O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli - a Cartuxa de Évora -, reconstruído em 1960, vai abrir pela primeira vez ao público para visitas guiadas sobre os hábitos e exercícios espirituais dos monges que o habitaram.
O ciclo de visitas guiadas pelo Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli – a Cartuxa de Évora, promovido pela Fundação Eugénio de Almeida, começa dia 8 de agosto e prolonga-se até dia 19 de setembro, com entrada gratuita. Vai ser a primeira vez que o mosteiro se abre ao público em geral desde que foi reconstruído como eremitério, há 60 anos.
As visitas ao mosteiro serão conduzidas por Luís Ferro, arquiteto e investigador que privou durante dez anos com a comunidade residente no eremitério do Alentejo. O tema é, justamente, a vida que os monges ali levavam, pelo que vão ser dados a conhecer os seus “rituais, hábitos e exercícios espirituais”, descreve a Fundação Eugénio de Almeida em comunicado.
O percurso das visitas revela as rotinas no mosteiro e locais repletos de simbologia, dos quais se destacam o Pátio da Lavoura (espaço de trabalho manual e agrícola dos Irmãos conversos), o claustro, a igreja (centro da vida cartusiana) e as celas individuais, pequenas casas cujos detalhes narram com rigor a vida contemplativa dos monges cartuxos.
“A esfera de misticismo que envolve este espaço desperta a curiosidade do público. Por esta razão, a Fundação abre as portas a este lugar, dando a conhecer a sua herança histórica e cultural, através da descoberta dos rituais, dos hábitos e dos exercícios espirituais que pontuaram o quotidiano da vida dos monges que o habitaram”, afirma Maria do Céu Ramos, da Fundação Eugénio de Almeida, em comunicado.
O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, construído em 1587, foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa em Portugal e teve várias utilizações ao longo da história, tendo sido Hospício de Donzelas Pobres de Évora, Escola Agrícola Regional e centro de lavoura da Casa Agrícola Eugénio de Almeida. A sua função religiosa foi recuperada em 1960 “graças à forte convicção cristã e à profunda dedicação de Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill’Alva, à comunidade de Évora”.
O espaço esteve inacessível nos últimos 60 anos por ter estado dedicado à “clausura, silêncio e contemplação, como determinam os Estatutos da Ordem”, abrindo ao público agora “nos meses que separam a partida da comunidade de cartuxos e o acolhimento das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará – o ramo feminino da Família Religiosa do Verbo Encarnado”.
As visitas acontecem nos dias 8 e 22 de agosto (às 08h) e 5 e 19 de setembro (às 19h) e requerem marcação prévia através do website da Fundação Eugénio de Almeida, tendo uma lotação máxima de 15 pessoas.
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