Dia 2 de Abril (quarta-feira), o auditório da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, recebe o ciclo de conferências da programação de 2014 da Trienal no Alentejo (TnA), subordinadas ao tema Novas Geografias. Combatendo o isolamento de uma região periférica, ao trazer a Portugal – e ao Alentejo – algumas das maiores figuras da cena artística internacional, a TnA promove o encontro e a reflexão sobre a arte e a cultura.
Entre os participantes contam-se Donnamarie Baptiste (diretora de Programação e Eventos Especiais do The Armory Show, a maior feira de arte contemporânea de Nova Iorque, e chefe de Produção da Art Basel Miami), Savita Apte (diretora da Art Dubai) ou Jean-François Chougnet (diretor de Marseille-Provence 2013 – Capital Europeia da Cultura).
Dois temas centrais ocupam o debate nesta dupla sessão. De manhã, a questão da descentralização, sublinhando casos de afirmação de novos centros para plataformas internacionais que intervêm no universo das artes, incrementadas e desenvolvidas em contextos locais, muitos deles periféricos à cena artística internacional, maioritariamente instalada nos grandes centros urbanos e nos principais mercados. O contexto ibérico dos museus regionais e o exemplo do MEIAC – Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo de Badajoz, de inegável sucesso, será alvo de análise, tal como o processo de reconversão e reabilitação da cidade de Marselha, no âmbito da Capital Europeia da Cultura 2013.
À tarde, é a vez do triângulo arte – gastronomia – agricultura ocupar o lugar de destaque no auditório. Será abordada a temática premente da relação entre campo e cidade nas políticas culturais, analisando a questão dos (novos) territórios e os problemas dos desequilíbrios e transformações na paisagem, e a crise ambiental e económica. Paralelamente, será abordado o papel central da gastronomia na valorização do terroir e a progressiva legitimação conferida pela inclusão de exposições e atividades culturais sobre cozinheiros e os seus processos criativos na programação de instituições artísticas: a recente participação de Ferran Adrià na Documenta 12 de Kassel, como a mais emblemática, e o caso português da Trienal no Alentejo.
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