A construtora aeronáutica brasileira Embraer já começou a instalar os primeiros equipamentos nas duas fábricas em Évora, cuja produção está prevista arrancar "no verão" e vai destinar-se à exportação para o Brasil, foi hoje revelado.
"Está tudo a correr como se tem falado", ou seja, "no verão, em agosto ou setembro", pelo que "não há alterações" ao cronograma, frisou hoje um representante da Embraer, João Pedro Taborda, num encontro transfronteiriço em Évora.
O mesmo representante da empresa adiantou que, atualmente, "estão a entrar os primeiros equipamentos" nas fábricas, que têm estado a ser construídas na cidade alentejana.
"No verão ou final do verão queremos ter as primeiras exportações" a partir das fábricas de Évora, traçou João Pedro Taborda, explicando que, "praticamente, a totalidade" dos equipamentos fabricados na cidade alentejana vai ser exportada "para as linhas finais" de montagem no Brasil.
João Pedro Taborda falava durante um almoço transfronteiriço entre responsáveis do Alentejo e autoridades e empresários da Estremadura espanhola, que incluiu uma apresentação sobre o projeto da Embraer.
O encontro foi promovido pela Associação Comercial do Distrito de Évora e pela Casa de Espanha, visando consolidar a cooperação e estimular novos contactos entre empresas portuguesas e espanholas.
A Embraer está a construir, desde novembro de 2010, duas fábricas em Évora, uma dedicada a estruturas metálicas (asas) e outra a materiais compósitos (caudas), num investimento inicial superior a 150 milhões de euros.
O projeto, que poderá criar 600 postos de trabalho diretos e 1.200 indiretos, prevê que as fábricas iniciem a produção efetiva no segundo semestre deste ano.
"A presença aqui em Évora é importante para termos uma operação industrial na Europa reforçada", argumentou João Pedro Taborda, destacando que estas duas novas fábricas vão ser "centros de excelência nas suas áreas".
Em teoria, acrescentou, "todos os novos produtos da Embraer serão candidatos a ter conjuntos fabricados em Évora, assim a tecnologia e as opções de construção dos aviões e a própria competitividade das fábricas o permitam".
O responsável revelou que estão em curso um programa de certificação de fornecedores e processos de recrutamento, independentes, para cada uma das fábricas, os quais deverão prolongar-se para além deste ano, estando já a "ser formados em Portugal e no Brasil" vários candidatos.
Já o presidente do município de Évora, José Ernesto Oliveira, que também discursou no encontro, garantiu aos jornalistas que outros quatro investimentos "estão em carteira" para a cidade, ligados à indústria aeronáutica.
O autarca, sem querer revelar pormenores, mas admitindo tratar-se de "investimentos significativos", no global, adiantou apenas que, "durante o mês de junho", poderão já vir a ser assinados "alguns contratos de concessão".
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