O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, reconheceu que o processo de transferência do Museu Nacional da Música, de Lisboa para Évora, está “claramente bloqueado, este ano”, devido à falta de recursos financeiros.
O governante reiterou, contudo, que continua a ser “intenção” da Secretaria de Estado da Cultura transferir o museu, que funciona na estação do Alto dos Moinhos do Metro de Lisboa, para o Convento de São Bento de Cástris, em Évora.
“São Bento de Cástris é um assunto que nos preocupa mas para o qual, neste momento, de facto, não temos imediatamente fundos para fazer aquilo que gostaríamos de fazer”, admitiu.
O secretário de Estado falava aos jornalistas na Universidade de Évora, depois de proferir uma conferência no âmbito do aniversário da Escola de Ciências Sociais da academia alentejana.
À margem da sessão, Francisco José Viegas lembrou que, aquando de uma visita sua a São Bento de Cástris, afirmou ser adepto da mudança do museu para a cidade alentejana.
“É uma das nossas intenções, como disse quando vim visitar São Bento de Cástris pela primeira vez. Agora, claro, é preciso equacionar muitas outras coisas e isso está tudo em cima da mesa”, afirmou.
Questionado sobre se, devido à falta de fundos, o processo não avança este ano, o governante foi peremptório: “Está bloqueado. Este ano, sim, está claramente bloqueado”, até porque seria necessário “fazer muitas obras”
Também em declarações aos jornalistas, a responsável da Direcção Regional da Cultura do Alentejo (DRCAlen), Aurora Carapinha, revelou que hoje (19) vai ter início uma empreitada para “a recuperação das coberturas de todo o complexo” do Convento de São Bento de Cástris, que tem como objectivo a “mitigação da degradação e a consolidação do edifício”.
As obras, que rondam os 220 mil euros, financiados a 85 por cento por fundos comunitários, através InAlentejo, deverão estar prontas dentro de “seis meses”, disse.
Ao mesmo tempo, frisou Aurora Carapinha, vão prosseguir, naquele espaço, outras obras de conservação e recuperação que a DRCAlen já está a realizar.
A directora regional da Cultura adiantou ainda que, independentemente da transferência do Museu Nacional da Música, está em cima da mesa a hipótese de “uma pequena comunidade de monges, do Brasil”, da ordem beneditina, poder vir a instalar-se numa parte de São Bento de Cástris.
“Todo aquele complexo pode ter várias funcionalidades, tal como [antigamente tinha] qualquer convento. Não pomos de lado essa hipótese”, limitou-se a acrescentar.
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