O actual Museu de Arte Sacra aproveitou para se instalar, em 2009, um edifício barroco contíguo à Sé, de relevante interesse histórico para a cidade de Évora - denominado Colégio dos Moços do Coro da Sé de Évora. Iniciado em 1700, por iniciativa do arcebispo D. Frei Luís da Silva Teles, este edifício albergou os meninos do Coro e seus mestres que tornaram famosa a Escola de Música da Sé de Évora, durante os sécs. XVI e XVII. Em estado de degradação para acolher a presente colecção, sofreu uma remodelação pela mão do arquitecto Carrilho da Graça. O acervo que se encontra neste museu é oriundo em grande parte do antigo Tesouro da Sé, o qual funcionava na torre da mesma, prolongando-se pela nave lateral. É composto por pintura, escultura, paramentaria, mobiliário, ourivesaria e alfaias litúrgicas. As peças provêm, maioritariamente, da Sé e de conventos extintos da cidade de Évora. Podemos destacar algumas peças, pela sua elevada qualidade artística, como a cruz-relicário do Santo Lenho - revestida por cerca de 1500 pedras preciosas (entre as quais se contam diamantes rosa, rubis, esmeraldas e safiras), a Virgem do Paraíso - tríptico em marfim, do estilo gótico francês, oferecido ao convento do Paraíso desta cidade por D. Isabel Afonso, apresentando esculpidas cenas ligadas ao Nascimento, Morte e Assunção da Virgem, o báculo do Cardeal D. Henrique, em prata dourada, do séc. XVI, entre outras peças que merecem toda a atenção do visitante.
Revisão: Marta Nunes Ferreira (Historiadora de Arte)
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