Várias dezenas de estudantes da Universidade de Évora participaram esta terça-feira num protesto contra as alterações na atribuição de bolsas de estudo, alertando que a actual situação leva a que alguns estudantes passem por dificuldades económicas.
Promovida pela Associação Académica da Universidade de Évora (AAUE), a iniciativa arrancou no Colégio do Espírito Santo, o principal edifício da academia, passou pelo Colégio Luís Verney, Praça do Giraldo e em frente à Câmara Municipal, terminando no Governo Civil, onde foi entregue um manifesto.
O presidente da AAUE, Luís Rodrigues, afirmou à agência Lusa que o protesto, que juntou cerca de 80 estudantes, serviu para "alertar, mais uma vez, o Governo para o problema que existe no Ensino Superior em relação às bolsas de estudo".
"Temos imensos estudantes que ainda não receberam bolsas, outros que estão à espera de saber se vão receber e outros que já receberam parte da bolsa e que, neste momento, não estão a receber porque [os pagamentos] estão atrasados", adiantou.
De acordo com o presidente da AAUE, em Évora, foram apresentadas "1 815 candidaturas a bolsas de estudo e dessas, neste momento, mais de 300 estão em fase de análise", um número "bastante considerável" quando faltam três meses para o fim do ano lectivo.
Alertando que alguns estudantes da academia alentejana já "vivem em condições difíceis", Luís Rodrigues revelou que algumas dezenas até já recorreram à AAUE devido às dificuldades económicas que enfrentam.
Esses estudantes, acrescentou, "foram encaminhados para o serviço de acção social para activar um auxílio de emergência, que é uma figura que está prevista nos regulamentos das bolsas, em que é possível entregar aos estudantes um apoio extraordinário para os ajudar".
Numa altura em que o País possui um Governo de gestão, o presidente da AAUE afirmou que o protesto serviu também para "deixar uma mensagem ao próximo Governo", de que "o Ensino Superior é um investimento não é um gasto".
Luís Rodrigues adiantou ainda que um estudo feito, recentemente, pelos serviços académicos da Universidade de Évora indica que, só neste ano lectivo, houve "mais de 50 pessoas que desistiram" do curso, sendo os motivos financeiro a razão relatada.
"Houve também um total de 200 e poucas desistências no ensino universitário em Évora em que foram relatados motivos pessoais, mas nós não sabemos qual é o motivo pessoal. Há a referir também todos aqueles que simplesmente saíram do sistema e esses não sabemos quantos foram", apontou.
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