão que ao seu nome acrescenta a designação de Historic Design Hotel e SPA, assumindo-se como espaço de luxo e ostentando as clássicas cinco estrelas correspondentes. luxo e requinte no “M’Ar de AR Aqueduto” O novo hotel nasceu da reconversão do Palácio dos Sepúlvedas, cuja construção, destinada à habitação da família do mesmo nome, se supõe ter acontecido nos primeiros anos do século XVI. A área pela qual se estende o edifício é vastíssima, ocupando todo um quarteirão, compreendido entre a Rua do Cano, a Rua do Muro (retaguarda), a Rua Cândido dos Reis (fachada principal) e a Rua das Donzelas. Nas suas traseiras passa, já na sua fase derradeira, o Aqueduto de Água de Prata.

De mansão senhorial passou para domicílio do Colégio de S. Manços de Donzellas Nobres, por iniciativa do primeiro arcebispo de Évora, D. Teodósio de Bragança, que para esse efeito o adquiriu. A partir do triunfo do liberalismo o edifício vai conhecer diversas alterações arquitectónicas, ditadas pela necessidade da sua adaptação a funções de ordem económica, designadamente para a instalação de unidades fabris. De acordo com um estudo da investigadora Maria da Conceição Rebola, publicado no Boletim “A Cidade de Évora” (nº.5 da II série), o Palácio foi, sucessivamente, sede de empresas de cereais e derivados, de vinho (adega), transformação de cortiças (rolhas, no essencial) e finalmente, a partir de 1959, núcleo industrial de empresas de confecção de vestuário. Encerrou em 1996.

No âmbito da sua recuperação como hotel foram conservados o conjunto das três janelas manuelinas existentes na fachada principal, a esplendorosa capela e os magníficos tectos em abóbada. Na ala moderna avultam os amplos corredores de tectos bem altos, com inovações surpreendentes ao nível do desenho de quartos e salas, do invulgar sentido estético, harmoniosamente combinado com engenhosas soluções de iluminação. Neste projecto a Sociedade Hoteleira do Arez, S.A., investiu cerca de 6 milhões de euros e beneficiou de incentivos que rondaram os 2,3 milhões. O M’ar de Ar Aqueduto disponibiliza 58 quartos e 4 suites. Os quartos dividem-se em clássicos ou superiores. Qualquer deles ocupa um área de 30 metros quadrados. Os clássicos estão localizados no piso 0 e no piso 1.

Alguns têm vista para o Aqueduto e para o jardim. Os superiores, situados no piso nulo, estão orientados no
sentido do jardim, mas possuem varanda e terraço com mobiliário de exterior e piso em “deck” e beneficiam da envolvente exterior. Os do patamar cimeiro, dispõem aposentos repousar no m’ar de ar aqueduto de idêntico apetrechamento, mas estão voltados para o Centro Histórico. Quanto às suites, ficam na ala nova e contemplam uma sala com sofá e maple individual. Todos os quartos estão equipados com ar condicionado, telefone com ligação directa, ligação à Internet, Televisão LCD HD, cofre e minibar.

O hotel tem restaurante, com o nome de Degust’AR, com 100 lugares sentados e serviço à carta, dirigido pelo Chefe António Nobre, que prima por oferecer gastronomia mediterrânica de qualidade, com total respeito pela cozinha tradicional portuguesa. O B’AR é magnífico, proporcionando uma fabulosa visão sobre todo o interior e sobre o Aqueduto, que se divisa no horizonte por muitas centenas de metros. Referência para os dois quartos SPA (220 metros quadrados), com ginásio e cinco salas e gabinetes para tratamentos diversos. Há ainda piscina exterior para adultos e crianças (separadas), um jardim e várias esplanadas, assegurando uma estada tranquila em ambiente romântico.

Para banquetes e reuniões o hotel comporta salas com dimensões entre os 120 e os 170 metros quadrados: Sala Capela, Sala Donzelas e Sala Manuelina. Em termos de estacionamento o M’AR de AR Aqueduto tem à disposição uma garagem primitiva, paga, com capacidade para 60 semanas. Fora das muralhas, e muito perto do edifício, existe um parque de estacionamento gratuito e que aos fins-de-semana costuma ter bastantes lugares vagos.


Texto: José Frota
Fotografia: Carlos Neves