As sombras de uma azinheira” é uma ópera em três atos, num total de 12 cenas. O libreto é da autoria de Eduarda Freitas, baseado no romance homónimo de Álvaro Laborinho Lúcio, a música é composta por Amílcar Vasques Dias. A encenação está a cargo de Mário João Alves, é levada à cena pelo quinteto Ritornello, com direção musical de António Ramos. Os solistas são Tânia Ralha e André Henriques e conta ainda com a participação de Hugo Brito como o homem da rádio (violinista-narrador).
Com três personagens em cena, a ópera “As sombras de uma azinheira” percorre 51 anos desde o dia 25 de abril de 1974. Com uma estrutura que nos permite viajar no tempo, somos confrontados com as estórias pessoais das personagens que, na verdade, são completamente influenciadas pela história de um país – Portugal.
A noite de 25 de abril de 1974 é o ponto de partida para esta ópera que nos dá a conhecer Catarina, João Aurélio e Honório. Entre eles, tantas outras vidas são tocadas, testemunhadas, ou simplesmente intuídas.
Catarina apresenta-se com um desgosto do tamanho da sua vida: o próprio nome e o dia em que nasceu. A revolução e o seu aniversário estão intimamente ligados mas desligados de Catarina. O dia é apenas mais uma data que a incomoda.
João Aurélio, homem de cravo vermelho, guarda o passado como aquele dia preso na memória eternamente por concretizar. E procura alcançar a loucura, mais do que a vida.
Honório tenta a reconciliação com o presente de Catarina e João Aurélio, tentando sempre relembrá-los dessa tal utopia que faz com que o mundo se mova.
Muitas vezes num registo mais introspectivo, “As sombras de uma azinheira” é uma ópera que nos faz mergulhar nas nossas convicções, que questiona a liberdade, as normas, e que nos confronta com as amarras do passado.
Uma obra que intercala música, história e emoção, que passeia pelas complexas camadas da identidade e da memória, com uma forte reflexão sobre a liberdade, o passado e os anseios de um futuro que nunca chega completamente.
No final, como no início, há uma pergunta que ecoa ao longo de toda a obra: afinal, qual é o peso do nosso nome?
Ficha Artística/Técnica
Diretor Musical: António Ramos
Compositor: Amílcar Vasques – Dias
Encenador: Mário João Alves
Libreto: Eduarda Freitas
Músicos:
Cantores: Tânia Ralha e André Henriques
Violinos: António Ramos, Clara Dias e Hugo Brito;
Viola: Diana Antunes,
Violoncelo: Rogério Peixinho,
Contrabaixo: Júlia Miranda
Autor do Livro de Base do Libreto: Álvaro Laborinho Lúcio
Produção: Ritornello.ac
Teatro Garcia de Resende
3 de maio, 2025
17h00
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