O ministro da Educação, Nuno Crato, ajudou, nesta quarta-feira, uma turma da Escola Secundária André de Gouveia, em Évora, a construir um relógio de sol que apelidou de “um Magalhães do antigamente”.
"Este relógio é barato. São os azulejos, um bocadinho de giz, de cimento e de tempo. Era um computador do antigamente. Há muitas ciências que se podem aprender e é uma maneira divertida de falar desses assuntos", ironizou Crato, depois de uma aula descontraída em que explicou aos alunos como a projecção de sombra funciona.
A lição, incluída no lançamento da iniciativa "Escola Voluntária" ficou ainda marcada por alguns cartazes e gritos de protesto de cerca de uma dezena de alunos, que o ministro conseguiu ‘fintar' à entrada - porque chegou à escola cerca de meia hora antes do previsto -, mas que se fizeram ouvir enquanto este dava a aula sobre a hora solar.
Nuno Crato desvalorizou o protesto dizendo que "é bom que haja participação cívica, das mais diversas maneiras" numa democracia. O ministro da Educação confessou ainda sentir "saudades" dos tempos em que era professor.
Em Leiria, o património e a importância dos edifícios na vida das pessoas foi o tema da palestra que Fernando Santo, secretário de Estado da Administração Patrimonial e Equipamentos, deu na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, onde estudou entre os 10 e os 17 anos.
O governante desafiou a plateia, constituída por estudantes de Arte e Design, a "aproveitar bem os anos de Liceu, para ficarem com boas bases". Crítico em relação à requalificação daquela escola, disse que as obras realizadas reflectem "o gosto dos projectistas", em que "a finalidade é uma questão secundária".
"O projecto é um elemento essencial, pelas consequências que tem para os utilizadores", defendeu Fernando Santo, que durante seis anos foi bastonário da Ordem dos Engenheiros, frisando que "os edifícios são, dos bens produzidos pelo homem, aqueles com quem mais partilhamos a vida".
Usando imagens de inúmeros edifícios pelo Mundo fora, a maioria de arquitectos premiados, apelou aos alunos para que tenham uma "atitude crítica" face à discussão dos problemas e intervenham no "processo criativo", necessitando para isso de ter "conhecimentos abrangentes e de saber trabalhar em equipa".
Fernando Santo revelou ainda que o antigo Liceu Rodrigues Lobo, que funcionou entre 1895 e 1964, altura em que foi construída a actual Secundária, poderá passar para a alçada do Ministério da Justiça, para suprir as limitações do Palácio da Justiça ou para instalar serviços que funcionam em instalações arrendadas, como é o caso do Tribunal Administrativo. O edifício está devoluto e a necessitar de obras, sendo propriedade do Ministério da Educação.
O governante adiantou que o projecto do Campus da Justiça de Leiria - e de mais oito no País - está suspenso, pelo menos enquanto o novo mapa judiciário do País não estiver concluído. O desafio é "fazer muito menos com muito menos dinheiro", aproveitando o património do Estado, que é "enorme" e evitando o desperdício de verbas, nomeadamente em rendas.
Com um orçamento anual de 1400 milhões de euros, o Ministério da Justiça paga, por ano, 50 milhões de euros em rendas, apesar de ser proprietário de mais de mil edifícios ou fracções, onde funcionam, nomeadamente, 440 registos de notariado, 300 tribunais, 49 prisões e oito centro educativos.
Já em Coimbra, na Escola Secundária José Falcão, João Queiró, secretário de Estado do Ensino Superior, deu uma aula com o tema ‘Como funciona o Google?'. Na escola que frequentou há 39 anos, em Coimbra, e perante uma plateia com cerca de 70 alunos, o responsável quis "mostrar a importância e o poder da matemática através de uma temática interessante e funcional no nosso dia-a-dia. O Google e o seu funcionamento pareceu-me um tema interessante para a assistência", referiu o catedrático do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra.
A escola José Falcão aguarda por obras no seu espaço físico. No final da aula, Queiró comprometeu-se a levar um recado da direcção do estabelecimento de ensino até Lisboa. "Levarei a mensagem ao ministro. Esta é uma das escolas que ainda não foram intervencionadas, suponho que as intervenções estão suspensas, mas a mensagem será entregue", indicou o secretário de Estado.
"Com esta aula fiquei com uma noção do funcionamento do Google, que não é tão complexo como pensava. Achei a iniciativa muito interessante e com uma temática cativante", indicou Bernardo Silva, 17 anos, aluno do 12.º ano.
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