Monumento megalítico classificado como Imóvel de Interesse Público em 1997, foi identificado, em 1966, por Henrique Leonor Pina. Escavações recentes*, promovidas pela Câmara Municipal e dirigidas por Mário Varela Gomes, verificaram um recinto com planta de forma oval, orientado segundo o seu eixo maior no sentido nascente poente, constituído por cerca de trinta menires e medindo 14x11, 5. No seu interior detectou-se uma linha formada por cinco monólitos que marcam o eixo norte-sul, sendo o central de maiores dimensões. No lado nascente, alguns menires continuam o eixo do maior recinto, formando um alinhamento. Os menires, em geral rudemente afeiçoados, apresentam morfologia variada, tendo alguns sido decorados com motivos gravados ou em relevo, nomeadamente: círculos, linhas onduladas, covinhas e báculos. Outros, durante o Neolítico Final, foram aplanados, determinando forma estelar, e decorados com composições antropomorfizantes, em relevo, onde se reconhece uma face e uma lúnula. Tanto a arquitectura deste monumento como a tipologia e decoração dos menires, assim como o espólio exumado, indicam que ele foi edificado e utilizado durante o Neolítico Médio e Final (V e IV milénios a.C.). Todavia, terá sido frequentado, ainda com propósitos de indole mágico-religiosa, em meados do II milénio, conforme documentam os numerosos fragmentos de taças carenadas ali encontrados, talvez depois de um período de abandono ocorrido durante o Calcolítico.
Notícia retirada daqui
*Especial agradecimento ao Engenheiro João José Perdigão – proprietário de uma das herdades de Vale Maria – pelas facilidades concedidas.
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