1. Descrição do ambiente geral da aldeia
Origem
O seu nome parece estar ligado à devoção popular de S. Bento. Segundo a tradição, este santo era um protector das pestes, mordeduras de víboras e lacraus que existiam com abundância neste local.
Quanto à Azaruja, o aglomerado rústico que lhe deu origem data da 2ª metade do séc. XVIII. Segundo apontamentos existentes na Torre do Tombo, datados de 1536, existia no local uma ribeira que se chamava “ribeira da Razucha” e que, posteriormente, em 1766, viria a dar o nome ao 1º aglomerado da freguesia – Azaruja.
Terá sido fundada, ao que parece, pelo alcaide – mor de Castelo Ventoso, Martim Lopes Lopo. Não se conhece diploma régio da sua elevação a vila e a razão pela qual durante alguns anos (antes da República) era denominada por “Vila Nova do Príncipe”. As referências mais antigas à “Vila de Azaruja” datam da 1ª metade do séc. XVIII.
Localização
A freguesia de S. Bento do Mato tem a forma de um poligno irregular, sem limites naturais, confrontada a Norte com as freguesias de Évoramonte e Vimieiro, a Sul com a freguesia da Sé, a Este com S. Miguel de Machede e, finalmente a Oeste com as freguesia da Igrejinha e Stª Justa.
Área
A freguesia de s. Bento do Mato estende-se por uma área de 6.655 hectares.
População
Cerca de 1848, ingleses e catalães instalaram na povoação da Azaruja as suas fábricas de cortiça, transformando-a no principal centro corticeiro do Alentejo. Portugueses (alentejanos), ingleses e catalães aculturaram-se mutuamente conferindo, com o passar dos anos, uma personalidade muito própria à população local.
As influência catalã e inglesa ainda hoje são reconhecíveis na população azarujense, quer através de nomes e apelidos – os Campsi, os Sureda, os Girbal, os Gibert, os Delmas, os Marquez, etc. - , quer através da gastronomia local.
Sabe-se, que em 1864, a freguesia contava já com 1143 habitantes, população que não parou de crescer até 1950, ano em que S. Bento do Mato contava com 2190 habitantes. A partir da década de 60, a freguesia começou a perder população (crise corticeira e emigração), continuando, contudo, a ser actualmente e freguesia mais populosa do concelho de Évora, e aquela apresenta menor índice de envelhecimento demográfico.
De acordo com os últimos dados disponíveis, S. Bento do Mato contava em 1991 com um total de 1447 habitantes. Quanto à sua distribuição por sexo, verifica-se que 49.7% da população pertencia ao sexo masculino e 50.3% ao sexo feminino. Ainda no que se refere à população, esta sofreu uma diminuição de 1981 para 1991 de 10.5%.
Podemos verificar que a população idosa tem um grande peso na freguesia, facto tanto mais constatável quando vemos os valores que registam o Índice de Vitalidade (143.17%) e o Rácio de Dependência dos Idosos (36.31%). Se analisarmos o Rácio de Dependência Total verificamos grande proporção da população que se encontra dependente da população activa, uma vez que por cada 100 indivíduos potencialmente activos há cerca de 62 potencialmente inactivos, o que é um valor bastante elevado.
Factores identificativos
Símbolos heráldicos
Brasão
Escudo de prata, com dois canudos de cortiça de verde
orrados de vermelho, alinhados em faixa; em chefe, um cálice de azul, tendo enroscado no pé um ramo de silva de verde com espinhos e folhas do mesmo, cujas extremidades se prolongam em faixo sobre o chefe; em campanha, faca corticeira de vermelho, posta em faixa. Coroa mural de pra torres. Listel branco, com a legenda a negro:«S. BENTO DO MATO»;
Bandeira
Verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Património
A freguesia possui alguns monumentos megalíticos, de entre os quais se destaca, pela sua particularidade, dois esteios de uma Anta, incorporados na parede do altar-mor da Igreja de S. Bento do Mato. Outras antas estão localizadas na freguesia, nomeadamente na Herdade da Fonte-Boa do Álamo e da Azarujinha.
Também aqui os romanos deixaram abundantes vestígios. De entre eles destacam-se a inscrição funerária e “dollium” da Herdade da Machoqueira, e uma inscrição funerária na herdade da Venda.
Existe também na freguesia um conjunto de edifícios de elevado interesse cultural, de entre os quais se destacam o Pelourinho da Azaruja, a Igreja Paroquial, o Palácio do Conde da Azarujinha, a “Sala” (edifício antigo), a Ermida de N. Sr.ª do Carmo, a Ermida do Monte de Barroseira e o Solar do Castelo Ventoso.
Cozinha e/ou produtos tradicionais
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