domingo, 15 de abril de 2018

Quinta da Malagueira


Antiga propriedade rural de António Luís Ribeiro, residente em Madrid nos meados do séc. XVII, foi por este fidalgo eborense doada aos padres de Santo Agostinho, fundadores do Mosteiro de N.ª S.ª das Mercês. Completamente transformada pelo 1.° Conde de Ervideira nas primeiras décadas deste século, perdeu, em absoluto, as características originais; todavia, o actual residente, D. Luís de Sousa Carvalho conserva no edifício bom recheio de artes ornamentais portuguesas, antigas, e fundou no ano de 1945 em recanto dos jardins uma capela dedicada a N.ª S.ª da Glória, em evocação da demolida ermidinha do mesmo nome, sita na encosta do cabeço fronteiro a S. Sebastião e próxima do local onde existiu a seiscentista forca da cidade. 

Na frontaria desta capela, metida em nicho axial, existe delicada escultura de pedra de Ançã, policroma, quatrocentista, dedicada a N.ª S.ª dos Remédios (Virgem com o Menino), proveniente da Igreja de Santa Clara, de Évora, que mede, de alt. 0,57 cm. Do recheio decorativo (da moradia), destacam-se duas peças estrangeiras: PIETÁ - Pintura a óleo sobre madeira de carvalho do norte, dos meados do séc. XVI e obra oficinal anónima, hispano-flamenga, está muito repintada. Pertenceu ao crítico de arte dr. José de Figueiredo e ao poeta Afonso Lopes Vieira, ascendente, por afinidade, da esposa do proprietário. Mede: alt. 1,65xlarg. 1,48 m. MEDALHÃO - de faiança policroma, com busto central, feminino, emoldurado por flores e frutos. Ornamentação de relevo. Arte da Renascença florentina, da escola de Giovani delia Robbia (1.ª metade do séc. XVI). Diâm. 80 cm. 

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