terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Évora Perdida no Tempo - Feira no largo 1º de Maio
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1910 - 1940
Legenda Feira no largo 1º de Maio
Cota CME0269 - Propriedade Arquivo Fotográfico CME
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Consultor Imobiliário (M/F) CENTURY 21 Porta do Alentejo (Évora)
Perfil:
Habilitações mínimas de 9º Ano
Experiência na área Comercial/Vendas
Conhecimentos de informática na óptica do utilizador
Carta de Condução e viatura própria (preferencial)
Dinamismo; Capacidade relacional
Boa apresentação e disponibilidade de horários
Residir no concelho de Évora
A sua Missão:
Desenvolver a sua notoriedade pessoal bem como a da empresa e da marca
Criar e Gerir uma boa carteira de imóveis
Dominar as acções de promoção dos seus imóveis
Assegurar a negociação até à altura da venda e do financiamento
Participar activamente no trabalho da equipa
Contribuir para o aumento de facturação da agência
Zelar pela satisfação do cliente e pelo respeito das normas de qualidade
Ser especialista da zona onde opera
As suas competências:
Conhecimento assimilado das ferramentas, métodos e técnicas comerciais C21
Utilização de ferramentas de informática
Conhecimento das bases jurídicas, financeiras e fiscais
Domínio dos Processos de Qualidade
Conhecimento aprofundado da zona onde opera
As suas qualidades:
Vontade de aprender e evoluir
Tenacidade/ Persistência
Entusiasmo
Honestidade
Empatia
Empenho/Determinação/Auto-motivação
Capacidade de gerir o seu próprio tempo
Compreensão e disponibilidade
Empreendedorismo
Integridade
Oferecemos:
Formação inicial e contínua
Plano de remunerações atractivos
Prémios mensais e trimestrais
A marca CENTURY 21 não só tem crescido em facturação, mas também no número de agências e de Consultores.
A CENTURY 21 Porta do Alentejo ajuda a integrar colegas de outras mediadoras no SISTEMA C21.
A CENTURY 21 Porta do Alentejo em 2012 é a 2ª maior agência em volume de facturação do Alentejo, Algarve e Ilhas.
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CENTURY 21 Porta do Alentejo
Évora
portadoalentejo@century21.pt
Telef: 266 733 333
Comercial Telecomunicações - Zona Évora (m/f)
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Função:
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- Gosto pelo contacto com o público;
- Orientação para objectivos e resultados;
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- Apresentação cuidada e formal;
- Disponibilidade imediata.
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sábado, 1 de dezembro de 2012
Lendas sobre Geraldo sem Pavor - Parte 5
LENDA DE GERALDO SEM PAVOR SEGUNDO LUIS DE CAMÕES
Geraldo sem Pavor ou a tomada de Évora.
Eis a nobre cidade, certo assento
Do rebelde Sertório antigamente.
Onde ora as águas nítidas de argênteo
Vêm sustentar de longo a terra, e a gente
Pelos arcos reais, que cento e cento
Nos ares se levantam nobremente,
Obedeceu por meio e ousadia
De Geraldo, que medos não temia.
Camões
Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net
Fonte: marcoseborenses.no.comunidades.net
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Farmácia Motta - O último reduto dos monárquicos eborenses
No comércio local existem lojas com mais de um século
de existência. Do passado de algumas constam
episódios que foram relevantes na história recente da
cidade, ainda que o rolar dos tempos os tenha remetido
para o baú do esquecimento. Importa por isso recordá-los, contribuindo para um melhor conhecimento do
passado próximo da cidade, e também para se entender
e compreender o seu presente. Isto porque a história de
uma loja não se reduz à actividade a que se dedica nem
ao espaço físico que ocupa, mas passa igualmente pelo
percurso de vida dos respectivos proprietários e dos caminhos
que imprimiram aos seus estabelecimentos.
É o caso da Farmácia Motta, situada em
plena Praça de Giraldo, a qual foi palco
de acontecimentos de natureza política
de que muitos dos actuais eborenses não
suspeitam mas que se vieram a inscrever
nos registos oficiais da cidade e do país.
O grande responsável por tais factos foi o
seu proprietário, Joaquim Lopes da Motta
Capitão, monárquico convicto e posteriormente
nacional-sindicalista, de carácter
inflamado e sempre pronto a usar
da palavra ou da pistola para defender os
seus ideais.
Nascido no Tramagal em 1885, Motta
Capitão, que foi um dos principais protagonistas
políticos da cidade entre os anos
de 1910 e 1933, veio muito novo para
Évora a fim de ajudar seu tio na Farmácia
Motta, que este fundara e tornara a mais conceituada
do distrito. Inteligente, tirou com bastante facilidade o
curso de Farmácia. Apaixonado e temperamental, casou
cedo com Ana Fernandes Soares, filha única do poderoso
proprietário e banqueiro Conselheiro José António
d’Oliveira Soares.
Gozando de excelente situação financeira, Motta Capitão
evitou o encerramento do jornal “Notícias d’ Évora”
nos dias seguintes à implantação da República, dado
que este, como folha apoiante do dissolvido Partido Regenerador–Liberal, não tinha condições para continuar.
Foram os operários despedidos a encontrar na pessoa
do boticário da Praça de Giraldo a pessoa e a bolsa certa
para o que o jornal não morresse. E, logo que reapareceu,
o diário, pela pena do seu administrador Carlos
Pedrosa, entendeu esclarecer que «reconhecendo a nova
forma de governo instituída agora em Portugal, não
queremos com isto dizer que aderimos à República».
Investido por si próprio na função de redactor-chefe,
passou usar o jornal como tribuna de ataque ao regime
republicano. Enquanto cidadão, envolveu-se na conjura
monárquica de 1912, pela que veio a ser condenado a
20 meses de cadeia na prisão do Limoeiro. Foi já na
qualidade de director do “Notícias d’Évora”, e debaixo
de forte escolta policial, que saiu do calabouço para vir
responder ao Tribunal de Évora por abuso de liberdade
de imprensa, com o fundamento de ter ofendido a Colomissão Concelhia de Administração dos Bens do Estado.
Durante a sua reclusão foi o redactor agrícola Santos Garcia que assegurou
a continuidade do jornal. Amnistiado por um decreto de Fevereiro de
1914, de Bernardino Machado, que abrangeu cerca de 1200 monárquicos,
Motta Capitão é libertado e exila-se em Espanha. A morte do tio, que lhe
deixa em herança a farmácia, obriga-o a regressar para ficar à testa do
negócio. E volta de novo à política e ao jornal, ao qual torna a imprimir
um cunho fortemente anti-republicano, envolvendo-se em várias quezílias
com as autoridades.
É assim que, na sequência de nova insurreição monárquica, os republicanos
eborenses saem à rua para festejarem o seu insucesso e aclamarem a
República, mostrando a sua firme disposição de a defenderem intransigentemente.
Em ambiente de grande exaltação, a enorme massa de manifestantes passa junto da Farmácia Motta e segundo o Jornal “Voz Pública” – depois de alguns gritos de «abaixo os traidores» ouviram-se tiros, sendo voz corrente que partiram da farmácia, onde se encontravam os empregados e o proprietário, Joaquim da Motta Capitão. Prossegue o periódico: «Os vidros da farmácia voaram à pedrada, havendo mais tiros, um dos quais deu morte instantânea ao ajudante Jacinto Parreira, de 18 anos, ex-aluno da Casa Pia, de nada lhe valendo os prontos socorros da Cruz Vermelha que sem demora o conduziram ao hospital, já cadáver. Motta Capitão fora também atingido por dois tiros, um dos quais nenhum mal lhe produzira, por dar em uma caneta de tinta permanente que tinha no bolso do colete, sendo ferido pelo outro na mão direita, sem gravidade.
Chegadas ao local, as autoridades evitaram que a multidão invadisse a farmácia e linchasse o Capitão, o que por mais de uma vez esteve iminente. Conquanto os ferimentos o não tornassem necessário, foi metido numa maca e conduzido, sob escolta, ao Hospital, onde ficou detido. Pouco depois o povo, refluindo para a Praça de Giraldo, assaltou o “Notícias de Évora”, inutilizando as máquinas e queimando o mobiliário na praça em fogueira ateada para efeito (...). Jornal e farmácia foram encerrados e selados. Motta Capitão foi depois liberto com a promessa de não voltar à política e ao jornalismo.» Mas em 1925, com o recrudescimento do nacionalismo, regressou como presidente das Juventudes Monárquicas de Évora. Com o triunfo do General Gomes da Costa, aderiu à Liga 28 de Maio, organização de apoio à Ditadura criada em finais de 1926 mas só apresentada em Janeiro de 1928. Dado, porém, que a União Nacional demorava a implantar- se no terreno, a Liga 28 de Maio decidiu tomar a dianteira e aparecer como sua concorrente. Em Évora a farmácia tornou-se o principal local de reunião do grupo.
Com Joaquim Silva Dias (advogado e antigo secretário de Gomes da Costa) e António Cary Potes Cordovil (grande proprietário), Motta Capitão refundou o jornal “Manuelinho de Évora” e transformou-o em órgão local do grupo. O caldo entornou-se em 13 de Dezembro de 1931, quando dirigentes nacionais da Liga vieram a Évora inaugurar a sede distrital. Já no regresso, a caminho da Estação de Caminho de Ferro, estes viram-se cercados por republicanos que os apuparam e invectivaram. Na Avenida de Dr. Barahona houve agressões graves, gritaria infernal e tiros, daí resultando vários feridos de maior ou menor gravidade e a morte do carpinteiro Manuel dos Santos, apoiante da República.
A retaliação aconteceu na manhã seguinte. Às onze horas, quando Rolão Preto, o chefe dos nacionalistas radicais, se encontrava perto da Farmácia Motta, dentro do seu automóvel, em conversa com Silva Dias, este foi baleado mortalmente à queima roupa por alguém que se conseguira aproximar de uma portinhola do carro. Desvairado com o atentado, Motta Capitão passou meses nas páginas do jornal clamando vingança e a prisão de elementos da Maçonaria local sobre quem fazia recair as suspeitas do crime. O inquérito veio a dar como autor do disparo José Joaquim Coelho, um antigo cabo de polícia, expulso por envolvimento no golpe republicano de 3 de Fevereiro de 1927. Entretanto a Liga 28 de Maio transforma-se no Partido Nacional/Sindicalista. Motta Capitão, que se tornara ferrenho adepto do fascismo e possuía em cima da secretária, no seu gabinete de trabalho, uma fotografia de Benito Mussolini, adere entusiasticamente. A 28 de Junho de 1932, só por um erro no seu reconhecimento, por parte de um carbonário que tencionava assassiná-lo, não foi abatido à porta da farmácia de que era dono. Foi porém a ilegalização do Partido Nacional/Sindicalista que acabou por afastá-lo do jornalismo e da política. Tinha então 47 anos e os dias de paz na Farmácia voltaram aos tempos do seu tio e fundador.
Autor: José Frota
Em ambiente de grande exaltação, a enorme massa de manifestantes passa junto da Farmácia Motta e segundo o Jornal “Voz Pública” – depois de alguns gritos de «abaixo os traidores» ouviram-se tiros, sendo voz corrente que partiram da farmácia, onde se encontravam os empregados e o proprietário, Joaquim da Motta Capitão. Prossegue o periódico: «Os vidros da farmácia voaram à pedrada, havendo mais tiros, um dos quais deu morte instantânea ao ajudante Jacinto Parreira, de 18 anos, ex-aluno da Casa Pia, de nada lhe valendo os prontos socorros da Cruz Vermelha que sem demora o conduziram ao hospital, já cadáver. Motta Capitão fora também atingido por dois tiros, um dos quais nenhum mal lhe produzira, por dar em uma caneta de tinta permanente que tinha no bolso do colete, sendo ferido pelo outro na mão direita, sem gravidade.
Chegadas ao local, as autoridades evitaram que a multidão invadisse a farmácia e linchasse o Capitão, o que por mais de uma vez esteve iminente. Conquanto os ferimentos o não tornassem necessário, foi metido numa maca e conduzido, sob escolta, ao Hospital, onde ficou detido. Pouco depois o povo, refluindo para a Praça de Giraldo, assaltou o “Notícias de Évora”, inutilizando as máquinas e queimando o mobiliário na praça em fogueira ateada para efeito (...). Jornal e farmácia foram encerrados e selados. Motta Capitão foi depois liberto com a promessa de não voltar à política e ao jornalismo.» Mas em 1925, com o recrudescimento do nacionalismo, regressou como presidente das Juventudes Monárquicas de Évora. Com o triunfo do General Gomes da Costa, aderiu à Liga 28 de Maio, organização de apoio à Ditadura criada em finais de 1926 mas só apresentada em Janeiro de 1928. Dado, porém, que a União Nacional demorava a implantar- se no terreno, a Liga 28 de Maio decidiu tomar a dianteira e aparecer como sua concorrente. Em Évora a farmácia tornou-se o principal local de reunião do grupo.
Com Joaquim Silva Dias (advogado e antigo secretário de Gomes da Costa) e António Cary Potes Cordovil (grande proprietário), Motta Capitão refundou o jornal “Manuelinho de Évora” e transformou-o em órgão local do grupo. O caldo entornou-se em 13 de Dezembro de 1931, quando dirigentes nacionais da Liga vieram a Évora inaugurar a sede distrital. Já no regresso, a caminho da Estação de Caminho de Ferro, estes viram-se cercados por republicanos que os apuparam e invectivaram. Na Avenida de Dr. Barahona houve agressões graves, gritaria infernal e tiros, daí resultando vários feridos de maior ou menor gravidade e a morte do carpinteiro Manuel dos Santos, apoiante da República.
A retaliação aconteceu na manhã seguinte. Às onze horas, quando Rolão Preto, o chefe dos nacionalistas radicais, se encontrava perto da Farmácia Motta, dentro do seu automóvel, em conversa com Silva Dias, este foi baleado mortalmente à queima roupa por alguém que se conseguira aproximar de uma portinhola do carro. Desvairado com o atentado, Motta Capitão passou meses nas páginas do jornal clamando vingança e a prisão de elementos da Maçonaria local sobre quem fazia recair as suspeitas do crime. O inquérito veio a dar como autor do disparo José Joaquim Coelho, um antigo cabo de polícia, expulso por envolvimento no golpe republicano de 3 de Fevereiro de 1927. Entretanto a Liga 28 de Maio transforma-se no Partido Nacional/Sindicalista. Motta Capitão, que se tornara ferrenho adepto do fascismo e possuía em cima da secretária, no seu gabinete de trabalho, uma fotografia de Benito Mussolini, adere entusiasticamente. A 28 de Junho de 1932, só por um erro no seu reconhecimento, por parte de um carbonário que tencionava assassiná-lo, não foi abatido à porta da farmácia de que era dono. Foi porém a ilegalização do Partido Nacional/Sindicalista que acabou por afastá-lo do jornalismo e da política. Tinha então 47 anos e os dias de paz na Farmácia voltaram aos tempos do seu tio e fundador.
Autor: José Frota
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Évora Perdida no Tempo - Copa da antiga sede da SHE
Sala da copa das antigas instalações da SHE, ornamentada por ocasião das Bodas d'Ouro da Sociedade. " Logo a seguir encontrava-se a casa da copa […]. Admirava-se alli de tudo […] Um escudo enorme com os emblemas da sociedade, representando um bilhar feito em bolacha, tendo por bolas pequenas batatas. As tabellas, egualmente de bolacha, tinham por marca passas de Alicante. No mesmo escudo, via-se o emblema do Grupo Cyclista e que era representado por uma bycicleta feita de linguiça delgadinha sendo os respectivos raios formados por espargos finissimos […]." Acta Descriptiva das Bodas d'Ouro da SHE.
Autor Desconhecido/ não identificado
Data Fotografia 1899 -
Legenda Copa da antiga sede da SHE
Cota SHE89.3 - Propriedade Sociedade Harmonia Eborense
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Jardim Público - o “pulmão verde” da cidade
Lamentavelmente, poucos são os eborenses
que se apercebem da beleza calma
e tranquila do Jardim Público da sua cidade.
Quase só o procuram turistas, estudantes
e velhos à espera do passaporte
para o outro mundo. É verdade que
muitos outros, a maioria, naturais ou habitantes
do burgo, o cruzam em passada
acelerada para encurtar distâncias entre
oblíquos destinos já definidos. Atravessam-
no absortos, alheados e indiferentes
à presença do grande pulmão verde da
urbe, herdeiro do Passeio Público que,
como raros outros no país, marcou arquitectónica
e paisagisticamente o romantismo
do fim do século XIX. O Passeio
Público foi um elemento caracterizador
da sociedade portuguesa do tempo, altura
em que a burguesia urbana, principalmente
a feminina, se atreveu a sair do
enclausuramento medieval para conviver
e saber novidades, enquanto ouvia tocar
música, tomava o seu sorvete, assistia a
representações teatrais e, em datas festivas,
ao lançamento de fogo de artifício.
O Passeio ou Jardim Público surgiu em Portugal a partir do conhecimento do denominado Jardim à Inglesa, que começara a ser implantado em Londres quase uma centúria antes. Obedecia à ideia romântica de valorização da paisagem associada ao pitoresco (jardins com falsas ruínas, pavilhões, pontes, lagos, coretos e quiosques) e à utilização do ferro fundido como novo material de construção. Foi sob estes pressupostos estéticos que foram concebidos estes espaços de devaneio e diversão. O planeamento do Passeio Público de Évora coube ao arquitecto e cenógrafo italiano José Cinatti (1808-1879), que, tendo estudado em Milão, fugiu para Portugal em 1839 devido a razões de natureza política. Acolhido e protegido em Lisboa, onde existia um importante colónia de conterrâneos seus, que o apresentaram aos influentes pares do reino e burgueses endinheirados, depressa ganhou notoriedade pública graças à qualidade dos seus trabalhos, passando a ser o arquitecto e cenógrafo da moda.
Foi na capital que o abastado lavrador José Maria Ramalho Perdigão (1830-1884) o descobriu e contratou para projectar, em espaço que lhe pertencia, e se situava numa das modernas portas da cidade, um palácio sumptuoso digno da sua opulência e fortuna que viria a ser conhecido pelo nome de Palácio Barahona. Entretanto, Ramalho Perdigão tinha doado ao município os terrenos que haviam constituído a antiga horta real do palácio de D. Manuel (apenas restou a Galeria das Damas) e do Convento de S. Francisco e outros, à época afectos ao exército, numa extensão de 3,3 hectares. E foi a expensas suas que José Cinatti dirigiu, entre 1863 e 1867, os trabalhos de arqueologia e jardinagem do Passeio Público. Curiosamente, foi por alturas da Feira de S. João de 1867 que o escritor Eça de Queiroz abandonou Évora. Pouco antes, escrevera nas páginas do “Distrito de Évora”, pouco entusiasmado com o que vira: «uns minguapasseio dos tapetinhos de verdura, as árvores raras e despidas das galas da folhagem, as placas nuas, sem elegância».
A verdade é que só meses depois vieram a ser colocados os lagos com cisnes e terminada a instalação das Ruínas Fingidas, de estilo gótico, compostas por ameias de inspiração árabe, janelas geminadas com arcos em ferradura, pórticos e torre, retiradas de vários monumentos civis e religiosos da cidade, nomeadamente do Palácio do Vimioso. Enquanto isto as árvores exóticas, de crescimento rápido, rompiam em todo o seu esplendor. Magnólias, cedros, plátanos, begónias, castanheiros da Índia e outras espalhavam não apenas o seu perfume pela vasta área como igualmente projectavam a sombra refrigerante que os calmosos dias de Verão reclamavam. Cinatti morreu em 1879, e uma comissão de eborenses ilustres decidiu homenageá-lo, perpetuando-lhe a memória no espaço que tão habilmente pensara e gizara.
Um busto seu, da autoria do escultor Simões de Almeida, ali veio a ser colocado em 4 de Maio de 1884. Mas o embelezamento do Passeio Público prosseguiria com a inauguração do coreto, em 20 de Maio de 1888. À beleza naturalista do espaço acrescentava-se agora uma nova funcionalidade de ordem cultural. Criava-se desta forma um local especialmente destinado à realização de Fotografias de Carlos Neves passeio Jardim Público o “pulmão verde” da cidade concertos e outros espectáculos de matriz similar, muito apetecidos entre as elites e classes em ascensão, onde era fino ser melómano. Por seu turno, actuar no coreto «diante de gente tão selecta e distinta» constituía uma honra para as bandas filarmónicas. A sua frequência não era acessível a todos, dado que a entrada no recinto era paga.
O Passeio Público de Évora ganhou então fama em todo o país. As ditas melhores famílias da cidade, ou de fora mas cumprindo vilegiaturas em casa de parentes e amigos, acorriam à sua fruição com assiduidade inesperada, deleitando-se com a beleza e a civilidade do local. Até que, em 1910, o movimento republicano democratizou o espaço e mudoulhe o nome para Jardim Público. O escol social citadino passou a desprezá- lo gradualmente e “o charme discreto da burguesia” deixou de se sentir por ali. Mas continuou a ser frequentado, especialmente aos domingos e dias de festas, agora por pessoal menos snobe e afectado. No dia 14 de Julho de 1919 recebeu uma Oliveira da Paz, comemorando o final da I Guerra Mundial.
A instalação, nas imediações, das estações rodoviárias, a partir dos anos 40, fez do Jardim Público um bom lugar de espera para os forasteiros que tinham de aguardar pelo transporte de regresso. Com a oposição da Igreja, acolheu em 1949 o busto de Florbela Espanca, que tanto o frequentou e por ali namorou e poetou. Entre os anos 50 e meados dos anos 60 foi literalmente invadido, três a quatro vezes por temporada, por milhares e milhares de adeptos de futebol, nos domingos em que milhares e milhares de adeptos de futebol se deslocavam a Évora para aplaudirem os clubes da sua predilecção, em compita com o Lusitano, nos tempos áureos da permanência deste na I Divisão Nacional.
Noutro âmbito, a presença dos pavões, aliada à dos cisnes nos lagos, ou a cantoria desenfreada de pássaros faziam dele o encanto da criançada que pais e avós ali levavam a passear. Depois, com a Revolução de Abril, muita coisa se alterou. Perante a passividade das autoridades, o Jardim passou a dar guarida a toda a casta de marginais, que conspurcavam o ambiente e cujo comportamento atemorizava os mais afoitos. A permissão da montagem de um quiosque, servido por uma esplanada, a maior utilização da Galeria das Damas como cenário de eventos culturais e a aquisição do antigo Regimento de Artilharia 3 pela Universidade de Évora, que ali instalou o seu Departamento de Ciências Exactas, acabaram por banir dali os indesejáveis. Hoje transita-se no Jardim como a mesma tranquilidade de outrora. Voltou a ser um excelente espaço para passear, correr, descansar, ler, estudar, reflectir ou apenas oxigenar os pulmões, ainda que necessite, como é óbvio, de passar por um urgente programa de recuperação e requalificação.
O Passeio ou Jardim Público surgiu em Portugal a partir do conhecimento do denominado Jardim à Inglesa, que começara a ser implantado em Londres quase uma centúria antes. Obedecia à ideia romântica de valorização da paisagem associada ao pitoresco (jardins com falsas ruínas, pavilhões, pontes, lagos, coretos e quiosques) e à utilização do ferro fundido como novo material de construção. Foi sob estes pressupostos estéticos que foram concebidos estes espaços de devaneio e diversão. O planeamento do Passeio Público de Évora coube ao arquitecto e cenógrafo italiano José Cinatti (1808-1879), que, tendo estudado em Milão, fugiu para Portugal em 1839 devido a razões de natureza política. Acolhido e protegido em Lisboa, onde existia um importante colónia de conterrâneos seus, que o apresentaram aos influentes pares do reino e burgueses endinheirados, depressa ganhou notoriedade pública graças à qualidade dos seus trabalhos, passando a ser o arquitecto e cenógrafo da moda.
Foi na capital que o abastado lavrador José Maria Ramalho Perdigão (1830-1884) o descobriu e contratou para projectar, em espaço que lhe pertencia, e se situava numa das modernas portas da cidade, um palácio sumptuoso digno da sua opulência e fortuna que viria a ser conhecido pelo nome de Palácio Barahona. Entretanto, Ramalho Perdigão tinha doado ao município os terrenos que haviam constituído a antiga horta real do palácio de D. Manuel (apenas restou a Galeria das Damas) e do Convento de S. Francisco e outros, à época afectos ao exército, numa extensão de 3,3 hectares. E foi a expensas suas que José Cinatti dirigiu, entre 1863 e 1867, os trabalhos de arqueologia e jardinagem do Passeio Público. Curiosamente, foi por alturas da Feira de S. João de 1867 que o escritor Eça de Queiroz abandonou Évora. Pouco antes, escrevera nas páginas do “Distrito de Évora”, pouco entusiasmado com o que vira: «uns minguapasseio dos tapetinhos de verdura, as árvores raras e despidas das galas da folhagem, as placas nuas, sem elegância».
A verdade é que só meses depois vieram a ser colocados os lagos com cisnes e terminada a instalação das Ruínas Fingidas, de estilo gótico, compostas por ameias de inspiração árabe, janelas geminadas com arcos em ferradura, pórticos e torre, retiradas de vários monumentos civis e religiosos da cidade, nomeadamente do Palácio do Vimioso. Enquanto isto as árvores exóticas, de crescimento rápido, rompiam em todo o seu esplendor. Magnólias, cedros, plátanos, begónias, castanheiros da Índia e outras espalhavam não apenas o seu perfume pela vasta área como igualmente projectavam a sombra refrigerante que os calmosos dias de Verão reclamavam. Cinatti morreu em 1879, e uma comissão de eborenses ilustres decidiu homenageá-lo, perpetuando-lhe a memória no espaço que tão habilmente pensara e gizara.
Um busto seu, da autoria do escultor Simões de Almeida, ali veio a ser colocado em 4 de Maio de 1884. Mas o embelezamento do Passeio Público prosseguiria com a inauguração do coreto, em 20 de Maio de 1888. À beleza naturalista do espaço acrescentava-se agora uma nova funcionalidade de ordem cultural. Criava-se desta forma um local especialmente destinado à realização de Fotografias de Carlos Neves passeio Jardim Público o “pulmão verde” da cidade concertos e outros espectáculos de matriz similar, muito apetecidos entre as elites e classes em ascensão, onde era fino ser melómano. Por seu turno, actuar no coreto «diante de gente tão selecta e distinta» constituía uma honra para as bandas filarmónicas. A sua frequência não era acessível a todos, dado que a entrada no recinto era paga.
O Passeio Público de Évora ganhou então fama em todo o país. As ditas melhores famílias da cidade, ou de fora mas cumprindo vilegiaturas em casa de parentes e amigos, acorriam à sua fruição com assiduidade inesperada, deleitando-se com a beleza e a civilidade do local. Até que, em 1910, o movimento republicano democratizou o espaço e mudoulhe o nome para Jardim Público. O escol social citadino passou a desprezá- lo gradualmente e “o charme discreto da burguesia” deixou de se sentir por ali. Mas continuou a ser frequentado, especialmente aos domingos e dias de festas, agora por pessoal menos snobe e afectado. No dia 14 de Julho de 1919 recebeu uma Oliveira da Paz, comemorando o final da I Guerra Mundial.
A instalação, nas imediações, das estações rodoviárias, a partir dos anos 40, fez do Jardim Público um bom lugar de espera para os forasteiros que tinham de aguardar pelo transporte de regresso. Com a oposição da Igreja, acolheu em 1949 o busto de Florbela Espanca, que tanto o frequentou e por ali namorou e poetou. Entre os anos 50 e meados dos anos 60 foi literalmente invadido, três a quatro vezes por temporada, por milhares e milhares de adeptos de futebol, nos domingos em que milhares e milhares de adeptos de futebol se deslocavam a Évora para aplaudirem os clubes da sua predilecção, em compita com o Lusitano, nos tempos áureos da permanência deste na I Divisão Nacional.
Noutro âmbito, a presença dos pavões, aliada à dos cisnes nos lagos, ou a cantoria desenfreada de pássaros faziam dele o encanto da criançada que pais e avós ali levavam a passear. Depois, com a Revolução de Abril, muita coisa se alterou. Perante a passividade das autoridades, o Jardim passou a dar guarida a toda a casta de marginais, que conspurcavam o ambiente e cujo comportamento atemorizava os mais afoitos. A permissão da montagem de um quiosque, servido por uma esplanada, a maior utilização da Galeria das Damas como cenário de eventos culturais e a aquisição do antigo Regimento de Artilharia 3 pela Universidade de Évora, que ali instalou o seu Departamento de Ciências Exactas, acabaram por banir dali os indesejáveis. Hoje transita-se no Jardim como a mesma tranquilidade de outrora. Voltou a ser um excelente espaço para passear, correr, descansar, ler, estudar, reflectir ou apenas oxigenar os pulmões, ainda que necessite, como é óbvio, de passar por um urgente programa de recuperação e requalificação.
Textos: José Frota
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Monumentos - Sé Catedral
Edifício que remonta ao séc. XII, mas que sofreu grandes alterações no séc. XIII. Com claras semelhanças com a catedral de Lisboa, a sua linguagem arquitectónica denota uma harmoniosa composição dos estilos românico e gótico. A cabeceira da igreja foi reconstruída no séc. XVIII, ao estilo do barroco, pela mão do famoso arquitecto do Convento de Mafra, João Frederico Ludovice. No seu interior destacam-se, entre outros elementos, o altar de Nossa Senhora do Ó, (uma das imagens mais veneradas pelas parturientes e alvo duma antiga tradição eborense, segundo a qual se devia tocar o sino sempre que uma mulher desse à luz uma criança), a capela de Nossa Senhora da Piedade ou do Esporão, situada no topo do braço norte do transepto, com um interessante portal renascentista, em mármore da Estremoz, o coro-alto do séc. XVI, erguido no séc. XVI, sob o patrocínio do Arcebispo D. Afonso de Portugal, com o seu cadeiral maneirista (da época do Cardeal D. Henrique) e, finalmente, o orgão de tubos de madeira de carvalho do séc. XVII, designado de Ibérico e mandado construir durante o arcebispado de D. Teotónio Pereira (1578-1602)
Évora Perdida no Tempo - Mirante da Casa Cordovil
Mirante da Casa Cordovil , no Largo da Porta de Moura. Do lado direito é visível, ainda, o antigo Palácio do Farrobo.
Autor Mário Gama Freixo
Data Fotografia 1914 - 1920
Legenda Mirante da Casa Cordovil
Cota GPE0007 - Propriedade Grupo Pró-Évora
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Teatro: Cendrev reduz preço dos bilhetes em 50%
Como não é possível fazer teatro sem público e porque sabemos que o público quer continuar a ir ao teatro, decidimos fazer alguma coisa para contrariar os efeitos da crise que continua a atingir os bolsos da maioria dos portugueses.
Entendemos, assim, operar a redução de 50% no preço dos bilhetes, cujo valor por ingresso deixa de ser 8 euros para passar a ser de 4 euros nos espectáculos da companhia e nos que são organizados e programados pelo Cendrev, redução esta que vai, por certo, facilitar e reanimar a ida do público ao teatro. Entretanto, anulámos os acordos que tínhamos com diversas instituições, uma vez que esta alteração salvaguarda todas as condições previstas nesses acordos e mantemos apenas a assinatura do PASSAPORTEATRO e a sua versão para o público jovem, bem como o preço para grupos organizados.
Queremos salvaguardar a importante função de serviço público que temos desenvolvido na cidade e no concelho mas também na região e no país, contribuindo activamente para a preservação do nosso património artístico e para a renovação e formação de novos públicos.
Não sendo o teatro responsável pela crise que está a paralisar o país, não podemos deixar de reafirmar que os cortes feitos nos já reduzidos valores atribuídos à cultura, não tendo qualquer impacto no combate aos défices, comprometem irreversivelmente o tecido cultural do país. Isto só acontece, por os nossos governantes acharem que a cultura é um custo em vez de um investimento. E quando assim é, são os direitos dos cidadãos que vão sendo paulatinamente afectados.
PassaporTeatro Estudante:
Para os Estudantes que querem aceder mais facilmente ao Teatro
PassaporTeatro:
Faça a sua assinatura do PASSAPORTEATRO e beneficie de condições especiais de acesso aos espectáculos produzidos e organizados pelo Cendrev (incluindo os da Bienal de Marionetas e do Encontro de Teatro Ibérico).
Bilheteira:
De 2ª a 6ª das 09h30/12h30 e das 14h30/18h30
Em dias de espectáculo, a bilheteira só encerra durante a hora de almoço, encerrando 30 minutos após o seu início.
Em espectáculos a realizar aos Sábados, Domingos e Feriados, a bilheteira abre três horas e meia antes do espectáculo, encerrando 30 minutos após o seu início
Preços:
Novo Preço: 4 €
Preço de Grupos Organizados ou Grupos Escolares (para mais de 12 pessoas): 3 €
Reservas:
Reservas efectuadas por telefone, fax e email
Condições de Acesso:
Não é permitida a entrada na sala após o início do espectáculo.
O bilhete deverá ser conservado até ao final do espectáculo.
É expressamente proibido filmar, fotografar ou gravar, assim como fumar, consumir alimentos ou bebidas.
À entrada, os espectadores devem desligar os telemóveis ou outras fontes de sinal sonoro.
Deficientes:
Rampa para acesso de deficientes motores
Espaços Públicos:
Foyer e Bar, abertos em horário de espectáculos
Visitas guiadas gratuitas:
De 2ª a 6ª feira, segundo marcação prévia
E-mail alternativo: cendrev@mail.evora.net
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