Horário: 19h
Fim do Evento: 30 julho
Localização: Palácio de D. Manuel
“… A CIDADE COMO UMA FOTOGRAFIA”
Ao longo dos tempos, avultados nomes da fotografia elegem Évora como destino de vida e de trabalho, abrem os seus estúdios e registam pedaços e momentos da memória e da história da cidade e, em simultâneo, colocam-na num lugar destacado noutra história, a da fotografia em Portugal.
Recentemente, não será exagero afirmar que um fotógrafo local, natural do Concelho de Évora, autodidata e de modestas origens familiares, atinge semelhantes feitos. O seu nome é Carlos Tojo.
Figura ímpar da sociedade e do comércio eborense, é lembrado pela grandeza de espírito e vivacidade. Espontâneo, de riso e de trato fáceis, cedo transforma a paixão da sua vida, a fotografia, num ofício.
Nascido em 1945, em S. Manços, com 12 anos deixa a escola e emprega-se no Freitas, um dos mais bem sucedidos fotógrafos de Évora na altura. Trabalho que interrompe dos 20 e os 25 anos, quando cumpre serviço militar, mas não deixa de explorar a imagem e as suas técnicas, pelo contrário, inicia neste período a produção de vídeos.
Regressa ao Freitas, em 1970, e aos casamentos e batizados junta um intenso registo fotográfico de eventos culturais e sociais da cidade, atingindo a autonomia profissional em 1978, ano em que se estabelece por conta própria. No N.º 3 da Rua de Machede, abre uma loja de fotografia, com estúdio e com laboratório para fotografias a cores. E, ainda nesse ano, recebe por uma reportagem, da Kodak portuguesa, o prémio “A noiva do ano”.
Este e outros incentivos, entre eles uma clientela abundante e fiel, mantêm Carlos Tojo no ativo até falecer, em 2004. À frente da loja, à qual mais tarde acoplou um dos primeiros clubes de vídeo da cidade, passa 26 anos, mas a ligação e dedicação à fotografia ultrapassam 45 anos.
Na fotografia de estúdio, na de rua e na realização de vídeos é um fotógrafo que inova e que se renova constantemente. Canaliza para o mesmo fim todos os instantes, incluindo os pessoais. Caso das várias viagens ao estrangeiro, com os amigos, para assistir a jogos de futebol, que aproveita para se atualizar no que se faz lá fora em fotografia, equipamentos e técnicas.
Enérgico e rigoroso, raro é o acontecimento que em Évora escapa à sua câmara. A construção e a inauguração da fábrica Siemens; a produção na fábrica Lee; as comemorações da Universidade de Évora, as festividades da cidade, como os cortejos de carnaval; as atividades desportivas dos clubes eborenses, desde o futebol ao ciclismo, são exemplos dos motivos que persegue.
“Gostava muito de fotografar pessoas e monumentos, mas tudo na cidade lhe suscitava interesse, tudo era um pretexto para sair de casa e fotografar,” lembram a esposa e os dois filhos. “Ele via a cidade como uma fotografia”, recorda um dos seus muitos amigos.
“A fotografia é uma ciência e uma arte”, afirmam muitos académicos, e Carlos Tojo alcançou as duas vertentes. Esta exposição - realizando-se no ano em que Évora assiste ao fecho da loja Carlos Tojo - é disso testemunha.
Informação retirada daqui
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