Canaviais, Freguesia pertencente ao concelho de Évora e distrito de Évora, localiza-se a cinco quilómetros a Norte desta Cidade, integrando-se numa zona de horticultura de sequeiro. Detentora de uma área de 1956 hectares, a Freguesia é composta por uma área semi-rural e uma área urbana. O espaço semi-rural é formado por alguns aglomerados habitacionais, como Patão, Violeira, Pio, Patacas, Espinheiro e Corunheiras, enquanto que o urbano possui vinte e sete ruas, quatro becos e dois pátios. Confina com as Freguesias de Bacelo, Nossa Senhora da Saúde, Graça do Divor, Igrejinha e São Bento do Mato.
A avaliar pelos vestígios arqueológicos encontrados no território que ocupa a actual Freguesia, esta região foi povoada desde remotas épocas, e que durante a ocupação romana era já uma cidade importante denominada “Liberalitas Julia”. No entanto, dada a escassez, ou mesmo a inexistência total, de documentos que a ela se referem, a origem da Freguesia de Canaviais é difícil de ser explicada. Sabe-se, porém, que em 1900 esta área era apenas constituída por “Quintas, quartéis, courelas e Montes”. Estas propriedades eram pertença de senhores que, vivendo na cidade de Évora, contratavam trabalhadores rurais para cuidarem das suas terras. Alguns já viviam neste local, outros vinham de diferentes pontos do país, essencialmente das Beiras, e aqui fixaram residência e formaram família. Estes, em conjunto com os trabalhadores naturais desta região, formaram uma associação de trabalhadores agrícolas que, posteriormente, veio a dar origem à “Sociedade Operária de Instrução e Recreio do Povo”, com estatutos aprovados em 11 de Outubro de 1927. Foi em volta do edifício desta sociedade que começaram a aparecer os primeiros arruamentos e habitações ou seja, que se começou a formar o Bairro do Espinheiro, como inicialmente era designado.
Mais tarde, passou a chamar-se Bairro dos Canaviais, em virtude de duas grandes quintas, a Quinta do Canavial de Fora e a Quinta do Canavial de Dentro, e também porque eram muitos os canaviais ali existentes.
Em 1928, com a entrada no Estado Novo, a política do Regime de então começou a proibir as actividades realizadas na “Sociedade Operária de Instrução e Recreio e Educação do Povo”, cujas portas vieram a encerrar, e em 1943 os seus últimos representantes acabaram por assinar uma escritura de doação dos bens imóveis e móveis da sociedade, para Casa do Povo de Évora, situação que se manteve até 14 de Março de 2000. Nesta data, a Comissão Administrativa da Casa do Povo de Évora, através da acta, deliberou proceder à sua extinção e doar todos os seus bens à Associação, Casa do Povo de Canaviais.
Com o decorrer do tempo, o Bairro dos Canaviais, na altura pertencente à freguesia da Sé, concelho de Évora, foi crescendo clandestinamente em habitações e arruamentos.
Foi elevada a freguesia no dia 4 de Outubro de 1985.
Tendo em conta o parecer emitido em 3 de Abril de 2002, pela Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses, o Brasão da Freguesia de Canaviais tem a seguinte descrição: «Escudo de ouro, com uma forquilha e uma enxada, ambas de vermelho com os cabos de negro passados em aspa; em orla, duas canas de verde, com os pés cortados e passados em aspa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro “CANAVIAIS”».
Os símbolos usados no brasão traduzem a realidade da freguesia. Assim, a forquilha e a enxada representam a agricultura e o trabalho da terra, que deu origem à formação da “Sociedade Operária de Instrução e Recreio do Povo”, em volta da qual se formou o Bairro do Espinheiro, mais tarde a povoação de Canaviais. As canas simbolizam a abundância desta planta na região, um dos factores que deu origem ao topónimo “Canaviais”.O orago da Freguesia de Canaviais de Canaviais é Nossa Senhora da Boa Esperança, cuja festa se realiza no mês de Maio.
BRASÃO
Forquilha e Enxada
Uma forquilha e uma enxada, ambas de vermelho com os cabos pretos passados em aspa.
Representam a agricultura e o trabalho da terra, que deu origem à formação Operária de Instrução e Recreio do Povo, em volta da qual se começou a formar o Bairro do Espinheiro, mais tarde a povoação de Canaviais.
Canas
Em Orla, duas canas de verde, com os pés cortados e passados em aspa.
Representa a abundância desta planta na região, que foi dos factores que levou à atribuição do topónimo “CANAVIAIS”.
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