O prémio anual de investigação em Acidente Vascular Cerebral (AVC), promovido pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) através do seu Núcleo de Estudos de Doença Vascular Cerebral, foi conquistado pela Dra. Sílvia Lourenço, do Hospital do Espirito Santo de Évora (HESE).
O prémio foi atribuído após avaliação por um júri nacional ao estudo “perfil clínico e evolução de doentes com AVC isquémico em ritmo sinusal e sem doença cardíaca estrutural por trombo na aurícula esquerda - casuística de uma unidade de AVC”.
A seleção dos doentes para o estudo ocorreu na Unidade de AVC do HESE, com o apoio da equipa liderada pela Dra. Luísa Rebocho, em articulação com a equipa do Dr. João Vasconcelos, que realizou os estudos ecocardiográficos no Laboratório de Ultrassonografia do HESE (LUSCAN).
O trabalho consistiu na avaliação dos doentes com AVC isquémico de causa desconhecida, nalguns dos quais foram detetados trombos na aurícula esquerda. Na caracterização dos doentes, detetaram-se alterações pró-trombóticas nalguns e, noutros, doença oncológica associada.
A Dra. Sílvia Lourenço destaca que o estudo permitiu encontrar o tratamento mais adequado para os doentes selecionados, consistindo em terapêutica anticoagulante.
O trabalho de investigação valeu o prémio anual da SPMI, que atribui um estágio de três meses num hospital de Oxford, considerado um centro de referência europeu no estudo, prevenção e tratamento do AVC.
A Dra. Luísa Rebocho, responsável pela Unidade de AVC, foi quem propôs a apresentação deste trabalho ao núcleo de estudos de doença vascular cerebral: “Já ganhámos mais dois prémios”, conta com um sorriso, “da Sociedade Portuguesa de AVC e da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, por trabalhos sobre fibrilhação auricular e AVC”.
Aquela responsável salienta a vantagem de existir em Évora uma Unidade para estudar e tratar os doentes com AVC. Ao pertencer a um grupo reduzido de Hospitais com disponibilidade, mediante o LUSCAN, para realizar ecodoppler dos vasos do pescoço, ecocardiograma transtorácico e transesofágico, todos os doentes internados com AVC são estudados “em tempo real”. Estes procedimentos de diagnóstico conduzem a uma terapêutica precoce e eficaz.
A Dra. Sílvia Lourenço sente-se grata aos co-autores, cuja colaboração tornou possível a realização do estudo e irá agora desenvolver a sua investigação em Oxford, procurando estabelecer uma ponte entre aquele centro de referência da especialidade e o hospital central de Évora, para beneficiar os doentes de AVC, uma causa importante de mortalidade em Portugal.
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