A Câmara Municipal de Évora estreia o espectáculo de marionetas “Fotógrafos, Títeres e outros Sonhadores, Évora e a História da Fotografia” no próximo dia 11 de Dezembro, sexta-feira, pelas 18 horas, no Pátio do Arquivo Fotográfico Municipal (Rua Diogo Cão, n.º19). Destinado a um público dos 6 aos 80 anos, o espectáculo estará disponível a partir de Janeiro próximo, todas as tardes de quartas-feiras, mediante marcação prévia.
Inspirado na expressão artística dos famosos Bonecos de Santo Aleixo, o espectáculo, concebido como projecto educativo, consiste numa breve resenha dos momentos e figuras mais ligadas aos primeiros anos da chegada da fotografia a Évora.
Assim, tendo por base algumas das figuras típicas dos Bonecos de Santo Aleixo – o Padre Chanca, o Mestre Salas e a sua prima Virgininha - foram introduzidos num texto narrativo original alguns dos primeiros fotógrafos chegados a Évora e que, por um motivo ou por outro, foram marcantes na história da fotografia local: Ulisses d'Oliveira, um dos primeiros fotógrafos viajantes a fixar-se com regularidade na cidade; Jean Laurent, exemplo carismático da passagem pela cidade dos grandes fotógrafos estrangeiros que até aqui se deslocaram para retratar os monumentos mais emblemáticos; Maria Eugénia Reya Campos, que se intitulava a 1ª mulher phographa portuguesa; exemplos a que juntámos as figuras de José António Barbosa (vindo de Setúbal e radicado em Évora nos finais do século XIX), José Pedro Passaporte (Photographo da Casa Real) e Ricardo Santos, vindo de Lisboa e o primeiro a construir um estúdio fotográfico de raiz em Évora.
A estas figuras foram acrescentadas, como elos de ligação à cidade e ao seu tempo, António Filipe Simões, director da Biblioteca Pública de Évora e intelectual brilhante; José Maria Ramalho Perdigão, um dos mais abastados lavradores da época, responsável pela construção de alguns grandes edifícios da cidade oitocentista, nomeadamente do Teatro Garcia de Resende; ou a irmã Maria Ludovina do Carmo, última freira do Convento de Santa Clara, que representa o paradigma do fim de um velho mundo e de toda a reconversão urbanística dos antigos conventos da cidade, no seguimento da extinção das Ordens Religiosas em 1834.
A construção e concepção do espectáculo inspirou-se na tradição dos tradicionais títeres alentejanos, através de uma (re)interpretação dos bonecos, bem como do espaço cénico, embora tenham sido conservadas, contudo, algumas das características originais, nomeadamente, a forma de manipulação, a configuração do cenário e a iluminação a candeia de azeite.
Este projecto é da responsabilidade do Arquivo Fotográfico Municipal, tendo contado com a direcção artística do marionetista Manuel Dias e com o apoio da Companhia de Actores dos Bonecos de Santo Aleixo e da Estação Imagem.
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